Radioamadorismo – Necessita de um novo paradigma?

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António Duarte Bebiano

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Feb 2, 2020, 5:45:25 AM2/2/20
to CT-Comunicações e Tecnologias

Ilustres colegas, bom dia!

Existe uma clara perceção de que o radioamadorismo em Portugal e um pouco por todo o mundo, salvo raríssimas exceções, está em declínio, no que ao número de radioamadores diz respeito.

Aparenta não ser atrativo para os jovens do séc. XXI, nascidos já nesta maravilhosa era digital. A continuar assim, por volta de 2050, poderá vir a ter uma expressão meramente residual. Neste momento não pretendo abordar aqui o problema da legislação portuguesa, no que à categoria 3 diz respeito. Sobre esta questão em concreto, é pacífico que urge encontrar uma solução para o problema, o qual constituiu mais uma acha para a fogueira do declínio em causa.

Posto isto, coloca-se a seguinte pergunta:

O que fazer em Portugal e no mundo para atrair sangue novo para o radioamadorismo?

A resposta/discurso corrente alega a necessidade de repensar o radioamadorismo, ou seja, um novo paradigma para as comunicações de amador. Segundo esse linha, não faz sentido mostrar a um jovem, a beleza fascinante de um contacto em HF, onde dois amadores se deliciam a conversar (e só pode falar um de cada vez), envoltos num enorme QRM. Já nem vale a pena falar da parafernália de equipamentos e antenas necessárias para o efeito, do seu custo, das dificuldades de montagem, do espaço que ocupam e da chatice que causam à vizinhança.

Se um jovem sentado no carro do seu pai, a viajar a 150 km por hora, em qualquer lugar, com um smartphone na mão, consegue estar em contacto com cinco amigos, em cinco continentes diferentes, com imagem, som, texto, tudo em alta definição, a 5G (sem necessitar de estudar para fazer exame de amador), então o que é que o radioamadorismo terá de fazer para competir com toda esta tecnologia de comunicação que fascina qualquer jovem? Ou seja, como é que vamos arrancar o jovem desse paraíso e trazê-lo para o radioamadorismo?

Do meu ponto de vista, a primeira coisa a fazer é mudar os termos desta abordagem, a qual já vai sendo um clássico e que me parece profundamente errada.

O radioamadorismo e as comunicações de amador não têm nada a ver com a história do jovem do carro (discurso corrente). Daqui a seis meses a Aplle fabricará um novo smatfhone, mais evoluído que o anterior, a Microsoft, a Google, o FB e outras tecnológicas produzirão softwares mais evoluídos e apelativos, as operadoras de internet oferecerão uma maior cobertura de rede, maior velocidade e largura de banda e assim por diante. O jovem apenas terá de pedir ao pai para lhe comprar o novo modelo de smartphone, atualizar o contrato de fornecimento de internet e fazer o download dos novos softwares. Não sabe quais são os princípios de funcionamento do telemóvel, não sabe como funciona a rede de internet, não faz ideia do tipo de ferramenteas que foram utilzadas para a criação dos softwares, nem lhe interessa saber!

Querer-se um novo paradigma para o radioamadorismo, pretendendo-se que este ofereça um modelo de comunicação com uma atratividade superior aquela que o jovem dispõe no seu smartphone, de modo a que ele se convença que o radioamadorismo é mais interessante, útil e eficaz, desculpem-me mas o radioamadorismo não compete com a internet, os smartphones, os computadores e respetivos softwares/aplicaçãoes de comunicação. É caso para dizer, cada macaco no seu galho.

Dizer-se também que os radioamadores estão envelhecidos na idade isso começa a ser uma evidência. Todavia, quanto ao seu saber técnico e atualidade tecnológica, bem quanto ao melhor rumo e estratégia para o futuro do radioamadorismo,  estão perfeitamente à altura dos desafios e têm muito a ensinar aos poucos jovens que vão chegando, assim eles sejam humildes e queiram aprender, ao contrádio do por vezes se quer fazer crer.

Querer-se reinventar o radioamadorismo, isso não existe!

O radioamadorismo é como um edifício, assente num conjunto de pilares fundamentais, os quais têm em comum o estudo, a experimentação, o desenvolvimento de técnicas, de equipamentos e acessórios que contribuem para o desenvolvimento das comunicações rádio (hobby técnico). Os pilares aos quais me refiro são o espetro radioalétrico, a propagação, as antenas, a emissão de RF, a operação de satélites, a TV de amador, a relexão lunar, a eletrónica (reparação, construção e modificação de equipamentos de rádios e respetivos acessórios), o desenvolvimento de softwares de comunicações e afins, e toda uma habilidade e conhecimentos técnicos variados aplicados na montagem de uma estação e sua respetiva operação, considerando, entre outras, as técnicas de operação em concurso. Não faço ideia o que significa reinventar isto?

Então fará sentido dizer-se que o radioamadorismo necessita de se modernizar a fim de concorrer com a magia do smatphone, e do computador ligado à internet e desse modo conseguir recrutar o nosso jovem?

