O fim das home pages

39 views
Skip to first unread message

Irapuan Martinez

unread,
Dec 9, 2024, 5:12:07 PM12/9/24
to Lista ArqHp
Buscas do Google vão mudar ‘profundamente’ em 2025, afirma CEO da empresa 

https://www.estadao.com.br/link/empresas/buscas-do-google-vao-mudar-profundamente-em-2025-afirma-ceo-da-empresa-nprei/

Em 2025 será possível brigar, interromper e discutir com o Google. Embora ainda não confirmadas, essas funcionalidades trariam uma dose de frescor a companhia, que fundada em 1998, preocupa seu principal executivo. Sundar Pichai, CEO desde 2015, disse que o motor de busca "mudará profundamente" no próximo ano.

Essas mudanças envolvem a adoção de um código que permite o usuário ter discussões interativas com o buscador, algo semelhante ao que já acontece com outros chatbots - e com o próprio Gemini, do Google, de acordo com o site especializado 9to5Google.

“Eu acho que vocês vão se surpreender até mesmo no início de 2025 com o tipo de coisas novas que a busca pode fazer comparado ao que é hoje”, disse recentemente no DealBook Summit do New York Times. “Quando eu olho para o que está por vir, vejo que estamos nos estágios mais iniciais de uma mudança profunda”.

O incomodo de Pichai tem nome: ChatGPT, o chatbot que ameaça a hegemonia de duas décadas do Google. Desde a entrada da OpenAI no mercado, a gigante começou uma série de ofensivas para frear seu avanço. A principal delas foi há um ano, no lançamento do Gemini, a inteligência artificial (IA) da empresa. O match entre um robô humanizado mais um buscador com todas as informações do mundo soava perfeito, mas não foi bem isso o que aconteceu. (…)


Irapuan Martinez

unread,
Dec 9, 2024, 5:35:54 PM12/9/24
to Lista ArqHp
Dia desses um idiota aqui da lista disse que o Google não iria perder a corrida do AI, porque por mais que seu Bard, digo, Gemini ainda engatinhasse perto do ChatGPT, sua base de dados era a maior, graças ao seu webcrawler.

Há alguns dias, vi alguém dizendo “game over, Google”, ao experimentar o SearchGPT. Não levei a sério, mas tentei fazer um teste. 

Existe uma banda obscura chama Grateful Dead que gravou uma música obscura chamada “Wharf Rat”. Então outra banda obscura, o Midnight Oil, fez um cover num disco obscuro de sobras de estúdio e b-sides.

Só que Midnight Oil mudou a letra e quando eu tentava achar, só achava a original do Grateful Dead. Diria que é uma busca um nível acima de complexidade, nos idos atuais que você acha o que quer na primeira página de resultados.

Qual a letra da música “Wharf Rat", na interpretação do Midnight Oil (não a do Grateful Dead)?

Gemini, Grok, Meta AI e Claude me deram a mesma resposta: O Midnight Oil nunca gravou “Wharf Rat”. As respostas tinham o mesmo teor dizendo que as bandas eram de estilos distintos, só variando a eloquência da resposta, a ponto de achar que elas compartilhavam a mesma base de dados.

CharGPT reconheceu a existência da música e me ofereceu a letra num site obscuro.

Tive que comer meu chapéu. 

Google está com os dias contados? 

Talvez por um buraco mais embaixo do que a simples concorrência com o ChatGPT.

Google virou o Google porque nos 2000, botou ordem numa web que sequer, era semântica. Era uma façanha o Googlebot indexar 5% das home pages e isso ser uma formidável base de dados de tudo.

E o acordo tácito era devolver aos bravos desenvolvedores de conteúdo, tráfico de interessados nas informações. Todo mundo feliz. 

Aí redes sociais aconteceram e tudo foi pelo ralo. De uma formidável base de informações a gente trocou por um conteúdo imbelicizante (Sério? Uma semana discutindo a mulher não ter cedido a janela no avião???) nos cercadinhos dos domínios de rede sociais.

Temos muita informação, poderosos computadores para indexá-las, mas conteúdo de menos. 

Agora, a troca tácita “Você me deixa indexar seu conteúdo que eu te devolvo em visitas” acabou: Chatbots indexam o conteúdo e o usuário pega o que precisa ali mesmo no domínio da AI, não rende a visita no domínio que foi publicado.

