Re: A QUEM CONTAREI MEUS SONHOS? - Ariovaldo Cavarzan - Formatação e Arte: Jô Abreu, a quem aplaudo e agradeço. - Campinas, 9 de agosto de 2015, Dia dos Pais.

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Vera Hernandez

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Nov 1, 2015, 11:29:33 AM11/1/15
to Grupo Avespe, Grupo Ascendendo, Grupo Amor Y Sentimientos, Grupo A Arca, Grupo A verdadeira Verdade Oculta, Grupo Amantes Da Liberdade, Grupo Ambiente Literário, Grupo Americagens, Grupo Amigos Da felicidade, Grupo Amigos De Hoy, Grupo Amigos Do Dharma, Grupo Amigos do Edilney, Grupo Amizade, Grupo Amor Amistad Y Sentimento, Grupo Amor E Magia, Ariovaldo Cavarzan
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Sent: Friday, October 30, 2015 6:43 PM
Subject: A QUEM CONTAREI MEUS SONHOS? - Ariovaldo Cavarzan - Formatação e Arte: Jô Abreu, a quem aplaudo e agradeço. - Campinas, 9 de agosto de 2015, Dia dos Pais.

 
Querida amiga Vera,
 
Com muito carinho e emoção, estou lendo todos os encaminhamentos
que você me faz, referentes aos nossos amados Grupos e referentes
ao texto "Obrigado, Meu Filho!".
Agradeço-lhe por isso e envio por seu intermédio um abraço apertado
em todos os amigos que nos honraram com suas leituras e comentários.
Aproveito para enviar-lhe outro texto, mais recente, também alusivo
ao Dia dos Pais e à relação de carinho e amizade existente entre meu filho e eu:
"A QUEM CONTAREI MEUS SONHOS?"
Quando achar oportuno, faça o favor de também divulgá-lo, pelo que
fico-lhe muito grato.
Fraternal abraço, de estima e consideração.
 
Campinas, 30 de outubro de 2015
 
Ariovaldo Cavarzan 
 

 

 

 
 

 

(Dedico este texto a todos os Pais, em cujos corações pulsa o sincero amor por seus filhos)

 

A QUEM CONTAREI MEUS SONHOS?
Ariovaldo Cavarzan

“Era um Pássaro diferente
de todos os demais – era Encantado”
(Rubem Alves)


Meu filho,
Está chegando novamente o Dia dos Pais.
Ainda ontem, enquanto o acompanhava na caminhada que fizemos, notei fios de cabelos brancos em você.
O tempo é mesmo implacável; nós é que nem percebemos a sua passagem.
Parece que foi ontem o dia em que nos encontramos, pela primeira vez, quando você recém-chegava a este mundo, frágil e desajeitado, como se querendo dizer:
“Papai, eu estou aqui!”

Gostaria de contar-lhe um sonho que tive na noite passada, com certeza inspirado no lindo texto de Rubem Alves, intitulado “A Menina e o Pássaro Encantado”, do livro “Cantos do Pássaro Encantado” (editora Verus), sobre o nascimento, morte e ressurreição do amor, falando de um pássaro que habitava uma gaiola, cuja porta era mantida sempre aberta, a fim de que, vez ou outra, ele pudesse sair em liberdade, voando em busca de novos lugares e novas experiências, retornando sempre que sentisse saudades, ocasiões em que exibia em suas penas as cores dos lugares por onde havia passado, fazendo feliz a menina que o estimava, como seu melhor amigo.


Em meu sonho, um pai me falava do amor que sentia por um filho que resolvera viajar a um país distante, e das saudades que estava sentindo, embora soubesse que estava perto a hora em que deveria voltar.


O relato pretendia ilustrar argumentos sobre a certeza de que, um dia, a morte nos fará entristecidos diante da grande separação, na ante-sala das alegrias de cada novo reencontro.