Quando se pergunta o que é que o radioamadorismo tem para oferecer aos jovens, eu acho que se deverá perguntar sim, o que é que os jovens têm para oferecer ao radioamadorismo?

É importante captar o interesse dos jovens para as magias sim, associadas às diversas áreas científicas que integram o radioamadorismo e fazer-lhes sentir que o seu contributo pode ser importante e que tal constitui uma fonte de satisfação pessoal.

Deve-lhes ser perguntado se terão interesse pelo estudo e construção de antenas, pela física solar/propagação, pelo desenvolvimento de softwares de modo a tornar o FT8 obsuleto, isto meramente a título de exemplo. Todas as áreas do radioamadorismo têm um grau de complexidade bastante elevado, são em grande número e bastante diferenciadas. Cada uma delas está num estado da arte em que se encontra e em todas elas é preciso avançar na produção de conhecimento. Falar-se em reinventar o radioamadorismo, em modernizá-lo,  parece-me um discurso estranho!!!

O radioamadorismo necessita de jovens com conhecimento, com vontade de aprender, mas também com valores éticos e morais.

E nos entretantos, porque também existem outras coisas diferentes do radioamadorismo,  porque não continuarmos a brincar e a comunicar com os nossos smartphones e computadores ligados à internet?

73 – Duarte – CT1CPP

Antonio A. S. Magalhaes

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Feb 2, 2020, 7:21:37 AM2/2/20
to ct-comunicacoe...@googlegroups.com

Prezados Colegas, bom dia!

Será, de facto, importante e sensato estimular, indiscriminadamente, o crescimento do número de radioamadores?

"Muitos são chamados, mas poucos escolhidos" (*).

O artigo do CT1CPP destaca um conceito fundamental:

- O que é o radioamador?

Não vou aqui responder a esta pergunta. (Quem tiver dúvidas, ou tiver esquecido, consulte a Legislação).

Ao invés - na minha leitura do Artº 2º, al. a), do Decreto-Lei Nº 53/2009, de 2 de Março - quem, por exemplo, apenas estiver interessado em conversar pela rádio; o coleccionador de diplomas; o obcecado pelos concursos; o praticante do "radio sport"; o "profissional patrocionado" das "DX-expeditions"; etc.,não deve ser considerado como tal.

Sei que esta minha contribuição vai deitar mais algumas achas na fogueira da polémica. Por isso, e para amenizar um pouco, conto uma pequena história que circulava nos tempos em que servi na Artilharia como oficial de radiocomunicações.

Um instrutor da Academia teria afirmado um dia: - "Nasce-se militar, como se nasce artista".

Ora - baseando-me na versão apócrifa, que imediatamente passou a circular do dormitório dos cadetes - eu deixo aqui a minha paráfrase:

                          - NASCE-SE RADIOAMADOR COMO SE NASCE FADISTA.

Os melhores 73 DE CT1TE

António


(*) Mateus 12:14

- 2020-02-02 10:45, António DuarteBebianoo escreveu:

Ilustres colegas, bom dia!

Existe uma claraperceçãoo de que oradioamadorismoo em Portugal e um pouco por todo o mundo, salvo raríssimasexceçõess, está em declínio, no que ao número deradioamadoress diz respeito.

Aparenta não seratrativoo para os jovens do séc. XXI, nascidos já nesta maravilhosa era digital. A continuar assim, por volta de 2050, poderá vir a ter uma expressão meramente residual. Neste momento não pretendo abordar aqui o problema da legislação portuguesa, no que à categoria 3 diz respeito. Sobre esta questão em concreto, é pacífico que urge encontrar uma solução para o problema, o qual constituiu mais uma acha para a fogueira do declínio em causa.

Posto isto, coloca-se a seguinte pergunta:

O que fazer em Portugal e no mundo para atrair sangue novo para oradioamadorismoo?

A resposta/discurso corrente alega a necessidade de repensar oradioamadorismoo, ou seja, um novo paradigma para as comunicações de amador. Segundo esse linha, não faz sentido mostrar a um jovem, a beleza fascinante de um contacto emHFF, onde dois amadores se deliciam a conversar (e só pode falar um de cada vez), envoltos num enormeQRMM. Já nem vale a pena falar daparafernáliaa de equipamentos e antenas necessárias para o efeito, do seu custo, das dificuldades de montagem, do espaço que ocupam e da chatice que causam à vizinhança.

Se um jovem sentado no carro do seu pai, a viajar a 150 km por hora, em qualquer lugar, com umsmartphonee na mão, consegue estar em contacto com cinco amigos, em cinco continentes diferentes, com imagem, som, texto, tudo em alta definição, a5GG (sem necessitar de estudar para fazer exame de amador), então o que é que oradioamadorismoo terá de fazer para competir com toda esta tecnologia de comunicação que fascina qualquer jovem? Ou seja, como é que vamos arrancar o jovem desse paraíso e trazê-lo para oradioamadorismoo?

