Aldo
unread,Jun 21, 2012, 2:51:07 PM6/21/12Sign in to reply to author
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Atualmente há uma crise da escrita e leitura tradicional. Uma linguagem nova
urdida nas caracteísticas dos meios digitais está querendo fechar um capítulo
na história das narrativas impressas em formato papel. Desde 1990 as tecnologias
de informação digital estão definitivamente inseridas no contexto do pensamento
e dos atos para gerar e receber a informação. Fatos e ideias tinham um percurso
formal e bem definido dentro de um mundo onde a textualidade era pautada pela
escrita em papel, quando a narrativa ia se contando como um folhetim destinado a
um formato dominante.
A escrita digital quer valores visuais, uma
consciência multivariada e com forte apelo estético ao contrário da vivência
nos espaços impressos, onde no convívio com enunciados há uma reflexão do leitor
consigo mesmo mediado pelo espaço e a permissão de ir de signo a signo com
demorada pausa em adereços figurativos.
Mas, as pessoas, ainda escrevem
com todo o maneirismo da escrita para impressão em papel, quando destinam suas
narrativas para a escritura mediada pelo do computador. Existe um novo olhar e
um novo formato de conteúdo que antes de tudo deve ser leve e agradável e é
diferenciado por um imaginário que se liberta pelo link.
Portanto, hoje
conviemos com duas formas de escrita. A escrita de formato impresso em papel e
tinta e a escrita para visualização na web. Sendo a web uma condição recente de
compor enunciados é compreensível que autores escrevam seus textos como se os
propusessem para a impressão convencional. Porém as adaptações exigidas pelo
olhar, em uma página da web, provocam uma espécie de reposicionamento da escrita
e da leitura. A escrita digital deve ter como referência a visualização e a
simplificação subvertendo a estrutura da linguagem feita para impressão em
papel. A adequada percepção na web requer uma economia de adereços figurativos
em prol do entendimento global.
Nesse sentido um excesso de quadros,
tabelas e figuras que na impressão papel e tinta esclarecem o texto devido a sua
condição de estática apreciação, na particularidade da web dificultam a leitura
pela condição dinâmica que requer uma visualização do conjunto sem estresse
cognitivo. O texto na rede passa seguido e tais adereços devem ser, quando
essenciais, linkados para um anexo.
O excesso de adereços compromete o
texto que fica mal colocado e o autor comprometido na significação de sua
narrativa. Abaixo deixamos algumas sugestões de elementos que devem ser evitados
em uma escrita para a web:
- O tamanho do título e subtítulos do artigo
não deve exceder 90 caracteres;
- Não deve ser usada numeração decimal
para separar as seções do texto;
- Não usar notas ou bibliografia de pé
de página e as referências no contexto do texto não devem estar em caixa
alta;
- Artifícios como: – (travessão) , / divisor, (…) braquetas,
negritos, itálicos, grifo nosso, sublinhados e siglas representando o extenso
comprometem e enfeiam o texto;
- Links quebrados na bibliografia são uma
frustração para o leitor;
- Não se deve usar caixa alta em todo o
contexto do corpo do texto; mesmo no título, seções, etc.;
- Evitar o uso
de explicação em blocos de texto itemizado;
- Citações devem ser
precedidas de dois pontos e o texto citado deve estar entre aspas;
- As
citações bibliográficas no texto são hiperlincadas para detalhamento na
bibliografia; assim, não se deve usar: “et alli” ou (…) ou “idem” ou
“tradução nossa” ou outro artificio explicativo no texto. Detalhes devem ser
explicados na bibliografia lá no final.
- Escreva em blocos de ideias
suscintas e logicamente interconectados respeitando as condições de ponto e
paragrafo.
Estas são poucas observações de uma experiência de 13 anos
como editor na web.
Aldo de A Barreto