Fiquei imaginando como seria bom se também a você fosse possível, vez ou outra, alçar voos solos, nas asas da liberdade, para que nós dois pudéssemos experienciar rituais de partidas e chegadas, a fim de que um dia não viéssemos a ser pegos de surpresa, na hora do grande adeus.


Realmente, pode-se dizer que aquele filho se assemelha ao pássaro encantado do conto de Rubem Alves, eis que sai livremente quando deseja, e sempre sabe a hora em que deve voltar.


Ao contrário, você, meu filho, por ter aportado a este mundo com algumas limitações, assemelha-se mais a um pássaro ferido, confiado por Deus aos meus cuidados e proteção, sendo-lhe permitido, tão somente, ensaiar breves voos rasantes por entre as árvores do espaço da escola que frequenta, e de onde é também aguardado, diariamente, com muito amor e saudade, a cada volta sua à nossa casa.


Por isso, meu filho, às vésperas de mais um Dia dos Pais, resolvi contar-lhe esse sonho que tive na noite passada e do qual me lembrei ao constatar os fios brancos que já enfeitam os seus cabelos, evidenciando que nós dois estamos envelhecendo.


Quantos pais, na minha idade, podem ainda dar-se ao luxo de participar de festas de carinho nas escolas de seus filhos, mais que quarentões, por ocasião dos dias dos pais, das mães, em festas juninas e em Natais?


Não faz mal que a sua formatura não faça parte desse calendário festivo.


A propósito do sonho, lembrei-me de novamente agradecer a Deus, pela oportunidade de ter você ao meu lado, como verdadeiro anjo tutelar de toda a nossa família, ajudando-nos a compreender que somente os desafios da caminhada são capazes de nos fazer progredir, em aprendizado e espiritualidade, tornando-nos um pouco melhores, a cada dia.


Afinal de contas, a sua presença junto de nós só nos tem fortalecido e ajudado, ensinando-nos a assimilar novos e importantes valores, mercê de um cotidiano exercício de amor, acolhimento, dedicação, compreensão, renúncia, gratidão, paciência e esperança.


Desde a hora em que o vi pela primeira vez, aceitei com humildade a incumbência que Deus me confiou, de recebê-lo como filho muito querido do meu coração, para amá-lo e protegê-lo, do jeito que você é, semelhante a um pássaro ferido.


E também abracei com serena alegria a rotina de encaminhá-lo, diuturnamente, ao seguro bosque das árvores de sua escola, para seus ensaios de breves e desajeitados voos, em busca de liberdade.


E se algo precisasse pedir a Deus, em mais esse Dia dos Pais, seria no sentido de não permitir que você parta desta vida antes de mim, ousando sair sozinho pela porta aberta de sua gaiola, quando chegar a hora da nossa separação, porque ficarei sem ninguém a quem contar os meus sonhos.


Mas, caso eu tenha que seguir viagem antes de você, que eu possa esperá-lo no lugar aonde conseguir chegar, guardando o coração cheio de saudade e amor, até o momento de novamente poder abraçá-lo, quando você por lá aparecer, aí sim, na condição de pássaro encantado, finalmente liberto dos desafios que juntos aprendemos a enfrentar e vencer, exatamente como Deus sempre esperou de nós.


E então, novamente juntos, teremos condições de voar livremente para qualquer parte, até onde o nosso pensamento ousar chegar, e eu voltarei a ter a quem contar meus sonhos de coragem, amor, esperança, felicidade e paz.


*Ariovaldo Cavarzan é um dos fundadores e diretor presidente da Apabex, entidade criada, mantida e dirigida por antigos funcionários do saudoso Banco do Estado de São Paulo – Banespa, fundada no dia 15 de agosto de 1985, portanto, há 30 anos!

www.apabex.org.br     

 

Formatação e Arte: Jô Abreu

Música: Angel of joy - David Lanz cut

 

 


 
 
 
 
 
 
 
 

 
 
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