Dada a forte divergência de opiniões causada pelo tema da construção de barragens, prolongamos o debate de aula para o Geodilema, com seguinte mote:
Com a construção de barragens armazena-se água, produz-se energia, regularizam-se os rios mas, perde-se paisagem, biodiversidade, património e qualidade da água. Tudo isto são factos perante os quais se levantam algumas questões:
- Na minha opinião o tema da construção das barragens é extremamente polémico, todavia e analisando todos os benefícios e malefícios que a construção destas pode trazer à sociedade, consigo colocar-me numa posição pragmática e futurista e, deste modo, sou completamente a favor da construção das mesmas. É claro que reconheço que as barragens podem ser graves entraves a nível paisagístico mas também na perda do habitat de diversos seres vivos e na preservação do património histórico-cultural, porém, sem dúvida que devemos pensar no futuro e deste modo apostar na construção consciente e ponderada de barragens que serão extremamente úteis ás gerações que advirão produzindo energia eficaz, regularizando bacias hidrográficas e armazenando água. Tal como vimos numa das reportagens que nos foi apresentada na sala de aula, na questão paisagística a barragem pode ser "moldada" de modo a que o impacto visual não seja tão notório, na questão do património histórico devemos pensar que para os monumentos históricos nos serem apresentados como actualmente são, os antepassados também tiveram de apostar em construções e com certeza tiveram de se desfazer de outras, porque este é o ciclo da vida . Há que apostar no futuro, inovar, criar, e as barragens assumem-se como uma grande alternativa quase que para um "renascer das cinzas"!
Antes de mais, deixa-me fazer-te um elogio pela participação pioneira José. Conserva essa tua característica de "andar para a frente e não esperar pelos outros para dar o primeiro passo". No fundo, chama-se a isso carácter!
Quanto à tua opinião, adorei o "ciclo da vida". Na verdade, todas as gerações têm o direito de deixar a sua marca; e entenda-se uma geração quando um determinado grupo etário consegue ocupar cargos de poder e de decisão. É talvez a minha geração, a geração da maior parte dos teus professores, mas na qual eu não me revejo.
Há de facto muitas vantagens nas "barragens", podem até mesmo ser bem integradas na paisagem! Mas matam, matam aquilo a podemos chamar de rios. Depois? Depois sobra uma coisa domesticada José, e dói-me a alma só de pensar que nunca mais os poderemos ver "à solta" novamente. É um processo irreversível. Por último, creio que o tal "renascer das cinzas" podia sim sair do potencial turístico de um rio "selvagem", algo raro no país e mesmo na Europa.