Luís Campos (Blind Joker)
Fui ao shopping para comprar umas fitas cassete virgens. Depois de
comprá-las, Como já eram quase quatro horas, decidi fazer um lanche.
Meu motorista, que também era meu guia, já que sou cego, como costumo
dizer, deficiente visual, como dizem os politicamente corretos, havia
comprado nosso lanche e ficamos conversando enquanto comíamos.
Retornávamos ao estacionamento e ao passarmos por uma daquelas praças
de Fast-Food, reconhecida pelo odor, meu motorista falou:
- Espere um pouquinho, Seu Luís, que eu vou ver um senhor que está
numa cadeira de rodas e parece em dificuldade!
- Tudo bem, Jaime! - falei.
Daí a pouco, volta o motorista com as explicações...
- Seu Luís, aquele senhor estava com a neta,mas ela se aborreceu com
ele e o largou aqui. Ele mora aqui perto do shopping, mas não pode
ir sozinho para casa. Eu posso levá-lo ?
- Claro, Jaime! Coloque-me num desses bancos e o leve em casa.
- Certo! Procurarei não demorar!
Ao sentar-me, comecei apensar na situação dos deficientes, de um
modo geral. Por mais auto-suficientes que sejamos, sempre haverá
um problema difícil de resolvermos sozinhos. Estaremos sempre a
depender da boa vontade das pessoas, caso não tenhamos condições de
ter um empregado ou contar com alguém da família que esteja disposto
a nos ajudar. Nem bem concluíra meu pensamento, quando escutei uma
voz feminina, maravilhosamente sensual, que sussurrou ao meu ouvido:
- Aquele senhor que seu guia foi ajudar é o meu Vô. Ele é um homem
maravilhoso e inteligente. Diz conhecer as pessoas por um simples
olhar!
- É! Mas você o largou sozinho, não foi, mocinha ? - falei num tom
educado, porém, repreensível.
- Aos vinte e cinco anos ser chamada de mocinha é um elogio!
Obrigada, respondeu ela, dando uma gostosa risada.
Ao sorrir, seus cabelos roçaram no meu braço, deixando-me antever o
quanto eram longos e finos. A fragrância que exalava do seu corpo era
deliciosa. Inebriado por seu perfume, perguntei-lhe:
- Qual é seu nome?
- Mary. E antes que pergunte, fiz filosofia, sou filha e neta única,
não trabalho, passo os dias a fazer poesias, passear com o Vô e
fazendo compras supérfluas, como toda mulher!
- Toda mulher que tem condições, Mary. Eu sou Luís. Responda-me uma
coisa. Você parece se dar muito bem com seu avô, então por que o
largou sozinho ?
- Não me julgue mal. É apenas uma brincadeira entre eu e o Vô. Ele é
psicólogo e como já falei, diz conhecer as pessoas apenas olhando
para elas. Ele fala que, se observarmos o andar, como se veste, o
semblante e a maneira dela se expressar, somos capazes de conhecer
seu caráter e personalidade!
- Muito interessante! E ele acerta sempre ?
- Quase cem por cento. Eu estava observando você lanchar e falei prá
ele que o achei interessante e simpático. Ele concordou e pela maneira
como seu motorista o tratava, resolvemos forjar aquela cena quando
vocês passavam em frente a nós.
Não deu outra. Seu motorista correspondeu às expectativas.
E aqui estou eu ao seu lado, como planejado!
- Apesar de lisonjeado, isso me intriga! - repliquei.
- Você acha intrigante uma mulher desejar conhecê-lo ou a tática
empregada? - perguntou ela sorrindo.
- Eu acredito que seja pela originalidade. E agora, que sou uma peça
desse jogo, que devo fazer ?
- Se eu conheço o Vô, ele vai segurar o rapaz até que cheguemos ,
pois vou levá-lo à nossa casa!
- E vocês moram onde?
- Moramos aqui ao lado. É um pulo! Vamos!
O inusitado daquela situação pegou-me de surpresa, embora não tenha
pensado quão perigosa poderia ser uma aventura dessas. Como nunca fui
medroso, topei fazer o jogo deles e ver no que daria. Pensei que, no
mínimo, teria subsídios para escrever um conto. Ao levantar-me para
acompanhar a moça, perguntei-lhe:
- Por acaso, você já foi guia de cego alguma vez ?
- Não! Mas se você der umas dicas, garanto que me saio muito bem e,
quem sabe, até queira pegar este emprego !
Ambos sorrimos e ela segurou em minha mão, puxando-me com carinho.
