Fwd: A Evolução Retrógrada do Real Digital

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Antonio Jozzolino

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Dec 10, 2022, 1:10:16 PM12/10/22
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Pioneiro na inovação das versões digitais do dinheiro, o Real Digital é uma solução em busca de um problema.  ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌
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A Evolução Retrógrada do Real Digital

Pioneiro na inovação das versões digitais do dinheiro, o Real Digital é uma solução em busca de um problema.

Dec 10
 
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Chega a ser inexplicável como um assunto tão importante como a implantação Real Digital no Brasil até hoje não sofreu nenhum escrutínio sério da opinião pública. Não deveria ser assim. O tema pode até ser técnico, mas, se realmente vingar, vai trazer consequências profundas na relação entre governos, empresas e cidadãos. Como transforma completamente a natureza do nosso dinheiro, a formulação Real Digital não deveria ficar restrita a simples canetadas de burocratas do Banco Central. Precisaríamos antes discutir se o Real Digital é afinal uma boa ideia.

Talvez para tapar este buraco no debate público e nos trazer mais detalhes sobre o projeto, Fernando Haddad e Roberto Campos Neto discutiram em um evento recente da Febraban quais os planos do Banco Central e do governo Lula sobre o Real Digital. Infelizmente, foi uma oportunidade perdida.

Fernando Haddad falou só aquele rame-rame sem qualquer substância. Roberto Campos Neto fez um apanhado geral do que o Banco Central fez nos últimos anos, falando muito do PIX, mas infelizmente não deu muitas detalhes do que virá. A impressão que passa é que parecem muito apressados, mas não conseguem explicar claramente quais seriam as vantagens concretas do Real Digital para o cidadão brasileiro.

Os Estados Unidos, por exemplo, estão mais "atrasados" no Dólar Digital. E por um bom motivo. Há inclusive uma proposta de lei do congressista Tom Emmer para proibir a emissão do Dólar Digital aos cidadão americanos. Lá se tem a percepção pública de que as tais CBDCs (Central Bank Digital Currencies) são extremamente perigosas pois podem acabar de vez com a propriedade do cidadão sobre seu próprio dinheiro. Sem falar no risco existencial dos próprios bancos comerciais privados, na medida em que uma moeda emitida e controlada pelo Federal Reserve o transformaria em um super órgão tecnocrático, dominando completamente a atividade econômica.

Muitos de fato perceberam que para além do oba-oba da “evolução tecnológica” há muitas questões ainda não bem respondidas. Pelo que foi exposto na Febraban, na prática, o Banco Central poderia até "regredir" e voltar a exercer o papel que o Banco do Brasil exercia até 1964, antes da SUMOC, substituindo ou até extinguindo parte do mercado e das funções que os bancos comerciais exercem hoje.

À certa altura do debate, Campos Neto disse: “O CBDC nada mais é do que um token emitido pelo Banco Central em cima do depósito". Certo, mas o que isso significa exatamente?  O valor do depósito vai ficar duplicado? Se eu fizer um depósito de 100 vou receber tokens de 100 Reais Digitais, como se fosse uma compra e venda de um tokens? Quais os poderes que bancos privados, os usuários e o Banco Central terão sobre esses tokens de Real digital?

Não faz muito sentido que seja só isso a tal da “tokenização do dinheiro”, uma mera representação nova da mesma coisa. Se a finalidade última é acabar de vez com a circulação do dinheiro em espécie, como propõem alguns projetos de lei em tramitação no Congresso, e que o lucro da senhoriagem digital um monopólio completo do governo, com todos os riscos hiperinflacionários que isto poderia gerar, isso deveria ser dito explicitamente. Se o Banco Central pode criar ou apagar tokens com o apertar de um botão nas carteiras digitais de todos os cidadãos brasileiros, a alegada revolução digital não passaria de uma tentativa de acabar com a natureza do dinheiro como conhecemos para transformá-lo numa ferramenta de microgerenciamento da atividade econômica, ainda mais com o possível de cruzamento de informações com as big techs.

