A ESTÓRIA DOS CAMELOS - QUER RESOLVER?

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Franklin Alves

غير مقروءة،
16‏/02‏/2012، 10:51:12 ص16‏/2‏/2012
إلى Grupo CABCHB

HISTÓRIA ÁRABE.

Numa localidade onde todos criavam camelos, um homem  morreu. Ele possuía 3 filhos e 17 camelos.

Quando  o seu testamento foi aberto, dizia que  a metade  dos camelos seria do filho mais  velho, um terço  seria do segundo, e a nona parte, do  terceiro filho.

O que  fazer?

Eram  dezessete camelos; a metade seria dada ao mais  velho. Então um  dos camelos teria de ser cortado ao  meio?

Mas isso também não iria resolver, porque um terço deveria ser dado ao segundo  filho, e a nona parte, ao  terceiro.

É claro  que os filhos correram em busca do homem mais  erudito da cidade, o  estudioso, o matemático. Ele raciocinou muito, mas não conseguiu encontrar a solução. Matemática é matemática! É uma ciência exata!

Houve quem  sugerisse: "É melhor procurar alguém que entenda de camelos e não tanto de matemática". Foram, então, ao Sheik da cidade,  um homem bastante idoso, inculto, porém sábio  por sua experiência. Contaram-lhe o  problema.

O velho  riu e  disse:

"É muito  simples. Não se  preocupem". Aí deu a solução.  Que solução é essa?

Mandem-me suas respostas que eu lhes direi quem acertou.


Abraços, Franklin.

(este problema me foi enviado pelo meu amigo baiano Queiroz)



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Franklin José Oliveira Alves, Fortaleza, Ceará, Brasil
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Antonio Ximenes

غير مقروءة،
16‏/02‏/2012، 2:43:58 م16‏/2‏/2012
إلى amigosdo...@googlegroups.com
Sei não.
Pensei que o irmão mais abastado e com a metade dos camelos, poderia ficar com 8
o segundo com 6 e o abestado que tinha direito a apenas 1/9 ficaria com 2. Sobrando 1 camelo o ricão poderia comprar as partes dos outros obedecendo as proporções.
Ou poderiam doar um camelo para o malaca que só entende de camelos e cobrou pela solução. É ISSO!!!!

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Antonio Ximenes Benevides
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Ricardo Martins

غير مقروءة،
16‏/02‏/2012، 2:54:54 م16‏/2‏/2012
إلى amigosdo...@googlegroups.com

SALAM ALEIKUM,  FRANKLIN E SEU ANTECESSOR,

 

MALBA TAHAN, “O HOMEM QUE CALCULAVA”, BEREMIZ SAMIR.

MAKTUB!”.

A PAZ ETERNA PARA O EMIR DOS CRENTES!

A SOMBRA DO ARCO-IRIS” E “SOB O OLHAR DE DEUS”  VIVO “MINHA VIDA QUERIDA”  EM “MIL HISTÓRIAS SEM FIM”, TODAS EMPOLGANTES COMO “AS AVENTURAS DO REI BERIBÊ”, E OLHO AS “BELEZAS E MARAVILHAS DO CÉU”.

UM GRANDE ABRAÇO SOB O “CÉU DE ALLAH”, POIS SÃO TÃO BELAS “AS LENDAS DO DESERTO” QUANTO AS “LENDAS DO POVO DE DEUS”.

ALAHUR AKBAR!

ALEIKUM ESSALAM!

RICARDO BEN HAMUS HAMUDA IBN MARTINS

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Ricardo Martins

غير مقروءة،
16‏/02‏/2012، 3:02:59 م16‏/2‏/2012
إلى amigosdo...@googlegroups.com

MEUS AMIGOS,

COMO VOCÊS TODOS SÃO JOVENS COMO EU E, PORTANTO, NÃO CONHECERAM NADA DISTO,, MANDO-LHES ESTA MENSAGEM, PARA MOSTRAR-LHES COMO ERAM BESTAS E SEM GRAÇA AS COISAS DE ANTIGAMENTE, DO MILÊNIO PASSADO.

QUANTA BESTEIRA. DANÇAR DE ROSTO COLADO, ONDE JÁ SE VIU? E COM FAZIAM PARA SACUDIR O CORPO? FAZER DA CONQUISTA UM JOGO, CHEIO DE NUANCES? PARA QUÊ? QUANDO BASTA DIZER PRÁ MINA: VAMO FICÁ JUNTO ESTA NOITE. E ROLA DE UM TUDO.

UM GRANDE ABRAÇO FUNKEIRO E PAGODEIRO E MUITO AGITO,

RICARDO MARTINS

Dancar de rosto colado.pps

jabg...@terra.com.br

غير مقروءة،
16‏/02‏/2012، 3:51:07 م16‏/2‏/2012
إلى Jose Pereira de Queiroz،Amigos do Franklin


Caro Queiroz e demais amigos,


Uma outra versão do problema dada por Malba Tahan - em sua obra "O HOMEM QUE CALCULAVA" - tratava-se apenas do nome de fantasia, o pseudônimo, sob o qual assinava suas obras o genial professor, educador, pedagogo, escritor e conferencista brasileiro Júlio César de Mello e Souza.

