Eu tenho muitas dúvidas com uma questão já discutida nesta lista com
relação aos concursos:
-> 1) Ser um profissional graduado na área em questão (penso aqui nas áreas:
-> de Filosofia, Matemática ou Computação);
1) Em primeiro lugar, eu não sou favorável a valorizar a graduação se
tem um doutorado ou antecedentes de pesquisa original na área. Se uma
pessoa tem título de doutor, então tem resultados relevantes
interessantes de pesquisa. Mas, se ele criou um conhecimento relevante
não deve ter dificuldade em estudar sozinho, com bons livros como hoje
podem ser encontrados.
2) Lamentavelmente, mas muito lamentavelmente, o MEC relaxou e uma
graduação hoje é garantia de muito pouco. Assim como tem aquelas boas
graduações, tem por ai algumas outras nos quais entre os formados pode
encontrar pouco mais que analfabetos funcionais. Não sei se Andrea
está sabendo desses cursos que esta tendo por ai.
3) A lógica é uma disciplina que está entre várias áreas, mas as
universidades contratam um profissional para atuar numa área
específica, quase sempre. Por exemplo, um matemático faz uma tese de
doutorado sobre teoria de conjuntos, álgebras de Heyting, etc., sem
nenhuma formação em questões filosóficas, epistemológicas nem de
história ou filosofia da matemática. Pode não ser proveitoso para um
departamento de filosofia contratar um docente dessas características.
Mas se a graduação não garante nada: o que fazer? Similarmente para
outras misturas de áreas. Tem que ter cuidado de não esquematizar,
pois as vezes é analisado um curriculum com muitos antecedentes em
filosofia da matemática e cria-se o preconceito de que essa pessoa não
vai ser muito boa ensinando álgebra.
4) A única garantia de contratar um bom professor e uma banca de alto
nível, capaz de avaliar pesquisas na área com critérios científicos.
Eu acho que o melhor não é colocar graduações ou antecedentes
limitantes, mas deixar claro no edital do concurso que a banca vai a
avaliar conhecimentos necessários. E que a banca seja exigente. Que
leia e entenda as pesquisas realizadas pelos candidatos. Que saiba o
nível e o pretígio das publicações periódicas na área (ou, ao final,
usar o qualis?)
Eu penso que a anterior deveria ser substituída por:
1) Ser um profissional com boa formação na área em questão (Filosofia,
Matemática ou Computação);
Esta formação poderia ser avaliada pela banca mediante interrogatório
direto ou provas e pela análise de antecedentes relevantes,
fundamentalmente publicações na área.
Carlos Gonzalez
2008/11/9 Joao Marcos <jma...@dimap.ufrn.br>:
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