- Mary, eu prefiro segurar em seu ombro. Assim me sinto mais seguro!
- Como você quiser, Lu!
Eu a abracei e caminhamos em direção à uma das saídas do shopping.
Atravessamos um dos estacionamentos e subimos uma pequena ladeira.
- É aqui, Lu! - disse ela, abrindo o portão de casa.
Andamos por uma alameda de pedras até chegarmos a um patamar, que
deveria ser a entrada da casa. Ela convidou-me a entrar.
Perguntei-lhe então pelo seu avô e ela respondeu-me que não me
preocupasse, pois ele certamente estaria na biblioteca com o Jaime,
conversando e fazendo um pequeno lanche, aguardando a nossa chegada.
Pelo que pude perceber, a casa era bastante suntuosa. Naturalmente
uma daquelas mansões existentes por ali.
Ouvi barulho de água caindo e pratos batendo ao fundo da casa, o que
deixava claro que havia pelo menos uma empregada a trabalhar.
Mary levou-me ao andar superior e convidou-me a entrar num dos
aposentos:
- Entre, Lu. Aqui é o meu pequeno mundo... meu quarto!
- Parece-me que você está prometendo muito, Mary !
- Você não imagina quanto! - disse sorrindo e pegando-me pelo braço
me conduziu a um outro ambiente. Falou com ternura:
- Aqui é a varanda. Gosto de ficar aqui lendo, escrevendo ou apenas
fazendo palavras-cruzadas. É um lugar tranqüilo e aconchegante!
A varanda era bem grande. Havia ali uma mesinha e algumas cadeiras
de vime, com almofadas, além de alguns vasos com plantas.
- Venha, Lu. Vou mostrar-lhe minha suíte!
Aquele convite era prenúncio de uma tarde inesquecível!
Uma vez lá dentro, Mary disse provocante:
- Deixe-me ajudá-lo a tirar sua roupa para tomarmos um banho!
Aquelas palavras me excitaram. Eu imaginava uma maravilhosa tarde de
amor. Não sabia o que dizer, apesar de achar que as palavras seriam
desnecessárias naquele momento. Ela tirou minhas roupas e despiu-se
também. Pegou em minha mão e levou-me até uma banheira, na qual havia
água morna, numa temperatura agradável, já que, neste dia, o tempo
estava um pouco frio. Entrei na banheira, ajudado por ela, que entrou
atrás de mim. Sentei-me e ela deitou-se ao meu peito.
Um cheiro muito bom emanava dos sais de banho, espalhando-se pelo
ambiente. Eu, como não poderia deixar de ser, afagava seus cabelos e
acariciava seu busto e seios, beijando-lhe a cabeça, já excitado.
Mary levantou e passou para as minhas costas, beijando minha nuca e as
costas, jogando com suavidade água sobre minha cabeça. Logo voltou à
posição anterior e, abraçando-me, colou seus lábios aos meus.
Nunca mais esqueci aquele beijo. Sua boca tinha o cheiro e o sabor da
volúpia e tomou todo o meu corpo. Inebriado, sorvi aqueles lábios
como se quisesse engolir cada gota da sua saliva e de quebra, seus
dentes. Nossas línguas se procuravam lascivamente, lambuzando nossos
lábios que queimavam de tesão. Mary ensaboara as mãos e acariciava
meu peito, braços e costas. Fiz o mesmo com ela e então pude perceber
que, tudo que imaginara do seu corpo era verdade. Percorri suas linhas
e me perdi nas curvas e naquela pele macia. Ela abriu o chuveiro que
ficava sobre a banheira e levantando-se, deixou que a água morna
escorresse em sua pele, lavando a espuma do sabonete que eu havia
passado. Ajoelhei-me e suguei aqueles seios pequenos e duros que
quase cabiam inteirinhos em minha boca. Beijei todo seu corpo cheiroso
mordendo carinhosamente aqui e ali, até chegar ao seu monte de vênus,
coberto por ralos pelos, chegando finalmente à sua grutinha, na qual,
Com avidez, minha língua penetrou.
À cada carícia, ela gemia com mais ardor, demonstrando o prazer que
sentia e aumentando o meu tesão. Após gozar em minha boca, retribuindo
os carinhos e o prazer que lhe proporcionara, Mary fez o mesmo comigo.
Seus dentes, ao roçarem a glande, provocava-me arrepios de êxtase e
dor. Por quase meia hora trocamos carícias, até que ela deitou-se,
colocando suas pernas abertas sobre as bordas da banheira e me pediu
que a penetrasse. Não esperei um segundo pedido.