Do meu ponto de vista, a primeira coisa a fazer é mudar os termos desta abordagem, a qual já vai sendo um clássico e que me parece profundamente errada.

Oradioamadorismoo e as comunicações de amador não têm nada a ver com a história do jovem do carro (discurso corrente). Daqui a seis meses aApllee fabricará um novosmatfhonee, mais evoluído que o anterior, a Microsoft, a Google, oFBB e outras tecnológicas produzirãosoftwaress mais evoluídos e apelativos, as operadoras deinternett oferecerão uma maior cobertura de rede, maior velocidade e largura de banda e assim por diante. O jovem apenas terá de pedir ao pai para lhe comprar o novo modelo desmartphonee,atualizarr o contrato de fornecimento deinternett e fazer odownloadd dos novossoftwaress. Não sabe quais são os princípios de funcionamento do telemóvel, não sabe como funciona a rede deinternett, não faz ideia do tipo deferramenteass que foramutilzadass para a criação dossoftwaress, nem lhe interessa saber!

Querer-se um novo paradigma para oradioamadorismoo, pretendendo-se que este ofereça um modelo de comunicação com umaatratividadee superior aquela que o jovem dispõe no seusmartphonee, de modo a que ele se convença que oradioamadorismoo é mais interessante, útil e eficaz, desculpem-me mas oradioamadorismoo não compete com ainternett, ossmartphoness, os computadores erespetivosssoftwaressaplicaçãoess de comunicação. É caso para dizer, cada macaco no seu galho.

Dizer-se também que osradioamadoress estão envelhecidos na idade isso começa a ser uma evidência. Todavia, quanto ao seu saber técnico eatualidadee tecnológica, bem quanto ao melhor rumo e estratégia para o futuro doradioamadorismoo,  estão perfeitamente à altura dos desafios e têm muito a ensinar aos poucos jovens que vão chegando, assim eles sejam humildes e queiram aprender, aocontrádioo do por vezes se quer fazer crer.

Querer-se reinventar oradioamadorismoo, isso não existe!

Oradioamadorismoo é como um edifício, assente num conjunto de pilares fundamentais, os quais têm em comum o estudo, a experimentação, o desenvolvimento de técnicas, de equipamentos e acessórios que contribuem para o desenvolvimento das comunicações rádio hobbyy técnico). Os pilares aos quais me refiro são oespetrooradioalétricoo, a propagação, as antenas, a emissão deRFF, a operação de satélites, a TV de amador, arelexãoo lunar, aeletrónicaa (reparação, construção e modificação de equipamentos de rádios erespetivoss acessórios), o desenvolvimento desoftwaress de comunicações e afins, e toda uma habilidade e conhecimentos técnicos variados aplicados na montagem de uma estação e suarespetivaa operação, considerando, entre outras, as técnicas de operação em concurso. Não faço ideia o que significa reinventar isto?

Então fará sentido dizer-se que oradioamadorismoo necessita de se modernizar a fim de concorrer com a magia dosmatphonee, e do computador ligado àinternett e desse modo conseguir recrutar o nosso jovem?

Quando se pergunta o que é que oradioamadorismoo tem para oferecer aos jovens, eu acho que se deverá perguntar sim, o que é que os jovens têm para oferecer aoradioamadorismoo?

É importante captar o interesse dos jovens para asmagiass sim, associadas às diversas áreas científicas que integram oradioamadorismoo e fazer-lhes sentir que o seu contributo pode ser importante e que tal constitui uma fonte de satisfação pessoal.

Deve-lhes ser perguntado se terão interesse pelo estudo e construção de antenas, pela física solar/propagação, pelo desenvolvimento desoftwaress de modo a tornar oFT88obsuletoo, isto meramente a título de exemplo. Todas as áreas doradioamadorismoo têm um grau de complexidade bastante elevado, são em grande número e bastante diferenciadas. Cada uma delas está num estado da arte em que se encontra e em todas elas é preciso avançar na produção de conhecimento. Falar-se em reinventar oradioamadorismoo, em modernizá-lo,  parece-me um discurso estranho!!!

Oradioamadorismoo necessita de jovens com conhecimento, com vontade de aprender, mas também com valores éticos e morais.

E nosentretantoss, porque também existem outras coisas diferentes doradioamadorismoo,  porque não continuarmos a brincar e a comunicar com os nossossmartphoness e computadores ligados àinternett?

73 – Duarte –CT1CPPP


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João Costa > CT1FBF

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Feb 2, 2020, 8:34:59 AM2/2/20
to ct-comunicacoes-e-tecnologias
Sempre defendi e defendo um radioamadorismo mais inclusivo onde todos tem o seu lugar. 

Muito sinceramente, não sei que passatempo poderá sobreviver no seculo XXI, sem quem, por exemplo, estiver interessado em conversar pela rádio; o coleccionador de diplomas; o obcecado pelos concursos; o praticante do "radio sport"; o "profissional patrocionado" das "DX-expeditions". Todos, mas todos, tem o seu lugar. Há quem diga que se pode ser radioamador de 1001 maneiras diferentes.

