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Colegas,
Aproveito a oportunidade para novamente tocar no assunto...
Exemplificando apenas um caso, o cadastro das Empresas (CNPJ):
Já fiz (mesmo com a dificuldade de se vencer as barreiras) o cruzamento do cadastro das empresas de Maceió existente na prefeitura, com o existente na secretaria de fazenda do estado de Alagoas, com o existente na Junta Comercia e com o existente na Receita Federal. Não bate!
Tem muito lixo em TODAS as bases!
Alguns dados melhores em uma, outros em outra, por exemplo: O endereço em parte está mais atualizado na prefeitura. A composição societária na secretaria de fazenda do estado. As atividades na Receita. A razão social, finalidade, contratos... na Junta.
Mas repetindo, tem muito lixo em TODAS!
E eu pergunto: vocês modelariam desta forma, ou pensariam em uma base de dados única?
Isso ocorre em todas as bases, nos mapas, no cadastro de pessoas, nos contratos, na contabilidade... As bases de dados públicas brasileiras são em regra geral, LIXO, pouco representam do que realmente acontece, pouco se tem armazenado do que realmente importa conhecer.
Estou sendo radical?!?!?! Pela minha vivencia no serviço público: Não!
Outro exemplo: a contabilidade pública não diz nada com nada, é LIXO!
E porque acontece isso?
Porque a realidade é que hoje temos uma MISCELÂNEA DE BASES DE DADOS, isoladas, duplicadas, despadronizadas etc..
A miscelânea não é apensa entre as esferas e/ou entre os poderes. É dentro de uma mesma esfera: cada secretaria é uma prefeitura, autônoma, regida por um partido! (Estou novamente equivocado?!?!?!?)
Venho repetindo, mais do que DIVULGAR, temos que discutir é a QUALIFICAÇÃO DAS BASES DE DADOS PÚBLICAS BRASILEIRAS.
Urge a necessidade de realizarmos, de forma democrática e transparente, do PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO DA INFORMAÇÃO PÚBLICA BRASILEIRA.
A Consocial abril portas para a sociedade quando priorizou a proposta: "Criação de conselhos de Transparência Pública e Controle Social em âmbitos municipal, estadual, nacional e em órgãos públicos... de caráter consultivo e deliberativo, trabalhando em conjunto no planejamento, definição, fiscalização e controle da gestão da informação pública...".
Algum conselho foi criado com um texto próximo a esse?
Achei também que o texto que escrevemos no 2º Encontro Nacional de Dados Abertos no grupo que discutiu o empoderamento da sociedade civil bem esclarecedor:
O centro gravitacional do processo de gestão da informação pública brasileira não pode ser exclusivo do poder público, devendo ser gerido e gestado junto com a sociedade civil. Esta, deve ter um papel ativo no estabelecimento dos parâmetros, modelagem de banco de dados, definição de padronizações, prioridades, definição de competências, etc.. Nesse sentido a gestão da informação, enquanto patrimônio público, enquanto rés publica, se dá como partilha do poder democrático. Ou seja, a partilha do direito de constituir a informação. Com isso, supera-se o estágio da transparência/accountability com a ideia de uso público da razão. Igualmente, supera-se o conceito de cidadão. £o enquanto cliente, com a ideia de cidadão autônomo e responsável. Abertura de dados enquanto abertura do estado.
Então, o que fazer?
Cobrar um debate nacional?
Cobrar a criação de um GT para discutir esse empoderamento?
O que fazer?
Abraços Fraternos...
