Em 16/03/10, Daniela B. Silva<daniel...@gmail.com> escreveu:
> --
> Você está recebendo esta mensagem porque se inscreveu no grupo "Civic
> Hacking" dos Grupos do Google.
> Para postar neste grupo, envie um e-mail para civich...@googlegroups.com.
> Para cancelar a inscrição nesse grupo, envie um e-mail para
> civichacking...@googlegroups.com.
> Para obter mais opções, visite esse grupo em
> http://groups.google.com/group/civichacking?hl=pt-BR.
>
--
"Procurar as próprias raízes, sem preconceitos, significa buscar os
outros que vivem dentro de nós".
http://www.google.com/profiles/ricabras
Oi, pessoal!
Bora come�ar a discutir civic hacking? Segue aqui uma provoca��o, para ser trabalhada aqui no coletivo (e tamb�m entre os pares que quiserem se aprofundar mais no assunto).
A internet pode transformar a pol�tica?
Espero as respostas de voc�s � sim, n�o, porque, casos, etc � pra gente seguir com o debate daqui.
Abra�o,
Daniela
--
Voc� est� recebendo esta mensagem porque se inscreveu no grupo "Civic Hacking" dos Grupos do Google.
Para postar neste grupo, envie um e-mail para civich...@googlegroups.com.
Para cancelar a inscri��o nesse grupo, envie um e-mail para civichacking...@googlegroups.com.
Para obter mais op��es, visite esse grupo em http://groups.google.com/group/civichacking?hl=pt-BR.
Bom, seguindo a linha de pensamento, aí vai o que eu penso. Vou tentar ilustrar com alguns sites que conheço.
Como a maioria já falou, a minha opinião também é que a internet muda de maneira TRANSFORMADORA a forma como as pessoas passam a se relacionar com a política. Humildemente acho que ainda estamos (principalmente aqui no Brasil) em um estágio mais inicial dessa transformação. Ainda não temos total consciência do poder transformador que a internet nos dá. Digo que estamos num estágio inicial porque ainda nem nos familiarizamos 100% com as ferramentas da internet... não dominamos o uso desse universo digital (diferente dos EUA que já está um pouco mais à frente).
Bem, depois que dominarmos estas ferramentas e essa nova forma de nos relacionarmos uns com os outros, nós mesmos com a informação, e finalmente nós com as organizações, aí sim a internet vai nos ajudar a transformar a política. Primeiro temos que tomar essa CONSCIÊNCIA. E vejo que só através de coisas concretas a gente vai entender alguns dos novos papéis que a internet está tomando. Só com teoria e sem prática nada vai mudar. Centenas de estudos acadêmicos transformam menos que uma ideia bem colocada no mundo.
Vou usar como exemplo um caso que acabei de conhecer num evento do qual participei sobre internet. O tema dessa parte era "A cidade como plataforma (leia-se "de mudança através da internet").
Um case interessante: uma plataforma online de uma cidadezinha americana chamada Manor. Confiram aí: http://manorlabs.org/ O que os caras estão fazendo: criaram uma plataforma COLABORATIVA pra identificar problemas nessa cidade. Não nasce para ser uma ferramenta política, mas é uma super ferramenta de fazer política de forma aberta, colaborativa e transparente. A população participa. Os políticos vêem e agem da forma como quiserem, sem nenhum comprometimento político direto e aberto com o que é sugerido ali. Mas é um super primeiro passo, não?
Esse outro caso que vi no mesmo painel do evento vai na mesma linha. Segundo o cara que palestrou, muitas coisas importantes estão acontecendo por causa da ferramenta. Site: http://seeclickfix.com/citizens Vale a pena dar uma boa navegada. O slogan do site é "power to the community", referindo-se a uma comunidade física e local mesmo (um bairro ou uma cidade).
