Prezados.
Comentei com a Profa. Maria Carmem que suas idéias sobre as questões de Ensino, apresentadas no Fórum, estavam prosperando e gerando muitas sugestões. Motivo de partirmos para uma síntese das colaborações recebidas e separarmos os diversos assuntos tratados. Desta maneira teremos : a) Temas Específicos que serão tratados por um grupo que se responsabilizará pela condução do mesmo; e b) Temas Gerais para todos os participantes. Seguindo a estrutura do Prof. Edson Franco, organizei os seguintes pontos:
1-Representatividade Institucional.
Falta-nos unidade de representação que fale pelo setor.
2-Diversidade de Instituições.
Que nos obriga a pensar no conceito de Qualidade: desejada e possível. Depois de discutido e aceito por todos, poderia ser parametrizado e servir de modelo para aqueles que se dispusessem a seguí-lo, conforme escreveu o Prof. Simon. Portanto a primeira discussão que devemos realizar é sobre o Conceito do que é Qualidade de Ensino.
3-Estabelecimento dos Critérios de Qualidade.
Após termos definido e conceituado a Qualidade, nossa preocupação deverá ser em pensar numa metodologia para estabelecer critérios e também para depois podermos nos avaliar.
4-É nesse momento que devemos pensar num Sistema de Avaliação.
Que pode ser construído e validado por nós mesmos ou pela sociedade civil.Desafio que poderá ser analisado depois de ampla discussão entre nós.
5- Ao mesmo tempo podemos dar seqüência ao que foi proposto pelo Prof. Mauricio Garcia.
Criar um Instituto de Pesquisa sobre Qualidade Acadêmica, sugerindo variáveis estatísticas que impactem na qualidade acadêmica. Este é um tema especial que pode ter andamento e, se o grupo estiver de acordo, o Prof. Mauricio gerencia.
6-Código de Conduta.
Separar o Joio do Trigo ou Conselho de Auto-Regulamentação é tema que já tiveram iniciativas tanto na ABMES como no SEMESP, e não prosperaram. Será discutido novamente.
7-Relacionamento com os Conselhos de Regulamentação Profissional e outras iniciativas com os Órgãos Reguladores que fazem parte da Agenda das Entidades Representativas.
Apesar de muito esforço pouco foi conseguido.
8-Imagem do Ensino Superior Particular.
Algumas propostas foram colocadas pelo Prof. Edson como: o Patrocínio de Estudos sobre Educação Superior; publicação de relatórios e outras questões correlatas.Vamos precisar dar continuidade com o apoio de especialistas.
Epilogo: Devemos nos concentrar em temas únicos.
O primeiro que é Geral, sobre Qualidade de Ensino. Para termos critérios precisamos ter Conceito. Afinal de contas, o que é Qualidade de Ensino?
Segundo: Assunto específico - desenvolvimento da sugestão do Prof. Mauricio Garcia.
A discussão Geral é sobre QUALIDADE DE ENSINO. Abaixo estão alguns textos recolhidos das intervenções dos colegas, que podem servir de base:
1) O que é uma boa Faculdade?
Dentre o universo de conceitos disponíveis, destaco um: boa faculdade é aquela que, superando as etapas da instrução e treinamento consegue tecer sua pedagogia em torno de um conceito de educação que garanta a legítima autonomia intelectual de seus alunos, reconhecendo e potencializando talentos.
É assim que as grandes escolas se referendam quando colocam profissionais no mercado.
Há uma marca, uma reputação que é prioritária para muitos candidatos a um diploma de 3º grau. Tal marca transcende falsas economias e projeta uma parcela de futuros universitários para a proposta de um ensino de excelência. Para tal, penso, cabe a cada faculdade focar em seus diferenciais, apostando nas variáveis do ensino, pesquisa e extensão.
2) Qualidade pode ser mensurada sim.
Precisamos somente apresentar os indicadores.
Rendimento acadêmico?
Satisfação do aluno?
Encaminhamento para o mercado de trabalho?
Uso de pesquisa de reação?
Produção científica?
Impacto da extensão universitária nas comunidades locais?
3) Essa questão, bem lá no fundo, está baseada no conceito de "qualidade" que os vários órgãos e baixos escalões do MEC têm. Para eles, qualidade é titulação, regime de trabalho de tempo integral (emprego), pequeno número de alunos nas salas (não gostam de corrigir provas por processos informatizados, que preferem os subjetivos de preferência pessoal pois detém o poder), etc. Não será fácil obter bons conceitos pelo MEC enquanto utilizarem a distribuição. Normal (curva de Gauss). Eles sabem o que querem para eles. A iniciativa privada terá ainda que livrar-se desses antigos paradigmas. Que tal começar pela não contratação daqueles com posturas extremamente publicistas ?
Obrigado
Prezados amigos(as).
Antes desse e-mail do Prof. Gabriel, o que se entende é que as pessoas estão se afastando da sua questão incial e assim acabam somente discursando e sem nenhuma ação prática.
Criar índices, cálculos estatísticos ou institutos pode ser apenas superficial, não atende a questão central do fórum, gasta-se energia e não se vai a raiz da questão.
