Então, é essa a sensação

[Irapuan Martinez]

No ano de dois mil e vinte e três de nosso senhor, o Ira está baixando o Adobe Illustrator.

Registrado.

Tô com um display bandeira pra desenhar aqui na mesa e meio que precisei voltar a minha reencadernação passada como desenhadô. Tentei usar o que tinha em mãos (Free ou nativo do sistema operacional), mas seria o triplo de tempo só para aprender a usar a ferramenta e ficar trombado com suas limitações.

124 pilas por mês, posso me dar ao luxo de usar uma ferramenta que meus dedos lembram dos atalhos. Se para uso eventual estou achando bom negócio, imagina se fosse o meu ganha pão.

Bem verdade, assinei 30 dias grátis, a coisa pode simplesmente sair de graça se decidir que não vou usar Photoshop & cia. Estou quase perdoando a Adobe ter comprado a Macromedia.

Então é assim que a gente acaba com a piratagem, marujo: Tornando acessível. É muito mais fácil você pagar 20 mangos para um streaming do que carregar 7gb de MP3. 

Não se combatia com campanhas antipirataria. Estas pareciam com os filmes do Jack Sparrow: Faziam você torcer pelos piratas.

Agora vou terminar o serviço mais cedo e poderei tomar uma garrafa de rum.

[Irapuan Martinez]

On Fri, Jun 2, 2023 at 11:49 AM Irapuan Martinez <ira...@gmail.com> wrote:

Não se combatia com campanhas antipirataria. Estas pareciam com os filmes do Jack Sparrow: Faziam você torcer pelos piratas.

Na verdade, o pessoal descobriu que campanhas antipirataria fazia o pessoal… Piratear mais:

https://www.dailymail.co.uk/sciencetech/article-11076129/Anti-piracy-ad-claimed-wouldnt-steal-car-people-pirate-study-reveals.html

Eu sempre disse que se pirataria prejudicasse os autores, meu HD estaria repleto de música sertaneja.

Pra piorar, uma campanha gringa antipirataria usava… Uma música sem pagar os direitos autorais ao autor: 

https://www.theransomnote.com/music/news/antipiracy-advert-music-was-stolen

[Mauricio Fagundes]

Estou quase perdoando a Adobe ter comprado a Macromedia.

Se tivesse usado o FreeHand, não perdoaria nunca. Eu não perdoo.

Mauricio Fagundes

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[Irapuan Martinez]

On Fri, Jun 2, 2023 at 2:00 PM Mauricio Fagundes <mauricio...@gmail.com> wrote:

Estou quase perdoando a Adobe ter comprado a Macromedia.

Se tivesse usado o FreeHand, não perdoaria nunca. Eu não perdoo.

Eu era do CorelDRAW!, Adobe nunca considerou a empresa canadense ameaça suficiente para comprá-la.

Iria reclamar também do único editor de fontes que existiu por quase todos os anos 90-00, o Fontographer, mas eis que descubro que ele ainda existe:

https://www.fontlab.com/font-editor/fontographer/

Como assim era o único? Pelo que me lembre, se existiu outros softwares, eram bem menos cotados e insipientes. E como as pessoas faziam fontes? Bão, todos os editores vetoriais exportavam o formato. Dava um trabalho monstro e 98% das fontes deste período, eram trabalho inacabado.

Aparentemente, o Fontographer não entrou no acordo com a Adobe e a Macromedia passou para outra empresa. 

[Mauricio Fagundes]

Bão, todos os editores vetoriais exportavam o formato. Dava um trabalho monstro e 98% das fontes deste período, eram trabalho inacabado.

O que existia de fonte sem acentuação era inacreditável. Até que eu aprendi a checar todos os caracteres especiais, principalmente a cedilha e o til. Mas não podia ser só o til, tinha que ser o "ã", que só existe no português.

Mauricio Fagundes

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[Irapuan Martinez]

On Fri, Jun 2, 2023, 15:05 Mauricio Fagundes <mauricio...@gmail.com> wrote:

O que existia de fonte sem acentuação era inacreditável. Até que eu aprendi a checar todos os caracteres especiais, principalmente a cedilha e o til. Mas não podia ser só o til, tinha que ser o "ã", que só existe no português.

Títulos e logos, pobrêma nenhum não ter os acentos latinos, a gente fabricava. Embora se não tivesse especificamente o “ã”, você só editar um “~” em cima do “a”.

Trivialmente, a preguiça do tipografista era só para os caracteres latinos, mas se o caracter estivesse no teclado, ele lembrava de por. Se não fosse o caso, então você buscava o sinal em outra typeface.

