DIVERSOS 30/08/2025

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Franklin Alves

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Sep 10, 2025, 5:38:42 AMSep 10
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Do jornal Washington Post hoje

Fareed Zakaria

Países cruciais estão se afastando dos EUA e se aproximando da China. Nações antes amigáveis aos EUA agora se inclinam para Pequim após anos de hostilidade.

Veja as fotos que dominaram as notícias mundiais desta semana. Elas são ilustrações vívidas dos fracassos da política externa do presidente Donald Trump. As fotos que mais chamaram a atenção foram as do enorme desfile militar da China e de Xi Jinping, Vladimir Putin e Kim Jong-un caminhando juntos. Essas imagens eram esperadas — um lembrete de que o Ocidente enfrenta um conjunto determinado de adversários que veem como sua missão destruir a ordem internacional liderada pelo Ocidente. O que surpreendeu foram as imagens dos dias anteriores, quando a Organização de Cooperação de Xangai recebeu líderes da Índia, Turquia, Vietnã e Egito, entre outros. Todas essas potências regionais eram geralmente consideradas mais próximas de Washington do que de Pequim. Mas uma combinação tóxica de tarifas, retórica hostil e demandas ideológicas está afastando muitos dos Estados cruciais do mundo dos Estados Unidos e se aproximando da China. Pode ser o maior gol contra da política externa moderna.

Considere o BRICS, um agrupamento de países originalmente concebido para representar os grandes mercados emergentes do futuro — Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul — juntamente com vários outros membros atualmente. Em reuniões, três dos países centrais, Brasil, Índia e África do Sul, geralmente resistiam aos esforços russos e chineses para transformar a organização em um agrupamento antiamericano. Há décadas, Washington vem construindo laços com esses três países, cada um líder em sua região, para garantir que, à medida que crescessem em tamanho e estatura, se inclinassem favoravelmente aos Estados Unidos.

Mas Trump tem tratado esses estados cruciais com algumas de suas retóricas e políticas mais agressivas. Ele impôs a maior tarifa do mundo contra a Índia. Puniu o Brasil com tarifas igualmente altas e impôs sanções e proibições de visto a autoridades brasileiras. A África do Sul enfrenta tarifas de 30%, um corte total de ajuda externa e potenciais sanções contra autoridades governamentais.


Os governos e os povos desses países estão indignados com o tratamento dado a eles. A Índia costumava ser esmagadoramente pró-americana. Agora, está rapidamente migrando para uma profunda desconfiança em relação a Washington. No Brasil, os números decrescentes do presidente Luiz Inácio Lula da Silva nas pesquisas aumentaram à medida que ele enfrenta a intimidação de Trump. Na África do Sul, o presidente Cyril Ramaphosa ganhou destaque ao responder educadamente às intimidações de Trump no Salão Oval. Vale lembrar que outros países também têm sentimentos nacionalistas! Não há justificativa estratégica para essas reversões de políticas. Trump está punindo o Brasil porque os tribunais independentes daquele país estão responsabilizando a alma gêmea ideológica de Trump, Jair Bolsonaro, por seus esforços para rejeitar os resultados de eleições livres e justas. A África do Sul enfrenta a ira de Trump por causa de uma lei de reforma agrária que tenta resolver algumas das vastas disparidades na propriedade de terras e na riqueza causadas por décadas de apartheid. Essas razões não têm nada a ver com a restauração da base industrial americana ou com a redução dos déficits comerciais. Os EUA, na verdade, têm um superávit comercial com o Brasil. Enquanto Washington alienava esses países, a China os cortejava. Delineou um plano com o Brasil para uma rede ferroviária transformadora conectando sua costa atlântica à costa peruana do Pacífico. Xi conseguiu que o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, visitasse a China pela primeira vez em sete anos. A China cortejou a África do Sul com comércio e ajuda, e o sentimento público naquele país passou a ser bastante favorável a Pequim.

