Oi gente,
Só pra dar um "pitaco",
A prova do Teorema de Cantor não precisa ser por contradição, na verdade quando escolhemos o contradomínio como {0,1} acredito que já estamos embutindo aí possivelmente o Terceiro Excluído quase todo e dá pra fazer uma prova "quase direta", vai ter só uma análise de casos.
Ou seja, depois de muitos anos fazendo isso com alunos eu não começo com
"Suponha por absurdo que eu tenha uma enumeração de todas as sequências binárias infinitas"
e sim com
"Considere qualquer funcao fixada dos naturais nas sequências binárias infinitas, eu vou mostrar que essa função não é sobrejetora"
pois se não existir funcao sobrejetora, em particular nao vai existir bijecao...
(Aliás, aqui que é o ponto que eu acho que é o mais problemático de "querer prever quem está na diagonal fazendo uma enumeração
esperta", o teorema não fala de enumerações espertas, o teorema fala de TODAS AS ENUMERAÇÕES POSSÍVEIS, ou seja, para
qualquer enumeração que você faça tem uma sequência que não aparece na lista. Eu particularmente não vejo interesse
em ver o que ocorre com uma enumeração fixada, eu quero saber o que ocorre para qualquer uma arbitrária)
Ao invés de fazer a tal prova (que eu acho um pouco mais construtiva) para sequências infinitas de zeros e uns, vou fazer a prova para X e Partes de (X), para qualquer conjunto X (que não precisa ser enumerável, nao precisa ser N, nao preciso pensar em números reais...). Claro que se você pega
X = N aqui você identifica Partes de N com as sequencias infinitas de zeros e uns e cai no caso anterior, mas isso é outra história...
Teorema: Dado um conjunto X e uma funcao qualquer de X em Partes de X, essa funcao nao é sobrejetora.
dem. Seja f: X --> Partes de X uma funcao qualquer.
Afirmo que Y = {x em X: x não pertence a f(x)} não está na imagem da função.
Aqui não vou supor por absurdo que Y é f de alguém e chegar numa contradição, o que eu faço é afirmar:
*Dado qualquer x em X, f(x) é diferente de Y.*
Aí que vem a única análise de casos ("uso do Terceiro Excluído", concordo...)
Se x pertence a f(x), entao x não pertence a Y.
Se x não pertence a f(x), entao x pertence a Y.
Logo, para todo x, eu uso ele mesmo para mostrar que f(x) e Y são diferentes (de um jeito ou de outro, conforme o caso).
Atés,
[]s Samuel