Abraços Cordiais,

João Alfredo Byrne GRASSI


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UM ENIGMÁTICO PROBLEMA COM FRAÇÕES



As frações têm servido de inspiração para muitos problemas que são verdadeiros quebra-cabeças para os alunos e, às vezes, para os professores também. A maioria desses problemas apenas prejudica o aprendizado das crianças, causando confusão e frustração. No entanto, há também problemas criados com tanta engenhosidade que se tornam encantadores e surpreendentes. Esses podem ser apreciados por alunos mais velhos, provavelmente após a 6a. série.
Vamos apresentar um desses problemas. Ele tem uma história e esta tem um herói: um fictício matemático árabe chamado Beremiz Samir. Tudo se passa na época em que os matemáticos árabes eram os melhores do mundo, por volta do século X.
Nosso herói Beremiz viajava com um amigo pelo deserto, ambos montados em um único camelo, quando encontram três homens discutindo acaloradamente.
Eram três irmãos. Haviam recebido uma herança de 35 camelos do pai, sendo a metade para o mais velho, a terça parte para o irmão do meio e a nona parte para o irmão mais moço. O motivo da discussão era a dificuldade em dividir a herança:
O mais velho receberia a metade.
Acontece que a metade de 35 camelos corresponde a 17 camelos inteiros mais meio camelo!
O irmão do meio receberia a terça parte, ou seja, 35 dividido por 3, o que resulta em 11 camelos inteiros mais de camelo!
O caçula receberia a nona parte de 35 camelos, ou seja, 3 camelos inteiros e de camelo!
Naturalmente, cortar camelos em partes para repartir a herança seria destruí-la. Ao mesmo tempo, nenhum irmão queria ceder a fração de camelos ao outro. Mas o sábio Beremiz resolveu o problema. Vejamos o que ele propôs:
- Encarrego-me de fazer com justiça essa divisão, se permitirem que eu junte aos 35 camelos da herança este belo animal que, em boa hora, aqui vos trouxe.
Os camelos agora são 36 e a divisão é fácil:
. o mais velho recebe: de 36 = 18
. o irmão do meio recebe: de 36 = 12
. o caçula recebe: de 36 = 4
Os irmãos nada têm a reclamar. Cada um deles ganha mais do que receberia antes. Todos saem lucrando.
Todos lucraram? E nosso herói Beremiz que perdeu um camelo?
Ouçamos de novo nosso matemático:
- O primeiro dos irmãos recebeu 18, o segundo, 12 e o terceiro, 4. O total é 18 + 12 + 4 = 34 camelos. Sobram, 2 camelos. Um deles pertence a meu amigo. Foi emprestado a vocês para permitir a partilha da herança, mas agora pode ser devolvido. O outro camelo que sobra, fica para mim, por ter resolvido a contento de todos este complicado problema de herança.
Veja, colega, que intrigante mistério! Os três irmãos lucraram e Beremiz também! Como isso é possível? De onde surgiu o camelo "a mais"?

Antes de prosseguir a leitura, pense um pouco, releia a história, tente decifrar o mistério.


Agora, vamos à explicação. Ela é mais simples do que parece. Basta examinar a situação sob outro ponto de vista.
Consideremos como unidade (ou total) o conjunto dos camelos que seriam divididos e vejamos se a soma das frações determinadas pelo pai equivale a 1:
Conclusão: a herança estava mal dividida. Vejamos quantos camelos estavam incluídos na partilha inicial.
Chegamos à conclusão de que, na partilha inicial estavam incluídos somente 33 camelos e de camelo.
Quantos camelos sobravam? Façamos a subtração:
Portanto, sobravam quase 2 camelos, ou seja, .
É natural, então, que fosse possível dar um pouco mais a cada irmão e ainda restasse 1 camelo para pagar o hábil Beremiz.
O interessante problema que examinamos foi extraído de uma das obras do talentoso professor de Matemática e prolífico escritor brasileiro Júlio César de Mello e Souza, que escreveu mais de cem obras, muitas delas abordando o lado recreativo e histórico da Matemática.
Seu nome é, no entanto, pouco conhecido. A razão é que ele assinou a maioria de suas obras com o pseudônimo de Malba Tahan.
"O homem que calculava" é o livro mais famoso de Malba Tahan. Converteu-se em um clássico da recreação matemática e da literatura juvenil. Foi daí que retiramos o intrigante enigma dos 35 camelos, esperando que nossos leitores, percebendo o engenho e a arte do autor, venham a ler a narrativa integral das aventuras matemáticas de Beremiz Samir.


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----- Original Message -----
From: Antonio Ximenes <faxqu...@gmail.com>
To: <amigosdo...@googlegroups.com>
Cc:
Sent: Qui 16/02/12 16:43
Subject: Fwd: Re: [Amigos do Franklin] A ESTÓRIA DOS CAMELOS - QUER RESOLVER?

Sei não.
Pensei que o irmão mais abastado e com a metade dos camelos, poderia ficar com 8
o segundo com 6 e o abestado que tinha direito a apenas 1/9 ficaria com 2. Sobrando 1 camelo o ricão poderia comprar as partes dos outros obedecendo as proporções.
Ou poderiam doar um camelo para o malaca que só entende de camelos e cobrou pela solução. É ISSO!!!!

Em 16 de fevereiro de 2012 13:51, Franklin Alves <franklinol...@gmail.com> escreveu:



Franklin Alves

غير مقروءة،
16‏/02‏/2012، 4:46:36 م16‏/2‏/2012
إلى amigosdo...@googlegroups.com
é não!!! Você ainda tem 499 tentativas.   k k k k k k

Franklin Alves

غير مقروءة،
16‏/02‏/2012، 4:48:57 م16‏/2‏/2012
إلى amigosdo...@googlegroups.com
Ricardo, deixa de enrolação e resolve logo o problema, hômi!  Você tem direito a 500 tentativas. A mesma quantidade que dei para o XIMENES.     k k k k k k k

Ricardo Martins

غير مقروءة،
16‏/02‏/2012، 5:03:47 م16‏/2‏/2012
إلى amigosdo...@googlegroups.com

MEU CARO FRANKLIN E DEMAIS AMIGOS,

 

SALUM ALEIKUM!

ANARFABETO QUE SOU, ESPEREI POR SUAS LUZES. COMO ESSAS NÃO VIERAM, VOU TENTAR DAR UM PASSO A FRENTE, EMBORA CLAUDICANTE COMO SEMPRE.

BEREMIZ SAMIR SÓ SALVOU O BELO JAMAL DE SEU AMIGO E GANHOU MAIS UM PELO TRABALHO PORQUE OS BEDUÍNOS INGUINORANTIS COMO EU, NÃO SABIAM QUE A METADE, MAIS UM TERÇO MAIS UM NONO NÃO DÃO UM INTEIRO, MAS UM NÚMERO INFERIOR A ESTE, OU SEJA,

½ +1/3 + 1/9 = 9/18 + 6/18 + 2/18 = 17/18, QUE É INFERIOR A UM INTEIRO, QUE SERIA 18/18.

