Amigos de Itapecerica, encaminho a vocês carta que acabo de enviar à diretoria da SEI (Sociedade Ecológica de Itapecerica). Enviei também a alguns vereadores que tenho ligação na cidade. A intenção da carta é construir um movimento
rápido, para revitalizar o que está degradado e planejar outras ações, para que esta crise não volte a se repetir no próximo ano. A ideia é que a sociedade civil organizada, através das entidades, do Ministério Público e da Câmara Municipal, cumpra o papel que seria do Executivo e da COPASA, unidos, de planejar e executar ações em defesa do Meio Ambiente. A quem estiver residindo em Itapecerica, e tenha interesse em colaborar, peço que procurem alguém da direção da SEI: Janice Guimarães, Selma Alvarenga, Aparecida de Fátima Moraes (Cici da Câmara), Elusa Barros, Zezinho Carneiro. Um abraço, Fred!
"Boa noite, amigos da SEI!
Atendendo à solicitação da Janice, que me pediu uma avaliação sobre a atual crise de água enfrentada por Itapecerica, venho aqui fazer algumas colocações que já havia encaminhado a alguns amigos, inclusive pedindo que lhes procurassem para somar neste
momento de profunda agonia da população.
UMA CAUSA BÁSICA DA FALTA DE ÁGUA
Como venho dizendo há muito tempo, somos seres naturalmente
individualistas, e talvez esse seja o grande problema de tantas tragédias ambientais que vem acontecendo. Mas, por outro lado, uma crise dessas pode ser um sinal para invertermos nosso modo de agir, buscando na integração uma força maior para resolver o problema.
E a primeira coisa que precisamos entender é que nós, humanos, somos apenas parte da natureza, e que todas as espécies (animal, vegetal, mineral) estão interligadas, sendo umas dependentes das outras. Por isso a necessidade de preservar e de manter uma relação de cuidado com o outro.
Bem, o que entendo que deve ser feito e o que não deve ser feito de maneira alguma, no momento:
DESVIO DE RIO NÃO É SOLUÇÃO AMBIENTALMENTE CORRETA
1º - Em hipótese alguma devem ser tomadas medidas paliativas, como desvio de rios, para
tentar solucionar o problema atual, de forma imediata. Isso é crime ambiental, e fere a "Lei Natural". Se um rio possui um curso natural, ele deve ser respeitado, revitalizado, reflorestado etc., e não agredido mais ainda. Caso exista algum pensamento em contrariar esta "Lei Natural", sugiro que a SEI entre com uma ação imediatamente no Ministério Público (o promotor é o curador do Meio Ambiente) e informe o Comitê de Bacia Hidrográfica do Rio Pará, o qual Itapecerica está inserido;
PARTICIPAÇÃO, CERCAMENTO, REFLORESTAMENTO....
2º - Como medidas para prevenir problemas futuros (o que já deveria ser feito há décadas, e a SEI desde 1999 quando foi criada, já vinha alertando população e poderes públicos sobre isso) faço algumas considerações:
- Participar ativamente no Comitê de Bacia Hidrográfica do Rio Pará;
- Elaborar, junto com a sociedade civil, vereadores, Ministério Público e entidades do Município, um Plano de Ação para
revitalização e/ou cercamento de nascentes, revitalização e reflorestamento de matas ciliares, e outras propostas que venham recuperar o que hoje está degradado e precisa urgentemente ser recuperado;
ARMAZENAMENTO DE ÁGUAS PLUVIAIS
- Em caráter urgente, urgentíssimo, buscar recursos para colocar em prática projetos de captação de águas pluviais, que irão ajudar numa possível estiagem no próximo ano, armazenando as águas das chuvas. Pesquisar o projeto P1CM (Programa 1 Milhão de Cisternas). Dentro desta proposta, atrair os produtores rurais, para a construção de cacimbas em suas propriedades, utilizando nossas estradas vicinais, para a entrada dessas águas em suas propriedades, fazendo também o reflorestamento dessas estradas com mudas nativas, o que irá ajudar na infiltração das águas pluviais no solo.
Bom, as soluções imediatas que vejo são estas.
Havendo interesse em colocá-las imediatamente em
prática, me prontifico em ajudar indicando nomes que possam colaborar já na elaboração técnica e execução prática das propostas.
Agradeço à Janice e à diretoria da SEI pela confiança, esperando colaborar, mesmo que de longe, com esta terra que tanto amo!
Saudações fraternais,
Frederico Araújo Mesquita", outubro/2014
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