CRISTO: A FIXAÇÃO DO BEM COMO REDENÇÃO HUMANA
PENSAR O BEM, FALAR O BEM, FAZER O BEM.
Mesmo que alguém não acredite que tenha existido um homem chamado
Jesus, mesmo que alguém não concorde com as religiões cristãs, todos, no
entanto, concordam que a essência do cristianismo trouxe à humanidade
uma beneficia idéia da prática do bem.
Diferentemente de todas
as religiões antecedentes e até mesmo do judaísmo, seio no qual o
cristianismo surgiu, as idéias de Jesus trouxeram mais do que uma
simples adoração ao ser criador. Para o homem conseguir sua salvação
precisa, antes de tudo, fazer uma grande transformação em si mesmo
através da prática do bem.
É verdade que as religiões cristãs
nem sempre seguiram esta prática, como as violentas guerras santas e
perseguições cruéis de todo tipo, a essência do cristianismo, apesar de
tudo, tem como premissa a prática do bem. E, será através de uma conduta
de bondade, compreensão, solidariedade e compaixão que alguém pode se
tornar verdadeiramente um cristão.
Nunca antes a humanidade
tinha concebido tamanha visão humanista. Nenhuma religião, antes ou
depois de Jesus, tinha incorporado uma concepção tão avançada. Até mesmo
o Deus de Jesus é completamente diferente do Deus de Moisés. O Deus de
Jesus é um deus da compaixão, do perdão e do amor.
Seja como
for, Jesus marcou tão profundamente o pensamento ocidental que mesmo
organizações não cristãs têm incorporado em suas idéias o pensamento
deste Cristo chamado Jesus. Assim, seria inconcebível pensar a nossa
civilização sem a existência do pensamento que nos legou Jesus. Hoje,
este pensamento extrapolou a esfera das religiões cristãs. Ele penetrou
todos os corações de boa vontade. Pensamos uma humanidade solidária
porque, sem sabermos, estamos pensando as idéias legadas por este
fabuloso ser humano. Fabuloso a tal ponto que temos dificuldade em
acreditar que tenha existido realmente.
Não dá para imaginar a nossa civilização sem a existência de Jesus.
Mas, mais do que uma prática de redenção, Jesus nos legou um mapa para voltarmos à casa do criador: a transformação interior.
O mundo transcendente de Jesus é um universo de perfeição. Um universo
que conseguimos imaginar e que desejamos de uma forma mais do que
utópica alcançar.
Para Jesus ninguém está condenado (ao contrário do
que pensa muitas religiões que dizem segui-lo). Assim como pensava o
filósofo grego Sócrates, Jesus sabia e apontava o auxílio àqueles que
não conseguiam entender. E, mesmo diante da crueldade sofrida afirmou:
“Pai, perdoai-vos, pois, eles não sabem o que fazem!”.
E ele afirmou que todos podiam chegar até aonde ele chegou: o Cristo.
Para tanto, precisamos mudar nossa forma de olhar, de sentir e de agir.
Não basta, portanto, decorar versículos inteiros do Novo Testamento. É
preciso fazer mudanças profundas em nossas almas e, assim, termos uma
visão verdadeiramente humanista para que nossas relações com os outros e
conosco mesmos sejam radicalmente assentadas sobre a bondade humana.
Será assim que vamos encontrar o Deus em nossos corações e em nossas
compreensões e deixaremos de ver diferenças entre todos os seres
humanos.
A partir das ideias de Jesus a humanidade compreendeu
melhor as palavras piedade, compaixão, fraternidade, perdão, tolerância,
compreensão, caridade e amor ao próximo. Estas palavras são a essência
do pensamento de Jesus e que, inclusive, as religiões ditas cristãs
deveriam resgatar para, assim, se aproximar de fato da essência do
cristianismo.
Jesus não nos oferece a salvação depois da morte,
mas, ao contrário, na própria vida. Para tanto, o homem precisa fazer
mudanças profundas em si mesmo. Jesus coloca o homem diante do espelho. É
preciso se desnudar novamente para encarar Deus diante da consciência.
E, é na consciência que Deus se revela Cristo dentro do homem.
Hideraldo Montenegro