O Planeta em Revista(s) : 4 de setembro de 2025

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Campo Aberto - Associação de Defesa do Ambiente

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Sep 3, 2025, 5:53:53 PMSep 3
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Setembro de 2025 – Uma informação da Hemeroteca / Centro de Documentação / Biblioteca da Campo Aberto

(Também em anexo)


As publicações adiante referidas podem ser consultadas na sede da Campo Aberto, sob marcação: cont...@campoaberto.pt

 

Os Burros e o Restauro da Natureza

 

A legislação europeia sobre restauro da natureza – a que Portugal está obrigado – despertou muita esperança entre pessoas e entidades desde há muito empenhadas nessa  tarefa, desde quando essa expressão não era ainda usada. Apesar de ter havido logo algum retrocesso por pressão dos interesses instalados, há que aproveitar a oportunidade para fazer avançar as iniciativas de proteção e conservação da natureza.

 

E não é que até os burros podem ajudar?

 

Pois é o que ficamos a saber com a edição de 2025 da Alforjica, o boletim anual da AEPGA (boletim? modéstia! é um verdadeiro e atraente cartaz!), a Associação para o Estudo e Proteção do Gado Asinino, que se dedica em especial ao célebre «burro de Miranda».

 

No boletim, datado de maio de 2025, são abordados diversos temas ligados aos burros, ao ambiente e ao desenvolvimento das zonas rurais. Esta edição tem como tema principal o restauro da natureza em articulação com a biodiversidade e inclui uma longa e informativa entrevista com Humberto Delgado Rosa, Diretor do Capital Natural da Direção-Geral do Ambiente da Comissão Europeia. O leitor é convidado a visitar o Centro de Valorização do Burro de Miranda – CVBM, em Atenor, e o Centro de Atividades Lúdico-Pedagógicas do Burro de Miranda – CALP em Vimioso, e, se for caso disso, a tornar-se padrinho ou madrinha de alguns dos animais felizes que são cuidados pela AEPGA.

 

ae...@aepga.pt
www.aepga.pt


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Terramaia: o mistério da subvalorização da agricultura

 

As revistas editadas pelas câmaras municipais são muitas vezes publicidade entusiástica de obras e eventos repletas de fotografias a cores em papel brilhante. É bem possível que já tivesse sido assim na Câmara da Maia. Mas a revista Terramaia é bastante diferente, sóbria, com incidência sobre problemas reais e pensamento sério acerca deles. O n.º 8 desta publicação semestral centra-se na questão da agricultura, a que dá uma importância raramente presente nas autarquias locais.

 

O editor e responsável científico da revista, o arquiteto José Carlos Portugal, intitula assim, apropriadamente, o seu editorial: «O mistério da subvalorização da agricultura»; e cita o que já tinha escrito no seu n.º 7: «No sector primário da actividade humana, a agricultura é a mais nobre das criações do homem, ao estabelecer com a terra que habita uma relação de cooperação profunda e perene (sem a terra, não há vida) a qual, sendo equilibrada e inteligente, é recíproca e generosa – recebe e oferece.» O n.º 8 de Terramaia inclui, como fulcro, um conjunto de entrevistas a agricultores que administram explorações agrícolas na Maia, quatro agricultores e um casal de agricultores. A escolaridade dos entrevistados vai desde uma licenciatura em solicitadoria e formações técnicas em agricultura, até ao 5.º ano básico, passando pelo 9.º ano, um 11.º na área de eletricidade e por formação em enfermagem (nunca exercida) e ainda por um 12.º ano do curso profissional de produção vegetal.


Todos eles referem dificuldades com alguns dos munícipes não agricultores, na medida em que estes com frequência mostram não compreender, e não conviver bem, com a sua qualidade de agricultores. Todos mostram também que estão cientes da dimensão ambiental da sua atividade e do caráter misto do concelho onde a exercem, que, vindo de uma matriz rural histórica, é hoje um concelho urbanizado, com forte presença da indústria e de serviços e até de estabelecimentos de ensino superior, o que provoca por vezes um certo atrito entre a dimensão urbana e a rural.


