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- Cirurgia [1 actualização]
Tópico: CirurgiaJaime <jaimeco...@gmail.com> Aug 04 02:21PM -0700 ^
Boa noite a todos
Pela 3ª vez num espaço de 8 meses fui sujeito a uma cirurgia que me
vai deixar de cama cerca de 1 mês. Tive uma recidiva de um quisto
sacro-coccigeo e aproveitei simultaneamente para limpar algumas zonas
onde a nossa "parceira" é mais frequente e onde as suas investidas são
mais fortes.
Da experiência que tenho em cirurgias (que já é longa), o que tenho
notado é que nem todo o tipo de cirurgia é eficaz no nosso problema de
saúde, chegando mesmo a ser um mal se for realizada em determinadas
circunstâncias. Tenho aproveitado este período em que tenho de ficar
de "papo para o ar" para pesquisar mais sobre maneiras de enfrentar e
minimizar a gravidade deste problema que nos afecta a todos, e tenho-
me deparado com muita falta de informação em algumas abordagens
possíveis ao problema.
Neste caso pretendo referir-me exclusivamente ao caso da cirurgia. Há
imensos relatos de pessoas com HS que já foram submetidas a cirurgia
sendo o seu resultado bi-partido entre os casos que foram bem
sucedidos e mal sucedidos. Da experiência que fui adquirindo ao longo
destes quase 12 anos com a HS, pude constatar que a cirurgia que
termina com sutura (pontos), sem a remoção de tecido de pele, e apenas
com a chamada limpeza da infecção que originou a inflamação,
normalmente apenas funciona como uma solução de curto-prazo, uma vez
que a infecção volta ao fim de poucos meses nessa mesma zona.
Em contrapartida, as cirurgias a que fui submetido e que culminaram
com uma substancial remoção de carne e pele no sítio da infecção e
área circundante, e cujo método de cicatrização é feito por segunda
intenção (não são dados pontos e é deixado um grande "buraco" que com
o tempo, e através de pensos realizados diariamente, vai ganhando
carne até perfazer todo o buraco deixado pela cirurgia), tem gerado
bons resultados. É certo que o período de cicatrização é elevadissímo,
chegando em alguns casos mesmo a 2 meses até o buraco estar totalmente
fechado, mas que não nos impede de, apartir da 3/4 semana, estar a
fazer uma vida normal apenas com o cuidado de realizar diariamente, ou
a cada 2 dias, um penso num centro de saúde ou em qualquer posto de
enfermagem próximo. O grande senão deste método em termos de resultado
final é uma cicatriz bastante maior do que se tivesse sido suturada a
ferida. A meu ver é um argumento que não nos deve ajudar a decidir,
pois é de longe preferivel uma cicatriz a dores terríveis como as que
temos no pico das infecções.
Do meu ponto de vista, e com base no testemunho dos médicos que me tem
acompanhado, esta solução é mais eficiente, pois são removidas na
totalidade as glândulas apócrinas "doentes" que estão na origem deste
problema de saúde.
Infelizmente existe muito pouca informação na internet sobre este tipo
de procedimento em doentes com HS, o que torna um pouco mais difícil
atestar a verdadeira eficiência deste método.
O mais complicado no meio disto tudo, no meu caso, tem sido convencer
os médicos a fazerem-me as cirurgias sem sutura, pois é complicado
para um cirurgião perceber o porque de estar a sujeitar o paciente a
um processo de cicatrização mais doloroso e demorado se de facto
aquilo se poderá resolver com um método mais simples e rápido.
A experiência tem-me dito que este método simples e rápido não me traz
qualquer mais-valia no longo-prazo, sendo uma questão de meses até a
infecção voltar naquele sítio.
Pedia que comentassem e que, caso tenham informação deste método de
abordagem curúrgica em doentes com HS, não hesitem em partilhar.
Um forte abraço a todos e Força.