E o Google vai ser render a este formato em 2025.

Onde as AI vão se alimentar de dados, se redes sociais lotadas de informação enviesada prevalecem às home pages?

Guilherme Silva

unread,
Dec 12, 2024, 7:02:29 PM12/12/24
to ar...@googlegroups.com
Onde as AI vão se alimentar de dados, se redes sociais lotadas de informação enviesada prevalecem às home pages?

Eu tenho certeza que AIs estão sendo treinadas por dados escritos por AIs e sem supervisão humana.

Quando o chatgpt foi lançado, resolvi fazer um site de literatura. Busquei a lista dos 1000 livros mais vendidos na história, e fiz algumas perguntas básicas para a maquina: um resumo do livro, quem é o público alvo. Obviamente nunca me passou pela cabeça ler mais que uma dúzia de respostas, só pra ver se parecia fazer algum sentido.

Como eu sou um entusiasta de AI, o meu plano era fazer uma análise do perfil de cada um, e identificar similaridades - para sugerir outros livros ou para descobrir pessoas de mesmo interesse. Um link vomissionado da Amazon para comprar o livro seria uma forma de remuneração. 

Fato é que levei uns 2 dias para colocar isso de pé. E eu publiquei todos os resumos de livros, gerados por AI, em um site que nem lembro mais o nome - mas que tenho certeza que foi rastreado, indexado e hoje pode ser a fonte da verdade sobre algumas dessas obras. Tá tudo misturado.

Além disso, o LinkedIn hoje é uma rede social gerada por AI. Ou seja, nem as redes sociais realmente representam o pensamento humano.

Uma pequena volta: descobri que a Amazon me baniu de ter links comissionados. Não sei porque, nem quando, só descobri na hora de tentar ativar esses links. Tentei recorrer, mas nada de resposta exceto: você violou qualquer coisa. Sinceramente, não duvido que seja problema com algum homônimo meu; ter nome comum é uma bosta.

Mas concluindo... tudo isso é pra falar que o acesso às páginas web também são commodities. A grande vantagem de indexação que o Google sempre teve é facilmente (com dinheiro suficiente) copiada por concorrentes. E vamos ver no que vai dar.


Irapuan Martinez

unread,
Dec 18, 2024, 7:03:54 PM12/18/24
to ar...@googlegroups.com
On Thu, Dec 12, 2024 at 9:02 PM Guilherme Silva <guilherm...@gmail.com> wrote:
Eu tenho certeza que AIs estão sendo treinadas por dados escritos por AIs e sem supervisão humana.

Isto só é um problema temporário. LLMs são generativas. Ou seja, elas garantem a conversa, são frequentemente criativas, só não são factuais.

O que é fato é só um problema técnico a ser resolvido. Como se não tivesse 2 mil anos a questão ponciana "O que é a verdade", então a gente resolveria neste geração, usando apenas trecologia?

Harari mostra isto (Não lembro se no "Sapiens" ou no "Homo Deus"): Antigamente, morria-se aos 40 e poucos. Hoje, é um lamento sobre como é cedo quem morre antes do dobro deste tempo. Morte deixou de ser uma coisa inevitável para ser um problema técnico esperando a tecnologia se tornar avançada o suficiente para a suplantarmos.

Computador alimentando computador? Isto é basicamente para que a World Wide Web foi inventada. Não era pra ser acessada por humanos, mas por seus mordomos digitais.

 
Fato é que levei uns 2 dias para colocar isso de pé. E eu publiquei todos os resumos de livros, gerados por AI, em um site que nem lembro mais o nome - mas que tenho certeza que foi rastreado, indexado e hoje pode ser a fonte da verdade sobre algumas dessas obras. Tá tudo misturado.

Cara, foi uma tremenda ideia essa sua.

 
Além disso, o LinkedIn hoje é uma rede social gerada por AI. Ou seja, nem as redes sociais realmente representam o pensamento humano.

Antes disto, o Linkedin já não representava o comportamento humano. Aquele ambiente é tóxico de tão asseadinho. Todo mundo vai em treinamentos que acrescentam ou publicam fotos de reuniões que só são proativas. Aquela positividade toda não tem como ser saudável.

