ARTIGO VIROU TESE? MANIFESTAÇÃO DA ANPEGE A RESPEITO DAS PRÁTICAS EM ACEITAR ARTIGOS PUBLICADOS EM PERIÓDICOS COMO DISSERTAÇÃO DE MESTRADO E TESE DE DOUTORADO

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Alexandre Panosso Netto

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Nov 24, 2021, 9:02:59 AM11/24/21
to ANPTUR
Para conhecimento dos/das colegas da ANPTUR.
Atenciosamente
Alexandre Panosso


---------- Forwarded message ---------
De: Presidência ANPEGE <presidenc...@gmail.com>
Date: qua., 24 de nov. de 2021 às 10:46
Subject: ARTIGO VIROU TESE? MANIFESTAÇÃO DA ANPEGE A RESPEITO DAS PRÁTICAS EM ACEITAR ARTIGOS PUBLICADOS EM PERIÓDICOS COMO DISSERTAÇÃO DE MESTRADO E TESE DE DOUTORADO

Anexado 

ARTIGO VIROU TESE?

MANIFESTAÇÃO DA ANPEGE A RESPEITO DAS PRÁTICAS EM ACEITAR ARTIGOS PUBLICADOS EM PERIÓDICOS COMO DISSERTAÇÃO DE MESTRADO E TESE DE DOUTORADO


Questões mudança do conceito de teses e dissertações.pdf

Licio Valerio Lima Vieira

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Nov 24, 2021, 9:42:30 AM11/24/21
to ANPTUR, Alexandre Panosso Netto
Prezadas e prezados

Creio que é de fundamental importância que a ANPTUR promova um debate acerca deste assunto... particularmente acredito em vários pontos destacados no documento, pois creio que a flexibilização pode-se configurar num esvaziamento ainda mais crítico de conteúdos científicos e acadêmicos. Por outro lado, para que a ciência continue avançando, faz-se necessário o uso dos métodos, das técnicas e dos instrumentos metodológicos, tão importantes num trabalho de mestrado e doutorado.   Tenho participado de bancas cada dia com menos rigor científico.

Cordialmente

Lício Valério - PPMTUR/IFS

De: 'Alexandre Panosso Netto' via ANPTUR <anp...@googlegroups.com>
Enviado: quarta-feira, 24 de novembro de 2021 11:02
Para: ANPTUR <anp...@googlegroups.com>
Assunto: ARTIGO VIROU TESE? MANIFESTAÇÃO DA ANPEGE A RESPEITO DAS PRÁTICAS EM ACEITAR ARTIGOS PUBLICADOS EM PERIÓDICOS COMO DISSERTAÇÃO DE MESTRADO E TESE DE DOUTORADO
 
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Adriana Brito

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Nov 24, 2021, 1:33:01 PM11/24/21
to Licio Valerio Lima Vieira, ANPTUR, Alexandre Panosso Netto
Olá, pessoal!

Para mim que sou docente e desejando entrar no doutorado, fico pensando no que essa flexibilização em alguns programas de pós-graduação pode acarretar o não avanço da ciência e a não continuidade na produção de conhecimento neste país. É normal que durante os cursos de pós-graduação, os discentes e os seus orientadores (as) realizem produções acadêmicas, mas aceitar artigos no lugar de dissertações e teses é completamente inviável, no meu ponto de vista.
Durante o processo de estudo, seja no mestrado e doutorado, nós precisamos aprender novas metodologias, fazemos leitura mais aprofundadas para avançarmos nas pesquisas que tanto desejamos concluir, independente de qual seja a formação acadêmica.
Publicações de artigos, é somente uma continuidade nas produções acadêmicas durante a vida profissional de cada pesquisador (a).
Pode sim, se tornar um fruto de uma dissertação e tese, após as defesas, mas nunca ser qualificado como um trabalho de conclusão de uma pós-graduação.
Concluindo, eu acredito que a ANPTUR deveria agendar um debate acerca deste assunto.
Ficarei aguardando uma notícia em breve.


