Peguei a notícia de um evento no facebook, mas não achei nada na mídia.
Segue o link e a descrição:
Protesto no Twitter contra espancamento de aluno por policiais na UFSCar
Na madrugada da última quarta-feira, 8, um aluno da UFSCar (Universidade Federal de São Carlos) foi COVARDEMENTE TORTURADO E ESPANCADO por policiais militares,DENTRO DO CAMPUS, que o acusaram de desacato e de estar sob efeito de narcóticos, hipótese refutada após realização de exames no estudante, numa ação ilegítima e de total abuso do poder.
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Como protesto todos nós devemos usar a hashtag #AgressãoPolicialUfSCar o máximo possível para que chegue aos TT e todos saibam do episódio, pois ganhar projeção é a melhor forma de evitar que passe impune.
Se possível colocar junto o link do evento para relatar a história.
Provavelmente nesse dia haverá, se mudar a data avisaremos aos interessados, uma manifestação dos estudantes no campus principal da UFSCar com o apoio da Bateria UFSCar.
Segue a história:
Sim, como se não bastasse a insegurança dentro das universidades brasileiras, tão em foco atualmente devido ao caso ocorrido na USP, agora os estudantes universitários devem temer também aqueles que deveriam protegê-los: a polícia.
Peço-lhes licença para situá-los ao contexto antes de esmiuçar o
ocorrido.
A UFSCar, assim como outras universidades federais, passa por uma greve justa e legítima de seus servidores públicos, que lutam, dentre outros motivos, contra a paralisação dos seus salários durante 10 (dez) anos e contra o corte da verba para as universidades, sendo assim, lutam não apenas por si, mas também pelos estudantes.
Em meio a essa questão, há o Reuni que aumentou a quantidade de estudantes nas universidades sem que houvesse acompanhamento de melhorias no ensino e infra-estrutura, o corolário foi, na verdade, o inverso. Faltam professores ou têm-se professores adjuntos, a estrutura física da universidade é incapaz de suportar as expansões que estão sendo realizadas de modo que prédios são erguidos sem a possibilidade de instalarem-se banheiros no segundo andar e há uma recorrente falta de água no campus, em especial nos alojamentos, sem que haja prévio aviso.
Quando há greve dos servidores
públicos, as refeições no R.U (Restaurante Universitário) são suspensas e procede-se a distribuição de mantimentos para que os alunos cozinhem em suas próprias casas, contudo sem água torna impossível a cocção por parte dos alunos residentes na universidade. Tal fato serviu de estopim para uma ocupação, PACÍFICA e legítima, por parte de um grupo de estudantes, simpáticos aos grevistas e com apoio desses, no R.U a fim de realizarem, os próprios alunos, as refeições, com todo respaldo sanitário, pois contavam com a supervisão de dois graduados em vigilância sanitária e em gastronomia, assegurando alimentação aos estudantes bolsistas, além de organizarem-se de modo a ZELAR PELA INTEGRIDADE FÍSICA DO ESPAÇO, que é público, criando grupos responsáveis pela cozinha, limpeza e FISCALIZAÇÃO PARA EVITAR QUAISQUER TIPOS DE DROGAS, INCLUSIVE ALCOOL, conta-se também com atividades artísticas como música, malabarismo, poemas
etc..
Na madrugada de quarta-feira, um aluno, estando responsável pela vigília do R.U, deparou-se com policiais que disseram estar fazendo ronda no banco e perseguindo um carro suspeito e, alegando que o estudante estava drogado e em atitude de desacato, PROCEDERAM COM VIOLÊNCIA ABUSIVA DURANTE SUA DETENÇÃO, ESPANCANDO-LHE sendo que, ao levá-lo para a delegacia, constataram que o rapaz NÃO FIZERA USO DE NENHUM TIPO DE SUBSTÂNCIA ENTORPECENTE.
Tal fato não fere apenas um aluno, tampouco se restringe aos alunos ocupantes e, nem sequer, limita-se a estudantes universitários. A ocorrência, lamentável, diz respeito a toda nação brasileira, pois foi rasgada a, teórica, Constituição Cidadã numa ação em que policiais borraram as fronteiras de suas possibilidades de ação, por ela delimitadas.
A ação nos remonta aos so
mbrios tempos de DITADURA MILITAR que para ver sua derrocada foi necessária muita luta e a derrama de rubras cascatas, parafraseando João Bosco, do povo brasileiro. Contudo, o fim do regime não representou o fim do AUTORITARISMO do Estado brasileiro – muito contraditório e irônico se levássemos em conta a história de nossa presidente - e principalmente o governo do Estado de São Paulo onde é notável o grande apreço que esse nutre pelos tempos de COAÇÃO E COERÇÃO ilimitadas, basta ver a barbárie cometida durante a “Marcha da Maconha”. Numa época em que o mundo inteiro debate o assunto.
É um dever que todos nós temos o de insurgirmo-nos contra tais atos truculentos por parte da
polícia, porém, particularmente, creio que as críticas e apontamentos devam ser dirigidos não a essa, mas aos nossos governantes autoritários, afinal é deles o comando, bem como é deles a culpa por uma polícia mal paga e mal treinada, principalmente no que tange a acompanhar e garantir a manutenção da ordem em tais eventos. Ficarmos apáticos mediante ações ilegítimas, por parte de nossos representantes, é dar margem àqueles saudosos ditatoriais instaurarem-na outra vez.
Por isso convocamos todos vocês à luta, que agora não se trata mais de apoiar ou não a greve e que também não se trata de uma luta de partidos, com suas respectivas bandeiras coloridas, e sim de apoiarmos e defendermos a DEMOCRACIA e a supremacia dos DIREITOS CIVIS adquiridos quando da promulgação da nossa Constituição Cidadã.
Pedimos o apoio de todos para que o fato não passe em branco, impune e principalmente para que não se repita, pois
da próxima vez pode acontecer com você, mesmo que não faça parte de movimento algum, com seu filho, seu parente ou amigo. Devemos lutar com afinco a fim de assegurarmos os nossos direitos civis e se enganam os que pensam se tratar de tolo idealismo juvenil, pois a queda da ditadura militar mostrou o quão real um idealismo pode se tornar.
Nós até podemos ser de carne e osso e sangrar, mas nossas idéias são imortais e hão de triunfar sobre toda e qualquer tirania!