5G vai chegar tarde demais ao Brasil

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Irapuan Martinez

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Sep 27, 2021, 7:01:25 AM9/27/21
to Lista ArqHp
https://www1.folha.uol.com.br/colunas/ronaldolemos/2021/09/5g-vai-chegar-tarde-demais-ao-brasil.shtmlhttps://outline.com/NFEydL

Na última sexta-feira (24) a Anatel aprovou as regras para o edital do 5G no Brasil e marcou o leilão das frequências necessárias para o dia 4 de novembro. Parabéns! E que pena!

Parabéns porque essa é uma medida urgente para permitir que o país tenha chance de ser competitivo na economia do conhecimento. Que pena porque o 5G chegará ao Brasil tarde demais.

Seu cronograma de implantação começa em 2022, mas só terminará de chegar ao interior do país em 2028.

Detalhe: 2028 é o ano em que o mundo começará a implementar a tecnologia do 6G, que substituirá a atual. Em outras palavras, perdemos de novo o bonde da história.

O 5G começou em outros países em 2019. Quando o Brasil chegar ao clube, em 2022, as principais aplicações para a tecnologia já terão sido desenvolvidas. Com isso, nosso papel será, mais uma vez, de consumidores de inovações produzidas em outros lugares. Perdemos a oportunidade de sermos desenvolvedores de aplicações feitas localmente, que poderiam ser depois vendidas globalmente.

 Perder oportunidades é especialidade da casa. O colega Elio Gaspari escreveu há pouco artigo contando como os senadores da época do Império impediram em 1843 que o Brasil construísse estradas de ferro.

O Barão de Monte Santo, por exemplo, dizia: “Ainda não temos estradas, nem de barro, como queremos fazer uma de ferro? Para passar por ela o quê? Quatro bestas carregadas de carvão!!”.

Quando os historiadores do futuro olharem para o processo que levou ao atraso do 5G no Brasil vão ser capazes de encontrar diversos Barões.

Por exemplo: o país demorou por conta de uma preocupação de que o 5G pudesse interferir no sinal de TV das antenas parabólicas (o Barão de Monte Santo ficaria orgulhoso desse argumento).

Outra razão para o atraso foi a insistência em construir uma rede privativa do governo federal, separada da rede que será usada por pessoas “normais”. ​Dinheiro escasso jogado fora que poderia ser usado para acelerar o cronograma de implementação da tecnologia.

A utilidade dessa rede privativa é praticamente nenhuma. Seu uso será pequeno e vai ser a primeira a ficar obsoleta. O Tribunal de Contas da União tentou barrar essa irracionalidade política, mas foi vencido.

No século 19, os trilhos de ferro eram a infraestrutura do futuro. No presente, a conectividade é essa infraestrutura.

Além dela há outras, como a capacidade de fabricar microchips —habilidade da qual o país também está abrindo mão com a decisão recente de fechar a Ceitec (Centro Nacional de Tecnologia Avançada) em Porto Alegre (RS), única fábrica de semicondutores da América Latina.

Estudos mostram que fábricas de semicondutores são, de longe, a atividade econômica que mais gera impostos por metro quadrado no planeta. Um metro quadrado de uma fábrica de chips pode gerar até US$ 36 mil (R$ 192 mil) de impostos por ano. A mesma área aplicada ao varejo geraria, por exemplo, até US$ 6.000 (R$ 32 mil).

Para avançar, o país precisa vencer o derrotismo do Barão de Monte Santo. Precisa olhar muito além das estradas de barro.

Irapuan Martinez

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Sep 27, 2021, 1:46:54 PM9/27/21
to Lista ArqHp
On Mon, Sep 27, 2021 at 8:01 AM Irapuan Martinez <ira...@gmail.com> wrote:
Estudos mostram que fábricas de semicondutores são, de longe, a atividade econômica que mais gera impostos por metro quadrado no planeta. Um metro quadrado de uma fábrica de chips pode gerar até US$ 36 mil (R$ 192 mil) de impostos por ano. A mesma área aplicada ao varejo geraria, por exemplo, até US$ 6.000 (R$ 32 mil).

Iramóvel no quarto ano de uso. Em Janeiro passado fui levar na revisão e perguntei se o povo da concessionária não estava morrendo de vontade em tomar meu dinheiro no pior negócio que existe: Trocar um carro usado por um novo.

SEIS MESES de espera pelo zero quilômetro. A alegação deles: Apagão de chips por causa da suspensão de atividades na pandemia. Quando eu comprei o atual, minha esposa bem falou ao ver o painel: "Você não está comprando um carro, mas um tablet".

Olha, não seria o pior negócio do mundo o Brasil ter mais fábricas de microchips numa estiagem e agora, com uma demanda represada.