ALEIKUM ESSALAM!  MAC ALLAH!

Ricardo Martins

غير مقروءة،
16‏/02‏/2012، 5:47:07 م16‏/2‏/2012
إلى amigosdo...@googlegroups.com

FRANQUILINU, ÔCE NUM PRESTA MERMO, HEIN,HÔMI?

TAVA MI TESTANU, NÉ?

POIS O INGUINORANTÃO AQUI DEU A RESPOSTA ANTES DE RECEBER ESTA PROVOCAÇÃO. E NÃO PRECISEI RESOLVER O PROBLEMA NENHUM, PORQUE LI VORAZMENTE TODA A OBRA DE MALBA TAHAN A PARTIR DO 9 ANOS DE IDADE, QUANDO LI, NUM “LIVRO DE LEITURA” (VOCÊ SE LEMBRA DELES?), QUE TRAZIA UMA SELEÇÃO DE TEXTOS DE AUTORES BRASILEIROS E PORTUGUESES, ISSO NO CURSO PRIMÁRIO, PARA CRIANÇAS DE 7 A 10 ANOS.

POIS BEM, NO DO 4º ANO, LI “OS TRÊS OBREIROS”, LEMBRO-ME COMO SE FOSSE HOJE. TRÊS HOMENS TRABALHAVAM E O NARRADOR DIRIGIU-SE A UM DELES, PERGUNTANDO O QUE FAZIAM. ESTE RESPONDEU RUDEMENTE: “ESTOU QUEBRANDO PEDRAS!” FAZENDO A MESMA PERGUNTA AO SEGUNDO TRABALHADOR, ESTE RESPONDEU: “TRABALHO PELO MEU SALÁRIO!” DIRIGINDO-SE, ENTÃO, AO TERCEIRO OBREIRO E REPETINDO A PERGUNTA, ESTE, COM UM SORRISO NOS LÁBIOS, RESPONDEU: “NÃO VÊS, MEU AMIGO? ESTOU CONSTRUINDO UMA CATEDRAL!”. APÓS ANALISAR AS DIFERENTES RESPOSTAS PARA O MESMO ATO, MALBA TAHAN CONCLUI O TEXTO: “BEM AVENTURADOS OS VIVEM LUTAM E SOSFREM POR UM IDEAL”. CHEGUEI EM CASA APAIXONADO E FUI LER PARA MINHA MÃE. A CATOLICONA, NÃO TEVE DÚVIDAS: “PARE COM ESSA HISTÓRIA DE IDEAL, IDEAL, QUE ISSO É COISA DE COMUNISTA!”. DONA NITINHA ERA FOGO.

A PARTIR DAÍ, PROCUREI NA BIBLIOTECA E COMECEI A LER TUDO DE MALBA TAHAN. E ELE, COMO MONTEIRO LOBATO E AS POESIAS DE OLAVO BILAC ILUMINAM MINHA VIDA ATÉ HOJE, QUASE SESSENTANOS DEPOIS.

UM GRANDE ABRAÇO E MUITA PAZ, ALIÁS, ALEIKUM ESSALAM!

Ricardo Martins

غير مقروءة،
16‏/02‏/2012، 6:40:42 م16‏/2‏/2012
إلى amigosdo...@googlegroups.com

MEUS AMIGOS,

DIVIDO COM VOCÊS ALGUMAS MATÉRIAS RECENTES SOBRE O DRAMA DOS GREGOS.

UM GRANDE ABRAÇO E MUITA PAZ,

RICARDO MARTINS

 

Grécia, a receita infalível para destruir um país

 

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Quarta-Feira, 15 de Fevereiro de 2012

Grécia, a receita infalível para destruir um país

Marco Aurélio Weissheimer


A Grécia deveria prestar atenção no que está acontecendo em Portugal, onde o governo decidiu cumprir tudo o que a troika (Fundo Monetário Internacional, Banco Central Europeu e Comissão Europeia) exigiu e a situação econômica do país só está piorando. A advertência foi feita por Landon Thomas, colunista econômico do jornal The New York Times, em um artigo intitulado Portugal’s Debt Efforts May Be Warning for Greece. Portugal, diz Thomas, vem fazendo tudo o que a troika exigiu em troca dos 78 bilhões de euros de “resgate” liberados em maio de 2011. No entanto, o resgate está fazendo a economia do país afundar cada vez mais no buraco. Neste momento, a Grécia está sendo pressionada a seguir o mesmo caminho para garantir um “resgate” de 130 bilhões de euros.

Em Portugal, o portal Esquerda.net destacou a advertência de Landon Thomas que vem apoiada em um dado eloquente: quando Portugal fechou o acordo para receber o “resgate” de 78 bilhões, a relação dívida/PIB do país era de 107%. Agora, a expectativa é que ela suba para 118% até 2013. Na opinião do colunista do New York Times, isso não se deve ao fato de que a dívida de Portugal está crescendo, mas sim ao encolhimento da economia do país. “Sem crescimento, a redução da dívida torna-se impossível”, resume. Os números mais recentes ilustram bem essa tese. O PIB português caiu 1,5% em 2011, sendo que, no último trimestre do ano passado, a queda foi de 2,7%. A taxa de desemprego no país chegou a 13,6% e o governo admite que esses números não devem melhorar em 2012.

Grécia “ainda não reuniu todas as condições”
A resistência da Grécia em aceitar os termos exigidos pelo FMI e pela União Europeia está fazendo aumentar o tom das ameaças dirigidas contra o país. Os ministros de Finanças da zona do euro cancelaram uma reunião marcada para terça-feira (14) para discutir a situação grega alegando que o país “ainda não reuniu todas as condições” para conseguir um novo empréstimo. As autoridades monetárias europeias querem que o governo grego especifique em que áreas serão executados cortes para atingir a meta de 325 milhões anuais exigida pelo bloco europeu. O problema é onde cortar na penúria? A cobertura jornalística sobre a crise na Grécia e em outros países europeus é abundante em números, mas escassa em relatos sobre os dramas sociais cada vez maiores.

