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Quais são as línguas germânicas mais fáceis e mais difíceis para um falante de português brasileiro ?

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mab...@gmx.net

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Dec 29, 2017, 2:03:03 PM12/29/17
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A resposta à pergunta acima depende do critério adotado. A seguir, apresento o meu ranking pessoal das línguas germânicas em ordem decrescente de complexidade (i.e. da mais difícil para a mais fácil) segundo diferentes critérios e do ponto de vista de um falante de português brasileiro. Em caso de empate no grau de dificuldade, como usual nos rankings, incrementa-se o contador mais de uma vez , ou seja, se uma língua é por exemplo o número 5 na lista, isso significa que há 4 outras línguas que são consideradas mais difíceis nesse quesito.


Nesse estudo, foram consideradas quatro línguas germânicas ocidentais (inglês, alemão, holandês e africâner) e três línguas germânicas setentrionais (sueco, dinamarquês e norueguês).



Ranking por Quesitos


a) Morfologia Nominal

1. Alemão
2. Sueco
3. Norueguês e Dinamarquês
5. Holandês
6. Africâner
7. Inglês

b) Morfologia Verbal

1. Alemão
2. Holandês
3. Inglês
4. Sueco, Dinamarquês e Norueguês
7. Africâner


c) Sintaxe

1. Alemão
2. Holandês e Africâner
4. Sueco, Dinamarquês e Norueguês
7. Inglês


d) Pronúncia e Ortografia

1. Inglês
2. Dinamarquês
3. Holandês e Africâner
5. Sueco e Norueguês
7. Alemão


e) Vocabulário (baseado em similaridade com o léxico do português brasileiro)

1. Sueco, Norueguês e Dinamarquês
4. Alemão, Holandês e Africâner
7. Inglês



Ranking Global


A seguir, atribuíram-se pesos subjetivos aos diferentes critérios considerados acima. Como regra geral, adotou-se a hipótese de que 50 % da "dificuldade" em aprender uma nova língua europeia está em aprender o vocabulário e a pronúncia e ortografia da língua , enquanto os outros 50 % correspondem à aquisição da gramática do idioma (sintaxe, morfologia verbal e morfologia nominal). Cada quesito foi adicionalmente ponderado de acordo com seu impacto relativo na inteligibilidade e capacidade de expressão na língua alvo. Por exemplo, o uso errado de uma variante morfológica de um verbo, substantivo, artigo ou adjetivo tem menor impacto na inteligibilidade do que um erro de vocabulário (i.e. usar uma palavra inexistente no dicionário da língua ou usar uma palavra errada naquele contexto) , ou um erro de pronúncia (na língua falada) ou de ortografia (na língua escrita), ou mesmo um erro de sintaxe (i.e. produção de frases inválidas na gramática da língua). Por esse critério, optou-se então pelos seguintes pesos:

⦁ Vocabulário: 30 %
⦁ Pronúncia e ortografia: 20 %
⦁ Sintaxe: 20 %
⦁ Morfologia Verbal: 15 %
⦁ Morfologia Nominal: 15 %

A seguir, calculou-se um score para cada língua somando seu ranking em cada quesito ponderado pelo peso atribuído àquele quesito.

Dinamarquês: 0,15 x 3 + 0,15 x 4 + 0,2 x 4 + 0,2 x 2 + 0,3 x 1 = 2,55
Sueco: 0,15 x 2 + 0,15 x 4 + 0,2 x 4 + 0,2 x 5 + 0,3 x 1 = 3,0
Alemão: 0,15 x 1 + 0,15 X 1 + 0,2 x 1 + 0,2 x 7 + 0,3 x 4 = 3,10
Norueguês: 0,15 x 3 + 0,15 x 4 + 0,2 x 4 + 0,2 x 5 + 0,3 x 1 = 3,15
Holandês: 0,15 x 5 + 0,15 x 2 + 0,2 x 2 + 0,2 x 3 + 0,3 x 4 = 3,25
Africâner: 0,15 x 6 + 0,15 x 7 + 0,2 x 2 + 0,2 x 3 + 0,3 x 4 = 4,15
Inglês: 0,15x7 + 0,15x3 + 0,2 x 7 + 0,2 x 1 + 0,3 x 7 = 5,20



Classificação Final (em ordem decrescente de complexidade, i.e da língua mais difícil para a mais fácil)



1. Dinamarquês (score 2,55)
2. Sueco (score 3,0)
3. Alemão (score 3,10)
4. Norueguês (score 3,15)
5. Holandês (score 3,25)
6. Africâner (score 4,15)
7. Inglês (score 5,20)



Discussão e Comentários



Notem que, gramaticalmente, o alemão, pelos meus critérios subjetivos, seria a língua germânica mais difícil para o aluno brasileiro (número 1 em dificuldade em morfologia nominal, morfologia verbal e sintaxe). Entretanto, ele acabou ficando abaixo das línguas escandinavas como dinamarquês e sueco na classificação geral de dificuldade devido à simplicidade relativa da pronúncia e da ortografia do alemão e à maior semelhança em vocabulário entre o alemão e o português comparado às línguas línguas escandinavas (embora, deva-se sempre ressaltar, alemão e português sejam na verdade línguas muito diferentes em vocabulário e com baixíssimo grau de inteligibilidade mútua, exceto em algumas palavras isoladas). O norueguês, porém, acabou abaixo do alemão em grau de dificuldade por ter uma pronúncia e ortografia mais fáceis que as do dinamarquês (que é notoriamente difícil nesse quesito) e uma morfologia nominal ligeiramente mais fácil que a do sueco.


