envolvi] Fwd: [fundopetros] Fernando Siqueira fala de acidente da Chevron

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fsiqueira

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Apr 2, 2012, 10:02:22 AM4/2/12
to desenvolv...@googlegroups.com, Presidência, Manoel Lapa, Francis Bogossian AEERJ, Luiz Carneiro
Caros amigos
repassando
Caro Julio
Favbor inserir no ADireto.
Abraço
Fernando

---------- Mensagem encaminhada ----------
De: Claudio Ribeiro <claudio...@entornet.com.br>
Data: 1 de abril de 2012 21:02
Assunto: [fundopetros] Fernando Siqueira fala de acidente da Chevron
Para: fundo...@yahoogrupos.com.br


 

Boa noite, companheiros.

Entrevista do engº Fernando Siqueira publicada na edição de hoje do Portal Luis Nassif.

Fraterno abraço,

Cláudio Ribeiro, de Casimiro de Abreu, RJ.

 

 

Jornal Hora do Povo, 29/03/2012 

Fernando Siqueira fala de acidente da Chevron

http://www.aepet.org.br/site/uploads/noticias/thumbs/thumb_FERNANDO_SIQUEIRA_25.jpg

Chevron mentiu o tempo todo sobre vazamentos”, diz Fernando Siqueira

Negligenciou segurança para economizar

O vice-presidente da Aepet (Associação dos Engenheiros da Petrobrás) e do Clube de Engenharia do Rio de Janeiro, Fernando Siqueira, afirmou, no sábado (24), em entrevista à Hora do Povo, que a Chevron mentiu o tempo todo e não informou aos órgãos públicos que perfurou outro reservatório, localizado mais abaixo em relação ao que vinha sendo explorado antes. Ela fez isso sem saber qual era a pressão máxima que poderia utilizar. Esse fato causou os dois vazamentos da bacia de Campos. Siqueira disse que a Petrobrás, por ser uma empresa estatal, jamais se comportaria de forma tão irresponsável. Abaixo, a entrevista na íntegra.

HP - Qual a sua avaliação do processo aberto pelo Ministério Público Federal contra a empresa norte-americana Chevron?

FS - A Chevron negligenciou a segurança por motivo de economia. Resumidamente, o caso é o seguinte: a Chevron estava furando um poço. Havia um outro reservatório nas proximidades de onde ela já produzia. Ela conhecia a pressão deste reservatório vizinho. Então, ela furou esse reservatório. Só que havia um outro reservatório mais embaixo. Quando ela furou o primeiro, ela fez um teste mecânico de resistência do reservatório e chegou a uma pressão em torno de 11 libras por galão. Então, ela dimensionou uma lama tal que compensasse a pressão desse reservatório, que era 10,5 libras por galão, ou seja, uma pressão abaixo do limite de resistência do reservatório.E aí então, ela resolveu furar o reservatório mais embaixo. Mas, para furar esse reservatório mais embaixo, o correto teria sido revestir o poço nesse trecho, isolar o primeiro reservatório, que ela furou antes, e prosseguir a perfuração com toda a segurança, ou seja, a pressão que existisse no reservatório mais embaixo não iria repercutir no reservatório do primeiro nível, do nível mais acima. Isso seria o correto.

HP - Qual foi o motivo que levou a Chevron a negligenciar a segurança?

FS - Para economizar tempo e dinheiro. A Chevron correu o risco de continuar a perfuração e esperava encontrar, no segundo reservatório, a pressão do primeiro reservatório, porque, no outro, onde ela já produzia, a pressão era mais ou menos nesse nível. Isso é uma achologia. Um risco que não se pode correr na área do petróleo, principalmente no mar e a grandes profundidades. Então, a Chevron negligenciou a segurança para economizar. E prosseguiu na perfuração sem ter revestido o primeiro reservatório. Quando ela atingiu o segundo reservatório a pressão era mais alta do que ela esperava. Então houve um "quick" de pressão, uma ameaça de o poço jogar tudo para fora.

HP - Diante da constatação do problema, qual foi a atitude adotada pela Chevron?

FS - Os técnicos aumentaram e densidade da lama que estava sendo injetada e aumentaram a pressão em cima do reservatório para poder equilibrar a coluna. Ou seja, para poder equilibrar a pressão deste segundo reservatório. Só que, como o primeiro reservatório não estava isolado, essa lama, mais pesada do que ele suportava, migrou para ele e trincou a parte externa do reservatório. Trincou a casca do reservatório que é uma parte sólida da rocha que, impermeabilizada, não deixa o petróleo sair lá de dentro. Quando injetou uma pressão superior, a resistência dele cedeu e ele trincou. Não se sabe o tamanho dessa trinca, mas começou então a vazar petróleo do reservatório para o terreno.

HP - Há uma relação entre o desastre de novembro e o vazamento atual?

