Movimento Cinco Estrelas foi financiado pelo chavismo, revelam documentos secretos

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Jorge Mayer

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Jun 15, 2020, 6:56:12 AM6/15/20
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Partido no governo de Itália recebeu uma mala com 3,5 milhões de euros
vindos da Venezuela em 2010. Financiamento foi intermediado por
suspeitos de narcotráfico. País nunca reconheceu Guaidó.

Marta Leite Ferreira 15 jun 2020, 08:50

O Movimento Cinco Estrelas, a que pertencem alguns ministros do
governo de coligação italiano de Giuseppe Conte, recebeu um
financiamento de 3,5 milhões de euros autorizado por Nicolás Maduro,
atual Presidente de facto da Venezuela, no tempo em que Hugo Chávez
era o Chefe de Estado. O dinheiro foi enviado em 2010, quando Maduro
era ministro dos Negócios Estrangeiros, numa mala recebida no
consulado venezuelano em Milão.

A notícia está a ser avançada pelo ABC, que teve acesso a documentos
secretos da Direção Geral de Espionagem Militar venezuelana. O
financiamento foi intermediado por Gian Carlo di Martino, cônsul da
Venezuela em Itália, que depois entregou o dinheiro a Gianroberto
Casaleggio, co-fundador do partido ao lado de Beppe Grillo.

O dinheiro foi enviado “de maneira segura e secreta através de mala
diplomática” e saiu dos fundos de reserva geridos pelo então ministro
do Interior, Tareck el Aissami, ex-vice-presidente da Venezuela
acusado de tráfico de drogas e corrupção nos Estados Unidos, Canadá e
Reino Unido.

Uma vez no consulado, a mala foi encontrada por um funcionário
diplomático que relatou a descoberta a Hugo Carvajal, diretor-geral da
espionagem militar em 2010 e também ele suspeito de narcotráfico.
Depois disso, “foram dadas instruções verbais ao nosso funcionário em
Itália para não continuar a relatar o assunto, o que poderia tornar-se
um problema diplomático”, diz o documento a que o ABC teve acesso.

Nem o governo venezuelano, nem os atuais líderes do Movimento Cinco
Estrelas responderam às perguntas do jornal espanhol sobre o
financiamento. No entanto, já durante as eleições em Itália o partido
tinha sido criticado pelo aparente apoio (nunca totalmente
verbalizado) ao chavismo.

Itália é um dos três países europeus (além do Chipre e Eslováquia) que
não reconhece Juan Guaidó como Presidente da Venezuela. “Não
consideramos conveniente apressarmo-nos em reconhecer investiduras
que, de qualquer forma, não passaram por um processo eleitoral”, disse
em 2019 o primeiro-ministro Giuseppe Conte.

Era uma mensagem que contrastava com um tweet de Matteo Salvini feito
no início desse ano: “Entendo que há diferentes sensibilidades no
governo, mas é a Constituição da Venezuela que diz que, terminado o
mandato de Maduro, ditador vermelho, o Presidente da Câmara toma
posse, Guaidó”.

Manlio di Stefano, sub-secretário do Ministério de Assuntos Exteriores
e membro do Movimento, justificou então que Itália não reconhece Juan
Guaidó porque é “totalmente contra o facto de um país ou um grupo de
países terceiros poder determinar as políticas internas de outro
país”.
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