O inglês, por sua vez, apesar da sua notória dificuldade de pronúncia e ortografia, é indiscutivelmente a língua germânica mais fácil para o aluno brasileiro, principalmente por ser a língua germânica com maior número de palavras de origem latina (segundo algumas estimativas, quase 40 % do dicionário da língua, embora essa porcentagem seja bem menor na subclasse das palavras mais frequentes, que são predominantemente de origem germânica). Adicionalmente, o inglês ganha pontos também pela facilidade da sua gramática ; no meu ranking subjetivo, é a língua germânica mais fácil em morfologia nominal e sintaxe, embora sua morfologia verbal seja na realidade na minha opinião mais difícil que a das línguas escandinavas e, especialmente, bem mais difícil que a do africâner.


O holandês, por outro lado, como se esperaria, acabou numa posição intermediária em grau de dificuldade entre o inglês e as línguas ditas "difíceis" (alemão e línguas escandinavas). Subjetivamente, o holandês tem a segunda morfologia verbal e sintaxe mais difíceis depois do alemão e à frente das línguas escandinavas, mas uma morfologia nominal que, apesar de mais difícil que a do inglês, é mais fácil que a das línguas escandinavas e muito mais fácil que a do alemão. A pronúncia e ortografia do holandês também estão numa posição intermediária de dificuldade (abaixo do inglês e do dinamarquês, mas acima do alemão e das outras línguas escandinavas), enquanto a dificuldade de vocabulário é comparável à do alemão, com quem o holandês tem um alto grau de proximidade.



Finalmente, o africâner ("holandês da África do Sul"), que nada mais é na verdade do que uma versão gramaticalmente simplificada do holandês europeu, era a única língua germânica que, a priori, poderia ter alguma chance de superar o inglês em grau de facilidade para o aluno brasileiro. No final, entretanto, ele ficou acima do inglês no meu ranking subjetivo por ter um vocabulário mais difícil (comparável ao do alemão ou do holandês), e por ser mais difícil que o inglês em sintaxe e em morfologia nominal, apesar de ter uma morfologia verbal elementar (na verdade, a mais fácil não só entre as línguas germânicas, mas possivelmente entre todas as línguas europeias).
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mab...@gmx.net

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Dec 29, 2017, 2:39:06 PM12/29/17
to
My view of English


⦁ The core grammar of English is an amalgam of Western Germanic and Northern Germanic elements, but with a much simpler morphology and syntax, especially when compared to modern standard German, or, to a lesser extent, even to modern Dutch or the modern Scandinavian languages.

⦁ The core vocabulary of English, especially the list of most frequently used words, is also predominantly of Germanic origin, but there is a much larger inventory of words with Latin (or Greek) roots in English than in other Germanic languages. Those words with Latin roots were either borrowed directly from French (as a result of the Norman invasion of England in the 11th century), or introduced later as 'learned words' when English replaced Latin as a written standard language used for science and learning, and in the (Reformed Protestant) church. It is actually fairly common to find pairs of different words in English, one of Germanic origin and another with a Latin root, which are used with the same semantic value, e.g. 'begin' and 'commence', with the difference however that the Germanic word is more often used in common speech, whereas the Latin variant is normally an erudite term. Technical English in particular is characterized by a larger percentage of words of Latin (or Greek) origin than in conversational speech.

⦁ English spelling is particularly difficult due to a poor correspondence between graphemes and phonemes (i.e. the same grapheme representing different phonemes in different words and in a somewhat unpredictable way, see e.g. 'love', 'move' and 'drove'), lack of consistent spelling rules, and over-reliance on etymological criteria as opposed to strictly phonemic spelling. English pronunciation is also particularly difficult for native speakers of Portuguese, mostly due to the phonemic distinction in English between long and short vowels, which does not exist in Portuguese, and because of an overall different inventory of vowels in English compared to Portuguese.

⦁ Despite the aforementioned difficulties in spelling and pronunciation, the relatively greater (though not close) lexical similarity between Portuguese and English ( compared to other Germanic languages) and the simpler morphology and syntax of English make it clearly the easiest Germanic language for a native Portuguese speaker to learn. When approaching the Germanic group of languages, it is highly recommended then that the Brazilian learner start with English and then move to Afrikaans or Dutch before he/she begins to learn German or a Scandinavian language, which are comparatively harder. Alternatively, after learning English, the student may choose to tackle a "hard language" right away, in which case German would probably be the best choice, not only because of the economic and cultural importance of the language, but also because it opens other doors that may make it comparatively easier to learn Dutch and, to a lesser extent, Danish or Swedish later.

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