O verdadeiro dilema de Arjuna

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Luis Augusto Weber Salvi

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Dec 5, 2010, 2:19:16 PM12/5/10
to Agart...@yahoo.com.br

 

 
Prezados @migos:
 
O “famoso” problema do conflito do ego, foi dissecado há 5 mil anos por Krishna, mas com o tempo o sentido da sua análise se perdeu, e se pretendeu insuflar metafísica demasiada naquilo que tinha mais a ver com simples psicologia humana (como também aconteceu, em parte, com os conceitos de “maya” e de “vazio”).
Krishna criticou a inação de Arjuna, demonstrando que Arjuna não queria agir porque, através disto, se projetava o seu “eu”. Arjuna julgava então que na inação, estaria mais garantida a sua isenção pessoal. “Ledo engano, meu caro Arjuna!”, disse-lhe Krishna.
“(...) o homem, enganado pela ilusão do ‘Eu’, pensa: ‘Eu sou aquele que faz.’ Mas aquele que conhece a verdade, sorri, porque por detrás da personalidade, enxerga a fonte real da ação, a causa e o efeito.” (“Bhagavad Gita”, 27-8)
A resposta não está na inação, afirma Krishna, mas no desapego. Através da ação virtuosa, o homem dá um exemplo multiplicador, e sabemos o quão poderoso pode ser o efeito do bom exemplo, até por ser raro, despertando o bem latente em cada um. O inativo (socialmente falando) pode não projetar a sua ação mais ostensivamente, dentro de um campo de conflitos potenciais, mas mantém todos estes conflitos latentes, dentro e fora de si. Assim, a inação apenas aumenta a confusão e a ignorância das pessoas:
“O sábio não deve confundir a mente dos ignorantes que atuam apegados ao resultado de suas ações; porém, deve executar suas ações com desapego e devoção e assim estimulá-los a que façam o mesmo.” (“Bhagavad Gita”, III, 27-8)
A inação apenas escamoteia as coisas, evita os conflitos potenciais, mas também posterga as soluções. Traz para o plano pessoal aquilo que deveria ser resolvido no coletivo, e deixa este sem solução, resultando não em inação, mas na omissão.
Tudo isto reflete a “velha” confusão entre ter um objetivo, e trilhar o caminho até ele, demonstrando claramente a necessidade de um auxiliar exterior para enxergar com clareza a situação. Afinal, somente quem trilhou o caminho, pode saber realmente onde é necessário chegar.
A importação de uma doutrina espiritual, é tão problemática quanto a tradução de um texto profundo de filosofia. Toda a pregação oriental contra o ego, se reduz hoje quase a um clichê-zen de pacifismo improvisado que não passa de simples omissão. Por mais que Krishna insista na inconveniência da inação, os Arjunas que andam por aí estão decididos a permanecer na sua atitude individualista e manter a espada embainhada, a menos que alguém ameace o seu conforto pessoal. Pois o único objetivo deste discurso cético, é erigir a própria torre-de-marfim, que é um dos lugares prediletos do ego.
Porém, é preciso ir além do quietismo, porque estamos numa era –que é a de Maitreya- muito mais parecida com de Krishna que com a de Buda. Insistir hoje no quietismo místico ou no individualismo, é tão errado quanto pretender militar na política na época de Jesus. O mundo está entrando em convulsão, e é preciso encontrar caminhos tão poderosos quanto esta crise que se aproxima.
 
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