[OUF] BARCELONA PRINCIPLES FOR A GLOBALLY INCLUSIVE PHILOSOPHY

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jean-yves beziau

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Sep 17, 2021, 11:56:14 PM9/17/21
to Lista acadêmica brasileira dos profissionais e estudantes da área de LOGICA

Julio Stern

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Sep 18, 2021, 8:01:56 AM9/18/21
to jean-yves beziau, Lista acadêmica brasileira dos profissionais e estudantes da área de LOGICA
Caros Redistas: 
O texto referido aborda uma questao (na minha opiniao) muito importante. 
Sempre advoquei pelo uso de Ingles como "lingua franca" de nossa era. 
Nao acreito na viabilidade ou conveniencia de linguas artificias, como Esperanto, Ido ou Novolat (que o Walter gosta). 
Acho importante o uso de uma lingua natural, com a existencia de um corpus literario de peso, que "ancore" o uso da lingua franca. 
Implicito, esta o fato que a lingua franca eh utilizada como "lingua operacional" por falantes nao-nativos. 
Este "uso operacional" presupoe corretude gramatical e adequacao semantica, de modo a produzir textos legiveis e fluidos. 
Todavia, este uso operacional da lingua Nao deveria impor padroes estilisticos e virtuosismos literarios mais alem do requerido para uma comunicacaco clara das ideias (Filosoficas, Logicas, Matematicas, Cientificas, etc.) subjacentes. 
Caso contrario, as vantagens de utilizar uma lingua franca ficam seriamente comprometidas, e vieses injustos sao introduzidos no processo. 
Achei muito boa esta declaracao. 
Eu nunca tinha visto este asunto tao claramente explicitado. 
Claro que eh preciso nao exagerar, demandando a aceitacao de textos em Ingles macarronico. 
Este eh um assunto que, na minha opiniao, merece atencao, principalmente na area de Filosofia. 
(em ciencias exatas, no eh habitual fazer exigencias estilisticas indevidas sobre um texto tecnico)   
 Abraco e tudo de bom, 
---Julio Stern 
   
   


From: logi...@dimap.ufrn.br <logi...@dimap.ufrn.br> on behalf of jean-yves beziau <jyb.lo...@gmail.com>
Sent: Friday, September 17, 2021 11:55 PM
To: Lista acadêmica brasileira dos profissionais e estudantes da área de LOGICA <logi...@dimap.ufrn.br>
Subject: [Logica-l] [OUF] BARCELONA PRINCIPLES FOR A GLOBALLY INCLUSIVE PHILOSOPHY
 

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Cassiano Terra Rodrigues

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Sep 18, 2021, 2:59:32 PM9/18/21
to LOGICA-L, jmstern, jyb
Camaradas, proposta interessante, vou divulgar.
Ainda está por ser feito um trabalho relacionando em q medida neoliberalismo e filosofia analítica estão em profunda comunhão ideológica.
Não digo q não existam filósofos analíticos socialistas ou coisa q o valha. Mas isso não basta, como já mostrou o velho Lukács.
Um abraço,
cass.

jean-yves beziau

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Sep 18, 2021, 8:19:43 PM9/18/21
to Cassiano Terra Rodrigues, LOGICA-L, jmstern
Certo Cassiano, mas anota que toda filosofia escrita em inglês não é necessariamente analítica (Cf. Peirce, Thoreau, etc) e vice-versa: há filosofia analítica por exemplo em português ...

Jorge Alberto Molina

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Sep 18, 2021, 10:49:48 PM9/18/21
to jean-yves beziau, Cassiano Terra Rodrigues, LOGICA-L, jmstern
Fiquei pensando no porquê do abandono do latim na Filosofia da Idade Moderna. O latim tinha muitas das vantagens citadas por Júlio e pelos autores do texto. Era uma língua franca no Ocidente . Tinha uma tradição literária: Cícero, Tácito, Suetônio, Salústio, Tito-Lívio, os poetas Virgílio e Horácio etc. Além disso, a filosofia da Baixa Idade Média não era muito diferente do que conhecemos hoje como filosofia analítica. A teoria das propriedades dos termos estudava coisas como a referência e a quantificação. Contrariamente ao que se diz não era uma língua morta  porque se usava nas universidades. Por que foi deixada de lado? Houve razões sociais e políticas. Afinal o latim era a língua da Igreja católica e com a Reforma a posição dessa instituição no Ocidente ficou contestada. Mas houve também  outro tipo de razões. Em seu texto, Consultatio de naturae cognitione, Leibniz disse que o uso do latim obrigava as pessoas que não dominavam suficientemente essa língua a fazer grandes esforços para se expressar e que isso as distraía do principal, a saber, a exposição do assunto que tratavam. Mas Leibniz queria ser conhecido e reconhecido fora da Alemanha e por isso escreveu em latim e em francês, mesmo que advogasse pelo uso do alemão.  E assim foi na Alemanha até que um professor de um canto da Alemanha escreveu , em alemão, e não em latim como era usual, a obra filosófica mais importante do século XVIII: a crítica da razão pura. Poderia Kant tê-la escrito em latim? O latim tinha problemas de expressividade. Não têm artigos definidos, o que dificulta o reconhecimento da função referencial da linguagem. No lugar do pronome pessoal de terceira pessoa prefere usar um demonstrativo, às vezes, acompanhado de uma descrição. É provável que o uso do latim se tornasse  uma camisa de força para a expressão do pensamento, apesar da sutileza dos escolásticos. De fato, gradativamente foi abandonado. Já, na Inglaterra, após Bacon, deixou de ser usado como língua filosófica. Hobbes e Locke escreveram em inglês. Na França, Descartes escreveu o Discurso do método em francês e Malebranche todas as obras nessa língua.  Onde continuou-se usando o latim foi nas ciências exatas e naturais, até bem entrado o século XIX. Agora vou ao principal: qual é a vantagem para nós de usar o inglês como língua filosófica?. Para a promoção pessoal, para nossa carreira nem se discute. Mas se vamos além de nossos interesses imediatos, cabe perguntar se para expressão do pensamento filosófico na América latina é uma boa ideia adotar  uma língua que não é a nossa e que, como toda língua, vai a enviesar nosso pensamento.  Haveria que pesquisar quantos desses problemas discutidos nas teorias medievais da propriedade dos termos e que aos contemporâneos pareciam abstrusos não decorriam do enviesamento dado pelo uso do latim. São perguntas que faço para as quais não tenho resposta. Finalmente, em passant, nós temos , na América Latina, no século XX, uma literatura que não fica atrás de nenhuma das outras grandes literaturas ocidentais. Isso aconteceu quando deixamos de imitar os modelos europeus e resolver fazer outra coisa. Não sei porque não tentamos fazer o mesmo em Filosofia,
Jorge Alberto Molina


Jorge Alberto Molina         

Claus Akira Horodynski Matsushigue

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Sep 19, 2021, 6:58:03 AM9/19/21
to Cassiano Terra Rodrigues, LOGICA-L, Claus Akira Horodynski Matsushigue
Caro Cassiano!!! 

György Lukács.... Humm... Espetacular... 

Abraços, Claus 



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