Prezada irmã,
Segue comentário!
Lição 2 – CALEBE – CONVIVENDO COM A ESPERA
Ivanaudo Barbosa
OBJETIVO DESTE ESTUDO: Mostrar que aquele que acredita nas promessas de Deus um dia as verá cumpridas em sua vida.
VERDADE CENTRAL – A certeza da promessa.
INTRODUÇÃO – RESUMO HISTÓRICO DOS FATOS
Pouco se sabe sobre a vida desse homem. São poucas as passagens
bíblicas que o mencionam. O que sabemos é que Calebe era filho de
Jefoné, da tribo de Judá (Nm 13. 6) Entretanto, a história de Calebe é
muito bonita. Sua biografia, embora curta quanto ao material
disponível, é vasta quanto ao tempo e recheada de acontecimentos
fantásticos. Ele viveu no Egito como escravo, cruzou o mar Vermelho,
viu Moisés descer do monte Sinai com as tábuas dos Dez mandamentos, foi
espiar a terra da promessa, vagueou com Israel por quarenta longos anos
e, finalmente, pisou na terra como conquistador. Ele fez parte das
duas grandes gerações: A primeira, que saiu com ele do Egito, foi
sepultada nas areias do deserto. A segunda geração foi a que finalmente
tomou posse da herança prometida por Deus. Calebe é um dos personagens
que aparecem nos bastidores mas nos deixa um legado invejável. Vejamos
algumas qualidades que este líder passou para as gerações futuras.
– Homem decidido e valente. Diante dos desafios de enfrentar os gigantes, Calebe não se intimidou, embora já estivesse com idade avançada (Js 14:12).
– Homem de fé perseverante. Calebe nunca se
abateu diante do desafio de esperar por mais quarenta anos até receber a
herança prometida por Deus. Quando Deus determinou que nenhum dos
rebeldes entraria em Canaã, Ele disse a respeito de Calebe: “…Porém,
meu servo Calebe, visto que nele houve outro espírito, e PERSEVEROU em
seguir-Me, Eu o farei entrar na terra que espiou…”(Nm 14:24).
– Homem abnegado. Quando Deus determinou que
os israelitas deveriam voltar ao deserto e vaguear por quarenta anos,
Ellen White diz que Calebe, ‘sem murmurar, aceitou a decisão divina’ (
Patriarcas e Profetas,
p. 392). Embora não tivesse culpa nenhuma, teve que passar seus
melhores anos vagando pelo deserto com os israelitas, sem reclamar. Ele
não se rebelou contra Deus e nem contra a organização existente,
tentando levantar um novo movimento, uma vez que o atual parecia
apostatado.
– Homem abnegado e generoso. Calebe mostrou
espírito generoso em todos os seus atos. Diante do pedido da filha para
que lhe desse uma boa terra, ele o fez, superando as expectativas e os
costumes culturais (Js 15:19).
– Homem altruísta e liberal.
I – HOMEM DECIDIDO
Não é tarefa fácil opor-se à maioria. Diante de ameaças, gritos e
choro, geralmente as pessoas cedem. Isto é, vão com a maioria. O autor
da lição resume isso numa frase: “Nem sempre é fácil ser diferente e
opor-se à maioria. ” Não foi isso o que aconteceu com Calebe. Diante de
uma turba enfurecida, agitada, enlouquecida e disposta a matar, o
relato bíblico diz: “Então Calebe fez calar o povo perante Moisés e
disse: Eia, subamos e possuamos a terra, porque certamente
prevaleceremos contra ela
” (Nm 13:30). Na
visão de Calebe, aquela era uma conquista certa, pois sabia que Deus
estava com o povo de Israel. É comum, nos dias atuais, nos depararmos
com jovens e homens maduros sem vontade, indecisos e vacilantes diante
dos desafios. Ellen White diz que “Deus prefere homens que tomem
decisão, mesmo que algumas possam ser erradas, àqueles que nunca
decidem com medo de errar
”. Nos dias futuros, depois de 45 anos, veja o relato desse homem de 85 anos:
“Estou
forte ainda hoje como no dia em que Moisés me enviou; qual era a minha
força naquele dia, tal ainda agora para o combate, tanto para sair a
ele como para voltar. Agora, pois, dá-me este monte de que o Senhor
falou naquele dia…”(Js 14: 11, 12). Vamos considerar com nosso alunos
alguns pontos da caminhada cristã, tendo como pano de fundo as atitudes
de Calebe:
– Quantas pessoas têm problemas para resolver, mas ficam
adiando a decisão para depois. Alguns se acomodaram com situações que
hoje se tornaram crônicas porque não tiveram coragem de decidir.