Atenciosamente,



Adriana Santos Brito

Bacharela em Turismo (UFPI).
Especialista em Gestão e Docência do Ensino Superior (FID).
Especialista em Gastronomia Contemporânea pela Faculdade Única (FUNIP).
Mestra em Artes, Patrimônio e Museologia (UFPI).



Diana Alberto

unread,
Nov 24, 2021, 2:15:51 PM11/24/21
to Adriana Brito, Licio Valerio Lima Vieira, ANPTUR, Alexandre Panosso Netto
Olá colegxs!!

Li o documento, e não vou me repetir, pois a nossa colega Profa. Adriana captou todas as minhas questões. Não podemos deixar o rigor científico, é ele que nos garante a liberdade e a profusão de ideias com fundamentos. Para mim que sou docente, e faço doutorado, a dissertação e a tese são processos de construção de conhecimento, que possuem diferentes, mas que devem seguir um caminho. Claro, que em virtude da vida consumida pelo tempo do trabalho, e principalmente do capital, fazer ciência não é fácil, mas ainda em um país com um cenário de hoje, que mesmo que ventos de mudanças (Oxalá nos ouça) possam bater um pouco nos nossos rostos, passamos por tantos retrocessos, que precisaremos de tempo para juntar nossos cacos... mas vamos conseguir.
O que proponho, já colocado pelos outrxs colegxs, é ampliarmos esse debate para a ANPTUR e outras associações, como ANPUH, ABA e muitas outras.

Abraços cordiais,
Prof.ª Diana Alberto
FACTUR/UFPA

E eu sigo aqui fazendo minha tese de doutorado, em idas e vindas teóricas e metodológicas... respirando, firme e forte rsrsrsrs



--
Diana P. Sá Alberto
Doutoranda do Programa de Pós Graduação em História Social da Amazônia
Professora Adjunta da Faculdade de Turismo
Universidade Federal do Pará

Vera Lúcia Steiner

unread,
Nov 24, 2021, 3:34:51 PM11/24/21
to Diana Alberto, Adriana Brito, Licio Valerio Lima Vieira, ANPTUR, Alexandre Panosso Netto
Concordo com a colega Diana, pois defendi minha tese de doutorado em Turismo e Hospitalidade no início desta semana e substituir toda esta pesquisa por um artigo não enriquece o conhecimento, ao contrário banaliza-o. E realizar um mestrado e um doutorado é algo que exige um estudo aprofundado sobre um tema. Um artigo não pode substituir toda a pesquisa.

VERA LÚCIA STEINER
PROFESSORA ASSISTENTE
CCJU|AREA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS
SAJUCS|SERVIÇO DE ATENDIMENTO JURIDICO
Fone: +55 54 3218.2100 - Ramal 2276



Enviado via UCSMail.

Carlos Duarte Coelho Peixeira Marques

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Nov 25, 2021, 5:21:00 AM11/25/21
to anp...@googlegroups.com, Alexandre Panosso Netto

Bom dia colegas.

 

Aqui na Europa é comum (pelo menos nas áreas em que trabalho: administração, turismo, psicologia…) substituir a tradicional tese (PhD) por uma compilação de artigos. A lei portuguesa consagra-o oficialmente:

 

O nosso entendimento em Portugal (nomeadamente nas áreas de pesquisa que referi) tem sido de que a chave para as “condições de exigência equivalentes” é a compilação ser “devidamente enquadrada”. Na prática, o que é submetido não é um conjunto de artigos desgarrados que foram compilados para obter o grau. O processo é inverso: a pesquisa é programada para, durante os três a quatro anos em que se produz o doutoramento, se publicar um conjunto de artigos que tenham um fio condutor. A ‘compilação’ é precedida de uma apresentação dos objetivos da pesquisa e de considerações teóricas e metodológicas. É explicado o papel de cada artigo no trabalho global do PhD. E a ‘tese’ é encerrada com conclusões e contribuições globais.

 

No meu papel de orientador, discuto com o/a orientando/a, caso a caso, se a via mais adequada é a tese ‘tradicional’ ou a compilação “devidamente enquadrada”. No entanto, sei que alguns programas de doutoramento em Portugal praticamente forçam o estudante a seguir a via da compilação.

