9640 [HDW] Modelo comum, gastos atômicos

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6 de set. de 2009, 15:55:0406/09/2009
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Carta Capital

Modelo comum, gastos atômicos

O relacionamento entre a Marinha Brasileira e a HDW parece ter
naufragado. Oficiais de alta patente consideram que a empresa alemã,
fornecedora de submarinos convencionais, passou dos limites no lobby
contra o acordo entre o Brasil e a França para a construção de um
submarino nuclear. Insinuações de interesses escusos por trás do
compromisso pipocaram às vésperas de o Congresso aprovar o
financiamento ao projeto, estimado em 6,8 bilhões de dólares. Além de
quatro submarinos convencionais e um nuclear, os franceses vão erguer
um estaleiro e uma base naval em Itaguaí, Rio de Janeiro. O convênio
será assinado na segunda-feira, 7 de setembro, pelo presidente Lula e
seu colega francês, Nicolas Sarkozy.

Oficialmente, a Marinha tem se restringido a fornecer explicações
técnicas dos motivos da escolha dos submarinos franceses do modelo
Scorpène. Os militares brasileiros levantam outro empecilho aos
produtos alemães, fora o fato de eles não deterem tecnologia para a
construção de um equipamento capaz de abrigar a propulsão nuclear: o
custo de manutenção.

“Os alemães nem sequer transferem a tecnologia de manutenção de seus
sistemas, obrigando a uma permanente dependência de assistência
técnica”, respondeu em nota oficial o centro de comunicação da Marinha
a uma pergunta encaminhada por CartaCapital. “O submarino Timbira,
recentemente, foi submetido a um período de manutenção geral, com a
desmontagem de todos os sistemas. No momento de restabelecê-los foi
necessária a contratação de técnicos alemães. Somente para a
remontagem e os testes subsequentes do sonar, a Marinha pagou 330 mil
euros (perto de 1 milhão de reais).”

E mais: “Cada submarino é composto de mais de 200 mil itens. Há
inúmeras empresas que os fabricam. Os alemães não permitem que esses
fabricantes vendam diretamente aos interessados, sob pena de
descredenciamento. Toda aquisição tem de ser feita por intermédio da
Marlog, empresa de serviços logísticos pertencente ao Grupo HDW/TKS,
que cobra preços substancialmente majorados (no mínimo 30% mais caro
e, não raro, algumas vezes o preço do fabricante)”.

Durante o processo de decisão da compra do submarino, a HDW enviou
correspondência ao ministro da Defesa, Nelson Jobim, na qual se dispõe
a transferir tecnologia ao Brasil. “Ninguém transfere aquilo que não
tem”, diz a Marinha.



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