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Estudo sobre largura de banda/Preços

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João Valente

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Jun 21, 2004, 3:46:40 PM6/21/04
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Estudo na OCDE sobre banda larga mostra atraso europeu face aos EUA
Pouca Largura de Banda para Preços Elevados
Segunda-feira, 21 de Junho de 2004

%Pedro Fonseca

O Japão e a Coreia do Sul continuam à frente dos restantes países na
disseminação da banda larga, seguindo-se o Canadá e os Estados Unidos da
América - enquanto a Europa mantém, em média, preços elevados para uma
reduzida largura de banda. Segundo um estudo de "benchmarking" dos custos da
banda larga nos países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento
Económico (OCDE), divulgado na passada semana e que se pretende um
instrumento de trabalho para os responsáveis políticos por estas questões, a
Bélgica lidera na Europa em termos de oferta de preços mas é a Suécia quem
ganha em termos de velocidade.

Os autores, Sam Paltridge e Masayuki Matsui, afirmam que o rácio de preço e
desempenho são indicadores fiáveis para avaliar o desenvolvimento da banda
larga nos países analisados. O Japão e a Coreia do Sul distanciam-se dos
restantes países por terem os menores custos e uma maior oferta de largura
de banda; mas o estudo conclui também que, além desta Coreia e do Japão, o
Canadá, os EUA e a Bélgica "têm os mercados mais competitivos em termos de
preços do [operador] incumbente".

A Coreia do Sul é um caso curioso, porque, no ano passado, atingiu o "ponto
de saturação", com mais de 70 por cento dos lares a disporem de ligação à
Internet por banda larga.

A penetração e a acessibilidade são apenas dois indicadores do
desenvolvimento dos acessos em banda larga, a que se devem juntar o preço e
a qualidade de serviço pelo valor pago. "Em muitos países, a oferta básica
de banda larga começa nos 256 Kbps (ou mesmo 128 Kbps, nalguns casos)",
refere o estudo. "Noutros países, como o Japão ou a Suécia, por um preço
similar, está disponível um serviço de 26 Mbps". E o estudo dá mais
pormenores do exemplo japonês, onde, em 2003, se tinha acesso a um serviço
de 100 Mbps por um preço inferior a serviços de 128 Kbps "em vários outros
países".

Estes 128 Kbps - disponíveis em Portugal, por exemplo, como serviço RDIS -
não são sequer considerados noutros países como banda larga e o estudo
salienta que se centrou principalmente nas ofertas acima de 250 Kbps.

Quanto aos operadores incumbentes (os ex-incumbentes ou herdeiros dos
antigos monopólios de telecomunicações), "raramente têm a oferta menos cara
para o acesso a banda larga mas o seu tarifário é um indicador importante da
competitividade geral de qualquer mercado", diz o estudo. "Para mais, os
operadores incumbentes têm normalmente a maior cobertura geográfica e a
maior quota de mercado, enquanto a oferta de outros fornecedores de serviço
podem estar limitadas a localizações específicas".

O estudo aponta duas formas para analisar os serviços oferecidos pelos
incumbentes. No plano da largura de banda, independentemente do preço, à
japonesa NTT (com 24 Mbps) segue-se a KT (na Coreia do Sul, com 8 Mbps), a
norte-americana Verizon (7,1 Mbps) e a Bell Canada e Belgacom, ambas com 3
Mbps.

O segundo olhar é feito por comparação de tarifários de serviços com
transferência ilimitada de dados. Neste caso, os preços mensais mais baixos
são da Slovak Telecom (22 dólares para 384 Kbps), KT (25 dólares para 1,5
Mbps), Bell Canada (26 dólares para 1 Mbps) e da Verizon - 29 dólares para
1,5 Mbps. O melhor rácio em termos de preço e "performance" é,
provavelmente, o da oferta de 8 Mbps por 34 dólares da KT, refere o estudo.

No geral e tomando em conta todos os aspectos de serviço e o preço, o estudo
aponta os mercados mais competitivos em termos de tarifários dos incumbentes
como sendo a Coreia, o Canadá, os EUA, o Japão e a Bélgica. A Portugal
Telecom (PT) posicionava-se, de acordo com os dados de Outubro de 2003
referidos no estudo, em 11º lugar para um preço de cerca de 40 dólares
mensais para o serviço DSL de 512 Kbps.

Portugal é um dos três países da OCDE - a par da Islândia e da Nova
Zelândia - onde existe uma distinção entre transferência de dados nacionais
e internacionais para fins tarifários no caso da Portugal Telecom (PT),
sendo o mais caro por comparação com os outros dois países. Já a concorrente
sua Cabovisão é citada por ter preços semelhantes para serviços idênticos
mas sem diferenciação entre transferências domésticas e internacionais no
serviço de 512 Kbps - mas, tal como o exemplo dado da Novis, os preços eram
em geral mais elevados que os da PT para os mesmos débitos mensais, custos
adicionais por cada megabyte descarregado ou pela instalação do serviço.

No entanto, a Cabovisão tem uma oferta única em Portugal, que é a base para
uma maior disseminação da banda larga, com a generalização do "triple
play" - Internet, telefone e televisão -, de acordo com um estudo da
Strategy Analytics do final de Maio (ver
www.strategyanalytics.com/press/PR00121.htm ).

O trabalho "Broadband in Europe: Competition Heats Up At Last" apontava para
a existência de 33,5 milhões de assinantes europeus de banda larga no fim de
2003, num total de 20 por cento dos lares, mas "a falta de concorrência, no
entanto, está a deixar os grandes mercados da Europa atrás de países
pequenos e mais ágeis".

A disseminação da banda larga no Reino Unido, Alemanha e Itália apenas
chegou aos 13 a 15 por cento de lares no final do ano passado, cerca de
metade do obtido em países como a Bélgica, Holanda ou Dinamarca. Portugal
contava com 13,1 por cento, com menos de 5 por cento de ligações em DSL - ao
contrário da tendência da maioria dos países analisados, onde os acessos via
cabo são minoritários.

A consciência de que preços elevados para baixos débitos não é o que
interessa aos utilizadores levou a operadora incumbente espanhola Telefónica
a requerer, no início deste mês, à entidade reguladora Comisión del Mercado
de Telecomunicaciones (CMT) a autorização para duplicar a velocidade de
acesso dos seus serviços de ADSL sem qualquer aumento de preço.

Pressionada pela entrada no mercado espanhol das ofertas de banda larga de 1
Mbps das concorrentes PLC e da Jazztel, a Telefónica anunciou querer acabar
com o acesso a 256 Kbps e os clientes deste serviço passam a ter acesso a
uma linha de 512 Kbps por 39 euros mensais. Os que antes tinham este débito
passam para os 1024 Kbps a um custo de 75 euros, enquanto os clientes com
acessos a 2 Mbps pagam 120 euros mensais. A operadora espanhola vai ainda
criar um novo serviço a 4 Mbps a troco de 150 euros.

Para o jornal diário "El Mundo", a Telefónica terá "chegado à conclusão de
que os utilizadores estão mais interessados num aumento de velocidade do que
na redução das tarifas". A decisão da CMT deverá ser conhecida no prazo de
três meses.


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