Pantone e a convicção que existe almoço grátis

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Irapuan Martinez

ungelesen,
29.10.2022, 11:37:4129.10.22
an Lista ArqHp
Esta semana, usuários do Photoshop estavam lá, de boas, abrindo seus PSD quando depararam com um alerta:

O contrato com a Pantone foi pro vinagre e se seu PSD usou uma cor da escala, ela foi automagicamente mudada para… preto.


Claro, nos tempos que você paga pra streaming de música, você pode assinar pra ver… cores.

Já posso até ouvir o pequeno Karl Marx dentro de você gritando que “as cores pertencem ao proletariado!”.

Bão, precisa separar as coisas. Pantone não vende luz difratada em determinados espectros de frequência (todo mundo sabe que quem faz isto é o governo, que vai tributar… o Sol).

Pantone vende padronização. Aquele serviço prestado por agências de publicidade e diretores de arte, sob o nome de “identidade visual”. 

Não querer pagar por isso é como o lava-jato não quer pagar pela água, insumo para ganhar o faz-me-rir.

O estranho não é começarem a cobrar agora. É ter sido grátis por tanto tempo. Bom, grátis grátis, nunca foi né? Estava embutido no preço do Photoshop.

Semanas atrás, o pessoal com seus pequenos Karl Marxs estrilou com a Adobe comprando um serviço gratuito de colaboração, acusando capitalismo bad.

É o pessoal que não sacou, por exemplo, que futebol não é open source. O futebol tem dono e custa dinheiros, em forma de licenciamentos, apreciar o esporte bretão.

Mas a gente não vê este pessoal conclamando boicote ao futebola.

Guilherme Silva

ungelesen,
30.10.2022, 09:19:3630.10.22
an ar...@googlegroups.com
Pantone vende padronização. Aquele serviço prestado por agências de publicidade e diretores de arte, sob o nome de “identidade visual”. 

Só que aqui tem um paradigma interessante. Esse padrão tem valor, claro, mas só se é adotado por um número relevante de agentes.

E um dos fatores para que seja adotado é (a percepção) do custo benefício. Quando estava escondido, a percepção de custo era pequena. Quando a percepção desse custo aumenta, a tendência é que se procure loucamente por um padrão mais barato. E algum padrão hoje secundário se torne relevante.

Entendo que é um movimento que se faz uma vez só. Por um tempo algumas pessoas vão pagar por conta do legado, mas novos projetos/obras/imagens tendem a não usar esse padrão para evitar custos futuros. E a não-adoção de novos projetos é o fim do padrão no médio prazo.

Para mim, o interessante dessa história é que o custo em si pode ou não ter variado. Se estava embutido na assinatura e ninguém sabia, agora a opcionalidade tornou mais caro do ponto de vista do usuário. 

Interessante a história, por mais irrelevante para mim que seja padrão de cores, acho que é case de estratégia empresarial que vale a pena ser acompanhado. Sei que existe uma gama gigante de aplicação do padrão - se não me engano até as peças de máquinas agrícolas que fabrico tem algum tipo de espeficação Pantone nos desenhos técnicos - mas eu diria que a máquina de propaganda da Adobe pode impor um padrão muito rapidamente.
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