Taxistas são os piores preconceituosos desde sempre! Em São Paulo, nós que vivemos os primórdios no uso do cão-guia, sofremos um bocado com isso; eu passei a usar só rádio-táxi que, como cooperativa, grupo, seja lá o que for, prefere cumprir a lei em vez de encarar multas e desagrado da população em geral. Uber, em São Paulo recebeu liminar judicial para recusar cão-guia alegando que o carro é de uso privado, o que não é verdade, mas a imensa maioria receb. O Luiz Alberto, que não leva desaforo para casa, teve dedos presos em porta de táxi, antes da lei federal. Atualmente, vale chamar a polícia e eles, muito raramente recusam ajuda; pessoalmente não precisei usar o recurso, mas sugeri que ia fazer isso e, cá entre nós, fazer cara feia para gente cega é pura perda de tempo, né? a gente não vai ver mesmo... Hoje tem cão-guia para todo lado, e não acontece mais esse tipo de recusa; aí em Curitiba, cidade muito preconceituosa, capacitista e tudo mais, ainda acontece chateação. “Não me ameace” deveria ter sido dito por você: “não me ameace o senhor! A lei está do meu lado e o senhor, por favor, cumpra seu dever. Nos velhos tempos, quando táxi era o meio de transporte particular em serviço público, alguns taxistas perderam o alvará e perderam o direito de exercer a profissão; valeu a pena? Pois o pessoal achou melhor cumprir a lei...
Cabe, por outro lado, ao usuário de cão-guia, manter seu cão limpo, escovado, educado, amigável, um animal que atrai em vez de afastar as pessoas.
Para mim, o maior ganho pessoal no uso do cão-guia foi, justamente, a inclusão social. Você vai acabar sentindo isso também. E entrente os problemas, enquanto as pessoas ainda não te conhecerem como usuário de cão-guia, em vez de ficar se queixando, tá bem?
Você sabe que te admiro, que gosto de você, mas pare com isso! Entrente! Tenha coragem e siga em frente na vida. No seu trabalho garanto que seu cão atraiu muita gente, em vez de afastar, não é? Pois contabilize seus ganhos, ponha na balança dos ganhos e perdas e vai ver que já ganhou muito, em muito pouco tempo e vai ganhar mais ainda.
Carinho para seu rapaz e abraço para você,
Regina.
M. Regina M. de Carvalho e Silva
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Lucas, para a gente partir para o bom-humor, eu estava esperando o elevador pequeno, no hospital, e tinha uma outra senhora esperando também; quando a porta abriu, ela entrou, pôs a mão no batente e disse: não entre porque não vou subir no elevador com cachorro. O elevador era pequeno, entrei, peguei o braço da mulher e a empurrei para fora: então a senhora pode ficar do lado de fora... os elevadores, naquele dia, estavam com problema de manutenção, tinha gente numa fila imensa esperando; a mulher ficou olhando pasma, o resto do pessoal na fila caiu rolando de rir...
Regina.
M. Regina M. de Carvalho e Silva
From: caes...@googlegroups.com <caes...@googlegroups.com> On Behalf Of Lucas Antonio
Sent: Sunday, October 20, 2024 10:33 AM
To: caes...@googlegroups.com; vt <voxte...@googlegroups.com>
Subject: O Preço da Liberdade é o Preconceito? Quando um Cão-Guia Torna o Cego um Pária!
"Cachorro não entra, desculpe!", resmungou o taxista, quando, na madrugada, precisava voltar para casa. Os ônibus já não circulavam, o Uber não vinha, a noite, antes acolhedora, tornara-se gélida e opressiva de repente.
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Er mais uma, Lucas? O taxista da cooperativa era novo e eu tinha acabado de sair com o Merlin, meu primeiro guia, do petshop; estava limpíssimo cheiroso, pelo brilhando naquele tom preto-azulado dele. O imbecil quis recusar meu cão, aliás, me recusar e eu disse:meu cachorro acabou de tomar banho, está limpíssimo, cheiroso; o senhor, desculpe, não está nada disso e garanto que seu cabelo tem caspa e sou obrigada a entrar no seu carro assim mesmo... Aí ele disse que tinha alergia e eu disse que tinha alergia ao pó do banco do carro dele e, se ele tinha alergia, devia procurar outra profissão porque ia sentir alergia às blusas de lã dos passageiros também.
