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Instituto de Matemática e Estatística,
Universidade de São Paulo
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LOGICA-L
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1. Ele ataca "a Ciência" sem delimitar qual "Ciência" ele está
atacando. Pelo que eu entendi a "Ciência" que ele ataca não inclui
a Antropologia, e também não inclui nenhum matemático ou físico que
tenha visto as limitações de um certo modo tradicional de dar aulas
e de escrever e esteja tentando usar outros modos.
2. Se todas as posições são igualmente válidas, legítimas e
merecedoras de respeito, então: oba! Eu posso roubar, matar e
estuprar e a minha posição vai continuar tão válida, legítima e
merecedora de respeito quanto antes... né?
3. Tem gente que diz que não existem músicas melhor ou piores, é só
uma questão de gosto. Essas pessoas ignoram que quando músicos se
encontram e tentam gravar uma música juntos eles têm uma noção
comum do que é uma música boa, e eles usam isso pra tentar fazer a
música deles ficar a melhor possível. Com ciência e com ética é a
mesma coisa: tem pessoas de fora que têm certeza de que tudo é
questão de gosto e que tanto faz, mas as pessoas de dentro têm
noções comuns do que é fazer ciência da melhor forma possível e do
que é ser o mais ético possível.
4. Me pareceu que essa apresentação dele foi principalmente pra dizer
pros colegas dele: "olha, vocês são burros, a noção de ciência de
vocês é um lixo", mas ele fez isso muito mal. Qdz, ele poderia ter
feito algo muito mais construtivo, tipo mostrar algo sobre uma
outra forma de aprender física, mas ele só fez umas referências a
uns textos muito distantes.
5. Você falou da "ausência de espanto entre os professores presentes".
Imagino que em alguns casos essa "ausência de espanto" seja uma
apatia parecida com que a gente tem com bolsonaristas... a gente
pensa em responder o que eles estão dizendo, e aí a gente procura
algo que a gente possa dizer, mas aí a gente vê que eles vão
entender tudo errado, e aí a gente procura outra coisa pra dizer,
vê que eles vão entender aquilo errado de novo, e a gente repete o
loop 10 vezes, e depois das 10 vezes a gente desiste...
O que eu quero dizer com esses exemplos? Bem, eu penso q o mais importante é opor a ciência ao que não é ciência, e não à falsa ciência, ou à ciência mentirosa (quem ousar explicar "pseudo", por favor, não sei como fazê-lo, acho q penso muito etimologicamente para isso).
A estratégia de definir ciência pelo recurso às condições sine qua non etc. mostra-se muito limitante quando se trata no fundo de uma atitude: a genuína atitude científica nada tem q ver com condições suficientes ou necessárias, mas com uma genuína disposição para aprender.
Atualmente, há pessoas com altíssima educação científica ocupando altos cargos governamentais e defendendo posições bem duvidosas.
Então, a questão é para que se usa o conhecimento, não é o conhecimento em si. Não existe ciência, nem conhecimento algum, pairando no ar. Se a abstração e o distanciamento de contextos locais é o q permite, em certo grau, a universalização do conhecimento, ao mesmo tempo sem aproximar de contextos locais é impossível aprender (o interesse específico do químico na tabela periódica, citado por Peirce no texto acima, é um exemplo disso).
Nesse sentido, eu diria q a tentativa de impor um modo de conhecer e uma maneira de exprimir o conhecimento como a única verdade racional é um equívoco colonialista.
De fato, uma luta dos povos indígenas é para q os seus modos de saber sejam reconhecidos como legitimamente científicos, já q localmente funcionam.
Para isso, combinam essa reivindicação à exigência de acesso às modernas metodologias e condições para fazer ciência.
Assim, quem busca a scientia, busca a compreensão, busca uma crença q dure frente à instabilidade dos fatos; e quem busca a sofia, busca a algo mais q isso, já que sofia é mais saber do que episteme (Aristóteles assim definia). Parece q em certo momento da história, ciência e filosofia, q nasceram juntas, trocaram de lugar no berço e daí cresceram separadamente.