Gosto de pensar através de exemplos e ideias colocadas em prática, aí vai mais um, agora brasileiro: o "votenaweb.com.br". A empresa por trás desse site é de um amigo meu, o Helder, que resolveu montar uma empresa de internet "cidadã". Ele pensou mais ou menos assim: "chega de ficar reclamando... vou fazer alguma coisa com o que eu SEI fazer" (no caso, design e sites 2.0). Vejam o site para entender. Você dá um "sim" ou um "não" para propostas de leis que estão tramitando no congresso. Acompanha quais os políticos que estão pensando no próprio umbigo... quais os que estão propondo coisas ridículas (desculpe mas eu achei ridícula a proposta de um cara lá da minha terra - sou gaúcha - a criação do "Dia Nacional do Vinho"., por exemplo). Bem, independente dos julgamentos individuais, o site o assunto na roda coloca de forma fácil e interessante, tipo, minha vó entenderia esse site e meu filho de 15 anos acharia divertido dizer sim ou não às leis.
Tem mais. Tem um site de um país da África que disponibiliza uma ferramenta para que as pessoas se envolvam em um jornalismo colaborativo. O site tem um mapa e qualquer um pode reportar, através de foto, texto ou vídeo, algum acontecimento relevante no local. Imaginemos São Paulo e essa ferramenta sendo utilizada para mostras pontos de acúmulo de lixo na cidade, por exemplo. Eu e centenas de pessoas poderiam tirar uma foto, colocar no site, e incentivar a prefeitura a se focar nos pontos mais problemáticos do lixo na rua. Ou eu poderia tirar uma foto de um traficante vendendo drogas na esquina e ajudar a polícia a localizar os principais pontos de tráfico da cidade. Transparente, participativo, poderoso, transformador. O site que eu conehço que possibilita isso é o www.ushahidi.com . Ele é uma plataforma que pode ser usada desde os detentores da ferramenta concordem. Tem, por exemplo, o http://www.cuidemoselvoto.org/ (an independent platform to help monitor the federal elections of 5 July 2009 in Mexico), ou o Atlanta Crime Map: http://crime.mapatl.com/ ou ainda o . Todos baseados na plataforma original do Ushahidi, criada para mapear e reportar incidentes de violência no Kenya. Naveguem aqui ó: http://www.ushahidi.com/work
Acredito que a transparência que esse tipo de relação trás ainda vai causar medo em muitos políticos, porque o que nunca foi transparente de repente pode ser transparente. O que a gente nunca foi atrás (a informação além do que sai na Veja) de repente chega facilmente ao nosso alcance. Pode ser um link que alguém mandou. Pode ser uma destas ferramentas que a gente fica conhecendo... começa a poder ser muitas coisas.
Mas bem, sendo um pouco cética, acho que ainda estamos longe dessa consciência para chegarmos na real ação. Também não vejo muitas pessoas dispostas a investir seu tempo desenvolvendo projetos como esse. Também somos vítimas, ainda, de uma tirania tecnológica, pois a maioria das pessoas não tem nem acesso a alguém que pode desenvolver um site, ainda mais um site com uma plataforma colaborativa e que funcione.
Lembrando ainda que a grande maioria dos internautas é passivo e não ativo (ou seja, lê, consome, mas participa pouco com seu conteúdo ou mesmo opinião mais elaborada).
O que consigo vislumbar a partir do que a internet oferece, daqui alguns anos talvez, mas não muitos, é um movimento novo, que vou chamar de "política INFORMAL". Uma política desvinculada da política "de Brasília" ou partidária que a gente aprendeu a não gostar, não participar e criticar (sem nada fazer). Abre-se a possibilidade de um, e por que não, de inúmeros novos modelos de "fazer política".
Um beijo e boa noite (ou dia),
Carla Mayumi2010/3/17 Diogo Costa <m...@diogocosta.com.br>Me ponho a pensar que a transformação será em que nível? Explico:
A Internet é essencialmente tecnologia. É também uma rede viva de pessoas interligadas e um sistema que cria sua própria política baseada em regras virtuais totalmente metamorfas. Exemplo: Twitter e Chatroulette. Duas redes sociais relativamente novas, mas com mecanismos de interação e permissividades totalmente diferentes. Podemos dizer que os dois possuem políticas muito diferentes uma da outra, e podemos alternar entre um e outro com muita facilidade (taí uma coisa nova que a internet nos trouxe. A capacidade de alternar métodos de relacionamento).