 

Quanto ao mestrado, o meu entendimento é de que o reduzido tempo para a obtenção do grau não é compatível com a “publicação em revistas com comités de seleção de reconhecido mérito internacional”. Admito que a dissertação inclua dois capítulos com formato de artigo, mas terá de incluir, à semelhança do que expus acima para PhD, um conjunto de considerações teóricas e metodológicas que, habitualmente, não cabem no espaço de um artigo. Já argui vários trabalhos desse género, mas a minha percepção é de que poucos estudantes de mestrado têm uma maturidade ‘científica’ compatível com essa abordagem.

 

Desejo-vos uma profícua discussão.

Abraço caloroso do frio de Trás-os-Montes 😊

 

 

Carlos Peixeira Marques
Presidente do Conselho Científico
ECHS – Pólo I | Quinta de Prados

5001- 801 Vila Real

 

 

 

 

De: 'Alexandre Panosso Netto' via ANPTUR <anp...@googlegroups.com>

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Mateus José

unread,
Nov 25, 2021, 9:15:23 AM11/25/21
to Carlos Duarte Coelho Peixeira Marques, anp...@googlegroups.com, Alexandre Panosso Netto
Bom dia a todos, 

As reflexões são de extrema importância. E debater esse tema com a comunidade científica é muito vantajoso para que a gente possa construir, quem sabe, algumas normativas ou boas práticas para a escrita de dissertações e teses em forma de artigos. 
Como um recém mestre que defendeu a sua dissertação utilizando o modelo Multipaper (ou Thesis/PhD by Published Work, como é difundido internacionalmente), considero dramático a colocação de que uma coletânea de artigos pode ocasionar a "destruição do conceito de Dissertação de Mestrado e de Tese de Doutorado". Mesmo que seja um fenômeno recente no Brasil, este modelo foi utilizado pela primeira vez em Cambridge (UK) em 1966 e não acredito que os programas de pós-graduação no Reino Unido tenham sido destruídos a partir da sua implementação. 

Entendo que o modelo Multipaper é estrutural, ou seja, uma maneira diferente de apresentar o seu trabalho. Mas o rigor científico, a metodologia, a teoria, as discussões e todos os outros componentes que fazem uma dissertação/tese ser cientificamente aprovada devem estar presentes! 

Acho importante ressaltar também, que o modelo Multipaper é uma opção para os alunos. Assim, quem quiser escrever no modelo dito tradicional, pode continuar escrevendo no modelo tradicional. A construção de uma dissertação/tese leva em consideração diversos fatores, e a escolha por um modelo ou outro precisa ser combinada entre orientador e discente. Às vezes um tema se encaixa melhor no modelo Multipaper, e outro tema no modelo tradicional. 

De qualquer forma, faço coro aos colegas que comentaram anteriormente, de que seria interessante uma discussão na ANPTUR sobre este modelo de apresentação de uma dissertação/tese. 

Por fim, anexo um artigo que conta um pouco mais sobre a história do PhD by Published Work e levanta alguns pontos importantes para aprimorar nossa conversa!

Atenciosamente, 
--
Mateus José Alves Pinto 
Mestre em Turismo | Master in Tourism

Pinto, M. J. A., Moscardi, E. H., Gomes, E. L., & Nakatani, M. S. M. (2021). The Touristudent: How International Academic Mobility Can Contribute to Tourism. Journal of International Students, 11(1), 59-79. https://www.ojed.org/index.php/jis/article/view/1670

Pinto, M. J. A., & Câmara, T. S. (2020). Turismo Acadêmico e a Agenda 2030 da ONU: Análise das Organizações de Acolhimento de Estudantes Internacionais no Brasil e em Portugal. CULTUR: Revista de Cultura e Turismo, 14(2), 1-27. https://periodicos.uesc.br/index.php/cultur/article/view/2737

Câmara, T. S., & Pinto, M. J. A. (2021). O Programa Erasmus e a Política de Mobilidade na Europa. In F. Asensi, K. P. L. Filpo, L. Borsato, & T. Piresl (Eds.), Educação e Desenvolvimento (pp. 291-308). Pembroke Collins. https://bit.ly/3m6uf86 


Publish and be doctor-rated - The PhD.pdf
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