Outra questão não respondida é como ficará a política monetária. A depender da forma como o protocolo do Real Digital será desenhado, ele poderá acabar com a intermediação bancária como existe hoje. Se simplesmente todos os depósitos viram tokens do Banco Central, será necessário disciplinar claramente as operações em mercado aberto que o Banco Central executa para controlar a taxa de juros do mercado interbancário - que, por sua vez, está atrelado aos depósitos que os próprios bancos mantém. O Bacen faz isso hoje  com os títulos públicos que ele detém e que são utilizados somente com essa finalidade. Com a desintermediação causada pelos tokens, o Banco Central poderia virtualmente fazer isso diretamente aumentando ou diminuindo a quantidade de tokens que só em teoria estariam com os bancos.

            Todas essas questões nos levam a uma conclusão simples e talvez óbvia, mas que nem sempre é dita: nem toda mudança tecnológica é boa só porque é nova. Quando no século XX o mundo saiu do padrão-ouro para a moeda fiduciária que temos hoje, passamos viver um grande declínio civilizacional com a ausência de uma moeda forte. O bom dinheiro deve ser escasso, divisível, transportável, fácil de verificar e fácil de transacionar. Ele deve ser bom para guardar valor no espaço e no tempo. Mas, pelo que já foi apresentado pelos burocratas do Banco Central, o Real Digital não será nada disso.

 
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Irapuan Martinez

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Dec 11, 2022, 6:02:40 PM12/11/22
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Em sáb., 10 de dez. de 2022 15:10, Antonio Jozzolino <ant...@jozzolino.com.br> escreveu:

o Real Digital é uma solução em busca de um problema.


Esta expressão anda aparecendo com frequência.


Chega a ser inexplicável como um assunto tão importante como a implantação Real Digital no Brasil até hoje não sofreu nenhum escrutínio sério da opinião pública.


Sim, claro, o modelo plebiscitário é uma panaceia, vox populi coisa e tal.

Todo antigovenista sempre invoca a soberania do populacho, como se eles soubesses muito sobre tudo — mas quando vamos ver, na hora que junta humanos, as respostas tendem ao seu nível mais baixo.

O Bolsonarismo não é antigovenista, mas antipolítico — mas o governo fica de qualquer forma, dentro da política. E estamos saindo de 4 anos deles azucrinando que “supremo é o povo”. Ou sejam, invocam a burrice das multidões para se legitimar.



Precisaríamos antes discutir se o Real Digital é afinal uma boa ideia.


“(…) A soma de todo o dinheiro do mundo é de cerca de 60 trilhões de dólares, mas a soma total de moedas e cédulas é de menos de 6 trilhões de dólares. Mais de 90% de todo o dinheiro - mais de 50 trilhões de dólares que aparecem em nossas contas existem apenas em servidores de computador.” (Harari, Yuval: Sapiens).

Chegou tarde a discussão: Dinheiro já é digital. Não existe em espécie, é apenas bits dentro de computadores.


Talvez para tapar este buraco no debate público e nos trazer mais detalhes sobre o projeto, Fernando Haddad e Roberto Campos Neto discutiram em um evento recente da Febraban quais os planos do Banco Central e do governo Lula sobre o Real Digital. Infelizmente, foi uma oportunidade perdida.


A situação é apenas essa: O Brasil elegeu um presidente sem proposta econômica ou definindo quem cuidaria da pasta.

Sabe aquela ideia ingênua de se analisar as propostas de cada candidato, pesar e escolher em quem votar? Candidato no Brasil nem se dá ao trabalho. Plano de governo é um papel que articulista oposicionista lê pra falar mal. El pueblo se lixa. Povo, aquele que deveria opinar no Real Digital.

Então, Lula foi eleito sem sequer dizer a linha básica de sua conduta econômica (exceto bravatas sociais). Ele não iria se ocupar em falar sobre tokenizações e afins (Amoedo bem que tentou em 2018 e sequer partido político, hoje ele tem mais).


 Lá se tem a percepção pública de que as tais CBDCs (Central Bank Digital Currencies) são extremamente perigosas pois podem acabar de vez com a propriedade do cidadão sobre seu próprio dinheiro.


Psiu, não olhe agora: O dinheiro nunca foi seu. Curso legal pertence à nação.

O que acontece é que nos dispomos a usá-lo como cômoda reserva fracionável de valor. Eu poderia muito bem receber gado ou sal como salário e escambar por azeite e linho. Mas dinheiro é duma conveniência tão monstruosa que as leis que nos obrigam a usar moedas de curso legal são redundantes.