Na minha opinião percebo certa ingenuidade nos idealizadores em acharem que com algumas publicações a imagem do setor irá mudar.
Temos de perguntar para os clientes e formadores de opinião o que é qualidade. O verdadeiro cliente das IES não são os alunos e sim a sociedade que é constituída de empresas, hospitais, governo, jornalistas entre outros. Para estes clientes nós formamos os alunos. A questão central é saber se entregamos alunos preparados ou não para a sociedade. Entendo que a maioria não é preparada.
A percepção da sociedade em relação as IES públicas é positiva, pois os alunos que ingressam são normalmente os melhores. O aluno já entra A e a IES só não pode atrapalhar para ele virar B. Adiciona-se a este fato as IES públicas geram conhecimentos (muito pouco quando comparado internacionalmente) e isto para a sociedade é relevante em razão de decisões a serem tomadas com base neste conhecimento. Pura percepção, pois temos excelência em IES privadas também, mas a realidade é uma ilusão e o que vale é a percepção.
É um trabalho árduo para as IES privadas (como um todo) gerarem conhecimentos e entregarem os melhores alunos preparados. O que deve se pensar é que uma parte das IES pode entregar e quando for significativa talvez a percepção mude.
É necessário conhecer o que a sociedade entende por qualidade e depois criar um plano para cada IES melhorar a sua objetivamente. O segundo passo é desenvolver um plano de comunicação para divulgarmos repetidamente estes resultados.
Criar índices e institutos pode ser um esforço muito grande e com resultado mínimo, pelo menos para as IES.
Talvez o melhor fosse fortalecer determinados cursos privados e não IES privadas. Acredito que faça mais sentido. Como pode um professor de IES pública que nunca trabalhou em uma empresa dar aulas de Administração? Não é lógico mesmo que ele seja doutor. A não ser que ele lecione uma disciplina de teoria.
Criar um instituto sem saber qual de fato é o problema é como aquela história. O homem acha um sapato na rua e decide procurar um pé para calçá-lo. Esta não é a ordem, devemos ter o pé (problema) e procurarmos a solução (sapato).
Ou seja, devemos identificar o que é qualidade para a sociedade, criarmos um plano de ação para melhorá-la objetivamente e depois, de forma estruturada, divulgarmos diariamente.
Forte abraço a todos. Prof. Pietro |
Xará, ótima pergunta.
Minha opinião é;
Individualmente, cada IES pode optar pelo caminho que mais lhe convier, considerando seu público, sua região/mercado, etc.
Coletivamente, as IES privadas (objeto dessa nossa discussão) só poderiam optar pelo primeiro. É nesse posicionamento que temos diferenciais suficientes para construir e manter nossa imagem e reputação.
Abraço a todos,
Mauricio Escobar
ANIMA Educação
Prezadas(os).
Todos devem conhecer a história dos 4 cegos e o elefante.
Cada um dos cegos, respondendo a uma pesquisa, tinha de apalpar o elefante e depois dizer qual a impressão que tiveram do animal.
Sabem o que aconteceu? Nenhuma das respostas coincidiram.
Penso que o mesmo vai suceder com a tese sobre o que é qualidade.
Dá para perceber de antemão que nenhuma resposta vai ser igual às demais, daí a dificuldade de se encontrar um conceito.
Porque cada um tem a sua própria leitura do que é Qualidade de Ensino.
O aluno tem a dele. Sua família vai dar algum palpite diferente. Os Professores terão a sua opinião e o Diretor da Escola outra.
Que dizer então das empresas empregadoras(que já avaliaram muito bem os egressos do Ensino Privado).
É lógico que também cada um de nós vai dizer que a sua escola é uma maravilha porque até hoje nunca vi professor falar que a sua instituição é de péssima qualidade.
Porém o que está sempre valendo é a nota que o MEC dá.
E por falar nisso, o inventor do famigerado CPC e CGC, pela sua criatividade estatística, foi alçado a Conselheiro do CNE e hoje está tomando posse. É o conselheiro Reinaldo Fernandes.
O primeiro questionamento foi o do Prof Mauricio ao escrever a quem serve o Ensino Superior: ao mercado ou a sociedade?
E cá entre nós, toda a culpa é de nossa herança cultural portuguesa. A tradição lusitana diz que o Estado é o senhor e deus de todas as coisas. É ele quem precisa nós dizer o que é bom e o que é ruim.
A sociedade se acostumou a isso e nós damos valor demasiado ao que o Estado faz em nosso lugar.
Já na tradição anglo saxônica, a maioria das avaliações são feitas pela sociedade civil. É ela quem avalia a qualidade de tudo e não um simples funcionário do Estado.
Enfim, a questão da qualidade é uma enorme polêmica, mas vamos combinar uma coisa: vamos ver se nós mesmos seremos capazes de resolver esta questão, mesmo se for preciso recorrer aos NOSSOS especialistas. Combinado?
Abraços
--- Em ter, 1/6/10, Profª Maria Carmen - Diretora Panamericana <dgfac...@escola-panamericana.com.br> escreveu: |