Frequentemente nos dizem que Trump gosta de falar duro para conseguir o melhor acordo. Mas suas políticas estão produzindo dor e miséria reais na prática — pessoas perdendo seus empregos e muitas sendo empurradas de volta à pobreza. É por isso que, mesmo que esses acordos sejam renegociados e as coisas se acalmem em termos menos brutais, as memórias permanecerão. Os países sempre saberão que Washington poderia tratá-los como os tratou e desejarão proteger suas apostas e manter laços fortes com a China e a Rússia, por precaução. A política externa americana hoje em dia é uma coleção de desrespeitos aleatórios, insultos e obsessões ideológicas de um homem só. Em geral, Trump gosta de países menores que ele possa intimidar ou de almas gêmeas ideológicas que se aconchegam a ele. Ele não gosta de lidar com democracias grandes e confusas, com suas próprias dinâmicas internas, orgulho e nacionalismo. Assim, os Estados Unidos sob Trump fizeram amizade com um estranho grupo de homens fortes, em El Salvador, Hungria, Paquistão e nas monarquias do Golfo. Está em desacordo com as democracias da Índia, Brasil, África do Sul, México, Canadá e da maior parte da Europa. Isso faz algum sentido? Assistindo às palhaçadas desta semana, um Trump indignado reclamou nas redes sociais que China, Rússia e Coreia do Norte estavam conspirando contra os Estados Unidos. Mas, se considerarmos os efeitos de suas políticas, talvez seja mais preciso questionar por que o próprio presidente às vezes parece estar minando os interesses e valores dos EUA nos últimos meses.

Fareed Zakaria escreve uma coluna sobre relações exteriores para o The Post. Ele também é o apresentador do Fareed Zakaria GPS, da CNN.


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“COMO EXPLICAR O SURTO DE ESTUPIDEZ DA PAULISTA 

Por Walter Falceta, pesquisador, jornalista, editor, escritor e comunicador.

Estenderam um bandeirão gigante dos Estados Unidos na Avenida Paulista. Dos EUA, o país cujo governante máximo nos impôs um injusto tarifaço e tenta minar nossa soberania, procurando até mesmo eliminar o PIX.

Sou tentado a afirmar que todo bolsonarista é apenas um merda desprezível sem caráter. Mas, aí, a ciência me exige uma explicação mais racional e aprofundada. Vou tentar...

Primeiramente, tem a psicologia da identificação com o supostamente mais forte. É o que esteve na base do culto a Hitler e Mussolini.

Pessoas ressentidas, incapazes e fracassadas buscam desesperadamente se associar a símbolos e indivíduos que tomam como referência de força, energia, sucesso, status e poder.

Ainda que os Estados Unidos sejam uma bosta, sem SUS, sem férias, sem 13o. salário, com uma justiça movida por dinheiro, com muita gente vivendo nas ruas, com uma sociedade individualista, inculta e preconceituosa, a tiazona do zap vê o país como retratado na Sessão da Tarde, ou seja, poderoso e vencedor.

Trump é um larápio, corrupto e abusador de mulheres, mas o tiozão do pavê acredita, em seu íntimo recalcado, que apoiá-lo o coloca no lado "forte" da disputa ideológica.

Ou seja, em termos de moral e apreciação do self, quanto mais fraco e reprimido um indivíduo, mais provável que saia à rua com a faixa de braço da suástica, a camisa negra do fascio ou a camiseta amarela da Seleção Brasileira.

A Psicologia de Massas do Fascismo, de Wilhelm Reich, explica muito bem essa rendição à maldade em três conceitos resumidos.

- O fascismo é a manifestação pública de um desespero reprimido individual, que busca se aliviar na autoridade de massa.

- Famílias autoritárias ensinam obediência sem questionamento. Então, as mesmas pessoas que se submeteram à vilania do pai, se submetem ao Estado.

- Quando a sexualidade e os impulsos naturais são reprimidos desde a infância, os indivíduos se tornam reféns da ordem externa e sedentos por hierarquia.

Acredito muito nessa última consideração. O bolsonarista, em geral, não transa ou transa de modo ruim. Não sabem viver realmente o afeto e a sexualidade. Em geral, são insuficientes e acabam traídos. Como resposta ressentida, matam os cônjuges ou outras pessoas.

Os jornais contam essas histórias TODOS OS DIAS. Dia sim, dia sim, um bolsonarista de vida sexual infeliz comete um crime hediondo. Aí, o recurso deprimente de substituir o falo por uma pistola ou um rifle.

Do ponto de vista cognitivo, o bolsonarista costuma ter um grande déficit. Ele, simplesmente, não consegue entender bem as coisas.