Colocando-me sobre seu corpo, ajeitei meu pênis em sua vagina e forcei
a entrada. Além da água, sua própria secreção facilitou bastante que
meu membro deslizasse entre seus lábios vaginais, penetrando-a
enquanto nos beijávamos com desejo e paixão.
Mary emitia gemidos e sussurros de tesão cada instante que meu pênis a
penetrava mais uma vez, indo e vindo no ritmo delicioso do amor.
Eu mordiscava seus lábios com ardente paixão, enquanto acariciava
seus seios e seu corpo. Mary, como gata no cio, arranhava suavemente
minhas costas. Antevendo o orgasmo, ela enlaçou-me com as pernas e
pediu-me que gozasse ao mesmo tempo que ela... e assim aconteceu!
Ficamos algum tempo abraçados, beijando-nos e trocando carinhos sem
dizer nada, apenas ouvindo o descompasso da nossa respiração.
Cerca de vinte minutos depois, com as provocações de Mary, estávamos
novamente transando, mas acho que não foi tão bom quanto a primeira.
Não sei quanto tempo ficamos ali, mas ao sairmos do banheiro já era
noite. Entre beijos e carícias tomamos mais um banho.
Após nos vestirmos, descemos à sala de jantar. Seu avô, sentado à
mesa, nos cumprimentou:
- Boa-noite, filhos. Pensei que não desceriam tão cedo!
- IH, Vô! Esquecemos do tempo! - disse Mary sorrindo.
- Boa-noite, Senhor Martins... cadê o Jaime? - perguntei curioso.
- Desculpe-me, Luís, mas o mandei embora. Acho que você não pretende
voltar para casa hoje...estarei enganado?
- Parece que seu conhecimento da mente humana o faz um adivinho!
- Nesses casos não há necessidade da ciência, filho! O amor, o ódio
e o dinheiro são coisas que fazem um homem mudar de vida...
para o bem ou para o mal! Por estes se morre e se mata!
- Concordo! Mas isso depende da fraqueza do homem, da sua formação!
- Nestes casos ele só levará vantagem se for frio e racional! - disse
Dr. Martins.
Mary resolve interromper a discussão:
- Vocês dois vão ficar aí falando? Eu estou com fome!
- Desculpe, minha menina...peça a Jordana para servir o jantar!
Mary colocou-me sentado à mesa diante do avô e foi até a cozinha. Ao
retornar, sentou-se ao meu lado. Logo a empregada trouxe uma terrina
de sopa que, pelo cheiro, parecia deliciosa... e estava mesmo!
Após tomar a sopa, Mary serviu-me uma gostosa salada de lagosta e,
logo depois, um maravilhoso espaguete. Após jantarmos, fomos para uma
das varandas que havia nesse piso. Jordana nos trouxe um cafezinho que
acabara de fazer, provocando meu vício. Perguntei a eles se o cigarro
os incomodava. Diante da negativa, pedi um cinzeiro à Mary e acendi
um cigarro. conversamos por um bom tempo. Por volta das dez horas,
Dr. Martins se despediu, desejando-nos uma boa noite de sono. Ficamos
ali ainda por cerca de uma hora, quando então subimos para o quarto.
Como dormir com um monumento deste ao lado? Impossível!
A noite foi curta para tanto desejo. Passamos algum tempo falando das
nossas vidas e depois, por falta de assunto e por excesso de paixão,
fizemos amor até quase o amanhecer. Adormecemos um nos braços do outro.
A partir daquele dia passamos a namorar. Quando não nos visitávamos,
falávamos ao telefone. Nosso idílio durou mais de um ano.
Com o falecimento do avô, Mary decidiu vender os bens que herdara e
ir morar em Portugal, terra dos seus bisavós e de alguns irmãos do
avô. Sofremos com a separação, porém havíamos acordado que, se isso
viesse a ocorrer, ambos aceitariam sem cobranças.
Não cobrei nem fui cobrado... mas depois que Mary está na Europa, por
duas vezes já passamos alguns dias juntos!
Jamais esquecerei aquela tarde!
FIM
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Luís Campos (Blind Joker)
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Data: Quarta, 9 de Janeiro de 2008 23:01
Assunto: {camposlivres} Uma tarde diferente. (Conto erótico)
Luís Campos (Blind Joker)
Jamais esquecerei aquela tarde!
FIM
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Data: 9 de Janeiro de 2008 7:19
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