Tá, entendo que é produtivo você não se apresentar para o seu próximo patrão como um psicopata, por isto o conteúdo irrealmente positivo do Linkedin. Mas isto é como achar que a vida humana é o que se passa no Instagram.

Não tenho conta naquela espelunca, mas o Twitter já virou aquele tipo lixo, com vídeos mostrando gente se assustando ou tendo reações genuínas, como se elas não estivessem de frente a alguém segurando uma filmadora/celular.

 
Uma pequena volta: descobri que a Amazon me baniu de ter links comissionados. Não sei porque, nem quando, só descobri na hora de tentar ativar esses links. Tentei recorrer, mas nada de resposta exceto: você violou qualquer coisa. Sinceramente, não duvido que seja problema com algum homônimo meu; ter nome comum é uma bosta.

Um dude foi processado pelo Spotify: Criou milhares de contas falsas que ouviam as músicas que ele compunha — com ajuda de A.I. — para garfar a grana do tráfego do streaming.

E a gente só está engatinhando no uso de AI para se passar por humanos, cujo tráfego é a base de negócio de um monte de serviços hoje em dia. Como Adsense ou conteúdo em redes sociais.

 
Mas concluindo... tudo isso é pra falar que o acesso às páginas web também são commodities. A grande vantagem de indexação que o Google sempre teve é facilmente (com dinheiro suficiente) copiada por concorrentes. E vamos ver no que vai dar.

Microsoft tem esse dinheiro. Mas usuário do Bing é como cabelo de freira, a gente sabe que existe mas não vê.

OpenAI abriu o SearchGPT para todos os usuários. Vamos acompanhar se eles ganharão do Google.

Os resultados são impressionantes: Estava praticando o Inglaterrês e escrita criativa. Meti no ChatGPT com o prompt "correje aí pra mim, champs".

No meio do texto, eu coloquei um quote do Cory Doctorow, "The future is here, just is not socialized". O danado só não mandou dizendo que meu inglês era crap, como o quote correto era "The future is already here, it's just not evenly distributed".

Eu me impressiono toda vez, mas tem uma coisa que o OpenAI precisa comer muito feijão com arroz: Usabilidade.

Google Search está em cada barra de endereço. Pá pum. Chat/SearchGPT, tem que fazer login e é uma interface de texto de dar piedade. Só agora, eles resolveram colocar um agrupador ("projeto") para acumular prompts correlatas numa mesma "pasta".

Irapuan Martinez

unread,
Dec 19, 2024, 9:45:54 AM12/19/24
to Lista ArqHp
Todo mundo sabe que se o Lula bater com as 10, é a Janja assume, e o vice vai para a sua cadela Capacitor, digo, Resistência: 


Liberado para uso geral nesta segunda-feira (16), o SearchGPT, serviço de busca da OpenAI, também engana ao dizer que haveria eleições caso o presidente morresse após o terceiro ano de mandato. As ferramentas não se corrigem mesmo após o usuário apontar a informação errada.

Jornalismo de fofoca pelo menos se informa melhor que o de TI: LLMs não são factuais. Só parecem muito confiantes. 

Continua valendo a lição cética deste a Era do Bronze: Nada é verdade, até ser crivado. 

(O quote “The future is here; it just is not evenly distributed” não é do Cory Doctorow. É do William Gibson. O SearchGPT corrigiu o quote, mas deixou passar apenas o autor errado)

Guilherme Silva

unread,
Dec 19, 2024, 3:54:40 PM12/19/24
to ar...@googlegroups.com
Estou escrevendo de memória; E não sou factual. Mas pelo que lembro ter lido em um livro do Pondé, Nero não botou fogo em Roma.

O que aconteceu é que Nero estava em viagem quando soube do grande incêndio de Roma. Voltou correndo para tentar ajudar. Depois de apagado o incêndio, determinou que as casas fossem reconstruídas com afastamento mínimo entre elas. E uma geração depois de sua morte, os opositores políticos inventaram que ele havia colocado fogo propositalmente para justificar a reconstrução de acordo com seu próprio padrão.

Fake news não é novo, distinguir fato de ficção é praticamente impossível. Mas com tanta gente e empresas terceirizando decisões para LLMs e agentes autônomos, estamos arriscando a entrar em períodos ainda mais complicados. 

