Uma análise dos rolezinhos: pelo direito de narrarmos nossa história.

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Dina Prates

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Jan 21, 2014, 8:25:06 AM1/21/14
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Pessoal, eu e a Mariana Gonçalves fizemos um texto sobre os últimos acontecimentos e repercussões sobre os rolezinhos!! 
Ele tem duas páginas e acho vale a leitura, nem que seja só pra nos criticar e discordar :)
O texto é fruto de uma reflexão que estávamos fazendo há algumas semanas, e ainda não traduz tudo o que queríamos expor.
Estamos muito abertas para o diálogo e para a troca de ideias, a juventude negra não pode se calar!

Segue o link e o pdf!!


Asè


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Dina Prates
(51) 92517242 
Discente de Ciências Contábeis (UFRGS)
Formanda de Administração de Empresas (IPA)

COLETIVO NEGRAÇÃO

"Por um mundo onde sejamos socialmente iguais, humanamente diferentes e totalmente livres..."
Rosa Luxemburgo
Uma análise dos rolezinhos- pelo direito de narrarmos nossa história..pdf

Arthur Bispo

unread,
Jan 21, 2014, 6:43:06 PM1/21/14
to ane...@googlegroups.com
Dina, escrevi de uma vez, desculpa qualquer erro.
E sugiro também esse texto sobre o tema http://blogconvergencia.org/blogconvergencia/?p=1922

Milhares de jovens negros e negras morrem todos os dias há muitos anos. Mas assim como a morte de Amarildo, Douglas, Willian foram muito repercutidas após as jornadas de junho, a repressão aos rolezinhos é que tornou a ida no shopping uma pauta das lutas sociais nessa nova situação aberta com as jornadas de junho. O movimento negro na sua maioria foi cooptado pelos financiamentos públicos e hoje poucas são as organizações que puxam campanhas nacionais contra o racismo. O movimento popular tem um caráter territorial e muitas vezes restrito a algumas comunidades. Nessa perspectiva, os rolezinhos de um encontro de jovens com o objetivo de se divertir tornou-se algo político.

Certamente, os jovens que puxaram essas iniciativas nem tenham tido consciência do significado político que teria após a repressão, mas em tempos que negar a luta de classes é tão naturalizado, os rolezinhos fizeram cair as máscaras da hipocrisia do racismo à brasileira. A classe dominante e suas organizações não precisam analisar esses fenômenos, basta reprimir. O movimento estudantil, sindical, sociais e a esquerda podem e devem buscar compreender esse fenômeno, que pode não ser novo, mas que ganhou uma conotação política inegável nas últimas semanas. Não é um ato pensado conscientemente como político, como Rosa Parks e a desobediência civil nos EUA, mas a repercussão é semelhante.​ E se não nos identificamos com a realidade da periferia pra agir, vamos ser omissos diante dessa realidade cruel.

Sobre o "Não vai ter Copa"

O futebol faz parte da cultura dos jovens da periferia brasileira. Ao levantarmos essa palavra de ordem estamos ignorando a realidade em que vivemos. Se queremos dialogar com a periferia temos de partir do seu nível de consciência e da sua realidade. O futebol não é o problema, mas sim as injustiças sociais que se perpetuam e se tornam absurdas diante da Copa e seus investimentos bilionários de dinheiro público em obras para o capital. Cadê o dinheiro para a educação, a saúde, a moradia e o transporte?

No movimento LGBT aqui também existe o argumento de que cada é que tem mais legitimidade de falar por si. Concordo, mas considero incompleta essa formulação. Voz a tod@s que querem se organizar e lutar é muito importante, mas se reconhecer no outro e lutar não só por si mas pelos explorados e oprimidos é que é fundamental. Quando fazemos isso deixamos de pensar enquanto indivíduo e pensamos coletivamente. Por isso, os movimentos sociais organizados podem intervir em novos espaços com o intuito de apoiar essas iniciativas. Diferente é a postura de setores governistas que se utilizam da truculência para calar os demais, como na manifestação do 20 de novembro em Porto Alegre.

A luta da periferia tem de ser a luta de todos nós.


Arthur Bispo de Oliveira 
Fone: (54) 9919-3272
Estudante de Filosofia LP 
Universidade de Passo Fundo/RS
 
Juventude do PSTU/LIT-QI


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