A imagem diria, purista, daquele intuisiasta amante das radiocomunicações dos anos 60 e 70 do século passado á muito que se desvaneceu com enorme pena de muitos, a começar por mim próprio, que tive a invejavel oportunidade de ainda conhecer e conviver alguns directa ou indirectamente e que me marcaram no meu percurso como radioamador.

Guardos a todos com grande saudade na memória, mas tenho plena consciência que esses tempos, não voltam. 

Não desejo, nunca mais, ter de ver uma casa abandonada com dezenas de QSL's expostas nas suas paredes deixas á voraz destruição de tempo. Tudo, menos isso.

João Costa (CT1FBF) 




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Agnus

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Feb 2, 2020, 9:20:48 AM2/2/20
to ct-comunicacoe...@googlegroups.com

Prezados colegas,

Tendo por um desígnio fundamental aprender e resolver problemas, o ser humano tem a boa característica de se preocupar com o futuro para, entre outras coisas importantes, garantir o seu bem-estar, o dos seus descendentes e o da humanidade em geral. Avisado é que na sua caminhada pela vida fora o ser humano tenha bem presente que no universo tudo é mutável e que na Terra em particular essas mutações levarão, um dia no futuro, à extinção da espécie humana, quanto mais não seja quando essa estrela que é o Sol tiver esgotado o seu ciclo energético ou for engolido por um buraco negro vizinho. Isto para dizer que o radioamadorismo não tem escapado, não escapa e não escapará a mutações sucessivas até à sua extinção como actividade humana. Posto isto é de se esperar que cada radioamador tenha, exerça e lute pelas suas ideias e práticas, partilhe e transmita os seus conhecimentos e partilhe as suas dúvidas e preocupações com os demais colegas e com a sociedade sempre no sentido de contribuir para mudanças e conservações que entenda como boas para um futuro melhor de bem-estar para todos.

Aqui, então, o meu bem-haja a todos os colegas que apresentaram já as suas opiniões bem como aos demais que certamente se seguirão à apresentação deste meu singelo texto.

 73's a todos

Agnelo - CT1DVU


Gomes, CT1HIX

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Feb 2, 2020, 11:24:46 AM2/2/20
to ct-comunicacoe...@googlegroups.com
Boa tarde
O problema do radioamadorismo é o problema de todas actividades, faltam jovens!
Gosto de pensar que a percentagem de radioamadores novos vs número de jovens continua a ser a mesma.

73, Gomes op: CT1HIX https://ct1hix.net/

Pedro Carvalho

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Feb 3, 2020, 12:37:22 AM2/3/20
to CT-Comunicações e Tecnologias

Caros colegas

Considerando que:

- O ritmo a que está a decrescer o número de radioamadores provocará a extinção da atividade em poucas dezenas de anos;

- Pouco esforço que tem sido feito para encontrar uma estratégia de recrutamento, comum às diferentes organizações de radioamadores, excluindo as raras excepções que têm ocorrido (no nosso país);

- As diferentes vertentes do radioamadorismo têm, em muitos casos, aspectos completamente diferentes na necessidade de conhecimento, nos custos, nos recursos disponíveis e na vontade dos praticantes;

- O radioamadorismo não é só onda curta;

- A reinvenção do hobby acontece a um ritmo cada vez mais frenético, lembrando-se o tempo que mediou na migração do AM para o SSB, e o tempo que mediou entre o PSK e o FT8 e entre este e o FT4, a exemplo do que acontece com a tecnologia;

- Existe um limite crítico abaixo do qual o número de utilizadores não justifica a ocupação do espectro que nos está atribuído;

 

Parece óbvio que esperar que os jovens adiram à actividade sem que esta mostre o que tem para lhes oferecer, de forma atractiva para estes, é um suicídio!
As comparações que o Duarte faz não me parecem muito correctas porque baseiam-se na comparações de circunstâncias díspares, ignorando o óbvio: Somos radioamadores porque as comunicações nos excitavam, exercendo um fascínio único (para nós)!

E é essa reacção que a net e os smartphones, tablets e afins, provocam nos jovens!
Mesmo não concordando ou gostando com a atitude, reconheço que os smartphones provocam uma reacção e tanto nos jovens…


De facto, os jovens (e os menos jovens) não querem saber, de facto, como funciona a net.
Da mesma foram que os nossos pais não tinham, na esmagadora maioria dos casos, a mais pequena ideia como funcionava a televisão (em vestigial sideband, lembram-se ?) e, provavelmente, muitos radioamadores também não fazem a mais pequena ideia do que isso é.


Mas, amanhã mesmo, muito adolescentes estarão a pedir a última versão do smartphone e a fazer donwload de novas versões de firmware e software. E os mais velhos também…Isso é certinho como 2 mais 2 serem 4 (na base de 10…).