Isso sem nem falar da temida superação da nossa inteligência geral por uma máquina, a temida AGI. Imagine milhares de inteligências maiores que a nossa trocando informações de forma mais rápida e precisa que nós, estúpidos, fazemos em listas de discussões, livros e vídeos. 

Todas elas treinadas com base em informações que o ChatGPT alucinou.

Irapuan Martinez

unread,
Jan 10, 2025, 9:40:08 AMJan 10
to ar...@googlegroups.com
On Thu, Dec 12, 2024 at 9:02 PM Guilherme Silva <guilherm...@gmail.com> wrote:
Eu tenho certeza que AIs estão sendo treinadas por dados escritos por AIs e sem supervisão humana.


Elon Musk agrees that we’ve exhausted AI training data — (…) “We’ve now exhausted basically the cumulative sum of human knowledge … in AI training,” Musk said during a livestreamed conversation with Stagwell chairman Mark Penn on X late Wednesday. “That happened basically last year.”
(…) Indeed, Musk suggested that synthetic data — data generated by AI models themselves — is the path forward. “The only way to supplement [real-world data] is with synthetic data, where the AI creates [training data],” he said. “With synthetic data … [AI] will sort of grade itself and go through this process of self-learning.”

A gente pode ter a concepção que se passa por uma vigarice AI gerando conteúdo para AI, mas alguma hora iria acontecer dela consumir todo o conhecimento disponível e o próximo nível natural seria o que está sendo chamado de "dados sintéticos" — AI gerando conteúdo para AI.

A gente aprendeu que um xerox de um xerox cada vez mais fica menos nítido. Dados sintéticos vão perder sua nitidez, a factualidade?

Não é um problema novo, é exatamente o mesmo problema pilatiano "o que é a verdade". Já tínhamos este problema com as redes sociais, diferenciar o que é fato do que é feiquenius (nos tornamos tão moralmente covardes que paramos de chamar algo de "mentira" e inventamos um novo nome edulcorado) e foi exacerbado com AI, por causa das pessoas insistindo em pedir opinião para uma furadeira (é uma ferramenta e é feito para uma outra coisa).

Na hora que a humanidade aprender a ser cética, pronto, a gente mata um monte de coelhos com uma caixa d'água só: Tudo é mentira, não é pessoal eu chamar o que você está dizendo de mentira, vamos crivar os fatos e chegar no fundo da questão, você não deveria se apegar a uma coisa só porque ela reafirmar o que você acha.

Irapuan Martinez

unread,
Jan 10, 2025, 9:53:48 AMJan 10
to Lista ArqHp
Em qui., 19 de dez. de 2024, 17:54, Guilherme Silva <guilherm...@gmail.com> escreveu:
distinguir fato de ficção é praticamente impossível.

Fato é qualquer coisa apoiada por dados. Só aqui, os iluministas já estavam apontando o caminho, antes de sequer inventarem a válvula à vácuo. 

Pode haver, claro, questões em aberto. Vide o pessoal antiaborto sobre quando supostamente começa a vida. Mas duvido que questões assim somem mais do que 10% do conhecimento. Imensa maioria das questões que importam, basta a gente levar em conta o que já se é ensinado num segundo grau.


Mas com tanta gente e empresas terceirizando decisões para LLMs e agentes autônomos, estamos arriscando a entrar em períodos ainda mais complicados. 

É como o pessoal achar o apocalipse um carro autônomo causar um acidente. Como se humanos também não causassem. 

Eu fui duma geração cujo os professores me diziam que o Socialismo era o futuro do Capitalismo. E outras gerações após a minha também foram expostas a estas imprecisões.


Isso sem nem falar da temida superação da nossa inteligência geral por uma máquina, a temida AGI. Imagine milhares de inteligências maiores que a nossa trocando informações de forma mais rápida e precisa que nós, estúpidos, fazemos em listas de discussões, livros e vídeos. 

Um pedaço de papel retém uma informação melhor que minha memória. Nem por isso acho que o papel atingiu singularidade.

Não existe uma corrida entre A.I. e os macacos que riem. Porque para tanto, teríamos que estar falando em termos evolutivos. 

Uma galinha não bate um humano em inteligência (embora os Bolsonaros e a Janja evidenciem o contrário) mas isso não significa que estamos disputando com as galinhas, para ver quem vai exterminar o outro primeiro.

