Tem já mais de 10 anos, a Wired publicou uma matéria sobre o fracasso do HTTP. Sua conta: Na época, parte importante do backbone estava ocupado com vídeo e streaming, enquanto markup, declinava.
Comparação injusta, já que um vídeo ocupa o espaço de um livro inteiro escrito em HTML.
Mas vamos voltar um pouquinho no tempo: Quicktime.
O player nativo da Apple, criado em 90 e bolinha, era um poderoso navegador. Era um browser, rodava SWF, uma caralhada de encodes. Nos anos 00, descobriram uma falha no Internet Explorer: Via Javascript, você lançava o site em full screen — O IE era o único que o full screen podia ser comandando pelo web designers e era fullscreen totalmente chromeless. Então você redimensionava a janela chromeless e ficava com um chrome (retangular) personalizado para brincar.
Enquanto isto era um erro (posteriormente corrigido), o Quicktime permitia lançar uma janela com o chrome totalmente personalizado. Em formato de uma berinjela, se quisesse. Não uma berinjela dentro de um chorme retangular, era o chrome no formato de uma berinjela, vazado. O erro do IE só rodava no Windows. QT era Mac e Win.
Na época, se quisesse ver um trailer de um filme, você ia ao "Trailer Park" dentro do site da Apple. Lá, era QT. Trailers como "Matrix" ou "Gigante de Ferro" estrearam on line lá.
Hoje sinônimo de vídeo na internet é Youtube. A Apple antecipou em 15 anos lançando um player maduro, antes do tempo apropriado. Hoje ninguém lembra do QT, exceto se ligou o Mac e não teve tempo de baixar o VLC.
O QT era perfeito, o tempo que foi errado.
=x=
Second Life naufragou fragorosamente, e o Zucka me lança o Meta com um… Second Life. E o Zucka não me parece ser o tipo de gente mais burrinha que existe no mundo (elas estão concentradas no Brasil, dizendo que vacinar crianças é uma violência).
Muita gente está apontando que o Meta não é sobre versões 3D das coisas, mas sobre doppelganger, uma cópia sua para relacionar eletronicamente com outros agentes.
Isto não se parece com a concepção inicial do Tim Berners-Lee para a web. É exatamente a mesma coisa. Mas Berners-Lee pensava em agendas inteligentes, não um doppelganger.
Você não é sua carteira. Mas sua carteira tem sua identidade, seu dinheiro, seus cartões. Hoje tudo migrou para o celular. E se sua identidade ganhassem mais opções num ambiente on line?
Que opções? Ninguém sabe ainda. Zuckerberg apostou num Second Life para ter o que mostrar.
Tem gente chamando isto de "Web 3.0". O que vai ser a Web 3.0? Ah, tudo aquelas coisas excitantes que ouvimos da web e da web 2.0. Ou seja, ninguém sabe ainda direito. Se diz muito que crypto vai ser parte crucial.
Descontando o hype, o que temos? Nada, estamos nas fundações. Basicamente, em 1996 para Web e 2006 para a Web 2.0.