Enfim, o que quero dizer é que a rede social é somente o resultado de uma estrutura que não nasceu necessariamente de uma visão política, e sim uma visão tecnológica.
Assim, vejo iminente as novas tecnologias que vão mudar nossa visão de tudo. Hoje, temos o 3D que provavelmente resultará em imersão em realidades virtuais.
Portanto, neste estágio, acredito eu, a transformação será na "política" orgânica da forma como nos relacionamos com os outros e não necessáriamente na forma como nos relacionamos com o Estado e as Organizações.
Acho que tô viajando um pouco demais =)... Já vou linkar isso ao nosso papo de agora...
Enfim, o que transformará a política? A Internet no contexto humano, como rede de ligação e articulação, ou de fato, as inovações tecnológicas que vão mudar em essência a forma que vivemos e portanto a forma que fazemos política?
Pode parecer um exercício de futurologia, mas acho que o cyber ativismo talvez não seja somente o de estruturar as redes sociais para ser articularem de forma efetiva na transformacão política. Acho que estar a frente das promessas tecnológicas e pensar sobre as formas que ela poderá nos afetar é também um serviço ao nosso futuro.
Enfim, esta é a opnião do lado de quem cria as "estruturas" da internet de forma tecnológica. =)
Diogo
----------------------------------------------------------
www.diogocosta.com.br
twitter.com/diogocosta
webdesigner . designer de interfaces
2010/3/17 Paulo Schleder <psch...@gmail.com>Trocando o arco-e-flecha pelo laptop para combater o desmatamento.
A notícia na BBC, nos responde se a internet pode transformar a política. Sim, pode. E já está. Por sua própria essência descentralizada, desconcentradora, acessível, imediata, coletiva, rápida, múltipla, etc... Ainda + qnd somada à nova geração de ativistas que a faz ter tb consistência de conteúdo e não apenas a forma libertária.
Pequeno exemplo desta soma (forma + conteúdo) libertadora potencializando a ação política das minorias com a sabedoria de seu uso revolucionário e inovador sem no entanto 'matar', desprezar, desrespeitar suas riquezas e valores tradicionais:"Nossos arcos e flechas estão guardados em casa, cada um tem seu arco e flecha guardado em casa. Mas, ao mesmo tempo, a gente está usando notebooks", diz tirando um pequeno telefone do bolso: "iPhone..." "Hoje essas são realmente nossas ferramentas de diálogo para construir um mundo melhor."
Almir, chefe do clã Gamebey, responsável por tratar dos assuntos ligados à guerra, à diplomacia e ao meio ambiente entre os Suruí, diz que as novas "armas" não invalidam as antigas.link da reportagem da BBC: http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2010/03/100316_surui_abre_pu.shtml
"Eu acho que nossa aliança com a internet é muito importante porque facilita e possibilita que a comunicação fortaleça politicamente nosso povo", diz o líder indígena Almir Surui, de 35 anos.
abç a todosPaulo LeandroEm 16 de março de 2010 22:56, wille <will...@gmail.com> escreveu:
Minha resposta vai mais ou menos na mesma linha do pensamento de Karine. Talvez dizer que a internet possa mudar a política seja uma coisa até óbvia. Enquanto ferramenta, existe um potencial em tudo, seja na internet, no rádio, na tv... Pela arquitetura em que a internet foi desenvolvida, existe um potencial imenso de transformação, muito maior do que nos outros meios. No entanto, para esse potencial se concretizar é um longo caminho, e talvez a pergunta tenha que ser alterada para: Como a internet pode transformar a política?
