Pedagogia e complexidade. A reinvenção dos corpos

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Hannah BLUE

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Nov 1, 2007, 6:01:17 PM11/1/07
to Midiateca da HannaH
Pedagogia e complexidade. A reinvenção dos corpos

"Como uma rápida decisão que elimina qualquer dúvida,
os exigentes exercícios corporais são um ótimo início
para um programa de filosofia básica: na alta mon-
tanha, qualquer excitação, rotas equivocadas, mentiras
ou má-fé equivalem à morte. Em contrapartida, a
linguagem escrita ou falada repetida sem nenhum risco
faz proliferar pessoas irrefletidas que, imóveis, se
agitam e se reproduzem. (...) O risco que a verdade
corre desaparece no instante em que o mundo
inimitável exige posições, atos e movimentos cuja
pertinência ele imediatamente sanciona." (Serres, 2004, p.12).

O problema de agora em diante é transformar a descoberta da
complexidade
em método da complexidade (Morin & Moigne, 2000, p. 217).11

De fato, nós professores, necessitamos transformar em ação o discurso
da
complexidade. Numa práxis efetiva. Todavia, nesta pedagogia, por
natureza
complexa, não se pode prescindir de uma visão alargada do
conhecimento.
Uma visão que ultrapasse as fronteiras do exclusivamente racional.

Exige-se um conhecimento que encontre suas raízes aquém e além da
consciência. Um conhecimento impregnado de sentimentos e emoções.
Um conhecimento mapeado a partir das marcas sobre o corpo. Devemos
reconhecer que são os sentidos que nos permitem perceber, no toque
sutil, a fragilidade de uma uva madura; é pelo olhar cuidadoso e
sensível
que nos emocionamos com as nuances das cores do céu no horizonte ao
entardecer de um dia de verão; é pelos ouvidos que escolhemos a música
que nos alegra a alma e nos faz dançar o corpo inteiro. Quem não
aprende
a discorrer sobre a qualidade de um bom vinho pelo buquê e pelo sabor
que nos traz à memória lembranças de chocolate, frutas vermelhas ou
carvalhos?

O sabor está na origem do saber. A sensibilidade de nossos corpos
freqüenta lugar privilegiado na origem do conhecimento. Não há
conhecimento
sem corpo. Não há pedagogia sem corpos.


< http://www.scielo.br/pdf/soc/n15/a09v8n15.pdf >

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