Mas o Brasil é Brasil por causa do orgulho em tomar decisões erradas. É mais esporte nacional que o Futebol. Eu costumo dizer que a eleição do Lula em 22 já está contratada. Este asfalto foi pavimentado em 2018, com a eleição da calamidade chamada Bolsonaro, um monstro de cinco cabeças e nenhum cérebro.

E o Lula, o que tem a ver com microchips? Foi no governo do ex-presidiário que o Brasil definiu seu padrão de TV digital. TV, lembram? É aquela coisa ligada em salas de espera. Sim, tipo Netflix, mas você não escolhe o que vai assistir e maratonar a temporada de uma série leva 22 semanas.

O Brasil podia escolher o padrão adotado em toda Europa ou o adotado em toda América do Norte. Escolheu um que era usado apenas no Japão. O governo Lula foi muito ruim em explicar porque ao invés de escolher modelos continentais consolidados, escolheu um adotado apenas em um único arquipélago. Mas ostentavam orgulhosos um item do contrato:

Os japoneses instalariam uma fábrica de microchips na Zona Franca de Manaus como contrapartida pela escolha do modelo deles.

"Que fábrica"? Exactly. 14 anos depois, ninguém assiste mais TV, a TV digital basicamente apenas mudou a proporção de 4:3 para 16:9, o conteúdo continuou sendo um papagaio de espuma (até este bater com as dez), o Lula voltará a ser nosso próximo presidente E NECAS da tal fábrica de microchip.

Bom, fazer o quê: O pessoal reclama do Bolsonaro não gosta de ciência e tecnologia, mas Lula não é diferente. Luiza Trajano foi escolhida uma das 100 pessoas mais influentes do mundo pela revista Time e o Lula """""escreveu"""""" um memorial. Lá, disse que "no mundo onde bilionários queimam bilhões em viagens espaciais, Trajano se dedicava a outro tipo de missão".

Sério. O presidente que mandou Marcos Pontes à ISS, ao custo de US$ 10 milhões de dinheiro público na época, estava apontando o dedo para quem faz isto com capital privado. 

Guilherme Silva

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Sep 27, 2021, 6:41:19 PM9/27/21
to ar...@googlegroups.com
A utilidade dessa rede privativa é praticamente nenhuma. Seu uso será pequeno e vai ser a primeira a ficar obsoleta. O Tribunal de Contas da União tentou barrar essa irracionalidade política, mas foi vencido.

Eu achei que tu era mais empreendedor que isso. Que outra forma você tem para segregar o tráfego de altos funcionários do governo para garantir que seja fácil e simples espioná-los?

Ainda mais que, se eles não tiverem rede própria, como eles vão achar que suas conversas são secretas e contar os planos?

Na rede pública das Teles fica tudo muito misturado, pode ter gente falando abobrinhas e você teria que separar o tráfego oficial da tia contando fofoca. 

Muito trabalho.

Irapuan Martinez

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Sep 27, 2021, 9:35:04 PM9/27/21
to Lista ArqHp
On Mon, Sep 27, 2021 at 7:41 PM Guilherme Silva <guilherm...@gmail.com> wrote:
Eu achei que tu era mais empreendedor que isso.

Eu só trouxe o peixe que me venderam. Não fui eu que o pesquei.

 
Na rede pública das Teles fica tudo muito misturado, pode ter gente falando abobrinhas e você teria que separar o tráfego oficial da tia contando fofoca. 

Na Bolsoera, aonde os altos comissionários dão provas de seus crimes em suas redes sociais públicas, está desempregando hackers e agentes secretos. Uma crise só.

Em todo caso, a ideia de uma rede privada apenas para o governo é ridícula e cartorial. Ou seja, adequadíssima a nossos políticos. Não implica em mais segurança — como você disse, muito mais mole sniffar uma frequência específica do que todo um tráfego. No meio da multidão, basta uma criptografia marota e não precisa de um espectro só para o politiburo acessar Zapizapi mais rápido.

Mas aqui é Brasil e o Brasil sempre aproveita as oportunidades para ser Brasil: Dilma, a segunda pior presidente que o país já teve, quis aumentar a segurança de TI dos barazelêros… Obrigando que os data centers fossem instalados dentro do território nacional.

Imagina o Google ou Facebook instalando um data center aqui e descobrindo que não consegue uma ligação com o backbone porque na área do depósito não tem portas de comunicação, o custo da energia elétrica para manter o equipamento e refrigerá-lo é inviável e entre Setembro e Dezembro, tem bandeira vermelha e apagões. Vai tentar contratar mão de obra e descobre que gente recém-formada precisa de reciclagem e que a qualquer momento, um deputado do PSOL vai tentar passar uma lei dizendo que a tecnologia está desempregando os carteiros e que as big techies que paguem para eles ficarem em casa.
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