O que o pessoal está de fato preocupado é com o poder extra que governos terão com CBCDs. China, por exemplo, determina prazo de validade para o Yen digital. Se cair uma moedinha digital na dobra do sofá, perde validade. Tem que circular.

Ou a camada extra de informações sobre compra e venda, aumente a fome do leão do imposto de renda.

Novamente, a conveniência dita a prática: Cartões de crédito abre tão miseravelmente suas informações privadas que as operadoras se sentiram um pouco culpada e te devolvem parte do dinheiro (as milhagens).

E sonegar informações não reduz imposto. O que reduz imposto é reforma tributária. 

E alguma responsabilidade fiscal.


À certa altura do debate, Campos Neto disse: “O CBDC nada mais é do que um token emitido pelo Banco Central em cima do depósito". Certo, mas o que isso significa exatamente? 


Eu sou um cavalheiro cruzado em missão. Não é uma boa ideia carregar todo o ouro comigo na viagem de Paris até Constantinopla, e mais os gastos do retorno.

Então, eu pego todo o ouro da viagem e deposito num ouvires, que me emite um certificado de depósito. Quando eu chego ali em Roma ou Atenas, apresento este certificado para retirar algum ouro e comprar umas lembrancinhas para minha lady.

As pessoas esquecem que dinheiro é um pedaço de papel. Ele não tem valor. Ele é apenas um certificado que você depositou o equivalente àquilo numa instituição. E a crença (“fidelis”, de onde vem o termo “fiduciário”) é tão forte que mesmo quem nunca chegou perto de uma destas intuições, acredita no valor daquele papel.


Não faz muito sentido que seja só isso a tal da “tokenização do dinheiro”, uma mera representação nova da mesma coisa.


Pra quê PIX, se a gente tinha TED?

Claro que dá pra embutir facilidades. O Real Digital pode dispensar o uso de bancos comerciais.

Num país de desbacarizados, isto faz diferença. Bancarizar os desbacarizados pode não ser uma solução.

Ser bancarizado tem suas vantagens quando você tem um fluxo regular de dinheiro. Mas no geral, bancos esfolam o pobre coitado quanto menor é este fluxo. E gente devendo ao banco, viram proscritos: Não podem abrir contas em outros bancos e se cair dinheiro na conta do banco no qual se deve, o banco retém.

Se a pessoa consegue receber e pagar fora da rede bancária, tem chances até de pagar a dívida com o banco, ao invés deste enforcar sua atividade econômica.


com todos os riscos hiperinflacionários que isto poderia gerar,


Depois do fim do padrão ouro, agora é tarde. Inflação é decorrência da invenção do dinheiro em espécie. A gente pode sacrificar a ideia por causa desta adversidade, mas teremos que abrir mão de todas suas vantagens.

Mesmo o Brasil — Brasil, minha gente — conseguiu domar a inflação.


isso deveria ser dito explicitamente. Se o Banco Central pode criar ou apagar tokens com o apertar de um botão nas carteiras digitais de todos os cidadãos brasileiros, a alegada revolução digital não passaria de uma tentativa de acabar com a natureza do dinheiro como conhecemos para transformá-lo numa ferramenta de microgerenciamento da atividade econômica, ainda mais com o possível de cruzamento de informações com as big techs.


Tem um motivo para, quando a gente sai da Argentina, queima ou converte todos os Pesos mas se sai dos EUA ou UE, guarda os Dólares ou Euros que sobraram para a próxima viagem dali alguns anos:

Estes dois últimos são países estáveis e economicamente previsíveis. 

Eles sabem que custa fazer coisas estapafúrdias como apagar o dinheiro da carteira de pessoas. Há um incentivo para este tipo de coisa não acontecer.


utra questão não respondida é como ficará a política monetária. A depender da forma como o protocolo do Real Digital será desenhado, ele poderá acabar com a intermediação bancária como existe hoje. Se simplesmente todos os depósitos viram tokens do Banco Central, será necessário disciplinar claramente as operações em mercado aberto que o Banco Central executa para controlar a taxa de juros do mercado interbancário - que, por sua vez, está atrelado aos depósitos que os próprios bancos mantém. O Bacen faz isso hoje  com os títulos públicos que ele detém e que são utilizados somente com essa finalidade. Com a desintermediação causada pelos tokens, o Banco Central poderia virtualmente fazer isso diretamente aumentando ou diminuindo a quantidade de tokens que só em teoria estariam com os bancos.


