Telefones fixos e Internet com preços elevados
Elviro Pereira
Telefones fixos e Internet com preços elevados
As chamadas através dos telefones fixos e o acesso à Internet em
Portugal são bastante mais caros que a média europeia. Só nos programas
pré-pagos dos telemóveis é que as comunicações em Portugal oferecem preços
mais baratos.
A Autoridade para a Concorrência alertou para o facto de as chamadas
telefónicas através de telefones fixos e do acesso à Internet serem muito
mais caros em Portugal do que noutros países europeus.
Segundo o primeiro Relatório Anual de Acompanhamento dos Mercados de
Comunicações Electrónicas, o preço de uma chamada local em Dezembro de 2004
era 62 por cento superior à média europeia e 151 por cento acima do preço do
Luxemburgo, o país com preços mais baratos.
Relativamente às chamadas nacional, o relatório da AdC indica que os
preços são 33 por cento superiores à média europeia e 276 por cento acima
dos praticados no Luxemburgo.
Nos que se refere a telefones fixos, a Autoridade disse ainda quer a
Portugal Telecom tem uma quota de 83 por cento nas chamadas nacionais e 75
por cento nas fixas.
Relativamente à Internet, também aqui os preços são mais acima dos
praticados a nível europeu, sendo cinco vezes superior ao da Alemanha, o
país com preços mais baixos, e 62 por cento acima da média europeia, no que
se refere à ADSL.
Já nos acesos através de modems de cabo, a Internet tem um preço em
Portugal 428 por cento mais caro do que na Bélgica.
O relatório indica também a penetração da Internet de banda larga em
Portugal é de 6,4 por cento, ou seja, 25 por cento abaixo da média da União
Europeia.
Só nos telemóveis é que Portugal oferece preços competitivos, mas
apenas nos planos pré-pagos, utilizados por 80 por cento dos portugueses, e
que são 43 por cento abaixo da média europeia.
No caso dos clientes por assinatura, tudo é bem diferente, uma vez que
aqui os preços são 77 por cento acima da média europeia para os grandes
utilizadores e 57 por cento mais elevados para os médios utilizadores.
PM
> telefónicas através de telefones fixos e do acesso à Internet serem muito
> mais caros em Portugal do que noutros países europeus.
Esse foi o resultado da venda da rede fixa a um operador privado.
A rede fixa, construida na sua maior parte com o dinheiro dos contribuintes,
deveria ter permanecido na posse do estado. Mas. mesmo que tivesse
forçosamente de ser vendida, nunca o deveria ter sido a um operador de
comunicações, que irá se aproveitar abusivaente da sua posição priviligiada,
e inviabiliza as oportunidades de uma sã concorrência, muito ao contrário
do que se passa nas redes móveis em que a concorrência entre os operadores,
vigiada de perto pelos organismos reguladores, permitiu que no nosso país
beneficiemos das tarifas mais baixas da Europa.
Pedro Miguel Carvalho
>> A Autoridade para a Concorrência alertou para o facto de as
>>chamadas
>> telefónicas através de telefones fixos e do acesso à Internet
>>serem muito
>> mais caros em Portugal do que noutros países europeus.
>
>Esse foi o resultado da venda da rede fixa a um operador privado.
A venda da rede fixa de telefones foi feita em boa hora (embora
talvez por um preço menos bom) pois várias empresas já estão a criar
redes alternativas e a rede fixa deixará de ter o monopólio e perderá
muito do seu valor. As novas redes são genéricas podendo transportar
dados de qualquer formato (e.g. TV, telefones, internet). A rede fixa
precisa de um enorme investimento para conseguir as mesmas
capacidades e, pessoalmente, acho que devem ser as companhias
privadas a investir em vez do contribuinte e o consumidor poderá
escolher a que melhor lhe serve ou nenhuma se for o caso.
>A rede fixa, construida na sua maior parte com o dinheiro dos
>contribuintes,
>(...)
>beneficiemos das tarifas mais baixas da Europa.
Eu vou mudar para a concorrência no próximo mês. Talvez possas fazer
o mesmo.
Cumprimentos,
Pedro Miguel Carvalho
binarios
"Pedro Miguel Carvalho" <**SPAM_BLOCK**Pedro...@sapo.pt> escreveu na
mensagem news:42e92aa6$0$18638$1472...@news.sunsite.dk...
PM
: A venda da rede fixa de telefones foi feita em boa hora (embora
: talvez por um preço menos bom) pois várias empresas já estão a criar
: redes alternativas e a rede fixa deixará de ter o monopólio e perderá
: muito do seu valor. As novas redes são genéricas podendo transportar
: dados de qualquer formato (e.g. TV, telefones, internet). A rede fixa
: precisa de um enorme investimento para conseguir as mesmas
: capacidades e, pessoalmente, acho que devem ser as companhias
: privadas a investir em vez do contribuinte e o consumidor poderá
: escolher a que melhor lhe serve ou nenhuma se for o caso.