 

Uma exceção nessa cobertura é uma matéria da BBC que fala sobre como a crise financeira grega causou tamanho desespero em algumas famílias que elas estão abrindo mão dos próprios filhos. Há casos de abandono de crianças em centros de juventude e instituições de caridade em Atenas. “No último ano, relatou à BBC o padre Antonios, um jovem sacerdote ortodoxo grego, “recebemos centenas de casos de pais que querem deixar seus filhos conosco por nos conhecerem e confiarem em nós. Eles dizem que não têm dinheiro, abrigo ou comida para suas crianças e esperam que nós possamos prover-lhes isso”. Até bem pouco tempo, a Aldeias Infantis SOS da Grécia costumava cuidar de crianças afastadas de seus país por problemas com álcool e drogas. Agora, o problema principal é a pobreza (ver vídeo abaixo).

http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=j17kutUZ7fs
O abandono de crianças na Grécia


Crescem casos de abandono e desnutrição infantil
Segundo os responsáveis pelas Aldeias SOS está crescendo o caso também de crianças abandonadas nas ruas. De acordo com as estatísticas oficiais, 20% da população grega está vivendo na pobreza e cerca de 860 mil famílias estão vivendo abaixo da linha da pobreza. No final de janeiro, o governo grego anunciou que iria começar a distribuir vales-refeição para as crianças após quatro casos de desmaios em escolas por desnutrição. A medida, segundo o governo, seria aplicada principalmente nos bairros mais afetados pela crise econômica e pelo desemprego. Em um segundo momento, também receberiam os vales as famílias em situação econômica mais grave. “Há casos de alunos de famílias pobres que passam o dia todo na escola sem comer nada”, denunciou, em dezembro de 2011, Themis Kotsifakis, secretário geral da Federação de Professores de Ensino Médio.

Apesar desses relatos, para as autoridades do FMI, do Banco Central Europeu e da Comissão Europeia, a Grécia ainda não reuniu todas as condições para receber uma nova ajuda. A perversidade embutida neste discurso anda de mãos dadas com o cinismo. No dia 24 de janeiro deste ano, Sonia Mitralia, membro do Comitê Grego contra a Dívida e do Comitê para a Anulação da Dívida do Terceiro Mundo (CADTM), denunciou, diante da Comissão Social da Assembleia Parlamentar do Conselho da Europa, em Estrasburgo, a crise humanitária sem precedentes que está sendo vivida na Grécia. Segundo ela, as medidas de austeridade propostas pela troika representam um perigo para a democracia e para os direitos sociais.

http://www.youtube.com/watch?v=xTwqlEbsuXc&feature=player_embedded
Entrevista Sonia Mitralia

“Dizimaram toda uma sociedade europeia para nada”
Mitralia lembrou que as próprias autoridades financeiras admitem que, se suas políticas de austeridade fossem 100% eficazes, o que não é o caso, a dívida pública grega seria reduzida para 120% do PIB nacional, em 2020, ou seja, a mesma percentagem de 2009 quando iniciou o processo de agravamento da crise. “Em resumo, o que nos dizem agora cinicamente, é que dizimaram toda uma sociedade europeia...absolutamente para nada!”. Estamos vendo agora, acrescentou, “o sétimo memorando de austeridade e destruição de serviços públicos, depois dos seis primeiros terem provado sua total ineficácia. Assiste-se a mesma cena em Portugal, na Irlanda, na Itália, na Espanha e um pouco por toda a Europa, disse ainda Mitralia: afundamento da economia e das populações numa recessão e num marasmo sempre mais profundos.

Além do abandono de crianças e da desnutrição infantil, Mitralia aponta outros deveres de casa que estão sendo cobrados da Grécia e cuja execução é considerada insuficiente: o desemprego é de 20% da população e de 45% entre os jovens; as camas dos hospitais foram reduzidas em 40%; já não há nos hospitais públicos curativos ou medicamentos básicos, como aspirinas; em janeiro de 2012, o Estado grego não foi capaz de fornecer aos alunos os livros do ano escolar começado em setembro passado; milhares de cidadãos gregos deficientes, inválidos ou que sofrem de doenças raras tiveram seus subsídios e medicamentos cortados. Mas, para o FMI e a União Europeia, a Grécia ainda não está fazendo o suficiente...

UOL, 15/02/2012 - Funcionária da agência governamental Organização de Trabalhadores de Habitação ameaça se atirar de prédio da entidade,

no centro de Atenas, na Grécia, após governo decidir fechar a agência devido às medidas de austeridade contra a crise econômica.

A Sentença de Morte da Grécia

Por Mike Whitney, no CounterPunch, em 13.02.2012

Tradução de Heloisa Villela

“Nós estamos diante da destruição. Nosso país, nossas casas, estão a ponto de pegar fogo. O centro de Atenas está em chamas”. (Costis Hatzidakis, parlamentar conservador)

No domingo, o Parlamento grego aprovou uma nova rodada de medidas de austeridade que vão aprofundar ainda mais os cinco anos de depressão e dilacerar as últimas fibras da coesão social. Para assegurar um empréstimo de 130 bilhões de euros, os líderes políticos gregos concordaram em se dobrar ao “Memorando de Entendimento” (MOU) que não somente vai intensificar os sacrifícios dos trabalhadores comuns mas também vai, efetivamente, entregar o controle da economia da nação aos bancos e corporações estrangeiros.

O Memorando é um documento calculado e mercenário como jamais algo foi escrito. E enquanto o foco está  nos cortes profundos nas pensões, no salário mínimo e nos salários do setor privado; existe muito mais nesse mandado oneroso do que se enxerga à primeira vista. O documento de 43 páginas deve ser lido do começo ao fim para que se possa compreender todo o vácuo moral das pessoas que ditam a política na zona do Euro.

A Grécia terá de provar que atingiu todas as metas antes de receber um centavo do dinheiro alocado no programa de socorro financeiro. O Memorando destaca, com muitos detalhes, todas as metas – de redução de gastos com remédios que salvam vidas a “remoção de barreiras à venda de produtos restritos, como comida de bebê”.