FS - Muito provavelmente há relação entre o desastre de novembro e o vazamento de agora. A gente supõe que esse segundo vazamento foi consequência da perfuração do segundo reservatório, porque como ele está a mais de mil metros abaixo da superfície do solo, a tendência do óleo é procurar veios no terreno para migrar até a superfície. Então, imagina-se que esse óleo migrou através do terreno e chegou a três quilômetros de distância do ponto original do acidente. Agora é complicado restabelecer a permeabilização do reservatório. A Chevron tinha suspenso todas as atividades de perfuração. Então, não teria sentido surgir outro acidente na área.

HP - A Chevron está escondendo informações das autoridades?

FS - A Chevron não está querendo abrir jogo. Ela não contou a verdade desde o começo. Mesmo a PF, interrogando alguns técnicos da área de perfuração, não conseguiu chegar à verdade. A Chevron, além de não dizer exatamente o que houve, mente desde o início. Primeiramente ela tentou atribuir o vazamento à Petrobrás, porque havia o campo de Roncador ali próximo. Teve-se que fazer um exame de DNA do petróleo para saber que era de Frade. Depois, no Congresso, falou que ela não tinha colocado a segunda sapata, ou seja, desviou para uma coisa menos grave. Em momento nenhum ela confessou que negligenciou a segurança quando deixou de fazer o procedimento correto, que seria revestir o poço para isolar o primeiro reservatório, uma vez que ela pretendia dirigir-se ao segundo reservatório. Sem saber a pressão que existia lá, ela tinha que tomar as providências seguras para não haver o acidente, e não tomou.

HP - Que diferença você vê entre essa atuação da Chevron e a atuação da Petrobrás?

FS - A Petrobrás é uma empresa estatal, portanto tem o controle da sociedade. O cartel não tem o controle de ninguém. Esse é um dos problemas de você ter empresas estrangeiras trabalhando aqui. Porque se fosse a Petrobrás, que é uma empresa estatal, que tem um controle do governo, ela teria que forçosamente contar a verdade, tomar as providências cabíveis e se responsabilizar completamente pela reparação do dano. A Chevron tentou enganar os órgãos públicos e isso é gravíssimo. É um desrespeito às leis do país, um desrespeito à soberania e, por isso, é que nós achamos que temos que acabar com os leilões, porque a Petrobrás tem as condições, as técnicas necessárias para explorar o petróleo.

HP - O Brasil precisa dessas empresas estrangeiras para explorar petróleo?

FS - A Petrobrás tem condições financeiras, porque financiamento para quem tem petróleo é a coisa mais viável do mundo. E ela tem a tecnologia necessária e o controle da sociedade. A Petrobrás contrata as mesmas empresas prestadoras de serviço que as outras petroleiras. Portanto, a tecnologia usada é a mesma. A Transocean, que é a empresa que perfurou Frade, trabalhou no golfo do México e houve lá o acidente da British Petroleum (BP). O acidente ocorreu porque a BP, também para economizar tempo e dinheiro, negligenciou a segurança e deixou de fazer uma cimentação mais segura. Fez uma cimentação muito aquém daquela recomendada. A Transocean aqui no Brasil trabalha para a Chevron. Ela também fez o que o cliente mandou, ou seja, negligenciou a segurança. A Transocean fura para a Petrobrás, só que a Petrobrás não exige dela esse tipo de atitude. Então tudo isso são argumentos fortíssimos para a gente não ter mais leilões de áreas petrolíferas no Brasil.

HP - Você acha possível controlar a atuação das empresas estrangeiras?

FS - Pelo contrário, até o governo americano é controlado pelo cartel. Só para dar um exemplo, eu propus ao Gabrielli, então presidente da Petrobrás, que o Lula fizesse um acordo com o Obama para a Petrobrás fornecer 4 milhões de barris por dia durante trinta anos, pelo preço de mercado, com a condição dele tirar os lobistas daqui do Congresso. E o Gabrielli disse que o Lula já tinha proposto isso, mas o Obama teria respondido que não tem controle sobre as empresas. Não existe um porta-voz das empresas. São as empresas que controlam o governo americano. Em lugar nenhum do mundo elas respeitam as leis. A Chevron está sendo processada no Equador. A Shell fez um desastre na Nigéria. Teve o desastre lá no Ártico, do petroleiro Exxon Valdez. Essas empresas não são controladas. A Chevron está mostrando isso aqui. Mentiu o tempo todo, não usou o procedimento correto e causou o acidente.

 

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... nem de brincadeira se deve falar em vender direitos adquiridos.  Essa é a minha rígida e inflexível posição.

Adauto Coutinho
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Adriano Benayon

unread,
Apr 2, 2012, 12:16:12 PM4/2/12
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Parabéns ao Fernando Siqueira,

 

Mais um exemplo de empresa transnacional, no caso uma do cartel anglo-americano do petróleo, mostrando que a seriedade, a competência e a honestidade das corporações capitalistas é uma das grandes balelas em que grande parte do povo acredita, desinformado pela mídia 5ª coluna.

 

Abraços,

 

Adriano Benayon

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Imagem removida pelo remetente.

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