E esperemos até que o 5G esteja disponível à séria. Vai parecer com o que o FT8 provocou nas bandas de onda curta (e não só) mas à grande!


Ora ainda estamos na idade da pedra quando se trata de competir no recrutamento de novos radioamadores.

Claro que não devemos baixar os standards mas é bom que nos lembramos que o número limite socialmente justificativo do espectro que ocupamos está cada vez mais perto e isso deveria a obrigar-nos a uma reflexão profunda.

Há muita coisa para reinventar no radioamadorismo, mas não são as questões técnico-científicas.
É o facto de se entender que a actividade não se aguenta sem praticantes e que a questão não é actividade ser como é ou será. A verdadeira questão, IMHO, é a forma como a apresentamos!

Portanto, a questão não é - e aí tem razão - técnica-científica. Aliás, radioamadorismo sem a esta abordagem não é radioamadorismo.
Até pode ser “falar via rádio”, mas não é a mesma coisa!
Como disse acima o colega António Magalhães, CT1TE, quem quiser que vá ver a definição na lei que ela é bem clara…

Suscitar a pergunta que o Presidente Kennedy fez num contexto muito específico e particular (“o que é que os jovens têm para oferecer ao radioamadorismo?”) é, na minha perspectiva, uma desconformidade semântica porque se o radioamadorismo não for mostrado como algo verdadeiramente excitante “perde o comboio”, no mesmo instante, para os smartphones e para todas as outras (múltiplas) solicitações.


Na teoria das organizações há quem lhe chame marketing, pedagogia, etc… Por isso, todas as “atividades”, desde o futebol às universidades, das polícias aos militares, etc, fazem a apologia das suas organizações, chamando a atenção para as vantagens de delas fazer parte. E escolhendo aqueles que mais lhes convêm, obviamente…

Para melhor elucidação das minhas palavras, sugiro a visualização de um vídeo:

https://www.youtube.com/watch?v=QYcXTlGLUgE


Vy 73
Pedro, CT1DBS

Carlos Mourato

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Feb 3, 2020, 6:53:51 AM2/3/20
to ct-comunicacoe...@googlegroups.com
Bom dia caros colegas
Todos têm razão no exposto. No entanto há um detalhe que me parece vos está a passar. O radioamadorismo não é só numa visão portuguesa. Aqui, claro e devido a circunstâncias mais ou menos conhecidas, vivemos um radioamadorismo  "tacanho" e desconhecido, muitas vezes baseado em conversas de taberna, sem qualquer revivalismo de interesse, com muito pouca ou nenhuma inovação, com uma população envelhecida à semelhança do país, entre muitos outros problemas. Exceptuando algumas muito poucas excepções nas diversas vertentes, nao se escuta ninguém com um QSO interessante, nao se dá conta de feitos, de experiências de inovação etc. Tudo se limita a uns QSOs pouco interessantes, mais ou menos à mesma hora, para marcar o ponto.  O radioamadorismo em Portugal está parado, prisioneiro da falta de inovação e envelhecimento dos radioamadores outrora muito activos. 
No outro lado da questão, felizmente, portugal praticamente nada conta para o panorama mundial. Se assim fosse este estaria extinto há muitos anos. Paises há onde o radioamadorismo conta com muitos investigadores e cientistas a inovar. A prova é a tecnologia digital usada e desenvolvida pelos amadores e "copiada" muitas vezes pelos serviços oficiais, onde se incluem forças armadas.
Portugal conta para o radioamadorismo pouco mais do que paises de África, onde nao há radioamadores ou o numero deles é meramente residual e esse resíduo é estrangeiro. Como a TV não acabou com a radio, nem a radio acabou com os jornais, tão pouco a internet conseguiu acabar com tudo, tambem o radioamadorismo não acredito que esteja à beira do colapso. Terá que se ajustar aos tempos isso é certo, mas gente a gostar da tecnologia radioelectrica, de RF, antenas, comunicações aeroespaciais, radioastronomia, etc,  sempre haverá! As universidades têm cada vez mais jovens nessa área. Alguns com sorte serão radioamadores notáveis. Quando me iniciei no radioamadorismo, a pulso, sozinho (vivia numa aldeia e não havia internet, só cartas pelos CTT) apenas ajudado pontualmente pelo falecido CT1LH em 1976, a minha carta de operador era a 1663, e amadores com indicativo eram menos de 800. Hoje rondam os 5000! ...O radioamadorismo dizia-se nessa altura estava a morrer!  Multiplicou por 5 o numero de amadores. Claro que muito há a fazer, mas nem todos os jovens andam de pescoço torcido mergulhados dentro do telemóvel. Quem quer apenas conversar, e ter conversas da treta nem sequer faz falta no radioamadorismo. Vá para chats, sempre lá encontra gente igual. Há muitas outras maneiras de comunicar, e os radioamadores deviam marcar a diferença. Fazer da comunicação e da técnica uma arte e não uma banalidade como toda a gente faz.