Era lindo, ninguém usava EPS, você mandava o arquivo para impressão e todas os arquivos de fontes juntos. Esqueceu a fonte do “til”? O motoboy (lembrem-se, era um período sem internet) tinha que fazer mais uma viagem.

A alternativa, claro, era converter o texto em curvas. Não precisa mais enviar mais o TTF junto! Mas se precisasse editar o texto… Pode esquecer. Ou você salvou uma cópia com texto editável (hint: Ninguém fazia isto) ou tinha que refazer a arte.

Texto corrido? Times New Roman. Tinha todos caracteres (imagina colocar cada acento numa lauda inteira). E você precisaria ser de outro planeta para o seu computador não ter esta fonte instalada.

[Mauricio Fagundes]

Era lindo, ninguém usava EPS, você mandava o arquivo para impressão e todas os arquivos de fontes juntos.

Eu fechava tudo e nem era EPS, era o PS mesmo! Tudo bonitinho, com fontes, imagens, etc. Era só colocar no RIP e pronto. Depois veio o PDF, que fechava via Acrobat Distiller. E ainda cheguei a usar cartuchos SyQuest (era esse mesmo o nome?).

O povo dos bureaus achava que eu era um marciano.

Mauricio Fagundes

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[Irapuan Martinez]

On Fri, Jun 2, 2023, 15:25 Mauricio Fagundes <mauricio...@gmail.com> wrote:

E ainda cheguei a usar cartuchos SyQuest (era esse mesmo o nome?).

Você vivia no futuro. Eu usava disquete e se a parada fosse maior do que 1,4 megabytes, só restava uma saída:

ARJ em vários volumes. Setava cada volume para só 1,2mb, porque vai que o disquete tinha algum setor defeituoso.

(Se fosse BASF, 50% da caixa vinha com defeito).

ARJ, bicho. Sem interface visual, tudo comando de linha. Se alguém vier dizer que é root por usar RAR, o chame de fraco. 

=x=

O diacho? O perfil do WinRAR no Twitter é tão divertido que você chega a considerar em registrar a cópia:

https://twitter.com/WinRAR_RARLAB

A empresa assimilou a piada que ninguém paga pelo shareware. E não é de hoje que fazem piada com isso:

https://youtu.be/lX_pF03vCSU

WinRAR merece um pouco de amor. Tive uma certa dificuldade pra achar este vídeo. Quando você joga “Winrar” no YouTube, todos os links são ensinando a contornar o registro*.

E esta semana, Windows prometeu suporte nativo para o formato.

* Originalmente eu usei o termo técnico (que começa com “C”) e o Google Groups bloqueou minha mensagem. Não ajuda eu colocar o nome de ferramenta popular, falar sobre registro e usar o nome feio.

[Mauricio Fagundes]

ARJ, bicho. Sem interface visual, tudo comando de linha. Se alguém vier dizer que é root por usar RAR, o chame de fraco.

Eu pulei essa parte pra ninguém achar que estou perto de tirar meu cartão de estacionamento para vagas de idosos.

Mas já cheguei a imprimir arte-final com impressora laser e marcar cada foto, colocando máscara (de papel) para fazer fotolito. Cartucho SyQuest já era um avanço tecnológico que eu comemorei.

Mauricio Fagundes

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[Irapuan Martinez]

On Fri, Jun 2, 2023, 20:26 Mauricio Fagundes <mauricio...@gmail.com> wrote:

Eu pulei essa parte pra ninguém achar que estou perto de tirar meu cartão de estacionamento para vagas de idosos.

Considerando minha sorte, quando chegar minha vez de ter vaga, a expansão da expectativa de sobrevida subiu a régua e lá vou ter que estacionar o Iramóvel tão longe que tenho que pegar um Uber pra chegar no lugar.

Beeeeem verdade, quando estiver chegando lá, você descerá do carro e ele que se vire pra estacionar sozinho.

Estamos perto. Não no que depender do programa de transferência de renda dos pobres para as montadoras, digo, o carro popular do Bolsonaro vermelho. Se este carro vier com forro para proteger seu pé, considere com sorte.

Mas já cheguei a imprimir arte-final com impressora laser e marcar cada foto, colocando máscara (de papel) para fazer fotolito. Cartucho SyQuest já era um avanço tecnológico que eu comemorei.

Dois. Não usei estes cartuchos, mas a qualidade de vida subiu um pouco quando surgiu o Zipdrive.

Imagina coseguir colocar 100 FODENDO MEGAS numa mídia magnética? Era tipo viver nos anos 2023.