KUMBHA-MELA em HARIDVAR
Parte 2
Purushatraya Swami
Nos Puranas está descrita a história que deu origem ao Kumbha-mela. Isso ocorreu no princípio dessa criação e está relacionado com o passatempo em que os semideuses e demônios estavam batendo o oceano de leite do jeito que se bate a nata do leite para produzir manteiga. A “batedeira” foi improvisada de uma forma inédita: o Senhor Vishnu apareceu em Sua forma de Kurma-rupa, uma tartaruga enorme. Em Seu casco foi depositada a montanha Mandara e a serpente celestial Vasuki se enrolou na montanha. Os semideuses seguraram o rabo da serpente e os demônios o lado da cabeça. Com um movimento de vai-e-vem, o oceano de leite era batido e dele saíram muitos artigos e personalidades. Entre muitas coisas, dali saiu veneno que foi bebido pelo poderoso Senhor Shiva. Um avatara de Vishnu, Sri Dhanvantari, apareceu com um jarro (kumbha) cheio do néctar da imortalidade, que imediatamente foi cobiçado tanto pelos semideuses quanto demônios. Os demônios se apossaram do kumbha de néctar para o desespero dos semideuses. O Senhor Vishnu, então, apareceu numa encantadora forma feminina, Sri Mohini-murti. Usando de Sua atração feminina, Mohini-murti recuperou o jarro de néctar das mãos dos demônios e entregou-o para os semideuses. No entanto, um dos demônio, Rahu, conseguiu beber um golinho. Mohini-murti imediatamente decepou sua cabeça com sua Sudharshana-chakra. A cabeça de Rahu alcançou a imortalidade e seu corpo ficou sem cabeça (Ketu). Nesse momento agitado em que Mohini-murti sacava dos demônios o jarro de néctar, algumas gotas caíram em quatro lugares desse planeta: em Prayag (Alahabad), no encontro do Rio Ganges com o Rio Yamuna; em Haridvar, no Rio Ganges; e em outros dois lugares, Ujjain e Nashik. Acredita-se que em certas conjunções planetárias esse néctar se manifesta nesses lugares e, assim, faz-se um grande festival, cujo momento principal é o banho nos rios sagrados.
Aproveitando os dois dias que ainda faltavam para o dia principal do Kumbha-mela, fomos fazer uma rápida visita a Rishikesha, um famoso lugar de peregrinação que fica a uns dez ou quinze quilômetros de Haridvar, rio acima. Lá, o Ganges termina sua descida dos Himalaias e começa seu percurso pelas planícies, cruzando todo o país até se desembocar na Baia de Bengala. A água do Ganges é cristalina e fresquinha. Sua pureza é evidente. O cenário é belo. Em Rishikesha e Lakshman-jula, uma pequena vila três quilômetros acima, existem muitos ashramas e templos. Vemos na segunda foto a ponte pencil que cruza o Ganges em Lakshman-jula.
Em Haridvar, uma procissão cruza a cidade. Os sadhus carregam grandes flâmulas.
O swami do ashrama, cercado por seguidores, é conduzido num carro decorado.
Na cidade, já se nota uma movimentação bem maior que no dia anterior...
...mas ainda se pode banhar tranquilamente no Ganges, no lugar auspicioso chamado Hari Ki Pori.
No acampamento da ISKCON, os programas espirituais seguem sua rotina. Cedo pela manhã ainda fria, a aula de Srimad-Bhagavatam.
Lokanatha Swami e Purushatraya Swami são os palestrantes.
Em frente da entrada do acampamento da ISKCON, os
devotos se concentram e se preparam para um evento muito extático_
harinama-sankirtana pela área do festival.
Não percam a próxima reportagem!