Do ponto de vista evolutivo, a galinha deu certo até agora. Tipo uns 98% de todos os seres que nasceram neste planeta, foram extintos, só na base da seleção natural, antes do ser humano sequer existir. 

E A.I. está aí, alheio à seleção natural. A.I. é só um martelo com uma impressionante pegada de carbono, não uma nova espécie.


Todas elas treinadas com base em informações que o ChatGPT alucinou.

Dia desses, pedi para o ChatGPT escolher entre o número 3 e 7. Ele pegou o 7. Pedi para ele me explicar porque escolheu o 7.

Ele disse que o 7 era o ideal para seguir uma dieta equilibrada, com constante exercícios, para atingir a meta de perda de peso.

Cuma? É que o chat anterior, como resolução de ano novo, pedi para ele criar um programa de corrida para eu deixar de parecer o Baco e começar a parecer o Adonis. Alucinou total quando pedi uma opinião pessoal para ele e teve que buscar em outro chat para sustentar a conversação.

Essa coisa não tem como suplantar a humanidade. Ela não tem vontade ou ambição. É um só um gravador com muitos minutos de fita e um sistema não-linear de play.

Guilherme Silva

unread,
Jan 11, 2025, 5:57:57 AMJan 11
to ar...@googlegroups.com
Na hora que a humanidade aprender a ser cética, pronto, a gente mata um monte de coelhos com uma caixa d'água só: Tudo é mentira, não é pessoal eu chamar o que você está dizendo de mentira, vamos crivar os fatos e chegar no fundo da questão, você não deveria se apegar a uma coisa só porque ela reafirmar o que você acha.

Pedir ceticismo para a humanidade é desejar algo que não vai acontecer. É como jogar na mega-sena: eu jogo, torço, discuto o que farei com o prêmio e, ao mesmo tempo, sei que a chance de ganhar é nula. E se eu faço isso...

O ceticismo em grande escala atinge ao menos três grandes crenças: crenças em religiões, crenças em governos e crenças em dinheiro. 

A crença no dinheiro, há quem possa entender que seja uma derivação da crença no estado, mas eu acredito que são coisas diferentes. bitcoin é um exemplo de moeda não estatal, mas mesmo quando a humanidade negociava pagando em sal a crença que o sal seria aceito no futuro era importante.

Em tempos de pandemia, até a ciência era uma crença. Pessoas que questionavam algumas crenças eram taxadas como não científicas. E eu não tô falando de pessoas comuns, estou falando de cientistas que, usando o método científico, questionavam a metodologia ou achados. 

Na minha cabeça, tenho o dr. Bret Weinstein como maior exemplo. Ele pode ter opiniões fortes, mas é um dos poucos esquerdistas que fazem sentido. E que levantava a voz contra a "verdade científica" que se estabeleceu.

Os métodos de controle de pandemias sempre serão políticos. Sempre, até em um apocalipse zumbi. O exemplo que explica essa visão é o trânsito de veículos: Ao pé da letra, a gente sabe que pessoas morrerão nas estradas em 2025. Poderíamos proibir o tráfego acima de 20 km/h e salvaríamos vidas. Mas é preciso fazer uma conta sobre a percepção de risco e a percepção de custo à sociedade, incluindo desabastecimentos e outros problemas.  E isso tem de ser decidido politicamente.

Seja lá qual for a solução, é melhor a gente não esperar por ceticismo. Teríamos pelo menos igrejas, governos e mercados financeiros contra.

Guilherme Silva

unread,
Jan 11, 2025, 7:15:02 AMJan 11
to ar...@googlegroups.com
Fato é qualquer coisa apoiada por dados. Só aqui, os iluministas já estavam apontando o caminho, antes de sequer inventarem a válvula à vácuo. 

Fatos tem tão pouca importância que arrisco a dizer que quase não importam frente à narrativa. 

Um fato, mesmo importante, sempre precisa de contexto. "Assinou um documento" pode ser um fato. Assinou sem ler, assinou e é analfabeto, assinou sob coerção... muda completamente o contexto sem alterar o fato. E essa narrativa é mais importante que o fato.