Mas ciência e filosofia são impulsos fundamentais da natureza humana e nunca deixarão de ser, enquanto houver gente, haverá ciência e filosofia, assim como religiões e outras crenças - em todas as partes do mundo, por quaisquer pessoas.
Historiadores, antropólogos, cientistas, poetas e até mesmo o senso comum estão a nos mostrar cotidianamente a insuficiência das pretensões universalistas e essencialistas da filosofia ocidental. Mais fortemente a partir do século XX, essa crítica é feita inclusive no seio da própria tradição filosófica (até que alguém diga que eu estou erradíssimo, desconstrução de Derrida, o conceito deleuziano de rizoma, até mesmo os paradigmas de Kuhn seriam exemplos disso).
Concordo em gênero, número e grau (expressão esta, aliás, q a ciência da linguística desautoriza): por mais que se tente esconder, é certo que o saber grego foi intrinsecamente influenciado pelo egípcio;
é certo que, desde a Antiguidade, a África, não apenas a saariana, tem saberes ancestrais de grande impacto e inestimável importância histórica;
é certo que os que se julgam racionais são muito menos do que se imaginam.
E há tantos outros "é certo" que são emudecidos. Tudo isso deveria estar muito mais presente na escola da criança e na pesquisa universitária. Mas também é necessário muito critério para não combater equívoco com equívoco, um essencialismo com outro.
Rua Tenente Brigadeiro do ar Paulo Victor da Silva, F0-206 Campus do DCTA São José dos Campos São Paulo, Brasil CEP: 12228-463 Tel. (+55) 12 3305 8438--
Nesse caso, muito do que é não-ciência não será confundido com ela (nem tem essa pretensão) e, consequentemente, não haverá toda uma gama de problemas associados a essa confusão.
Já o caso de atividades que se parecem muito com a ciência, em todas as suas características superficiais, mas não têm poder de previsão, por exemplo, merecem ser tratadas em separado justamente porque muitas pessoas serão enganadas (nem precisamos entrar no mérito de se há má fé ou não).
Estou me lembrando aqui de um caso recente que aconteceu comigo, em que uma suposta cobra coral apareceu em minha casa (tivemos de chamar os bombeiros, já que queríamos matá-la). Pelo que vejo da cultura local, há corais, não-corais, falsas corais e até falsas falsas corais. Consigo dar conta de algumas não-corais e falsas falsas corais, mas as corais e falsas corais (difíceis de distinguir das verdadeiras) são muito perigosas pra mim. Nosso corpo de bombeiros recomenda não tentar fazer a distinção dessa última dupla, mas creio que as razões são contrárias às do nosso contexto (evitar dano causado por uma das cobras vs. conseguir benefício fornecido por uma das ciências).
A genuína disposição para aprender não seria uma condição necessária e suficiente, então?
E se ela, juntamente com o conhecimento acumulado, acabasse implicando que devemos proceder de tais e tais maneiras, usando tais e tais métodos e ferramentas, não passaria a ser obrigação de quem tem genuína disposição de aprender, diante desse histórico, adaptar suas práticas?
Acho que isso é fruto da divisão extrema do trabalho. Parece que a gente acaba relaxando em relação aos fundamentos racionais e filosóficos da ciência justamente porque no dia a dia geralmente podemos passar sem eles.
Não sei se entendi. Não é contraditório afirmar que o distanciamento de contextos locais permite universalizar o conhecimento (entendo que está sendo aprendido um conhecimento universal) e ao mesmo tempo dizer que sem aproximação dos contextos locais é impossível aprender?
Acho que a palavra 'impor' aqui é fundamental. Se eu acho que alguém está com uma crença falsa a respeito de algo, argumentar e tentar convencer essa pessoa de que ela está errada é desrespeitoso em si? Se em vez de uma pessoa falarmos de uma coletividade a coisa muda? Como exatamente é isso?