Muito se questinou se PIX, uma transação gratuita de pessoa física para pessoa física, não iria canibalizar a fonte de renda dos bancos com DOCs e TEDs.

Bacen fez de modo preservar a atividade bancária. Porque este é seu papel principal, enquanto muito gente só se preocupa com lobby da FEBRABAN ou gerar inflação.



Quando no século XX o mundo saiu do padrão-ouro para a moeda fiduciária que temos hoje, passamos viver um grande declínio civilizacional com a ausência de uma moeda forte.


Sim, claro. Apenas erradicamos a varíola, pisamos na Lua e chegamos 8 bilhões de habitantes (decrescendo a quantidade de famintos e miseráveis). Graaaaande declínio.



O bom dinheiro deve ser escasso, divisível, transportável, fácil de verificar e fácil de transacionar. Ele deve ser bom para guardar valor no espaço e no tempo. Mas, pelo que já foi apresentado pelos burocratas do Banco Central, o Real Digital não será nada disso.


As pessoas podem sempre optar a carregar ouro entre Paris e Constantinopla, porque um bacen de alguma república de bananas inflacionou sua moeda.



Guilherme Silva

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Dec 11, 2022, 7:21:00 PM12/11/22
to ar...@googlegroups.com
Pra quê PIX, se a gente tinha TED?

Na primeira análise, pix parece ser apenas um TED. Mas na realidade - e acho que aprendi com um link de um artigo que foi colocado nessa lista aqui - o pix é um arcabouço muito maior. Se me lembro bem, o PIX é um protocolo de comunicação interbancário.

Mas a mudança principal é referente ao -estou falando de memória - inciamento de pagamento. No pacote, diversas fintechs se equiparam a bancos, pois passaram a pode emitir (e receber) pagamentos para outras instituições financeiras que não são bancos.

Então a revolução do pix é menos a transferência entre bancos - que o TED fazia - e mais a transferência imediata possível entre fintechs (e bancos). 

A diferença que o pix fez não é o pix. É a bancarização da população pela concorrência das fintechs aos bancões. O pix é só a parte visível do iceberg.

Nada que um governo de "campeões nacionais" não possa desfazer, para voltarmos a não ter concorrência na área. Claro, em nome do bem da população.

Irapuan Martinez

unread,
Dec 14, 2022, 7:23:36 PM12/14/22
to ar...@googlegroups.com
On Sun, Dec 11, 2022 at 9:21 PM Guilherme Silva <guilherm...@gmail.com> wrote:
Então a revolução do pix é menos a transferência entre bancos - que o TED fazia - e mais a transferência imediata possível entre fintechs (e bancos). 

A história dos pagamentos é a marcha para reduzir a fricção. Dependendo do banco e da negociação, você paga ali uns R$ 9 por TED que faz. Então, quando você manda o TED de R$ 100, sua conta é debitada em R$ 109. Estes 9 mangos é atrito, fricção.

Assim como o cartão de crédito: Se o comerciante vende R$ 100 em mariola, recebe ali seus R$ 96,50, em 30 dias. Os R$ 3,5 plus 30 dias (time is money), é atrito.

Entendo PIX como mais um passo para reduzir a fricção. Todo mundo ficou careca de saber que a CPMF (outro atrito) afetava os mais pobres. Com o PIX, sem atrito, abre-se oportunidade para bancarizar este pessoal mas sem contudo, limar seus parcos saldos.

Adicionar fintechs é positivo pois amplia a concorrência. Não acho que era a ideia do Bacen, mas sim esta marcha contra o atrito.

 
Nada que um governo de "campeões nacionais" não possa desfazer, para voltarmos a não ter concorrência na área. Claro, em nome do bem da população.

A gente piscou e o novo governo defensor da Democracia já mandou rodar a Lei das Estatais, APENAS para acomodar uns dos piores quadros econômicos do partidão. 

O cara nem tomou posse ainda, bicho.

Daqui um ano, a gente vai estar pagando imposto para o Sindiwebdesigners.
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