O problema que eu referi não foi a venda da rede fixa propriamente dita, mas
sim a sua venda a um operador de comunicações, criando-se concorrência
desleal.
As novas redes fixas privadas estarão sempre longe de obter a mesma
cobertura que a antiga rede pública hoje possui. Além disso já existe um
grave problema de sobrecarga das infra-estruturas (desde água, gás, esgotos
domésticos, águas pluviais, energia, comunicações, etc) estejam elas no
sub-solo ou à vista. Não estou a falar apenas dos eixos principais, mas
também todas as ramificações. Com as novas redes privadas irá aumentar
substancialmente a confusão, com redundâncias atrás de redundâncias,
resultando num óbvio desperdicio de recursos (ainda que rivados) sem
benefícios significativos para o consumidor e para a competitividade do
país.
No caso da rede fixa de comunicações creio que a solução ideal teria sido a
manutenção da sua propriedade nas mãos do estado, com uma eventual concessão
da exploração a uma entidade que até poderia ser privada, mas que não
poderia estar de forma alguma relacionada com nenhum dos operadores do
mercado. Estes prestariam então os seus serviços ao público, pagando tarifas
de utilização de uma única rede que seria melhor rentabilizada desta forma
na medida em que os mesmos encargos de investimento e modernização seriam
distribuídos por um maior número de entidades, e não apenas por uma no caso
das redes privadas.
Actualmente, a construção de redes privadas é a única forma de cada operador
obter a sua emancipação em relação à PT e as suas praticas abusivas, mas
esta necessidade não teria razão de ser se houvesse uma infra-estrutura
válida e eficiente comum a todos. É como as empresas de camionagem: todas
têm de circular na mesma rede de estradas.
Beneficiaria o consumidor com preços mais baixos, beneficiariam os
operadores que não teriam de investir nas suas redes próprias, beneficiaria
o estado com as receitas da concessão, e beneficiaria a economia em geral.
Mas enfim, agora é tarde. O problema dos nossos políticos (e não só - também
da maior parte dos empresários) é principalmente a falta de visão.
: Eu vou mudar para a concorrência no próximo mês. Talvez possas fazer
: o mesmo.
É essa a vantagem de não haver detenção de monopolio.
Pedro Miguel Carvalho
>
>O problema que eu referi não foi a venda da rede fixa propriamente
>dita, mas
>sim a sua venda a um operador de comunicações, criando-se
>concorrência
>desleal.
A concorrência desleal já existia, a PT tinha o controlo da rede por
ainda mais de uma década!
>As novas redes fixas privadas estarão sempre longe de obter a mesma
>cobertura que a antiga rede pública hoje possui.
É uma questão de tempo até quase todo o país ter alternativas à rede
da PT.
Para aumentar a concorrência poderia-se ter dividido a PT em duas
companhias, uma com a rede de cabo coaxial e outra com a rede de
cobre dupla. Agora não vale a pena com as restante companhias a
entrar no mercado em força.
Existe uma outra rede com cobertura nacional que poderia ser
utilizada para transferir dados, a rede eléctrica e parece que a EDP
está a pensar nisso.
>Além disso já existe um
>(...)
>significativos para o consumidor e para a competitividade do país.
Realmente há 15 anos atrás teria sido uma decisão inteligente o
estado investir na instalação de uma rede de cabos ópticos para
substituir a rede telefónica por uma rede versátil e com uma enorme
capacidade e então só haveria uma rede que seria utilizada pelos
vários operadores. Teria sido uma boa decisão mas já lá vai essas
oportunidade.
Nota que alguma redundância em sistemas vitais é uma boa ideia.
>No caso da rede fixa de comunicações creio que a solução ideal teria
>sido a
>(...)
>das redes privadas.
Para tal funcionar terias de tornar difícil ou mesmo proibir a
instalação de redes alternativas.
>Actualmente, a construção de redes privadas é a única forma de cada
>operador
>(...)
>têm de circular na mesma rede de estradas.
Concordo que teria sido uma boa ideia. Até poderia ter sido aplicada
às redes GSM e UMTS.
>Beneficiaria o consumidor com preços mais baixos, beneficiariam os
>operadores que não teriam de investir nas suas redes próprias,
>beneficiaria
>o estado com as receitas da concessão, e beneficiaria a economia em
>geral.
Concordo! Embora uma boa gestão fosse crítica para ter bons
resultados.
>Mas enfim, agora é tarde. O problema dos nossos políticos (e não só
>- também
>da maior parte dos empresários) é principalmente a falta de visão.
Infelizmente concordo outra vez!
>: Eu vou mudar para a concorrência no próximo mês. Talvez possas
>fazer
>: o mesmo.
>
>É essa a vantagem de não haver detenção de monopolio.
Telefone Novis e Clix ADSL 4Mbps :-)
Muito melhor, espero, que a porcaria da Netcabo que nos últimos três
meses já deixou de funcionar mais vezes que as toleráveis e na
verdade nunca funcionou lá muito bem.
Cumprimentos,
Pedro Miguel Carvalho