Isso mesmo; de acordo com os autores do memorando obscuro, a única maneira através da qual a Grécia poderá sair do buraco é envenenando as crianças com alimentos banidos.

O MOU exige um corte de 10% nos salários do funcionalismo público, cortes nos “fundos de seguro social e nos hospitais”, e mais privatização dos bens públicos. Tudo isso vai reduzir ainda mais o PIB.

Sobre a privatização: “O governo está pronto para oferecer à venda o que ainda possui de controle em empreendimentos estatais, se necessário para atingir os objetivos da privatização. O controle público será limitado a casos de redes críticas de infraestrutura.”

No lugar de fornecer auxílio fiscal para que a Grécia possa cumprir suas metas orçamentárias e se reerguer, a troika (Comissão Europeia, Banco Central Europeu e Fundo Monetário Internacional) está usando a crise para tomar bens vitais do estado e entrega-los às corporações amigas. O MOU está abrindo novas avenidas de exploração e pilhagem. E tem mais:

O governo não vai propor nem implementar medidas que possam infringir as regras de livre movimentação de capitais. Nem o estado ou entidades públicas fecharão acordos com acionistas com a intenção ou efeito de barrar a livre movimentação de capitais ou influenciar a administração ou o controle das empresas. O governo não vai dar início nem apresentar qualquer proposta de teto de votação ou aquisição, e não vai estabelecer qualquer direito de veto desproporcional e não justificável ou qualquer forma de direito especial nas empresas privatizadas.”

Bem, fica muito claro: o capital manda. Os interesses das corporações e dos bancos terão precedência sobre os das pessoas. A proclamação dos limites do papel do governo a um aprovador das ações predatórias dos especuladores, cujo interesse exclusivo é engordar a carteira de seus acionistas.

Também existe um longo capítulo sobre “Reformas Estruturais para Incentivar o Crescimento” que nunca explica como a economia deve se expandir quando as medidas de austeridade estão reduzindo o consumo e os investimentos. Ao contrário, o Memo foca com precisão na remoção de barreiras alfandegárias e no corte de salários. Aqui vai um exemplo:

“Dado que o resultado do diálogo social para promover o emprego e a competitividade deixou a desejar, o governo vai tomar medidas para rapidamente ajustar o custo da mão-de-obra para combater o desemprego e restabelecer o custo de competitividade, assegurar a eficácia das recentes reformas do mercado de trabalho, alinhar as condições trabalhistas das empresas que pertenciam ao estado às condições do restante do setor privado e tornar os acordos sobre a jornada de trabalho mais flexíveis. Esta estratégia deve ter como meta a redução nominal do custo da unidade de mão de obra na economia em 15% entre 2012-2014. Ao mesmo tempo, o governo deve promover suaves negociações trabalhistas em vários níveis e combater a economia informal.”

Você não acha, querido leitor, que se você tivesse recomendado políticas que resultassem em dois anos de recessão severa e desemprego recorde (o desemprego na Grécia, agora, está no pico, em 20,6%), que você ficaria caladinho e admitiria que você decididamente não sabe do que está falando? Não se você fosse ministro das finanças da União Europeia. Você prescreveria as mesmas políticas que falharam em toda parte; as políticas que reduziram o consumo, encolheram a arrecadação do governo, incrementaram o desemprego e aprofundaram a crise. Esse é o tipo de idiotice que se passa como política na zona do euro.

O Memorando também contém uma seção esclarecedora sobre “ambiente de negócios”, que vai de todas as benesses para a indústria ao livre comércio. Aqui, um exemplo típico:

“…[que o governo grego] pare de destinar as cobranças não recíprocas calculadas sobre o preço do combustível em favor do Fundo Mútuo de Distribuição dos Operadores de Prospecção de Combustíveis Líquidos”.

Tilim! Mais boquinhas para os empresários. O documento todo é, assim, um favor às corporações atrás do outro.

“Implementação da lei 3982/2011 sobre a aprovação rápida de licenças para profissões técnicas, atividades manufatureiras e parques de negócios e outras provisões”.

O que isso tem a ver, você perguntaria?

Não tem. Simplesmente mostra o que o MOU realmente é. Uma “lista de desejos” das corporações; uma mistura de políticas punitivas de aperto de cinto para a classe trabalhadora e benesses para as grandes empresas de petróleo, gás, eletricidade, aviação, estradas, comunicações, etc. “Autorização rápida de licenças” e “comida de bebê” não tem nada a ver com ajudar a Grécia a atingir suas metas orçamentárias. É uma piada. Olhe isso:

Memo: “De acordo com os objetivos da política expressa na lei 3919/2011 sobre a regulamentação das profissões, o governo remove todas as barreiras do mercado de táxis… de acordo com as práticas internacionais.”

Então, até mesmo os motoristas de táxi ganham um lugar no balaio? Isso não parece um pouco irrelevante?

Nada disso tem algo a ver com ajudar a Grécia. É apenas pilhagem corporativa desvairada. A Grécia é uma grande piñata que rachou e abriu e todo mundo está se acotovelando para encher a mão de balas.

Memo: “O governo cria uma força tarefa (para) rever a …a administração judicial, incluindo a possibilidade de remover casos inativos dos registros dos tribunais…Seguindo a entrega do plano de trabalho para a redução do acúmulo de casos relativos à cobrança de impostos em todos os tribunais administrativos e tribunais de apelação em janeiro de 2012, o que providencia alvos intermediários para a redução do acúmulo de até 50% até o fim de junho de 2012, ao menos 80% até o fim de dezembro de 2012; para acabar com todo o acúmulo de casos até o fim de julho de 2013, o governo apresenta seu plano até o fim de maio de 2012.”

Se a Grécia quer incrementar a arrecadação, por que restringir a caça à sonegação de impostos? Isso não é contraproducente? Esse é apenas mais um sinal de que o Memo foi desenhado por homens poderosos que operam por trás da capa de seus lacaios políticos.