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Pedro Carvalho

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Feb 3, 2020, 7:51:00 AM2/3/20
to CT-Comunicações e Tecnologias
Bom dia Carlos e restantes colegas

Percebo o que dizes mas o facto do radioamadorismo não ser apenas uma questão nacional não me passou ao lado quando disse que ao ritmo de decrescimento em que estamos, a actividade desaparecerá numas poucas dezenas de anos.

Com efeito, ainda ontem saiu uma notícia em que o regulador alemão verificava o declínio do número de radioamadores na Alemanha (http://www.southgatearc.org/news/2020/february/germany-ham-radio-decline-continues.htm#.XjgSfCPgrIU)

Exemplos e tentativas de inverter a situação, infelizmente, já há bastantes. Cito apenas os seguintes:
- A ARRL também iniciou um debate sobre o que fazer face ao declínio expectável (e já palpável) de radioamadores nos EUA;
- A RSGB iniciou um programa de captação de jovens;
- A JARRL (Japão) iniciou um programa de captação de novos radioamadores.

Ou seja, cada país e cada organização de radioamadores terão de fazer a sua parte para inverter a tendência.

Mesmo a nível local é possível batalhar para que tenhamos "sangue novo" e com qualidade.
Cabe aqui lembrar que a Associação de Radioamadores do Ribatejo formou novos 21 OMs nos últimos meses.

Portanto, é possível!

O que não podemos é converter o desespero num método e a esperança numa estratégia!...


Vy 73,
Pedro, CT1DBS/CU3HF



segunda-feira, 3 de Fevereiro de 2020 às 11:53:51 UTC, Carlos Mourato CT4RK escreveu:
Bom dia caros colegas
Todos têm razão no exposto. No entanto há um detalhe que me parece vos está a passar. O radioamadorismo não é só numa visão portuguesa. Aqui, claro e devido a circunstâncias mais ou menos conhecidas, vivemos um radioamadorismo  "tacanho" e desconhecido, muitas vezes baseado em conversas de taberna, sem qualquer revivalismo de interesse, com muito pouca ou nenhuma inovação, com uma população envelhecida à semelhança do país, entre muitos outros problemas. Exceptuando algumas muito poucas excepções nas diversas vertentes, nao se escuta ninguém com um QSO interessante, nao se dá conta de feitos, de experiências de inovação etc. Tudo se limita a uns QSOs pouco interessantes, mais ou menos à mesma hora, para marcar o ponto.  O radioamadorismo em Portugal está parado, prisioneiro da falta de inovação e envelhecimento dos radioamadores outrora muito activos. 
No outro lado da questão, felizmente, portugal praticamente nada conta para o panorama mundial. Se assim fosse este estaria extinto há muitos anos. Paises há onde o radioamadorismo conta com muitos investigadores e cientistas a inovar. A prova é a tecnologia digital usada e desenvolvida pelos amadores e "copiada" muitas vezes pelos serviços oficiais, onde se incluem forças armadas.
Portugal conta para o radioamadorismo pouco mais do que paises de África, onde nao há radioamadores ou o numero deles é meramente residual e esse resíduo é estrangeiro. Como a TV não acabou com a radio, nem a radio acabou com os jornais, tão pouco a internet conseguiu acabar com tudo, tambem o radioamadorismo não acredito que esteja à beira do colapso. Terá que se ajustar aos tempos isso é certo, mas gente a gostar da tecnologia radioelectrica, de RF, antenas, comunicações aeroespaciais, radioastronomia, etc,  sempre haverá! As universidades têm cada vez mais jovens nessa área. Alguns com sorte serão radioamadores notáveis. Quando me iniciei no radioamadorismo, a pulso, sozinho (vivia numa aldeia e não havia internet, só cartas pelos CTT) apenas ajudado pontualmente pelo falecido CT1LH em 1976, a minha carta de operador era a 1663, e amadores com indicativo eram menos de 800. Hoje rondam os 5000! ...O radioamadorismo dizia-se nessa altura estava a morrer!  Multiplicou por 5 o numero de amadores. Claro que muito há a fazer, mas nem todos os jovens andam de pescoço torcido mergulhados dentro do telemóvel. Quem quer apenas conversar, e ter conversas da treta nem sequer faz falta no radioamadorismo. Vá para chats, sempre lá encontra gente igual. Há muitas outras maneiras de comunicar, e os radioamadores deviam marcar a diferença. Fazer da comunicação e da técnica uma arte e não uma banalidade como toda a gente faz.

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Sérgio Rasteiro - CS7AJS

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Feb 3, 2020, 8:23:53 AM2/3/20
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Algo tem de mudar, verdade. No entanto é preciso ser rigoroso naquilo que se diz... 
Enquanto que nuns lados diminui, noutros vai crescendo, lentamente mas com segurançae curiosamente +/- indexado ao crescimento da população. 

