Mandioca humana e o fim dos apps

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Irapuan Martinez

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Nov 14, 2023, 9:06:39 AM11/14/23
to Lista ArqHp
Então, a partir de hoje humanos poderão começar a comprar o Hu.Ma.ne AI Pin (Dilma manda lembranças):


O breguete promete apenas acabar com nossos onipresentes e imprescindíveis moleculares. Mas sem tela, é um broche à lá Star Trek Next Generation (com uma genial bateria destacável para segurá-lo na lapela) e a única interface gráfica é projetada na palma da sua mão. O resto são gestures e som. AI comendo solto.

No vídeo, eles destacam: Não se trata de um ecossistema. Não terá apps. Serviços online terão que comunicar com a AI na nuvem para providenciar as interações.

Em um dos 514 textos que começo a escrever na minha cabeça, estava um exercício de futurismo, onde daqui 3 a 5 anos, apps deixarão de existir. O celular então se limitaria a fazer interface com AI e demandaria as aplicações de acordo com sua necessidade.

Precisa pedir um táxi? Não precisaria instalar o Uber, a AI faz os sockets da vida e o táxi chega. Quer pedir comida? Só mete o prompt dizendo que você está com vontade duma macaxeira recheada de mandioca com cobertura de aipim, não precisa instalar e cadastrar iFood. Quer jogar Paciência? Só diz que está entediado e a AI, te conhecendo, reparte o baralho.

O pessoal invadiu meus sonhos e não é que providenciou exatamente esta plataforma?

O Humane Cassava lá vai pegar? Vamos abandonar os apps? Bom, primeiro que 90% dos apps não precisariam existir. Eles só são front end para HTTP. Um site bastaria. Mas sabe-se lá porque, ao invés de ter só um browser no celular, você tem 57 apps fazendo 57 coisas diferentes.

(Amazon, por exemplo, tem app. Mas só fecha compras pelo navegador, para o caso do Prime, Music e Kindle. Assim não precisa pagar comissão para o dono do ecossistema. Amazon não é qualquer player do mercado e ele já estão sacrificando apps)

Daí você lembra que Web sequer era pra humanos, era para agentes digitais. E AI faz muito bem este papel de mordomo virtual.

O Hu.Ma.Ne AI Pin é um device escorado apenas em serviço, não necessariamente em conteúdo. Vai ser um teste e tanto para a AI deixar de ser mera curiosidade, muleta pra redator preguiçoso ou golpe de emprego pelo Zapizapi. É uma mudigma de paradança, mas completamente em sintonia do que se esperava que a Web fosse um dia.

O que pesa a favor dos apps é que um ecossistema digital é um sistema econômico. Dinheiro circula quando apps são desenvolvidos, gerando interesse no mercado. E muita gente monopoliza nos apps o acesso a determinados serviços, retroalimentando a demanda artificial por apps.

Mas mesmo no Brasil, apps estão sendo ameaçados:

https://www.estadao.com.br/economia/campos-neto-app-bradesco-itau-open-finance/

‘Não vai mais ter app do Bradesco ou Itaú em até dois anos’, diz Campos Neto

Com Open Finance, você não é obrigado a usar o gerador de timeout app do Banco do Brasil para operar uma conta corrente nesta repartição. Hoje, já é possível você ver seu extrato de diversos bancos num mesmo app. Só não dá ainda pra fazer operações. Mas vai ser questão de tempo.

Claro, isto não é fim dos apps, mas é o fim do monopólio de uma categoria de apps que você era obrigado a usar por mesquinharia do serviço online. Se coisas como o Hu.Ma.Ne AI Pin vingarem, mais espaço para integração "appless" vai acontecer.

Trocaremos os apps por prompts.





Irapuan Martinez

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Nov 14, 2023, 9:11:34 AM11/14/23
to Lista ArqHp
On Tue, Nov 14, 2023 at 11:06 AM Irapuan Martinez <ira...@gmail.com> wrote:
Então, a partir de hoje humanos poderão começar a comprar o Hu.Ma.ne AI Pin (Dilma manda lembranças):

Humanos, eu disse? Brasileiros não.

Na primeira rodada de vendas, o breguete estará disponível apenas aos americanos dos Estados EUA Unidos do USA. Até porque, a conexão anunciada é pela T-Mobile. No vídeo não deixam claro se ele teria conexão por wi-fi (embora especifiquem que você poderá conectar qualquer fone bluetooth).

Imagina que louco o Brasil estar em vista de iniciativas tecnológicas. Aqui a gente está brigando porque um ilustrador usou AI para ilustrar um livro sobre… Vida artificial.

Irapuan Martinez

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Nov 14, 2023, 9:20:34 AM11/14/23
to Lista ArqHp
On Tue, Nov 14, 2023 at 11:11 AM Irapuan Martinez <ira...@gmail.com> wrote:
No vídeo não deixam claro se ele teria conexão por wi-fi (embora especifiquem que você poderá conectar qualquer fone bluetooth).

