Janta #4 - o queer na tecnologia

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Thiago Carrapatoso

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May 17, 2016, 12:56:44 PM5/17/16
to thackday
Carxs,

desde o começo do ano, eu organizo um jantar mensalmente no Casarão do Belvedere (em São Paulo) para discutir o queer dentro da cidade. Faz parte de um projeto que eu sou co-curador chamado Cidade Queer, que é uma parceria entre a residência artística Lanchonete.org e a fundação canadense Musagetes.

Cada jantar tem uma temática diferente -- mais para demonstrar e abrir o processo curatorial do que obrigar os participantes do jantar a discutir o tema.

O jantar dessa quinta, dia 19, será sobre o queer na tecnologia.

Queria convidar a todxs da lista que estejam interessadxs no tema a vir conhecer o projeto, o Casarão, e a se abrir para essa discussão.

Os jantares são gratuitos, mas a gente pede a colaboração de um prato e/ou bebidas para compartilhar, já que o orçamento é restrito.

O evento no facebook é esse aqui: https://www.facebook.com/events/241452629544789/

E a mesma descrição que está lá você confere abaixo.

Vamos? É só chegar, não tem mistério.

Abraços,

Thiago

O ciclo de atividades Cidade Queer / Queer City, organizado pela residência Lanchonete.org e a fundação canadense Musagetes, realiza mais um encontro "Janta - Comida Queer, Política Queer". Nesta edição, o tema a ser tratado é o queer na tecnologia. O jantar mais uma vez acontece no Casarão do Belvedere, na Bela Vista, tendo como anfitrião o ator Paulo Goya. A ideia é discutirmos e trocarmos experiência sobre a temática de forma bem informal e tranquila.

Nos anos recentes, se viu um crescimento da discussão de gênero dentro do mundo da tecnologia, tendo as mulheres conseguido grande protagonismo ao organizar eventos como a RodAda Hacker, PrograMaria, entre outros. No ano passado, o grupo Laboria Cuboniks lançou o manifesto Xenofeminsmo em que argumenta por um outro princípio de feminismo, que envolve a tecnologia em sua estrutura óssea. Como diz o manifesto, “XF constrói um feminismo adaptado [à ubiquidade tecnológica]: um feminismo com habilidades, escalas e visões sem precedentes; um futuro em que a realização da justiça de gênero e emancipação feminista contribuem para uma política universalista construída das necessidades de cada humano, trespassando gênero, habilidade, capacidade econômica, e posição geográfica. Sem mais a repetição sem futuro na esteira do capital, sem mais a submissão à escravidão do trabalho – produtivo e reprodutivo –, sem mais a reificação do que é dado mascarado de crítica. Nosso futuro requer despetrificação. XF não é uma tentativa para revolução, mas uma aposta no longo jogo da história, demandando imaginação, destreza e persistência.”

O manifesto por si só demonstra uma perspectiva diferente sobre o que é a tecnologia dentro de nossa sociedade. Ela deixa de ser apenas um objeto, um serviço, ou um apêndice de nossa vida diária para se tornar a arma e o cerne das discussões feministas e de gênero. E como fica a perspectiva queer neste processo? O pesquisador Jacob Gaboury escreveu uma série de artigos para o portal Rhizome sobre a história queer da computação. Para ele, por causa de nosso processo heteronormativo hegemônico, a história da computação e, consequentemente, da tecnologia foi reduzida a apenas figuras masculinas, heterossexuais e, em sua grande maioria, branca. Gaboury, então, por meio da biografia de diversos personagens importantes para a evolução tecnológica, prova que a perspectiva queer está enraizada na própria tecnologia, sendo ela criada e refletida pela Diferença de seus agentes.

A realidade hoje, porém, mostra que ainda há muito o que se lutar dentro do cenário tecnológico para que haja, realmente, uma representatividade paritária dentro de um sistema por muitas vezes preconceituoso e misógino. Recentemente, o jogo “Baldur's Gate: Siege of Dragonspear” se viu envolto de uma polêmica por causa de uma personagem transsexual no meio da trama da narrativa. Diversos jogadores se manifestaram contra a personagem em sites como GOG ou Steam com discursos de ódio ou preconceituosos. A manifestação fez com que os criadores do jogo alterassem as falas da personagem de forma a amenizar sua explicação sobre ser transsexual.

Pensando que no XF a arma é a tecnologia, como podemos usar os mecanismos tecnológicos – que, segundo Gaboury, é nosso por essência – para mudar essa perspectiva?

Os jantares, gratuitos, contarão com convidadxs. Nosso orçamento é para um jantar para 25 pessoas, então, pedimos para que xs participantes tragam outros pratos para dividir e complementar a ceia. O mesmo para as bebidas: traga a sua e mais algumas para compartilhar. Assim, todo mundo come e bebe tranquilamente.

Serviço:
O quê: Janta #4 - comida queer, cidade queer
Tema: "O queer na tecnologia"
Local: Casarão do Belvedere (Rua Pedroso, 267 - Bela Vista)
Quando: 19 de maio, quinta-feira
Horário: 19h.
Quanto: Grátis

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