Revelam também conhecimento de diferentes modos de produção agrícola, desde a convencional à agricultura biológica, passando pela produção integrada, pela agricultura regenerativa e pela agroflorestal. O número é completado com um artigo sobre «novas agricultura e silvicultura sob a estratégia europeia» e outro sobre «paisagens em transição: agroecologia, floresta, território e sustentabilidade», que se detém de passagem sobre o papel do MED – Instituto Mediterrâneo para a Agricultura, Ambiente e Desenvolvimento, alojado na Universidade de Évora.

 

revistat...@cm-maia.pt


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Agroecologia em movimento, autogestão e convivialidade

 

O MAPA, jornal de informação crítica – onde sempre se podem encontrar notícias sobre dissidências e resistências –, dá bastante destaque, no seu número 45 (julho-setembro de 2025), ao movimento em torno da agroeologia, um tema do maior interesse para todos os defensores do ambiente e da qualidade de vida.


Desta vez, ficamos a saber o que se passou na II Confluência pela Agroecologia, que juntou cerca de cem pessoas na Golegã, unidas em torno da transformação do sistema agroalimentar, que contou como momento alto com o Plenário de Agricultores/Agricultoras. Noutro artigo lê-se que acaba de sair o filme documentário Agroecologia em movimento, que retrata o movimento português das AMAP – Associações para a Manutenção da Agricultura de Proximidades, uma alternativa às cadeias globais de supermercados, apoiados nos agrotóxicos e na exploração laboral.

 

Quanto à revista Poucaterra – acesso à terra, agroecologia e convivialidade, que foi apresentada recentemente  por Madalena André e Pedro Mendonça na Livraria Gato Vadio, no Porto, procura compreender qual é a forma de produzir comida mais alinhada com a possibilidade de convivialidade e com a autonomia em relação à economia de mercado, e mais próxima dos saberes tradicionais e ancestrais.

 

www.jornalmapa.pt

ge...@jornalmapa.pt

https://www.poucaterra.pt

revista.p...@gmail.com


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E a Galiza aqui tão perto!

 

Durante muitos anos, foi oferecida pelos editores à Campo Aberto a CERNA, revista trimestral em papel que se afirma como «revista galega de ecoloxia e medio ambiente», publicada pela mais ativa associação ecologista da Galiza. Falamos da Asociación para a Defensa Ecolóxica de Galiza – ADEGA.

 

Na hemeroteca da Campo Aberto pode por isso encontrar-se informação de muitos anos de atividade  e experiência destes nossos vizinhos, com os quais muito se pode aprender manuseando a nossa coleção da Cerna (em português, Cerne). Há alguns anos, uma meia dúzia talvez, a Cerna trimestral passou a existir apenas em formato eletrónico.


Subsistiu porém com o mesmo nome um Anuário em papel. O mais recente, relativo a 2024, inclui alguns artigos que nos interessam particularmente por nos darem uma ideia das lutas que se travam na Galiza contra as agressões ambientais provocadas por certas empresas e indústrias que deixam também atrás de si, em Portugal, um rasto semelhante de agressões.


Um desses artigos denuncia os múltiplos impactos ambientais que terá, se vier a ser autorizado, o projeto da mega-indústria das celuloses da empresa Altri (Greenfiber), impactos esses sobre a bacia hidrográfica do rio Ulla e sobre a qualidade das suas águas bem como na qualidade do ar, e sobre a Rede Natura e as espécies ameaçadas por esta protegidas. Tal como a Altri em Portugal, a origem dessas agressões está na indústria baseada no eucalipto.

 

Noutro artigo, «A Auga é nosa e non da celulosa», Ana Maria F. Santamariña, doutorada em hidrologia e gestão de recursos hídricos, aborda a água como um direito humano universal essencial que deve ser garantido como inalienável e inviolável. De seguida, mostra como, a concretizar-se, o projeto da Altri (Greenfiber) iria inevitavelmente violar esse direito ao contaminar as águas da bacia do rio Ulla. Em outro artigo, registam-se as reflexões do geógrafo Horacio Garcia, professor na Universidade de Santiago de Compostela, relativamente aos estudos de impacto sobre o megaprojeto da Altri. Entretanto, na região de Ulloa, banhada pela bacia do Ulla, existe uma longa tradição em defesa do rio. As populações vizinhas logo puseram de pé a Plataforma Ulloa Viva. Essa tradição surpreendeu a Altri, que deparou com uma enorme rejeição dos habitantes com que não contava.

 

ce...@adega.gal

www.adega.gal/revistacerna 


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