Olá pess@all,
E para quem pensava que pouco de MSX ainda existe,conheçam o Artemisa Computer System, mais um projeto de MSX, só que desta vez de construído de forma clássica!
Sim, o Artemisa é mais um projeto
homebrew de
hardware compatível com a arquitetura MSX. O projeto é de código
aberto, e tem como objetivo implementar um MSX usando apenas componentes
comuns, assim como eram feitos os computadores da década de 80.
A
ideia por trás do Artemisa é que ele seja uma alternativa qualidade
equivalente ao projetos modernos de MSX baseado em FPGA, porém de baixo
custo.
Álvaro Polo, que é o autor do projeto, tem como meta
construir um hardware que se assemelhe bastante aos tradicionais
equipamentos originais ao invés de simplesmente reproduzir o
funcionamento do MSX de forma sintetizada (ou emulada), como é o caso
do Zemmix, do 1chipMSX e do MSXVR. Mesmo com foco nas mesmas técnicas de
produção empregadas durante o período comercial do MSX, o projeto ainda
assim tenta aproveitar ao máximo muitas das inovações da eletrônica
moderna.
Protótipo da placa Artemisa com a placa de vídeo conectada
A
primeira versão implementa será um MSX de primeira geração (MSX 1),
deixando de fora apenas itens que ninguém mais usa ou que podem ser
adicionados futuramente, como a porta serial ou de impressora.
O projeto conta com as seguintes características básicas:
- CPU Zilog Z84C00 rodando a 3.58Mhz
- PSG baseado no chip AY-3-8910
- PPI baseado no chip 82C55
- 64 KB de memória RAM organizados em um único Slot
- 32KB de memória ROM mapeada. O projeto é baseado em um chip ROM de 512KB, o qual poderá ser mapeado (através de jumpers)
para ser visto como se fosse os 32Kb de ROM. Com a possibilidade de
selecionar qual região da memória será mapeada como ROM, isso permitirá
que o sistema em si possa ser modificado livremente em termos de qual
versão de ROM será usada praticamente reproduzindo em hardware o que os
emuladores de MSX fazem tão bem.
- 2 Slots de cartucho externos
- 2 portas do joystick
- 1 porta de cassete
Quanto
às características gráficas, o autor decidiu por uma ideia bem
interessante. O design da arquitetura é projetado para que a placa
gráfica seja separada da placa mãe. Isso permite que hajam diferentes
implementações de vídeo. Entre as opções atuais temos:
- GFX9918.
A qual usa um chip TMS9918 com 32 KB de VRAM e saída NTSC por vídeo
composto. Esta é a placa gráfica mais básica, e também a mais acessível.
O projeto desta placa de vídeo já está concluído e provavelmente
acompanhará as primeiras unidades que forem colocadas à venda.
- GFX9928.
Incorpora um chip TMS9928 (NTSC) ou um chip TMS9929 (PAL). Também
contará 32 KB de VRAM e saída RGB, com a possibilidade de ter vídeo
composto. Embora ainda esteja na fase de projeto, estima-se que esta
placa de vídeo também estará disponível para venda junto com o
lançamento oficial do Artemisa.
- GFX9958. Ainda como uma
possibilidade futura, Álvaro planeja que esta seja uma placa de vídeo
baseada no V9958, basicamente elevando o Artemisa ao nível de um MSX2.
Tudo dependerá do sucesso do projeto e da aceitação/colaboração da
comunidade MSX internacional.
O Artemisa também incluirá uma porta de teclado com pinagem personalizada. Esta decisão foi tomada para permitir o uso de:
- Teclado PS / 2 externo,
para o qual o Artemisa incluirá um adaptador que transforma o conector
do teclado, com base em uma matriz de teclas, em um conector PS/2.
Embora essa opção seja a mais acessível, isso implica em usar teclados
de PC no MSX. Para quem já lidou com isso sabe que haverão transtornos
em termos de mapeamento de teclas e, na maioria dos casos, limite de uso
de múltiplas teclas pressionadas simultaneamente (o que atrapalha
bastante em alguns jogos).
- Teclado padrão Artemisa externo, que será um teclado construído com botões mecânicos semelhantes ao Cherry MX.
Embora sendo esta a opção mais atraente, a qual permitirá a
implementação de um teclado padrão MSX nativo, esta também será a opção
mais custosa.
O equipamento está sendo projetado para ser
montado em uma caixa transparente composta por duas placas unidas por
parafusos, semelhante aos Zemmix, só que retangular. :) As dimensões
serão aproximadamente 30x15 cm.
