imagem: o "Tio Sam nazista"
Nesta data e que se rememora os trágicos acontecimentos de 11 de Setembro de 2001, queremos aproveitar para divulgar as respostas que a Tradição de Sabedoria sempre tem prescrito para solucionar os grandes impasses civilizatórios, e que passam ao largo da violência e do terrorismo, cujas conseqüências apenas podem ser ampliar ainda mais a escalada da violência no mundo.
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@migos:
Atrofia civilizatória é o impasse cultural produzido pela opressão política e o controle ideológico radical, impedindo com que medidas estruturais sanadoras sejam tomadas pelo bem da sociedade e da civilização, e a política seja reduzida a uma mera instância administrativa voltada para as elites e para os interesses econômicos internacionais, sufocando assim a evolução social, cuja esperança nunca ultrapassa a sorte de encontrar alguma brecha fisiológica sempre sujeita a retrocessos.
Toda esta condição abriga facilmente a corrupção e leva as coisas para situações cada vez mais insustentáveis de miséria, ignorância, enfermidade e insegurança. Caracteriza daí a cultura materialista do Kali Yuga e remete ao caos geral, donde produzir os contornos e o sentimento do “fim do mundo”.
Uma das grandes causas da atrofia civilização, reside no materialismo e na concentração do poder, que tem como instrumento prático o esvaziamento do campo e a aglomeração humana em guetos urbanos. Ao contrário do campo, fonte que é de saúde integral, sobrevivência e liberdade para o trabalhador, a cidade nunca oferece a melhor solução para o homem simples, que tende a encontrar ali a marginalização e a exploração econômica. A cidade é elitista e facilmente se desumaniza, crescendo em excesso e sufocando os espaços naturais.
A vida artificial também representa um fermento direto para o hedonismo e para o consumismo, donde a degeneração moral e a cultura do desperdício como as facetas mais notórias da decadência civilizatória. Ademais, estas tendências mórbidas geram reações (também) radicais internas, da parte daqueles que se sente moral ou economicamente afetados, e então a oposição se instaura de vez no seio da sociedade. Afinal, este é o império do tédio, da máquina, da feiúra e da rivalidade. Por mais que os homens deste tempo possam ou não apreciar este mundo, não temos a mínima dúvida de que os homens de outros tempos, do passado e do futuro, concordarão com René Guenón ao dizer que um dia este tempo –com toda a sua liberdade para destruir a Natureza,
explorar o próximo e desrespeitar a Deus- será considerado sem dúvidas o mais tenebroso de toda a História humana...
A atrofia civilizatória costuma estar relacionada ao domínio dos impérios mundiais, que lançam os seus tentáculos a todas as partes e buscam controlar todos os passos das pessoas, como o “Big Brother” de Orson Welles. Neste sentido, a ação dos inimigos é usada para acirrar ainda mais o controle. Podemos ver isto nas conseqüências dos atentados de 11 de Setembro, pois a partir de então ficou mais fácil violar o estado de direito em toda parte, guerras foram declaradas sem qualquer justificativa real e pessoas foram presas de forma perpétua sob a mais vaga suspeita.
A derrubada de um sistema de tal magnitude é coisa muito complicada e demorada, pois exige que ele se deteriore internamente. Ora, o Império Romano tardou mais de quatro séculos para ruir depois da vinda do Cristo, quando começou a sua decadência através da deificação dos imperadores. Mesmo assim, ele se transladou para o Oriente e se reergueu cristianizado, mas isto já não representou um problema e sim uma solução, graças ao grande trabalho realizado pelos cristãos nos séculos anteriores.
Nisto está, pois, a grande chave para a atrofia civilizatória, que é a cultura alternativa organizada, ou o cultivo de novos valores e conhecimentos, visando fazer avançar o trato social, através de medidas não-violentas e não-confrontantes. Os métodos de ahimsa e de satyagraha de Gandhi podem ser utilizados com sucesso a depender do contexto, porém é possível ser ainda mais sutil e fincar raízes profundas na cultura, através do êxodo urbano organizado e do fomento do comunitarismo rural, sob uma orientação espiritual e civilizatória renovadora que vise resgatar os valores da Alma e apontar novas metas de evolução para o ser humano.
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