Há muitos anos, assisti algumas cadeiras do Jordan Peterson, inclusive a "maps of meaning". De tudo o que ficou, um dos pontos mais importantes é a necessidade de valores pessoais para entender o mundo; Para interpretar o significado das luzes que batem na retina, você precisa ter valores pessoais pré-existentes.

Porque até para saber o nível de análise e decidir se é ameaça ou não você precisa de pré-conceitos. Você não tem tempo de analisar se é uma mangueira ou uma cobra: primeiro você pula e se afasta, depois você pensa. E esse pré-conceito é um dos inatos, mas  precisamos de milhares deles na vida adulta funcional.

Um pedaço de papel retém uma informação melhor que minha memória. Nem por isso acho que o papel atingiu singularidade.

Mas não é essa a característica fundamental da AI. AI tem uma relação com Darwin: ela tem aleatoriedade, testes, e sobrevivência dos mais aptos.

Algoritmo genético é provavelmente o mais simples de treinar uma rede neural: atribue-se pesos aleatórios.  Testa. Modifica os melhores com pequenas alterações também aleatórias. Rinse & repeat. Em gerações, você tem uma rede neural treinada, otimizada para o problema.

E é essa a característica que assusta. Uma folha de papel não evolui. Todos os seres biológicos evoluem devagar. E a AI pode evoluir em uma taxa descomunal: gerações em milissegundos.


Não existe uma corrida entre A.I. e os macacos que riem. Porque para tanto, teríamos que estar falando em termos evolutivos. 

Exato. Estamos.


Todas elas treinadas com base em informações que o ChatGPT alucinou.

Essa coisa não tem como suplantar a humanidade. Ela não tem vontade ou ambição. É um só um gravador com muitos minutos de fita e um sistema não-linear de play.

A ferramenta é a que você usa, que te deram permissão para usar. E é apenas uma das capacidades.

O que tem me impressionado muito é o reconhecimento facial. Já é ubíquo. Na varanda do clube onde escrevo isso aqui, no meu celular, consigo enxergar 5 câmeras. E entrei usando reconhecimento facial. Ou seja, se eu fizesse algo que o clube não gostasse, seriam segundos até vincularem à minha pessoa.

Quando a gente pensa no desafio de IA, não é apenas os GPT. São GPTs fazendo software que opera enxames de câmeras. E tem acesso a meios de pagamentos (pagar em Bitcoin é trivial). 

E que evolui.

E que está sendo treinada para diversos fins. Talvez para determinar onde uma loja de perfumes pode dar mais lucro. Mas também para fins que só podem passar na cabeça de gente tão doente que faz o gordinho da melhor Coreia parecer são.


Irapuan Martinez

unread,
Jun 10, 2025, 5:38:21 PMJun 10
to ar...@googlegroups.com
https://mundodomarketing.com.br/morre-o-seo-nasce-o-geo-o-fim-da-homepage-como-conhecemos

(…) de acordo com um estudo da SparkToro, 58,5% das buscas no Google nos EUA são zero-click searches - ou buscas que não resultam mais em cliques. Ou seja: mais da metade das pessoas não acessam nenhum site, seja porque não encontraram o que procuravam e fizeram uma nova busca, ou porque o que elas precisam já foi entregue pela IA no topo da página de resultado.

O idiota que abriu esse thread bem que avisou. 

O SEO tradicional está perdendo relevância e nasceu o GEO (Generative Engine Optimization), com a necessidade de otimizar conteúdo para ser citado, interpretado e reaproveitado por modelos de linguagem como o ChatGPT, Perplexity ou Claude. Isso inclui clareza, contexto, fontes explícitas e estrutura lógica. Quem escreve só para humanos vai sumir desse novo banco de dados invisível.

O que não é novidade. A web era pra ser uma coisa de agentes digitais, não de humanos. Mas nos anos 90, a coisa mais inteligente que tínhamos eram humanos, então a gente caçou com este gato até agora.

O interessante é que o SEO forçou o pessoal usar mark up como deveria ser: A informação estruturada de forma semântica. O Googlebot virou um sucesso porque ignorava as tag <meta> para se concentrar neste conteúdo.

Hoje, claro, mark up semântico é mato, logo estamos prontos para os agentes digitais? Nem precisava: IA conseguiria ser inteligente o suficiente para contornar uma home page formatada igual ao nariz dos web designers. 
Reply all
Reply to author
Forward
0 new messages