Postal da Praça Padre Mateus em Santo Antônio de Jesus, Bahia.
Provavelmente fim dos anos 70 ou início dos anos 80
Ouvi recentemente comentários que o Prefeito eleito já possui verba para a reforma da Praça Padre Mateus. Eu gostaria muito que esse projeto fosse colocado para
Consulta Pública porque tenho muitas dúvidas sobre os projetos já idealizados.
Retornei a pouco mais de dois anos a cidade e não sei se o projeto passado nem o projeto em discussão atual foi avaliado por profissionais adequados e nem submetido a avaliação popular.
A pergunta é simples: o que será feito com a Praça Padre Mateus? A nova praça atenderá o Interesse Público ou o
interesse de alguns?
Creio que o projeto precisa ser avaliado com cuidado em
vários aspectos. Listo alguns que consigo lembrar rapidamente:
1) Os empresários tem interesse em um estacionamento amplo
para que os visitantes de outras cidades possam estacionar e comprar em seus
estabelecimentos? Quanto maior o espaço, subterrâneo ou não, melhor pra eles.
Eu acho que estacionamento não é uma prioridade para o
Cidadão consciente que aqui mora. Tenho certeza que se houvesse Transporte
Coletivo de qualidade, deixaríamos nossos carros em casa.
2) As Cervejarias também possuem interesse; quanto mais
bares melhor. Um ponto central que todas as pessoas passam e que podem parar
pra tomar uma cervejinha no final da tarde para bater papo com os amigos, dará
muito volume em vendas. Muito mais que os principais bares e restaurantes da
cidade.
3) Para os ambulantes, quanto mais espaço e informalidade
melhor. O que será feito dessas pessoas que hoje estão instalados em quase
todas as áreas da praça? Serão expulsos e obrigados a se instalar em outras
ruas e praças? Ou voltarão lentamente com o tempo. A Praça da Biblioteca e as ruas e esquinas da cidade já
funcionam como uma rede paralela de ambulantes. Será que se juntarão aos outros? Ou quem
sabe para migrarão para Praça Rio Branco. Acho que o coreto acabaria sendo fechado e viraria
um bar com mesas e toldos espalhados por todos os cantos.
4) O que será feiro com as BARRACAS/BARES que funcionam a
anos na praça? O espaço é público e como tal deve ter uma licitação para
concessão da instalação de qualquer atividade comercial. Novamente um ponto
central como a praça gera um ótimo retorno. O novo prefeito realizar a
licitação? E em que formato serão esses novos estabelecimentos? Vão concorrer
com restaurante, lanchonetes que já existem no entorno da praça e que pagam
alto custo de aluguel?
5) E o povo, as famílias, as crianças? Terão elas espaço
para brincar como brinquei de bicicleta num sábado a tarde ou Domingo? Quando eu
era criança, meus pais me levavam para ver os bichos-preguiças que ficavam
pelas árvores; no lago havia tartarugas e em todo o jardim havia grama e
flores. Tanto que a cidade era conhecida por "Cidade das Flores" e
não pelo "Comercio mais barato da Bahia".
Hoje são tantos toldos, cadeiras, barracas, camelôs,
hippies... que fica difícil chama-la de praça.
É difícil cruza-la, é impossível achar um local bonito que possamos tirar uma
foto. A praça principal da cidade não pode ser um cartão postal porque está
incrivelmente maltratada.
O termo Praça remete a um local livre de Edificações que
propicie convivência e/ou recreação para seus usuários. As praças feitas
pensando no cidadão, não visam "estacionamentos", não viam BARES, nem
estabelecimentos comerciais. Quando há barracas, elas comercializam apenas
produtos de apoio a quem na praça está, como Sucos, Água, Sorvetes, lanches
rápidos (não pratos/refeições).
Fica a dica.
"Depois que aprendi a pensar por mim mesma,
nunca mais pensei igual aos outros. " Clarisse Lispector
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Postado por Blogger no
Como eu vejo o Mundo em 11/09/2012 08:02:00 PM