Lucas, os que querem impedir a entrada do cão-guia estão impedindo a sua entrada; ele impediria a entrada de alguém usando bengala, cadeira de rodas, muleta ou aparelho para surdez, mesmo óculos? Pois o cão faz parte de você e, de uma próxima vez, porque vai acontecer de novo, use essse tipo de argumento.
Regina.
M. Regina M. de Carvalho e Silva
From: caes...@googlegroups.com <caes...@googlegroups.com> On Behalf Of Lucas Antonio
Sent: Sunday, October 20, 2024 10:33 AM
To: caes...@googlegroups.com; vt <voxte...@googlegroups.com>
Subject: O Preço da Liberdade é o Preconceito? Quando um Cão-Guia Torna o Cego um Pária!
"Cachorro não entra, desculpe!", resmungou o taxista, quando, na madrugada, precisava voltar para casa. Os ônibus já não circulavam, o Uber não vinha, a noite, antes acolhedora, tornara-se gélida e opressiva de repente.
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Lucas,
Quem tem certeza cimentada dentro da cabeça, não vai entender nunca, simplesmente porque não quer. Uma pessoa deste nosso grupo, alguém de quem gosto muito há muitíssimos anos, continua alegando que lugar de cachorro é no quintal; desisti de falar do assunto com essa pessoa para não destruir a amizade. Curitiba é a cidade mais preconceituosa, a cidade em que o uso do cão-guia foi mais difícil, que encontrou maior resistência. O resto do país, agora que há cão-guia a beça por todo lado, o cão-guia é perfeitamente aceito, aliás, aceito e admirado; no entanto, Curitiba continua a cidade retrógrada de sempre. O jeito é mandar esse povo besta ir lamber sabão.
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Outra coisa, Lucas Antônio: cães são muito mais espertos do que a gente imagina; na hora em que você tem outra pessoa te auxiliando ele entende que não tem mais função de guiar: a moça está acostumada, ela é melhor que eu, no momento. Aí, pensando no bem do Rumble, você completa a noção que ele tem retirando o arreio. Ora! O arreio é o uniforme dele, o símbolo de que está em função de guiar; tirou o arreio, vira cachorro nomal, sobe na lata de lixo, cheira tudo em volta, rega as árvores, corre atrás de gato, passarinho, pega porcaria no chão para comer, normal, como qualquer cachorro, ainda mais um novinho que, mais ainda: está te testando e não tem entrosamento perfeito com você. Isso não se dá de uma hora para outra: demora, algumas duplas mais, outras menos, mas demora, talvez, um ano, pouco mais, até; a cumplicidade perfeita, no primeiro guia, se dá aos três anos de dupla, mais ou menos e você não acredita como essa cumplicidade é gratificante! Mas tem outra coisa: o cão vai te surpreender e mostrar que você não sabe tudo até seu último dia de vida quando se entrega, então, totalmente em suas mãos.
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Lucas,
Desculpe, mas não entendi muito bem: tinha a expectativa do cão trabalhar bem levando-o à trela (guia, como vocês dizem) e ainda para mais com uma pessoa normovisual a acompanhar? No início da dupla, eu diria que isso seria muito difícil e, mesmo no dia-a-dia, não aconselho que se peça ao cão que cumpra tarefas típicas da função de cão-guia sem estar com o arnês colocado. Mais, no início, ir com normovisuais ao lado não costuma ajduar. Quando muito, à frente, com o comando “segue” que também é útil ir treinando, ou bem atrás, sem interferências.
Quanto aos comentários pejorativos de outros cegos, cegos são pessoas, logo, também apresentam as mesmas características dos demais. Ora, uma delas é a dificuldade que alguns têm de tentar ver para além do que está mesmo em frente ao nariz.
Desculpe qualquer coisa, o meu objetivo é mesmo só ajudar.
Mariana Rocha