E, assim, para problemas complexos, imagina sempre soluções fáceis, como censurar, eliminar, proibir, matar, aniquilar. Para pessoas intelectualmente limitadas, a divergência é um fardo, uma tortura mental insuportável.

Daí, o assanhamento burraldino pelo complexo de vira-latas, aquele tão bem explorado pelo Nelson Rodrigues.

Diante dessa tensão, resultado de um superego degenerado, o bálsamo vem do rebaixamento dos iguais, dos companheiros de aldeia, e a exaltação fanática do opressor externo.

Para afastar-se de sua vida medíocre, pobre de cores, destinada ao envelhecimento debilitante, o bolsonarista se projeta numa falsa dialética, imaginando-se magicamente um membro da sede do império.

Na vida real, ele é visto como um verme por Trump. A turma da foto seria capturada, acorrentada, engaiolada, comeria mingau de aveia frio na prisão e seria enviada de volta para o Brasil em um avião caindo aos pedaços.

A bolsonarista do zap e do pavê, no entanto, prefere sonhar com a recepção calorosa do Tio Sam. Enxerga-se assistindo a O Fantasma da Ópera, contemplando a queima de fogos no castelo da Branca de Neve ou caçando jacarés nos Everglades (ex-humanos que tomaram a vacina contra a Covid-19).

O bolsonarista, portanto, além fraco, ruim de cama, inculto e ressentido, é também um tolo iludido. Em sua permanente dissonância cognitiva, ele pretende desesperadamente assinalar o pertencimento a uma instituição que o despreza.

Os nomes que usamos para designar esse tipo de indivíduo são: otário e trouxa.

Antigamente, os idiotas viviam na solidão a tristeza desse caráter minúsculo. A Internet, no entanto, permitiu que pudesse encontrar outros rancorosos obstinados.

Trata-se de gente que atribui suas derrotas cotidianas aos negros, aos povos originários, às mulheres, aos periféricos, aos nordestinos, aos LGBTs, aos sem-terra, aos sem-teto e, obviamente, àquelas entidades ficcionais que resumem a suprema ameaça: os "comunistas".

O grande pecado da comunicação digital foi estabelecer contato entre esses inimigos do rito civilizatório, dar-lhes um senso de poder gregário e divulgar suas sandices paranoicas e seus planos de vingança.

E, aí, concluímos a análise. Não importa com quem se alie, Bolsonaro, Bananinha, Tarcísio, Zambelli, Heleno, Julia Zanatta, Guilherme de Pádua, o goleiro Bruno, o Matador do Gari, entre outros, querem uma vingança contra a civilidade aberta, de fruição, afetuosoa, sensual, saudável, generosa, amorosa e corajosa para compartilhar a felicidade.

Todos esses aí fracassaram na vida. Bolsonaro foi um mau militar, frouxo, incapaz, humilhado por seus superiores e colegas. Zambelli precisou ganhar a vida de modo controverso. Muitos desses outros, péssimos na artes relacionais e do corpo, recorreram à violência para alimentar seus fantasmas obsessores. 

Nosso grande guia, o carpinteiro de Nazaré, que era o oposto absoluto do fascismo bolsonarismo (mesmo que os pastores corruptos digam o contrário), diria: "perdoai-os, eles não sabem o que fazem". 

Ainda não ascendi a esse grau de pureza e grandeza moral. Por enquanto, ainda acho merecem tabefes e pontapés.”


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Franklin Alves, Caucaia, Ceará, Brasil

martinho nunes da costa

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Sep 10, 2025, 9:05:45 AMSep 10
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Bandeirão dos EUA estendido na Av. Paulista, antes de ser estupidez, é mais uma manifestação do eterno entreguismo quinta-coluna tupiniquim; falseta esta que teve, como sempre,  o protagonismo fora do Nordeste; dessa vez,  dos paulistas. Patriotismo mesmo, há séculos demonstrado nas batalhas dos Montes Guararapes, pelos guerreiros pernambucanos e paraibanos, é o dos nordestinos.  Também vale lembrar que a verdadeira independência do Brasil só ocorreu em 02/07/1823, quando da expulsão do exército português (do general Madeira de Melo, se não me engano), forçada pelos guerreiros baianos.  Neste caso, as batalhas mais  importantes se deram em Salvador, Cachoeira e Nazaré.
Martinho

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