Adicionalmente, or Artemiss contará com algumas características técnicas bem interessantes:
- Os
circuitos utilizados são da família de alta velocidade HC, CMOS. Estes
oferecem características elétricas superiores aos circuitos LS originais
com base em tecnologia TTL de baixo consumo. Embora isso se distancie
um pouco das características técnicas originais de dos circuitos dos
anos 80, as vantagens de baixo consumo e menor custo de produção não
podem ser ignoradas.
- No conceito da construção física das
placas, todos os CI serão de encapsulamento tipo DIP. Os resistores,
capacitores, diodos e transistores serão do tipo "through hole"
(vide fotos). Isso permitirá que a montagem do kit seja simples o
suficiente para que qualquer entusiasta possa se aventurar a montar seu
próprio MSX, com a vantagem de manter uma aparência visual semelhante ao
equipamento do início dos anos 80.
- As memórias RAM usadas, ao
invés de dinâmicas, serão estáticas (apesar de voláteis). Isso permitirá
que uma grande quantidade de circuitos de refresh sejam
economizados. Mesmo fugindo um pouco da fidelidade dos projetos
originais da década de 80, isso simplificará o projeto de forma a
baratear ainda mais os custos de produção e, mais uma vez, facilitará a
montagem para os menos audazes em eletrônica.
- A placa de vídeo
(agora externa) será conectada à placa-mãe através de um conector de 50
pinos que é basicamente um conector de Slot estendido modificado para as
necessidades específicas das placas de vídeo. Isso permitirá que placas
externas (como as de vídeo) sejam tratadas como se estivessem
conectadas em um Slot externo comum, abrindo possibilidades quase
infinitas para novos projetos. Uma das ideias seria a possibilidade de
criar uma nova placa de vídeo com o TMS9929 e V9990 tudo-em-um. Em
termos das "modificações" no Slot, uma delas é a possibilidade de
acessar os sinais de som gerados pelo PSG e pelos dispositivos de som
externos, permitindo que os sinais de áudio e vídeo sejam combinados em
um único conector de saída. Como exemplo disso, a placa atual GFX9918 já vem equipada com três conectores RCA para áudio e vídeo (visível nas fotos).

O Artemisa em funcionamento, rodando como MSX 1 e com MSX Basic 1.0 ativo
O modelo de comercialização ainda não está definido, mas o mais provável é que o Artemisa seja colocada à venda em três opções:
- Kit DIY,
o qual incorporará todos os elementos necessários para que o usuário
possa montar e soldar seu próprio MSX. Todas as placas, os componentes,
os integrados, resistores, capacitores, conectores, etc... tudo! Será
basicamente um kit LEGO com manual de instruções passo-a-passo. A única
coisa que o usuário precisará dispôr é de um ferro de solda e um pouco
de estanho. Perfeito para qualquer entusiasta, sendo provavelmente a
opção mais econômica.
- Equipamento já montado. Esta será a
opção ideal para quem tem medo de usar o ferro de solda, embora seja a
opção mais custosa. A vantagem será que o comprador receberá um
equipamento montado, testado e pronto para usar.
- Kit Homebrewer:
Para aqueles que são realmente experientes em eletrônica e sabem onde
comprar as peças e componentes necessários. Além disso, os usuários
terão que gravar suas próprias ROMs e firmwares. Basicamente seria vendida somente a placa do sistema.
O
preço final ainda não está definido, mas não há dúvida que será muito
mais econômico e acessível que o MSXVR ou outras opções baseadas em
FPGA.
Ainda não há data oficial o início das vendas, mas o Álvaro estima que tudo esteja pronto ainda para este Natal (2019).
O site oficial do projeto é
www.artemisamsx.com.
No presente momento há apenas uma pesquisa de opinião no site, a qual
eu pessoalmente aconselho que todos contribuam. Mesmo que você não tenha
intenção de comprar o produto, sua opinião e apoio terá grande valor.
Para aqueles que se dedicam a fazer qualquer coisa em prol do MSX nos
dias de hoje qualquer contribuição é válida. Portanto, participem,
colaborem e divulguem.
E, quem quiser ir à diante e manter contato com o
Álvaro Polo, o caminho mais fácil é via Twitter:
@apolovald.
Um abraço à todos.
Julio Marchi
Coordenador do Time MSXALL
Fonte:
MSXBlog, por Konamito