Os
consumidores que estão assistindo TV nos seus celulares o fazem com o
sinal analógico e não o digital, como é o pretendido pelo governo. E a
culpa disso, segundo o vice-presidente da Samsung, Benjamin Sicsu, é da
presença marcante dos celulares 'shin lings', ou chineses mais baratos,
que funcionam com os chips pré-pagos das teles móveis. "produção de
celular com TV digital só vai aumentar quando o SIGA (projeto que
desconecta celular contrabandeado) estiver implementado", disse.
Sicsu,
que participou do SET Expo, evento que reúne a indústria da
radiodifusão, na capital paulista, nesta segunda-feira, 25/08, admitiu
que a própria Samsung possui, no máximo, seis ou oito aparelhos com o
sinal da TV digital, respeitando o padrão ISDB-T, do Sistema Brasileiro
de TV digital Aberta. "Não nos enganemos. O consumidor está vendo TV no
celular com o sinal analógico, que funciona muito bem nas cidades de São
Paulo e no Rio de Janeiro, que são planas. Nos trens, o celular
analógico funciona bem. Só vamos ter celulares melhores e com TV
digital, quando existir uma campanha mais efetiva de combate aos
celulares contrabandeados", disse.
Questionado se o fato de haver
poucos celulares com TV digital também não estava ligada à exigência do
governo em impor o Ginga, o sistema de interatividade, Sicsú não
contestou. Essa obrigatoriedade caiu e, hoje, segundo o executivo, cerca
de 10% dos celulares produzidos pela Samsung têm TV digital embutida.
"Esse não é um item prioritário para o comprador do nosso celular",
informa, levando em conta pesquisas de mercado realizada pela fabricante
com o consumidor brasileiro.
A criação do Sistema Integrado de
Gestão de Aparelhos (Siga), que vai permitir o bloqueio, atende a lei do
setor de telecomunicações que diz que só podem funcionar aqui aparelhos
homologados pela Anatel, ou seja, que comprovam o cumprimento de
algumas exigências técnicas e, por isso, recebem um selo da selo pode
selo encontrado nas embalagens ou nos próprios aparelhos e a Anatel
orienta os consumidores a confirmar a presença dele antes da compra. A
iniciativa é bancaa por Oi, Claro, TIM e Vivo a teve, em março deste
ano, um custo estimado de cerca de R$ 10 milhões. Mas ainda não há uma
data oficial para a sua implementação.
O principal objetivo da Anatel e das empresas é retirar do mercado equipamentos de baixa qualidade, conhecidos como “xing ling”, e que normalmente entram no país via contrabando. Segundo a agência, eles podem prejudicar a saúde dos usuários, pois não se sabe o nível de radiação que emitem e nem os componentes que usam, o que leva a risco até de explosão. Além disso, podem provocar ruídos na rede das operadoras e atrapalhar o uso do serviço de voz ou internet móvel por outros clientes. E, no caso dos contrabandeados, o governo ainda deixa de arrecadar impostos.
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