Memo: “O governo lança o Decreto Presidencial da reforma dos magistrados da justiça criando uma nova estrutura, ocupando postos vagos com formandos da Escola Nacional de Juízes e realocando juízes e pessoal administrativo com base em recursos existentes disponíveis no judiciário grego e na administração pública. [Q4-2012] O governo lança, em conjunto com o corpo de especialistas externos, um estudo dos custos de litígios civis, seu aumento recente e seu efeito no volume de trabalho dos tribunais civis, com recomendações devidas até o fim de Dezembro de 2013.”

Claro; simplesmente deixe grandes financeiras e a elite corporativa “enxugar” o acúmulo de trabalho dos tribunais com seus machados e os processos serão cortados pela metade. O que isso diz a respeito dos homens autores deste texto?

Você pode perceber a farsa que esse chamado Memorando de entendimento realmente é. Ele não vai ajudar a Grécia a sair da depressão em que se encontra, e não vai levar a uma maior integração da zona do Euro. É apenas mais uma refeição para as hienas corporativas.

O que a Grécia precisa é de uma reestruturação radical de suas dívidas. Precisa dar calote nos credores privados, recapitalizar seus bancos e incrementar o auxílio fiscal até que a economia se recupere. Outro pacote de empréstimo não vai ajudar a atingir essas metas. Simplesmente vai adiar o dia do acerto de contas. Seria melhor para todo mundo se o país declarasse uma moratória rapidamente e começasse o processo de sair do buraco agora — e não mais tarde.

Mike Whitney mora no estado de Washington. Ele contribuiu para o livro “Hopeless: Barack Obama and the Politics of Illusion”, que sairá pela AK  Press.

Terça-Feira, 14 de Fevereiro de 2012

A Grécia como um modelo em escala para a Europa

J. Carlos de Assis (*)

A Grécia não tem peso suficiente para desequilibrar financeiramente a Europa, pois representa apenas algo como 2% da eurozona, mas o que acontece nela é uma espécie de modelo em escala reduzida do cenário europeu e norte-americano que inevitavelmente seguirá o curso que ela tomar. Sob o nome um tanto pomposo de consolidação da dívida pública grega, os neoliberais incrustados no Banco Central Europeu, na Comissão Europeia e no FMI tentam proteger de perda total a finança privada inflada pela maior especulação da história do capitalismo. Dificilmente serão bem sucedidos.

No meio de múltiplos dados e estatísticas bilionárias e trilionárias divulgadas diariamente pela imprensa cobrindo praticamente o mundo todo, é muito fácil para o homem comum perder a perspectiva do que de fato está acontecendo na economia planetária. Contudo, em termos conceituais, tudo é muito simples. Especulou-se demais a partir do mercado imobiliário americano e de alguns países da Europa (Espanha, por exemplo). Essa especulação vazou para o mundo todo através dos sistemas financeiros globalmente conectados. Uma enorme bolha financeira, formada por lucros fictícios, descolou-se da economia real. Seu valor efetivo era uma fração do valor de face.

Toda bolha financeira um dia estoura
. Às vezes, no mercado acionário. Outras vezes, quando se exagera nos financiamentos externos (crise dos juros no Terceiro Mundo no início dos 80). Em geral, para que a esfera financeira especulativa se reconcilie com a economia real, os detentores dos créditos se defrontam com perdas certas. Isso, contudo, pode ser atenuado no mercado de títulos onde parte das perdas são patrimoniais e recuperáveis: se a pessoa não precisar de vender as ações no curto prazo, pode esperar melhores condições de mercado mesmo que isso leve anos. Já no mercado de dívida bancária a situação é diferente.

A especificidade da crise atual é que ela resultou de especulação no coração do sistema bancário americano e mundial. Os bancos ofereceram créditos, embrulharam os créditos em títulos arriscados, embaralharam títulos com outros títulos, venderam para seguradoras e fundos, recompraram de seguradoras e fundos, e sancionaram a especulação imobiliária na base oferecendo empréstimos para quem não podia pagar. A partir de 2007, os mais espertos já sabiam que isso não ia durar muito. Com efeito, em 2008, a crise estourou quando o Lehman Brothers, o quinto maior banco de investimento dos Estados Unidos, simplesmente quebrou com bilhões de títulos podres em carteira.

Nos Estados Unidos, as autoridades do Tesouro e do Fed imaginaram inicialmente poder deixar que o mercado “liberal” resolvesse a crise. Logo verificaram que, sem interferência oficial, todo o sistema capitalista, a partir do núcleo bancário, colapsaria. O Bank America e o Citigroup, os dois maiores, estavam em pior situação: o Governo teve que estatizá-los parcialmente. Em seguida, foi feito um teste de stress em relação aos outros 17 maiores conglomerados bancários comerciais, constatando-se que o Fed teria que manter suas torneiras de crédito subsiado abertas para garantir o sistema funcionando.

Nos Estados Unidos, porém, depois do custo inicial de US$ 800 bilhões ainda no governo Bush, a sustentação do sistema ficou em sua maior parte a cargo do Fed, sem que isso caracterizasse um subsídio irrecuperável. De qualquer forma, o sistema se beneficiou largamente de condições financeiras que permitiram, e ainda permitem, excelentes condições de arbitragem: os bancos tomam dinheiro a um custo de quase zero por cento do Fed e o aplicam, sem risco, nos títulos do Tesouro rendendo 3,5%. É uma simples operação eletrônica, sem qualquer custo. Com isso, facilitou-se o processo de financiamento requerido pelo pacote fiscal – este, sim, à conta do Tesouro e do cidadão – de US$ 787 bilhões do governo Obama, lançado no início de 2009.

Entretanto, a salvação bancária americana é um fato que está longe de ter sido superado. Giram no mercado cerca de US$ 6 trilhões em hipotecas, estimando-se que algo como US$ 1,5 a US$ 2 trilhões sejam de perda certa quando chegar seu vencimento. Os bancos terão de renegociá-las e, principalmente, fazer lucro a curto prazo ou captar no mercado os recursos necessários para cobrir essas perdas pois, caso contrário, quebram. Como são grandes demais para quebrar, eventualmente terão de ser salvos pelo governo, a despeito do risco moral e da indignação dos cidadãos que se verão espoliados pela especulação privada em mais essa rodada.