– Pergunte à sua classe quais são os maiores obstáculos que
impedem as pessoas de decidir? (Ajude-as dizendo que a maioria de
nossas decisões são tomadas baseadas nas informações que temos)
– Com esse raciocínio, pergunte a elas por que os dez espias
tomaram uma decisão tão contraditória, se eles tinham as mesmas
informações que Calebe?
Essa característica do espírito decidido de Calebe ao pedir o
lugar mais difícil era um indicativo exemplar para as futuras gerações
de que, se os antepassados tivessem confiado na promessa de Deus, o
Senhor lhes teria dado a terra.
II – HOMEM QUE TINHA FÉ PERSEVERANTE
Calebe é descrito no relato bíblico como um homem de fé. Seu nome
significa “Aquele que permanece”. Diante de uma turba enfurecida, a
inspiração diz: “E Josué, filho de Num, e Calebe, filho de Jefoné, dos
que espiaram a terra, rasgaram as suas vestes. E falaram a toda a
congregação dos filhos de Israel, dizendo: A terra pelo meio da qual
passamos a espiar é terra muito boa. Se o Senhor Se agradar de nós,
então, nos porá nesta terra e no-la dará, terra que mana leite e mel.
Tão-somente não sejais rebeldes contra o Senhor e não temais o povo
desta terra, porquanto são eles nosso pão; retirou-se deles o seu
amparo, e o Senhor é conosco; não os temais” (Nm 14. 6-9). Este texto
nos mostra alguns pontos que você deve considerar com seus alunos:
– Calebe sabia que eles não iriam conquistar a Terra da
Promessa com suas armas e com sua força. Ele vira o poder de Deus
revelado no Mar Vermelho, na providência do maná, da água no deserto e
sabia que Deus guerrearia por eles.
– Calebe confiava nas promessas que Deus fizera a eles.
– Pergunte à sua classe por que tantas pessoas abandonam a fé e
não perseveram na Igreja. Pergunte quantos eles conhecem que hoje
estão fora – não perseveraram. E por que não perseveraram?
– 45 anos mais tarde, a mesma fé perseverante revelada por Calebe no momento da apresentação do relatório é repetida.
– Ele nunca desistiu da promessa divina. Apesar de todo o
tempo que passou, ele continuou acreditando que Deus cumpriria o que
havia prometido.
– Ele nunca esqueceu a promessa de Deus em sua vida.
O bravo e velho guerreiro estava desejoso de dar ao povo um
exemplo que honrasse a Deus e incentivasse as tribos a subjugar
completamente a terra que seus pais haviam imaginado ser invencível”
(Ellen G. White, Patriarcas e Profetas, p. 512, 513).
A frase mais espetacular proferida 45 anos mais tarde por este
ancião de 85 anos foi: “Meus irmãos que subiram comigo desesperaram o
povo; eu, porém, PERSEVEREI em seguir o Senhor meu Deus. ”(Js 14:8)
Durante uma conferência pública, um irmão caminhava sete
quilometros para vir e sete para voltar, chegando em casa todas as
noites quase à meia noite. Eu o visitei e perguntei se não era muito
longe esse caminho percorrido a pé todos os dias. Ele me respondeu com
convicção: “Pastor, a fé encurta a distância”.
III – HOMEM ABNEGADO
Antes mesmo de Josué iniciar o processo de distribuição das
terras, Calebe se aproximou de seu ex-companheiro e fez um pedido
inusitado: Ele pediu a região mais difícil de ser conquistada, por ser
habitada por gigantes. Aparentemente, isso era um pedido egoísta. Mas,
tendo o quadro geral da vida deste homem em mente, percebemos que ele
era abnegado. Portanto, seu pedido era um gesto de abnegação pelos
seguintes motivos:
– Calebe já era um homem de 85 anos. Ele havia vivido cerca de
45 anos vagueando pelo deserto sem ter culpa de nada e sem se queixar.
O egoísta está sempre querendo o melhor para si. E se não consegue,
reclama de tudo e de todos. Veja o que alguém afirmou: “Um homem não
deixa de ser guerreiro quando envelhece, mas quando perde os sonhos e a
visão”
– Calebe pediu o mais difícil. Ele sabia que um homem de sua
idade não conseguiria vencer os gigantes numa guerra. Isse somente
seria possível se fosse um milagre divino. Quarenta e cinco anos atrás,
naquele dia fatídico ele dissera: “Se o Senhor Se agradar de nós, Ele
nos dará a terra…” (Nm 14:8). Ele desejava inspirar fé na geração atual
e mostrar que seus pais poderiam ter tomado posse da terra prometida,
se confiassem no Poder de Deus e tivessem avançado pela fé.