No lugar que eu menos esperava, especificam: Tem wi-fi.

A mão que contacta o muambeiro chega a coçar. Com wi-fi, daria para usar a Man.di.o.ca no Brasil — se eles não forem mesquinhos e não filtar o IP, né — e tem também suporte para eSim. Tecnotronicamente, nem precisaria da conexão com a T-Mobile, só meter o eSim de uma operadora barazelêra. Mas vai saber da negociação que pode implicar em fidelidade com a operadora americana e que viabiliza o preço do dispositivo.

Guilherme Silva

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Nov 15, 2023, 5:45:17 PM11/15/23
to ar...@googlegroups.com
Assim como o óculos de realidade virtual da Apple, que eu ainda não entendi... e não aposto... como dizem no condado, acho que não voa...esse aipim me parece mais um fad que não vai a lugar nenhum.

Acho que eu estou ficando cansado dessas tecnologias que prometem muito mas cujo uso é realmente difícil do pinto de vista tecnológico. É difícil sair com óculos feio por aí; mesmo o do Google, que não era tão feio nem tão invasivo, falhou.

Admito que balancei com a entrevista do Lex Fridman com o Zucka. Porque escutei horas suficientes para saber que o Lex não se sujaria e, pela reação dele, a tecnologia é claramente fantástica. Mas mesmo assim, ainda não aposto.

Só pra não dizerem que eu só aposto contra. Lembra do Bitcoin? Quando eu disse que um nobel dizendo que a bitcoin morreu era um sinal de compra, a bitcoin estava em 17.1 k USD. Hoje, 37,3k.

Irapuan Martinez

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Nov 16, 2023, 7:18:56 AM11/16/23
to Lista ArqHp
Em qua., 15 de nov. de 2023, 19:45, Guilherme Silva <guilherm...@gmail.com> escreveu:
Assim como o óculos de realidade virtual da Apple, que eu ainda não entendi... e não aposto... como dizem no condado, acho que não voa...esse aipim me parece mais um fad que não vai a lugar nenhum.

No “Belas Maldições” (primeira temporada da adaptação, não tem a passagem no livro), versa sobre todo mundo procurando por um livro, “As Belas e Precisas Profecias de Agnes Nutter, Bruxa”.

Um grupo nazista encomenda a Arizaphale o livro, mas ele diz que a obra desapareceu, restando apenas pequenos trechos obscuros. Um deles dizia “Não comprarás Betamax”.

Profecia impecável, mas inútil na década de 1940.

Soluções é a solução mais o tempo correto que ela é aplicada. O AI Pin é uma caixinha inovadora com soluções geniais e isto não basta para significar sucesso. Afinal, Betamax tinha qualidade superior, mas o VHS que entrou em sintonia com o mercado.

Talvez o AI Pin não pegue. Mas suas inovações podem mudar como interfaceamos com a AI.



Acho que eu estou ficando cansado dessas tecnologias que prometem muito mas cujo uso é realmente difícil do pinto de vista tecnológico. É difícil sair com óculos feio por aí; mesmo o do Google, que não era tão feio nem tão invasivo, falhou.

A derrocada dele foi exatamente por ser invasivo: Temia-se o seu uso para tirar fotos dentro de vestiários, por exemplo. Tá, nada impede que você não faça isto usando o celular, mas o Google Goggles era 100% "não estou dando bandeira que estou tirando uma foto".

Antes de chegar no mercado, estabelecimentos como cafés proibiram seu uso nas dependências (???).

O AI Pin entendeu isto e de cara, no vídeo, anuncia que ele não colhe informações passivamente (diferente dos apps da Meta que te ouve e mostra propaganda correlata) e tem um modo que ativa uma luz piscando informando que ele está offline.

Mas como disse dias atrás aqui, a tecnolgia de notícias Push dos anos 90 soou invasiva e deu errado. Hoje é largamente empregada.

Ter um assistente grudado ao corpo pode ter ainda sua redenção.


Admito que balancei com a entrevista do Lex Fridman com o Zucka. Porque escutei horas suficientes para saber que o Lex não se sujaria e, pela reação dele, a tecnologia é claramente fantástica. Mas mesmo assim, ainda não aposto.

Andaram amadurecendo as apresentações. As primeiras do Quest, Zuckerberg surge como um avatar de 20 anos atrás, do Second Life. Ninguém achou fofinho como os avatares do Nintendo Wii.

Hoje temos os PS5 com Unreal da vida, que quanto mais reais ficam, mais escorregam no Uncanny Valley. E os óculos, sem resolução ou fonte de energia decentes, tentando abrir espaço no meio disto.
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