Se julgamos que a ciência mainstream está num patamar mais elevado que determinado sistema de crenças S de nossa própria sociedade, por que esperar que essa relação também não se aplique para o caso de um sistema de crenças S' de uma outra sociedade que parece ser análogo a S? Por que meramente pensar nessa hipótese é ser imperialista/colonialista?
A reivindicação já não é que a respectiva prática É ciência? Pra que outras condições e metodologias se todas geram igualmente conhecimento?
…com o tempo vi que como não há uma definição de filosofia …
… sem condições mínimas que o deixem florescer, como provavelmente foi o caso em boa parte da história do homo sapiens, parece-me que esticar os conceitos de ciência e filosofia de modo que acompanhem toda a história do homem implicaria em perder distinção que queremos manter pelo uso do termo.
Acho que agora, com um pouco mais de 10 anos tentando entender o que está acontecendo, já posso considerar que meu medo de o rei estar nú não é infundado (infelizmente! Preferiria que fosse).
Há uma tentativa de esconder a influência?O que significa pra vc assumir que houve influência?
Alguém nega isso?Ou vc está propondo que saber ancestral é equivalente a conhecimento científico?
Concordo, mas isso não é amplamente aceito, talvez até demais*?
* Umas observações interessantes sobre esse pessimismo em relação à razão estão aqui:
https://tinyurl.com/2hxcmcen
É justamente o receio de que estamos combatendo equívoco com equívoco o que me preocupa. Já até tentei me tranquilizar pensando que talvez seja da nossa natureza oscilar em relação ao ponto ótimo, alternando entre ação e reação, entre avanço progressista e contra-ataque reacionário, na esperança de que estamos aos poucos nos aproximando desse suposto ponto ótimo. Mesmo assim resta a questão de qual exagero é realmente inevitável e qual está em nosso poder evitar, dado que os exageros cobram seu preço.
Nesse caso, muito do que é não-ciência não será confundido com ela (nem tem essa pretensão) e, consequentemente, não haverá toda uma gama de problemas associados a essa confusão.Eu argumento em outro sentido (acho). Os problemas que tenho em vista dizem respeito à sobreposição de finalidades.
A ciência nos diz que podemos fazer muitas coisas, inclusive conhecer os fenômenos de maneira mais, ou menos, confiável do que a religião ou a política (quer dizer, ao menos, pretensamente mais confiável…).
Mas até onde consigo entender, a ciência não nos diz pq deveríamos fazer x ou y. A religião e a política fazem isso? São elas q devem fazer isso? Não sei. Sei q um modelo como o do CNRS da França pode ser belo, ma non funziona in tutti quanti i paesi…
Já o caso de atividades que se parecem muito com a ciência, em todas as suas características superficiais, mas não têm poder de previsão, por exemplo, merecem ser tratadas em separado justamente porque muitas pessoas serão enganadas (nem precisamos entrar no mérito de se há má fé ou não).Aqui me parece q vc está usando o poder de previsão como característica definidora da ciência. Eu diria o seguinte, concordo, mas formularia diferentemente: o q torna uma teoria científica é q ela afirma q deve haver alguma coisa, algum funcionamento dos fenômenos, por trás (digamos) da teoria q sustenta as previsões e q lá na frente condiz com as evidências q somos capazes de ter. Acho q é fundamental, então, distinguir entre o q simplesmente é literário, político, religioso (não cientifico) e o q é pseudocientífico, ou ciência picareta, como já vi escreverem. Mas esse limite “denorex” - “parece, mas não é” - é impossível definir absolutamente, embora caso a caso talvez não.
Na história da ciência há inúmeros exemplos a citar de teorias q pareciam ser científicas, mas depois viu-se que não eram - ou ao menos deixaram de ser em vista de modificações metodológicas ou novas descobertas.