No EUA tem vindo a crescer todos os anos. 
Os valores mais recentes: http://www.arrl.org/fcc-license-counts 
Os valores de 2014 a 2018 (ver a imagem no fundo além de todo o artigo): http://www.arrl.org/news/us-amateur-radio-population-grows-slightly-in-2018


 O que a ARRL está a fazer grande campanha é para os novos radio-amadores se tornarem associados da própria, algo que isso sim tem vindo a decrescer. As controvérsias dos últimos anos também não ajudam nem o facto de, tal como em muitos outros lados, ter estagnado no tempo. 

Acima de tudo é preciso que se faça e se deixe fazer rádio... Um radio-amador pode perfeitamente ser um operador de electrodomésticos sem precisar de ser membro de uma elite como alguns, menos modernos, teimam em exigir.


73 de CS7AJS - Sérgio Rasteiro


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Carlos Mourato

unread,
Feb 3, 2020, 1:55:52 PM2/3/20
to ct-comunicacoe...@googlegroups.com
Carissimo colega Sérgio!
Quando afirma que "Um radio-amador pode perfeitamente ser um operador de electrodomésticos sem precisar de ser membro de uma elite como alguns, menos modernos, teimam em exigir." está a tocar num dos pontos que tende a acabar com o radioamadorismo. Radioamadorismo não é "operar electrodomésticos"! Para isso existem telemóveis a rodos, e chats na internet! falar no radio por falar, tambem nem é preciso andar com o trabalho de fazer exames e pagar licenças! Tem o PMR e a CB!...Radio amador deve ser isso mesmo, por gosto pela tecnica radioelectrica da comunicação! E quanto às "Elites" é uma conversa gasta, que parte de amadores com pouca vontade de evoluir!! Sei que existem alguns amadores que estão de acordo com o fim dos exames de amador, e a uniformização das categorias! felizmente que existem organizações internacionais que não permitem tal parvoice! Repare que são os radioamadores "menos modernos" que normalmente dão o "corpo às balas", porque a experiencia conta muito nestas coisas! Aliás é muito comum os amadores mais recentes estarem permanentemente a "atacar" os mais antigos sem razão aparente! , o contrário já não é assim tão comum!...Enfim são opiniões!!


Cumprimentos:  Carlos Mourato 
Sines - Portugal

REP member nº2155
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SAQ Grimeton member nº 1340

Best regards from:  Carlos Mourato 
Sines - Portugal



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Aos meus e-mails não se aplica o acordo ortográfico. 




Amilcar Carlos

unread,
Feb 3, 2020, 2:09:06 PM2/3/20
to ct-comunicacoe...@googlegroups.com

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CT1TO

 

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Pedro Carvalho

unread,
Feb 3, 2020, 2:47:13 PM2/3/20
to CT-Comunicações e Tecnologias
Carlos Mourato

Nem mais. O radioamadorismo existe enquanto hobby técnico-científico.
No dia em que deixar de ser assim é, por definição, extinto.

Vy 73
Pedro, CT1DBS/CU3HF
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António Duarte Bebiano

unread,
Feb 3, 2020, 3:55:55 PM2/3/20
to CT-Comunicações e Tecnologias

Caros e ilustres colegas, boa noite.

Existem profundas diferenças entre modernização e reinvenção por um lado, e evolução técnico-científica, por outro.

A fachada de um edifício antigo pode ser modernizada/reinventada de um dia para o outro. A minha forma de vestir pode passar de antiga a moderna, decorridos excassos minutos.

Sendo o radioamadorismo uma ciência, não me parece fazer sentido falar-se na sua modernização. As ciências não se modernizam, evoluem! A passagem do AM para o SSB não foi uma modernidade. As diferenças entre o CW e o FT8, são o produto de uma profunda evolução técnico-científica, considerando todos os fatores associados ao método-científico.

Pensar-se que o radioamadorismo necessita de se transfigurar, vestindo novas vestes, para que de um dia para o outro passe de obsuleto a moderno, tratando de uma ciência, isso não existe.

Não posso estar mais de acordo com a necessidade de um excelente marketing para recurtar gente nova. Todavia é necessário concretizar, de forma muito clara, como é que isso se faz!
Como disse no meu primeiro post,  esse recrutamento não se fará por via de uma disputa entre o que os jovens conseguem com os seus smatphones e aquilo que os radioamadores conseguem com as suas estações. Disse isto porque todos os dias escuto colegas a dizer que muitos radioamadores deixaram a rádio porque estão na internet e que os jovens preferem a internet porque têm o mundo a seus pés, o que não conseguem na rádio. Por outras palavras, comparam, pondo dentro do mesmo saco a vertente lúdica com a técnica. Claro que num contexto recriativo, esta última sairá sempre a perder. Quis realçar que a abordagem não pode ser esta.

O que eu proponho é o seguinte:

Fazer-se um mapa do que é o radiamadorismo, ou seja, quais as suas grandes áreas de interesse técnico-ciêntifico. Como sabemos são imensas e todas eleas muito interessantes.
De seguida, definir-se claramente qual o estado da arte em que cada uma delas se encontra e procurar evidenciar qual o obetivo a alcançar, a evolução pretendida, qual a melhor estratégia, qual o percurso desejável para a cada uma delas.

