No centro do Porto: espaço público aberto vai ser fechado?

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José Carlos Marques

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Jun 27, 2025, 3:00:34 PMJun 27
to José Carlos Marques
Tive conhecimento deste caso e embora seja já em cima da hora pareceu-me que algumas das pessoas a quem me dirijo agora poderão ainda querer participar na discussão pública e eventualmente assinar e divulgar a petição que é referida (link ao fundo da mensagem).

Faço isso em nome estritamente pessoal lembrando-me que as associações de defesa do ambiente dificilmente podem intervir em casos como estes, sobretudo quando só tardiamente são conhecidos.

Apesar da consulta pública terminar no dia 3 de julho, a petição continua válida. É muito provável que este caso venha a refletir-se no próximo mandato e a situação em causa poderá não ser definitivamente concretizável mesmo que a desafetação (fuga à lei...dentro da legalidade) seja aprovada.

Notem que a Câmara se envolveu neste caso tendo o respaldo de um nome mundialmente famoso na arquitetura. Quem acompanhou o evoluir da cidade do Porto nas últimas décadas sabe que o prestígio na arte, mesmo que merecido, e fora da arte específica (um grande arquiteto pode ser um mau urbanista sobretudo tendo em conta a atual situação da humanidade), não é garantia de consciências ecológica e urbanística e de compreensão das verdadeiras necessidades dos habitantes.

O local, junto à Sé, é atualmente um local relativamente aberto e amplo, com algum horizonte, numa zona da cidade que o tem muito pouco. O próprio verde de que fala a autora da petição, uma moradora da zona, por mais pobre que alguns possam considerá-lo, é-o num centro da cidade que é um deserto de pedra e onde zonas verdes é coisa que não há, que têm sido recusadas pela Câmara mesmo ao nível do PDM.

Penso pois que, ao contrário das aparências, em tempo de seca um copo de água é sempre bem-vindo, daí que considere que o valor ambiental do local só é pequeno se abstrairmos da situação real da paupérrima existência de qualquer tipo de verde em toda aquela zona.

A moradora cujo texto envio adiante chama-se Leonor Pacheco. Acho que o texto dela merece ser lido e ponderado por todos aqueles que se situam numa tradição que já vai num quarto de século: movimento pelo Parque da Cidade, luta contra as alterações da Avenida dos Aliados que tiraram as floreiras e jardins para pôr granito, denúncia da ilegalidade que foi suprimir um espaço destinado a zona verde no Bom Sucesso para pôr lá um centro comercial, e em que a CMP ficou a dever um jardim à cidade naquela zona, combate aos ataques aos jardins históricos (ou contemporâneos, raríssimos estes) da Praça da Galiza, do Carregal e da Rotunda da Boavista, ataques que continuam, combate a favor de um jardim em vez de um centro comercial na antiga estação da CP na Boavista, luta pelos jardins do Palácio de Cristal, e um sem número de outras situações.  
Cordialmente,
José Carlos Costa Marques
BI 11457590

Informação de Leonor Pacheco:

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