Na Europa o comprometimento estatal foi mais longe. Os governos tiveram que salvar seus bancos injetando bilhões de dólares em seus caixas. Alguns, como os ingleses Royal Scotland Bank e o Barclays tiveram de ser estatizados. O mesmo destino tiveram os bancos irlandeses. Neste caso, para evitar sua quebra efetiva, foi o Estado que virtualmente quebrou. Na pequenina Islândia, o governo, pressionado por plebiscitos, foi mais sábio: deixou quebrarem três bancos que, em comparação a seu PIB, eram gigantescos. Até na Alemanha o segundo maior banco, o Commenzbank, teve que ser parcialmente estatizado. Note-se que, na zona do euro, a salvação dos bancos ficou quase totalmente a cargo dos tesouros – portanto, dos cidadãos -, já que o BCE limitou a compra de títulos públicos dos governos.

O circuito da crise financeira é, pois, o seguinte: especulação exagerada no mercado de hipotecas, inadimplência, quebra ou ameaça de quebra dos bancos mais expostos e mais ambiciosos, intervenção dos governos para impedir a quebra dos muito grandes (oito centenas de médios e pequenos foram deixados ir à garra só nos Estados Unidos), programas de ajuste fiscal para reduzir o consequente déficit e a dívida pública dos governos a pretexto de tranquilizar os mercados quanto a seu pagamento, destruição do estado de bem-estar social. Isso funcionará? Claro que não, bastando ver a situação de Irlanda, Portugal e Grécia, todas vítimas dos programas de ajuste, e todas sem saída. E não é preciso esperar muito para surgirem as consequências do desastre não só nas ruas de Atenas; é que se verá, no resto da Europa, que de te fabula narratur.

(*) Economista e professor, coautor, com o matemático Francisco Antônio Doria, de “O universo neoliberal em desencanto”, Ed. Civilização Brasileira. Esta coluna sai às terças também no site Rumos do Brasil e no jornal “Monitor Mercantil”, RJ.


O GLOBO, 12/02/2012:

Manifestantes incendeiam prédios históricos em Atenas em protestos contra medidas de austeridade

O Globo com agências internacionais

 

Um ciclista passa por um dos prédios atingidos por chamas na capital grega Reuters/Yannis Behrakis

ATENAS — Vários prédios, incluindo construções históricas, cinemas e cafés, estão em chamas em Atenas. Os incêndios fazem parte de um dos mais violentos protestos realizados na capital grega desde o início dos planos de resgate do país em 2010. Pode chegar a 120 mil pessoas o número de participantes das manifestações, convocadas por sindicatos, na Praça Sintagma, em frente ao Parlamento. Bombas de coquetel molotov e pedras vêm sendo atiradas por manifestantes, enquanto os parlamentares debatem a aprovação de novas medidas de austeridade, que cortam gastos públicos e são vistas como cruciais para habilitarem o país a receber nova injeção de dinheiro do Fundo Monetário Internacional (FMI), da União Europeia (UE) e do Banco Central Europeu (BCE).

O primeiro ministro grego, Lucas Papademos, diz que a violência não será tolerada, após os ataques a lojas e bancos realizados pelos manifestantes em protestos em Atenas:

— Vandalismo, violência e destruição não têm lugar num país democrático e não será tolerada — disse Papademos, que chamou os legisladores a apoiar as reformas de resgate, dizendo que tomar a "decisão errada" na votação de socorro levaria a omissão catastrófica e a saída do euro.

Os protestos se estenderam à Salonique, segunda cidade do país, onde policiais calculam que 20 mil pessoas participavam das manifestações contra as medidas de austeridade.

Em Atenas, cerca de três mil homens da polícia antidistúrbio tentava conter a multidão, neste domingo, com o uso de gás lacrimogêneo. Após a ação policial, a maioria dos manifestantes começou a se dispersar, mas pequenos grupos continuavam enfrentando a polícia próximo ao prédio do legislativo, enquanto uma nuvem de gás lacrimogêneo se espalhava pela praça.

Em imagens transmitidas pela televisão, era possível ver focos de incêndio provocados pelos coquetéis molotov lançados pelos manifestantes. Entre os prédios tomados por chamas está o cinema neoclássico Attikon, de 1870, e um edifício que abriga o Asty, um cinema subterrâneo usado pela Gestapo durante a Segunda Guerra Mundial como centro de tortura. Gangues de jovens encapuzados usando bombas incendiárias, destruíram fachadas de lojas e realizaram saques. Filiais de grandes bancos estrangeiros e cadeias multinacionais, como a cafeteria americana Starbucks, também foram atacadas.

Não há consenso sobre o número total de manifestantes na praça do parlamento. A polícia conta cerca de 60 mil pessoas, enquanto os sindicatos afirmam que há o dobro de participantes nos protestos.

— Eles ainda estão atacando a polícia com bombas incendiárias. Não acabou ainda— disse um porta voz da polícia de Atenas.

O porta-voz informou ainda que alguns manifestantes e policiais ficaram feridos, sem dar os números. Os meios de comunicação locais relataram dezenas de feridos.

Os parlamentares estão debatendo um projeto de lei que estabelece cortes nos gastos públicos de € 3,3 bilhões, que irão afetar salários, pensões e demissões em troca de um pacote de resgate de € 130 bilhões da UE e do FMI. Os manifestantes dizem que a população grega já teve que suportar a maior parte da carga dos cortes públicos e as altas de impostos decretados previamente para reduzir a enorme dívida do país.

 

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Sábado, 11 de Fevereiro de 2012

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Miguel A. Lopes/Lusa

Portugal vive maior protesto dos últimos 30 anos

Esquerda.net

 

Segundo a CGTP, a manifestação nacional contou com 300 mil pessoas e encheu a baixa de Lisboa durante a tarde de sábado. A central sindical vai reunir o Conselho Nacional na próxima quinta-feira e decidir aí novas formas de luta, tendo em conta a mobilização desta manifestação.