– Calebe revelou, em seu inusitado pedido, que estava
preocupado com o bem estar dos outros, como sempre estivera. Lembre-se
que ele poderia ter dito a Deus, 45 anos antes, mais ou menos assim:
“Senhor, é justo que esse povo morra aqui e não entre na terra
prometida. Mas eu? Eu não fiz nada de errado. Eu atendi Tua voz, dei o
relatório fidedigno, não sou rebelde. Então, Senhor, não aceito voltar
com eles para o deserto. Desejo prosseguir, ajuda-me nisso, por favor.
Aquele que fora uma inspiração para a velha geração continuava a ser
uma inspiração para a nova geração, envolvendo-se no bem estar deles.
Era um homem abnegado. A nova geração não podia viver os milagres do
Egito, nem mesmo a experiência de seus pais no deserto. Calebe
considerou seu dever criar um ambiente para que essa geração desse os
primeiros passos de fé. Isso é abnegação partilhada.
DISCUTA COM SUA CLASSE ESTES PENSAMENTOS:
Como Igreja, o que temos passado aos nossos jovens sobre o respeito que deveríamos ter com os mais velhos?
O que o fato de Calebe não pedir as melhores terras e nem as mais produtivas nos ensina sobre abnegação em nossos dias?
Um espírito egoísta quer o melhor para si. Um espírito abnegado
aceita dar o melhor para os outros. Como praticar isso na igreja? Dê
exemplos. E na família?
IV – HOMEM ALTRUÍSTA E LIBERAL
Nos detalhes e nos pormenores das Escrituras, encontramos
preciosidades que não são vistas pelo observador superficial. Veja que
quadro bonito é extraído do caráter de Calebe quanto ao seu espírito de
generosidade. Nos tempos bíblicos, os pais deveriam se preocupar com a
herança que era deixada aos filhos homens, porque estes perpetuariam o
nome e os bens dos pais.
No caso das filhas, elas tinham herança embutida na do marido.
Mas, no caso de Calebe, ele deu uma herança à sua filha (Jz 1: 14, 15)
“Embora Acsa fosse sua filha, qualquer porção de terra que ela
recebesse deixaria efetivamente de pertencer à família imediata de
Calebe e se tornaria parte da propriedade de seu marido.” O autor da
lição completa: “O surpreendente é que Calebe não só lhe deu o campo,
mas também deu as fontes de água. E não só uma fonte de água mas tanto
as fontes superiores como as inferiores”.
Essa generosidade está de acordo com o caráter de Calebe. No
começo deste comentário, dissemos que a atitude de Calebe em pedir a
montanha onde os gigantes viviam não era um ato egoísta, mas sim um ato
de altruísmo. Isso está de acordo com seu espírito generoso. “Ele
mostrou generosidade além das normas sociais de seu tempo.” Foi por
isso que alguém definiu assim a atitude do altruísta: “Uma atitude
altruísta pode ser interpretada como caridade, se bem relacionada com
os interesses do próximo. Agir de forma altruísta, é dar-se ou
beneficiar alguém.” Calebe estava decidido tanto a dar como a
beneficiar outros.
DISCUTA COM SUA CLASSE:
1. Pelo exemplo da vida de Calebe, como podemos nutrir os novos
crentes, os jovens e crianças para preencher posições de liderança e
responsabilidade em nossa igreja?
2. Calebe se apegou a seu povo, mesmo quando este vivia
pecando. Que lições este fato tem para nós, adventistas do sétimo dia?
3. As afirmações dos dez espias eram diferentes das de Calebe e
Josué. Pergunto: E se os dois tivessem dito o que os dez disseram e
vice-versa. Você acha que o povo teria acreditado no que os dez
disseram? Depois de ouvir sua classe, afirme: Eles estavam decididos a
acreditar na mentira. Se as afirmações dos dois fossem a mentira, eles
teriam acreditado nos dois , e não dos dez.
4. Paulo diz que hoje estamos mais perto de ver o cumprimento
da promessa, que no dia em que cremos. O que isso nos ensina?
Ivanaudo Barbosa Oliveira, nascido em Jacobina/BA e casado com
Magali Barbosa de Oliveira, tem dois filhos: Audrey e Edrey. Na União
Sul-Brasileira foi pastor distrital, departamental, secretário,
presidente de associação e secretário da União. Em 2004, passou a ser
Secretário e Ministerial da União Nordeste-Brasileira, onde atua até o
presente.
From:
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Date: Tue, 5 Oct 2010 07:49:50 -0300