hoje vi um vídeo do debate que ocorreu na campus party: "Revolução de sofá" ou evolução das mobilizações sociais? O vídeo me trouxe alguns questionamentos que acredito serão úteis no decorrer do curso. segue o link:
http://www.youtube.com/watch?v=TEOHZ8u-oHk&feature=player_embedded
até mais,
abçs,Em 16 de março de 2010 15:45, Karine Mueller <kar...@imaginariodigital.org.br> escreveu:
Olá pessoal,Me arrisco a dizer que sim. Mas vejo da seguinte forma: a internet e todas as suas ferramentas são apenas mais um meio de transformação, como poderia ser um projeto de educação popular, por exemplo. Ela por si mesma, acredito eu, é revolucionária. Acho que podemos trazer aqui uma outra questão: o uso que fazemos da internet pode transformar a política? Aí nesse contexto acho que entramos numa discussão mais profunda onde cabem exemplos de redes, listas de discussão, wikis e blogs que se manifestam nesse espaço atingindo um pequeno ou grande grupo de pessoas com interesses afins. Acho que vale também para responder essa questão a gente partir do pressuposto de "quem" ou "o quê" controla essas informações no ciberespaço. Será que somos nós (sociedade civil), governos, corporações? Quem tem mais peso nessa história?
Oi pessoal!
Eu penso que sim. E não é só pelo imediatismo das notícias,
dificultando uma edição favorável a este ou aquele político, ou a
manipulação das informações das ações políticas, porque tudo isto
acaba sempre acontecendo. Penso que o surgimento dos blogs pessoais de
gente comum mas que tem o que dizer, tem um posicionamento crítico
perante o mundo, a sociedade, que comenta e divulga os fatos, que
questiona; as comunidades na rede que tb fazem o mesmo papel...tudo
isso junto obriga uma mudança, pois tudo fica mais transparente e vou
além, dificulta o esquecimento, a memória curta dos eleitores que
tanto agrada aos políticos.
Ah pode. Tem a questão da cultura hacker que levando as pessoas a participar nas listas, comunidades, e propiciar contato com a netiqueta, pode proporcionar um ambiente educativo, transformando a postura do cidadão. Pode mexer com a motivação de publicar das suas próprias opiniões além de modificar o relacionamento com a opinião dos outros, de uma forma mais construtiva e colaborativa. A internet transformaria, ou pelo menos proporcionaria o ambiente para a transformação do fazer-político da participação na esfera pública.
Por outro lado pode transformar também empoderando grupos que não teriam outros meios para se organizar. Nesse caso a internet não atua tanto na dimensão da cultura mas em dar vazão a uma potencialidade de ação que já existia e estava latente na sociedade.
Creio que o primeiro exemplo do Benkler (caso Sinclair) mostra isso: pessoas espalhadas que teriam tido uma capacidade de influência pífia se não fosse a rede. Provavelmente teriam ficado dando "cabeçada na parede" e passando raiva. A indignação já existia (latente) mas foi a rede que permitiu que o movimento alterasse as decisões dos anunciantes (ponto central da questão).
Oi, pessoal!
Bora começar a discutir civic hacking? Segue aqui uma provocação, para ser trabalhada aqui no coletivo (e também entre os pares que quiserem se aprofundar mais no assunto).
A internet pode transformar a política?
Espero as respostas de vocês – sim, não, porque, casos, etc – pra gente seguir com o debate daqui.
Abraço,
Daniela
--
Você está recebendo esta mensagem porque se inscreveu no grupo "Civic Hacking" dos Grupos do Google.
Para cancelar a inscrição nesse grupo, envie um e-mail para civichacking...@googlegroups.com.
Para obter mais opções, visite esse grupo em http://groups.google.com/group/civichacking?hl=pt-BR.
--
Você está recebendo esta mensagem porque se inscreveu no grupo "Civic Hacking" dos Grupos do Google.
Para cancelar a inscrição nesse grupo, envie um e-mail para civichacking...@googlegroups.com.
Para obter mais opções, visite esse grupo em http://groups.google.com/group/civichacking?hl=pt-BR.