Muito se tem falado Web 2.0 ao ponto de irritar pessoas que se cansam
de ouvir falar como a "buzzword" do momento, de que muito se fala e
pouco se esclarece.
AJAX e uma série de coisas usadas em sites ditos da Web 2.0 nada têem a
ver em si com o que é a Web 2.0, mas sim com sintomas que se podem
notar nesses sites.
Na verdade, Web 2.0 é um conceito que se refere aos sites que permitem o utilizadores participarem de forma relevante.
Por contraste os sites que se poderiam dizer da Web 1.0, são sites cuja
participação dos utilizadores de forma relevante está vedada ou está
restrita aos donos dos sites ou a um conjunto limitado de pessoas.
A confusão de se associar a Web 2.0 a AJAX tem a ver com a coincidência
dos termos se terem popularizado quase ao mesmo tempo. No entanto, o
termo Web 2.0 foi criado por Tim O'Reilly em 2003 e AJAX apenas em 2005.
De qualquer forma, os termos são posteriores ao inicio do uso dos
conceitos. Web 2.0 tem a ver com práticas muito antigas de sites de
sucesso como o próprio Slashdot, pai do Gildot.
O Slashdot desde há muito permitia aos utilizadores se tornarem
relevantes, não só propondo artigos, mas também participando na
moderação dos comentários, permitindo que através dum esforço colectivo
se mostrem apenas os comentários interessantes dentre as centenas que
por vezes surgem para um único artigo.
Hoje em dia, sites como o
Digg já
ultrapassaram a audiência do Slashdot. Não por concidência, o Digg
oferece mais possibilidades dos utilizadores se tornarem relevantes.
Por exemplo, permite que as pessoas proponham artigos e os comentem
antes destes conseguirem ser aprovados para aparecer nas páginas da
frente.
Em contraste com os sites da Web 2.0, a maior parte dos sites de
notícias dos meios de comunicação tradicionais (jornais, radio e
televisão), ainda vivem no passado, na tal Web 1.0.
Isso se deve em parte à mentalidade fechada das pessoas que gerem esses
meios. Esses meios eram obviamente unidireccionais (comunicação apenas
desses meios para o público). Talvez por isso essas as pessoas que
gerem esses meios têem dificuldade em admitir o uso das possibilidades
da Internet para comunicação bidirecional (de e para o público).
Se repararem, alguns sites, especialmente de jornais, ou não dão
possibilidade de comentar as notícias, ou quando o permitem parece que
estão a fazer um favor ao publico.
Curiosamenta são muitas vezes gestores desses jornais que se queixam em
perda de audiência dos jornais em papel. Acredito que uma coisa tem
pelo menos em parte a ver com a outra.
Ao mesmo tempo esses gestores choram e reclamam com o Google por causa
do Google News. Parece-me mais falta de competência para ganhar
dinheiro com a Internet e uma certa inveja do suce$$o do Google.
De qualquer forma, o intuito de se associar o termo Web 2.0, foi para
abrir os olhos dos donos de sites para o potencial de crescimento que
podem ter os sites que permitem os utilizadores participarem de forma
relevante, não só como consumidores, mas também como produtores de
conteúdo e serviços para as comunidades desses sites.
Para quem se interessa por este tópico, recomendo a leitura
deste artigo
em que foi explicado mais sobre Web 2.0 como um progresso em relação à
Web 1.0, e também propostas para evoluir para algo ainda melhor a que
se poderia chamar Web 3.0 .
Fonte:
http://www.gildot.org/article.pl?sid=06/06/12/2222237--
José Monteiro