No seu primeiro discurso após tomar posse como secretário-geral da Intersindical, Arménio Carlos apontou baterias ao governo da troika. "De austeridade em austeridade, os sacrifícios sucedem-se sem fim à vista, o país definha economicamente e a pobreza alastra", declarou, acrescentando que "os pacotes sucessivos de austeridade e sacrifícios não criam riqueza. O país precisa que lhe tirem a corda da garganta".

Para que isso aconteça, Arménio Carlos defendeu a "renegociação da dívida em prazos, montantes e juros mas também a alteração de políticas que tenham como prioridade o crescimento económico, o emprego e a salvaguarda do interesse nacional". O líder da CGTP aproveitou para responder a Paulo Portas, que considera que a renegociação é passar uma mensagem de caloteiro para o exterior. "Caloteiro não é aquele que exige a renegociação da dívida para criar riqueza e emprego e criar condições para pagar aquilo que se deve. Caloteiro é aquele que se submete, que aceita o que lhe é imposto, sabendo de antemão que jamais em tempo algum com estas condições irá pagar aquilo que deve", declarou o sindicalista.

Para Francisco Louçã, esta manifestação foi "um sinal de dignidade, porque o país já percebeu uma coisa: é que o governo sussurra no ouvido dos ministros alemães que ditam a sorte de Portugal, mas não ouve as razões da maioria do povo português". "O governo e a troika dizem-nos o seguinte: mais facilidade de demissões, dias de trabalho gratuito, perdem o subsídio de natal e de férias e no fim há mais dívida e talvez um novo empréstimo para mais dívida ainda", acrescentou o dirigente bloquista presente no "Terreiro do Povo".

Sobre a visita da troika prevista para a próxima semana, Arménio Carlos lembrou que o acordo "é bom para eles", referindo-se aos milhares de milhões que o país é chamado a pagar só em juros e comissões, ao dinheiro posto à disposição da banca e aos favores feitos ao patronato, aos acionistas das empresas privatizadas e aos detentores das cadeias de distribuição. Para o líder da CGTP, "o povo português está a encher o Terreiro do Paço e a dizer ao Governo e às entidades patronais que aqui não há rendição".

No início do discurso, Arménio Carlos referiu-se às lutas dos trabalhadores gregos, "um povo que já marcou a história pela sua heroicidade, que não abdica de lutar por aquilo que tem direito" e aos trabalhadores espanhóis, que "anunciaram uma jornada de luta para contestar as medidas que o Governo anunciou para, tal como aqui, embaratecer os despedimentos".

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Segunda-Feira, 30 de Janeiro de 2012

 

Um novo degrau de ruptura

Por Saul Leblon

O conservadorismo reconhecido e não dissimulado do Financial Times deu contornos ainda mais desconcertantes a uma informação exclusiva publicada na sua edição de 6ª feira última, 27-01. Documento sigiloso do governo alemão, obtido pelo jornal, preconiza literalmente que a Grécia seja privada de sua soberania orçamentária terceirizando-se o comando financeiro do país a um diretório nomeado pela UE. Simultaneamente, o Parlamento grego seria induzido a aprovar uma lei que legitimaria a precedência do pagamento aos credores sobre qualquer outro gasto público nacional, até que se possa zerar esse passivo. Ou seja, nunca.

No estilo peremptório conhecido dos mercados, o diktat prussiano conclui que diante da insatisfatória competência de Atenas para cumprir acordo anteriores, "a Grécia tem que aceitar a cessão de sua soberania orçamentária para a administração européia por um tempo".

O desembaraço de um poder financeiro que se move a contrapelo da democracia e da soberania das Nações é conhecido. Brasil e outras nações latino-americanas viveram isso na pele nos anos 80/90. Mas exceto no Tratado de Versalhes, nunca antes havia se manifestado na Europa de forma tão desabrida como agora, quando interventores são nomeados e ajustes são impostos a elites genuflexas e Parlamentos catatônicos, que renunciam a referendos e plebiscitos para não afrontar o imperativo financeiro.

O importante a reter é a incompatibilidade entre a asfixia necessária à preservação da riqueza financeira e as necessidades sociais e salvaguardas democráticas nos dias que correm.

O economista Luiz Gonzaga Belluzzo, em entrevista e debate promovidos por Carta Maior durante o FSM, em Porto Alegre, chamou a coisa pelo nome e extraiu dela as consequências cabíveis que o jogo de faz-de-conta da mídia e de amplos círculos políticos e econômicos hesita em nomear: " A Taxa Tobin já se tornou anacrônica: a questão que está posta pela crise é o controle público de todo o sistema financeiro", disse Belluzzo.

Aqueles que subestimam a importância dos debates travados em Porto Alegre na última semana, elidem a gravidade desse divisor descortinado pelo intelectual cujo nome foi incluído entre os 100 maiores economistas dissidentes do século XX no 'Biographical Dictionary of Dissenting Economists'. Por certo não o fazem por menoscaso ao vencedor do Prêmio Juca Pato de 2005, mas, sim, por não conseguirem lidar com o fardo de uma disjuntiva histórica que os coloca ostesivamente em rota de colisão com a democracia e a civilização.

Como disse o próprio Belluzzo, na cerimonia de entrega do Juca Pato, em 2005: "O que está em jogo é o conflito entre os dois processos de universalização que se propagam desde o Iluminismo: a busca da igualdade entre os homens e os povos e a criação e acumulação da riqueza através da expansão mercantil". Não era apenas uma frase, mas a premonitória visão de um novo degrau de ruptura que agora chegou.

 

 

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Antonio Ximenes

غير مقروءة،
16‏/02‏/2012، 8:51:32 م16‏/2‏/2012
إلى amigosdo...@googlegroups.com
O negócio hoje é assim:
O malaca chega perto da gata e pergunta: E aí, já é? Ou já era?
Se ela responder Já é!  Dalí mesmo vão prá cama.
Se ela responder Já era! O neguin mete o rabo entre as pernas e cai fora.
Simples assim; sem delongas, volteios, poesias, flores, cheiros, caras ou bocas.

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Antonio Ximenes Benevides
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