Um bom universo de recrutamente poderá começar por ser feito junto dos estudantes na área das engenharias, por exemplo.

Em suma, a meu ver é necessário identificar o alvo de recrutamento, a identificação clara das áreas técnico-científicas tendencialmente mais apelativas para estes jovens, captar o seu interesse e perceber se de facto têm algo a dar ao radioamadorismo e à comunidade. Tudo isto deverá ser embrulhado numa boa técnica de marketing e já agora, adequar a legislação portuguesa a esta estratégia.

73 – Duarte – CT1CPP



domingo, 2 de Fevereiro de 2020 às 10:45:25 UTC, António Duarte Bebiano escreveu:

Francisco Costa

unread,
Feb 3, 2020, 6:10:27 PM2/3/20
to ct-comunicacoe...@googlegroups.com

Boa noite a Todos

Antes demais agradeço ao colega Duarte por ter gerado a discussão em torno de um assunto interessante e deveras importante para todos nós. E como todos tem o direito a dar a sua opinião, também vou dar a minha.
Eis o que considero fundamental para esta discussão:
- O serviço de amador está definido no Regulamento de Radiocomunicações (3.34) como "serviço de radiocomunicações destinado à instrução individual, à intercomunicação e os estudos técnicos, efectuados por amadores, isto é, por pessoas devidamente autorizadas, que se interessam pela técnica de radioelectricidade a titulo unicamente pessoal e sem interesse pecuniário"  
Na nossa lei, DL 53/2009 de 2 de Março Art.º 2, 1 - a) o serviço de amador esta definido como: "serviço de radiocomunicações que tem por objectivo à instrução individual, à intercomunicação e os estudos técnicos efectuados por amadores"
No entanto, na práctica, um cidadão que tenha aproveitamento no exame de amador, obtém o CAN e, desde que lhe seja atribuído um indicativo de amador e cumpra a legislação, pode operar como bem entender.
Da mesma forma que na vida nem todos podem ser engenheiros, no radioamadorismo nem todos podem ser formados em Electrotecnia. Não faz sentido. E se o radioamadorismo for o reflexo da sociedade, as mais diversas actividades profissionais estarão lá representadas (de Carteiro a Nobel da Física). Sendo certo que uns terão mais conhecimentos que outros, a nenhum lhe pode ser negado o acesso a actividade, nem esperar que todos a exerçam do mesmo modo, ou com o mesmo brilhantismo.
- Qual e o aspecto fundamental do radioamadorismo? Para mim a resposta esta numa palavra: telecomunicações. Muitos no passado foram atraídos para o radioamadorismo apenas como forma de comunicar. No momento que existiram outras formas mais rápidas/baratas/seguras (por ex. internet) a migração foi óbvia e imediata. Portanto, quanto a mim, o cerne está no "tele"! E é nesse aspecto que nos devemos focar para atrair outros: na "magia" e no potencial de comunicar sem fios! Não é por acaso que o radioamadorismo era conhecido no inicio do século passado por "senfilismo".
- Queremos "poucos, mas bons", ou uma actividade "de massas"? Se calhar nem uma coisa, nem outra; algures no meio está a virtude.
Qual é a motivação da administração? Nenhuma. O radioamadorismo não gera nenhuma receita. Bem pelo contrário: regra geral, só trás problemas. (Nota: devido a minha actividade profissional já tive contacto com reguladores em vários pontos do globo e os comentários normalmente são bastante depreciativos quando falam dos amadores). E, sem amadores, mais facilmente vendem esse bem precioso que é o espectro radioeléctrico que nós actualmente ocupamos...
Qual a motivação das associações de amadores? Total. Quanto mais associados tiverem, melhor. Mais "peso", e mais receita, tem. Por isso devem trabalhar para que a lei se coadune com os seus interesses.
E qual é a motivação de cada um de nós? Cada um que responda por si e, se possível, que ponha à disposição dos demais aquilo que sabe fazer melhor, transmitindo a outros o seu saber! Pode ser uma página na internet, um blog, um video no youtube, um artigo numa revista, etc. Mas que ninguém se demita da sua "obrigação", de gerar interesse e promover o radioamadorismo.
Tenho dito.
 
73 F.Costa, CT1EAT/M0HOJ
 


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António Valentim Ferreira

unread,
Feb 5, 2020, 10:52:13 AM2/5/20
to CT-Comunicações e Tecnologias
Boa tarde a todos. No meu entender da coisa, todos têm razão, uns mais que outros. Eu vou continuar a cumprir as minhas obrigações e a usufruir dos direitos que a Lei me permite como Radioamador utilizando os tais de electrodomésticos, (quem os não tem). Gostei do forum, desejo a todos saúde de aço inox, porque o inox não enferruja.  Cordias 73 de CT1AVC 


domingo, 2 de Fevereiro de 2020 às 10:45:25 UTC, António Duarte Bebiano escreveu:
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