Melhor mesmo é vc aprender a capturar a cobra com segurança e devolvê-la ao mato sem matá-la; se for impossível reencaminhar a cobra, buscar entregá-la à polícia ambiental ou equivalente. E ter sempre de reserva, tanto qto possível, alguma dose de soro antiofídico.Reconhecer espécies não é tão difícil tb, mas exige tempo e nem sempre temos tempo - a disposição para aprender q anima a ciência, em muitos casos, não basta, é preciso agir, e o tempo da ação - assim como o do lumpen - é outro.
A genuína disposição para aprender não seria uma condição necessária e suficiente, então?
Eu não disse isso. Pode ser, mas em se tratando de uma atitude, mais do q qq outra coisa, não acho q seja disso q se trata.
Acho que isso é fruto da divisão extrema do trabalho. Parece que a gente acaba relaxando em relação aos fundamentos racionais e filosóficos da ciência justamente porque no dia a dia geralmente podemos passar sem eles.Concordo, só acho q não se trata de fundamentos filosfóficos ou racionais (descreio disso).
A ênfase na disposição para aprender q eu defendo ressalta menos os métodos e mais uma atitude.
Não sei se entendi. Não é contraditório afirmar que o distanciamento de contextos locais permite universalizar o conhecimento (entendo que está sendo aprendido um conhecimento universal) e ao mesmo tempo dizer que sem aproximação dos contextos locais é impossível aprender?Não vejo contradição alguma. Penso aqui agora no Ubi D`Ambrósio: se para ensinar aritmética elementar usamos o exemplo de 2 maçãs x 3, pra uma criança q nunca viu uma maçã e só conhece bananas esse exemplo não tem o menor sentido.
O problema não é a aritmética, mas como e para quê ela é usada, por quem. A Mariana Kawall em um de seus livros discute como certos povos indígenas acham estranho falar de “dei 4 flechas, das 8 q tinha, a meu amigo e fiquei com 4”, pq se vc dá a um amigo, juntando com as 5 q ele já tinha, vc só pode ficar com 9. Quem aqui não sabe trabalhar com algoritmos? Wittgenstein diria q é a gramática dos verbos q usamos q está aqui em questão. Outro livro muito esclarecedor a respeito é o já clássico em pedagogia Na vida dez, na escola zero, da Ana Lúcia Schliemann (acho q é esse o nome).
Se julgamos que a ciência mainstream está num patamar mais elevado que determinado sistema de crenças S de nossa própria sociedade, por que esperar que essa relação também não se aplique para o caso de um sistema de crenças S' de uma outra sociedade que parece ser análogo a S? Por que meramente pensar nessa hipótese é ser imperialista/colonialista?Vc escreveu bem: se julgamos, mas eu não julgo assim. Aliás, talvez não devesse, mas ainda me surpreendo q haja quem assim pense, em termos de “patamar mais elevado”.
Escrevi um artigo q foi julgado “não científico”, acerca de um filme q, a meu ver, problematiza bem esse ponto. O artigo é este aqui:https://periodicos.uem.br/ojs/index.php/ActaSciHumanSocSci/article/view/62243 (perdão pela autocitação). O artigo ser julgado não científico pouco me importa, pior seria, para mim, q fosse julgado tedioso ou completamente desinteressante. O filme é mais importante do q a identificação catalográfica do meu artigo para fins de Qualis A, B ou C. E o filme mostra bem esse ponto: irracional são sempre os outros, né?
A reivindicação já não é que a respectiva prática É ciência? Pra que outras condições e metodologias se todas geram igualmente conhecimento?Sim, certamente já é ciência e gera conhecimento, mas há certos problemas q não resolvem se não houver acesso a metodologias e produtos específicos. Vacinas, por exemplo.
Meu colega já citado John Kleba tem vários artigos sobre isso. O q eu acrescento é lembrar q muitos povos brasileiros reivindicam acesso à pesquisa para q seus saberes floresçam e não sejam capitalizados por empresas saqueadoras, restringindo o acesso aos resultados da pesquisa unicamente à via do consumo de produtos. Se o conhecimento é uma construção coletiva, pq seu usufruto deve seguir a lógica dos lucros privados? Quanto vale a biodiversidade da qual se apropriam os grandes laboratórios, p.ex.?
