Então, a partir de hoje humanos poderão começar a comprar o
Hu.Ma.ne AI Pin (Dilma manda lembranças):
O breguete promete apenas acabar com nossos onipresentes e imprescindíveis moleculares. Mas sem tela, é um broche à lá Star Trek Next Generation (com uma genial bateria destacável para segurá-lo na lapela) e a única interface gráfica é projetada na palma da sua mão. O resto são gestures e som. AI comendo solto.
No vídeo, eles destacam: Não se trata de um ecossistema. Não terá apps. Serviços online terão que comunicar com a AI na nuvem para providenciar as interações.
Em um dos 514 textos que começo a escrever na minha cabeça, estava um exercício de futurismo, onde daqui 3 a 5 anos, apps deixarão de existir. O celular então se limitaria a fazer interface com AI e demandaria as aplicações de acordo com sua necessidade.
Precisa pedir um táxi? Não precisaria instalar o Uber, a AI faz os sockets da vida e o táxi chega. Quer pedir comida? Só mete o prompt dizendo que você está com vontade duma macaxeira recheada de mandioca com cobertura de aipim, não precisa instalar e cadastrar iFood. Quer jogar Paciência? Só diz que está entediado e a AI, te conhecendo, reparte o baralho.
O pessoal invadiu meus sonhos e não é que providenciou exatamente esta plataforma?
O Humane Cassava lá vai pegar? Vamos abandonar os apps? Bom, primeiro que 90% dos apps não precisariam existir. Eles só são front end para HTTP. Um site bastaria. Mas sabe-se lá porque, ao invés de ter só um browser no celular, você tem 57 apps fazendo 57 coisas diferentes.
(Amazon, por exemplo, tem app. Mas só fecha compras pelo navegador, para o caso do Prime, Music e Kindle. Assim não precisa pagar comissão para o dono do ecossistema. Amazon não é qualquer player do mercado e ele já estão sacrificando apps)
Daí você lembra que Web sequer era pra humanos, era para agentes digitais. E AI faz muito bem este papel de mordomo virtual.
O
Hu.Ma.Ne AI Pin é um device escorado apenas em serviço, não necessariamente em conteúdo. Vai ser um teste e tanto para a AI deixar de ser mera curiosidade, muleta pra redator preguiçoso ou golpe de emprego pelo Zapizapi. É uma mudigma de paradança, mas completamente em sintonia do que se esperava que a Web fosse um dia.
O que pesa a favor dos apps é que um ecossistema digital é um sistema econômico. Dinheiro circula quando apps são desenvolvidos, gerando interesse no mercado. E muita gente monopoliza nos apps o acesso a determinados serviços, retroalimentando a demanda artificial por apps.
Mas mesmo no Brasil, apps estão sendo ameaçados:
Com Open Finance, você não é obrigado a usar o gerador de timeout app do Banco do Brasil para operar uma conta corrente nesta repartição. Hoje, já é possível você ver seu extrato de diversos bancos num mesmo app. Só não dá ainda pra fazer operações. Mas vai ser questão de tempo.
Claro, isto não é fim dos apps, mas é o fim do monopólio de uma categoria de apps que você era obrigado a usar por mesquinharia do serviço online. Se coisas como o
Hu.Ma.Ne AI Pin vingarem, mais espaço para integração "appless" vai acontecer.
Trocaremos os apps por prompts.