André Weinmann Carneiro
skype erdnac...@hotmail.com
(82) 9973-5068 (tim)
(82) 8890-5068 (oi)
E tem sim o problema de modelo de negócio. Certamente que tem muita gente que, se pudesse, passaria o tempo todo trabalhando sobre dados públicos para gerar conhecimento muito além do que temos hoje, mas as pessoas acabam não conseguindo fazer com que isso seja algo que "coloque a comida na mesa".Em muitos casos existe também a dificuldade de encontrar os dados, acho que uma melhora organização coletiva e uma melhor divulgação pública poderiam ajudar, mas é algo de médio-longo prazo.Acho mesmo que o governo usa muito pouco os dados e informações que possui, porque fica preso no "sempre fizemos assim", ou no "ele sabe o que faz" (confiança naquela pessoa que sempre fez aquele trabalho daquela forma), e também por falta de capacidade técnica em muitos casos.Nem vou entrar no mérito dos "paranóicos" que acham que os dados são sempre forjados/tratados/falsos. rsAcho que a demanda ainda é pequena, dadas as proporções do país, acho que a quantidade de pedidos é razoavelmente pequena. E o uso é menor ainda. Nesse ponto, acho que falta conhecimento técnico do que pode ser feito e também de como fazer, isso tanto pelo lado da população quanto pelo lado do governo.Tem também muito dado "ruim", publicado sem documentação, sem qualidade (dados inconsistentes), e por ai vai.Guilherme, eu acho que tem um pouco de tudo.....Acho que existe uma falta de oferta de muitos dados em muitas instâncias. Isso passa por bases que não se encontra e bases que estão disponibilizadas "pela metade".
Enfim, concordo contigo que é uma mistura doida de tudo isso e mais um pouco, e que tanto sociedade civil quanto governo precisam crescer muito.Ah, por fim, acho que uma das grandes vantagens da Lei de Acesso e da cultura de abertura é a necessidade de uma certa reorganização interna dos procedimentos e protocolos governamentais, quem sabe transformando-os em políticas de estado, e que podem reduzir custos, melhorar a eficiência e ainda trazer a transparência que tanto queremos.
Abraços,
--------------------------------
Diego Rabatone Oliveira
diraol(arroba)diraol(ponto)eng(ponto)br
Identica: (@diraol) http://identi.ca/diraol
Twitter: @diraol
Olá,Bom, acho que todos concordamos que a TOTAL abertura e publicação dos dados é a condicio sine qua non de uma democracia moderna. É necessário sobretudo para evitar ainda mais corrupção do que a já existente.O que cada um faz com este dados é um quesito pessoal.Eu faço o que posso analisando os dados, interpretando e colocando a interpretação no meu blog!@ Mario: o DataViva é bem legal! Você já tentou vender o serviço para empresas, jornalistas, pesquisadores?Acho que tem mercado (pequeno mas tem) para informações bem estruturadas!AbraçoTatiana
Tatiana, Mário,Obrigado pelo debate, ideias e feedback.
Minha reflexão é justamente por aí. Sou adepto e árduo defensor da transparência. Mas sei que ela tem um custo, e que quanto mais mostrarmos sua utilidade, mais ela se legitima e se alastra.
To ainda na duvida se o problema é na oferta (governos não fazem?) ou na demanda (cidadãos não pedem/não usam?). Ou se não é de demanda interna (nem o próprio governo usa?). Ou se de informação (ninguém sabe que existe?) ou de capacitação (ninguém sabe como usar?). Ou de ideias (sei como usar, mas não sei pra quê?), ou de modelo de negócio (tá bom, sei que tem, sei usar, sei pra quê, mas não tenho tempo nem dinheiro pra tocar isso). Quando no fundo, talvez seja tudo junto e misturado.Mas como é preciso começar por algum lugar... e aí, começamos por onde?
Olá Gui,Aqui no Brasil quem não faz o dever de casa mesmo são os brasileiros, a sociedade em geral.Governos estaduais, municipais e federais tem colocados Terabytes de dados abertos ao publico (gastando bilhões e bilhões de reais) mas NINGUÉM se incomoda em verificar.Até hoje eu sou a única pessoa que conheço que se incomoda a ir ver o que esta no portal transparecia da prefeitura de São Paulo!Pelo resto você tem razão, nos dados públicos brasileiros faltam os estudos e relatorios. Você percebe a diferença quando compara com dados de outros países.O Reino Unido por exemplo coloca a disposição do publico todos os relatorios, com exceção daqueles "Classified"Os funcionários públicos brasileiros ainda não entenderam que emprego publico não é a casa da avó e informações devem ser compartilhadas!Att.Tatiana