…com o tempo vi que como não há uma definição de filosofia …Há *uma* definição de ciência? Há tempos procuro um texto nos moldes de um capítulo ou artigo que defina a questão. Se vc souber de algum, por favor, me indique, será extremamente útil para as minhas aulas.
… sem condições mínimas que o deixem florescer, como provavelmente foi o caso em boa parte da história do homo sapiens, parece-me que esticar os conceitos de ciência e filosofia de modo que acompanhem toda a história do homem implicaria em perder distinção que queremos manter pelo uso do termo.Não sei se queremos manter a mesma distinção, acho q eu não tenho em vista as mesmas coisas q vc.
Há uma tentativa de esconder a influência?O que significa pra vc assumir que houve influência?Desculpe se citei muitos nomes, mas especificamente sobre esses pontos, eu gosto bastante do Kwame Anthony Appiah; a Ella Shohat tb traz argumentos importantes ao debate, mas não especificamente no âmbito da filosofia; já no Brasil, o Renato Noguera tem trazido importantes trabalhos para o debate, quase como uma voz clamando no deserto - se essa metáfora (alô, Júlio!) ainda for permitida - não fosse pelos trabalhos anteriores do Nei Lopes, p.ex. Mas há muitos outros. Muryatan Barbosa de Oliveira escreveu um bom livro sobre pensamento africano contemporâneo. Outras pessoas saberão mais do q eu indicar outros trabalhos.Influência é uma palavra difícil de definir, vc fez bem em perguntar. O q é mais fácil é negar o mito do milagre grego, como dizem, e afirmar q toda cultura é sempre híbrida, necessariamente apropriativa.
Alguém nega isso?Ou vc está propondo que saber ancestral é equivalente a conhecimento científico?Acho q a bibliografia citada vai te dar ideia do tamanho da negação.Vc está certo, não estou propondo q saber ancestral sse conhecimento científico, mas sim afirmando q o conhecimento científico não é prerrogativa exclusiva de certa civilização ou modelo de racionalidade.
No entanto, o humanista em mim me leva a afirmar q se é possível racionalizar coletivamente e submeter as nossas crenças irracionais à crítica para q não sucumbamos aos impulsos de morte, não é nada desejável racionalizar todas as esferas da nossa vida. Individualmente, de ninguém devemos exigir q justifique racionalmente todas as suas crenças - primeiro, pq é impossível, segundo, pq é desumano e terceiro pq se ainda q fosse possível e ainda q restasse algo de humano em alguém q o conseguisse, essa pessoa seria uma bruta chata de galochas, um Sócrates da vida - quem é q aguenta um cidadão desses, q fica perguntando o tempo inteiro “mas o q é q vc quer dizer com isso? O que significa aquilo? Como assim? Pq?” Sócrates morreu por isso - o q incomodava nele era a sua atitude, contraditória, como bem identificou Platão, mas plenamente coerente com o q ele, Sócrates, pensava de si próprio e de sua sociedade.
* Umas observações interessantes sobre esse pessimismo em relação à razão estão aqui:
https://tinyurl.com/2hxcmcenÉ justamente o receio de que estamos combatendo equívoco com equívoco o que me preocupa. Já até tentei me tranquilizar pensando que talvez seja da nossa natureza oscilar em relação ao ponto ótimo, alternando entre ação e reação, entre avanço progressista e contra-ataque reacionário, na esperança de que estamos aos poucos nos aproximando desse suposto ponto ótimo. Mesmo assim resta a questão de qual exagero é realmente inevitável e qual está em nosso poder evitar, dado que os exageros cobram seu preço.Não gostei do tipo de abordagem do vídeo. A racionalidade vem da irracionalidade, não acho q se trata de 2 modos distintos e antagônicos de pensar e agir.
Um abraço, Ricardo, eu é q agradeço.