Semana 1 - A internet pode transformar a política?

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Daniela B. Silva

unread,
Mar 16, 2010, 11:40:58 AM3/16/10
to civich...@googlegroups.com
Oi, pessoal!

Bora começar a discutir civic hacking? Segue aqui uma provocação, para ser trabalhada aqui no coletivo (e também entre os pares que quiserem se aprofundar mais no assunto).

A internet pode transformar a política?

Espero as respostas de vocês – sim, não, porque, casos, etc – pra gente seguir com o debate daqui.

Abraço,

Daniela


Cal Moreira

unread,
Mar 16, 2010, 1:25:41 PM3/16/10
to civich...@googlegroups.com
Oi pessoal!
Eu penso que sim. E não é só pelo imediatismo das notícias,
dificultando uma edição favorável a este ou aquele político, ou a
manipulação das informações das ações políticas, porque tudo isto
acaba sempre acontecendo. Penso que o surgimento dos blogs pessoais de
gente comum mas que tem o que dizer, tem um posicionamento crítico
perante o mundo, a sociedade, que comenta e divulga os fatos, que
questiona; as comunidades na rede que tb fazem o mesmo papel...tudo
isso junto obriga uma mudança, pois tudo fica mais transparente e vou
além, dificulta o esquecimento, a memória curta dos eleitores que
tanto agrada aos políticos. Não sei se é uma mudança de conceitos,
ideológica ou apenas superficial e factual, não sei...mas de qquer
forma, estamos mudando nós e isso com certeza pode alterar tudo. Ufa!
falei demais, não é?
abs todo mundo
Cal

Em 16/03/10, Daniela B. Silva<daniel...@gmail.com> escreveu:

> --
> Você está recebendo esta mensagem porque se inscreveu no grupo "Civic
> Hacking" dos Grupos do Google.
> Para postar neste grupo, envie um e-mail para civich...@googlegroups.com.
> Para cancelar a inscrição nesse grupo, envie um e-mail para
> civichacking...@googlegroups.com.
> Para obter mais opções, visite esse grupo em
> http://groups.google.com/group/civichacking?hl=pt-BR.
>


--
"Procurar as próprias raízes, sem preconceitos, significa buscar os
outros que vivem dentro de nós".

Karine Mueller

unread,
Mar 16, 2010, 2:45:31 PM3/16/10
to civich...@googlegroups.com
Olá pessoal,
Me arrisco a dizer que sim. Mas vejo da seguinte forma: a internet e todas as suas ferramentas são apenas mais um meio de transformação, como poderia ser um projeto de educação popular, por exemplo. Ela por si mesma, acredito eu, é revolucionária. Acho que podemos trazer aqui uma outra questão: o uso que fazemos da internet pode transformar a política? Aí nesse contexto acho que entramos numa discussão mais profunda onde cabem exemplos de redes, listas de discussão, wikis e blogs que se manifestam nesse espaço atingindo um pequeno ou grande grupo de pessoas com interesses afins. Acho que vale também para responder essa questão a gente partir do pressuposto de "quem" ou "o quê" controla essas informações no ciberespaço. Será que somos nós (sociedade civil), governos, corporações? Quem tem mais peso nessa história? Tô prestando atenção nisso e também, assim como o meu par, Diogo Costa, tenho muito interesse em saber como a tecnologia P2P pode mudar as relações sociais e o trânsito de informações na rede. Será uma nova configuração para uma esfera realmente "pública" e de fato "interconectada"? Fico por aqui aguardando novas opiniões para novas reflexões.
abs,
--
Karine Mueller
Coordenadora de projetos
Imaginário Digital
T: + 55 21 2226 9173 | 9852 0085
www.imaginariodigital.org.br

wille

unread,
Mar 16, 2010, 9:56:00 PM3/16/10
to civich...@googlegroups.com
Minha resposta vai mais ou menos na mesma linha do pensamento de Karine. Talvez dizer que a internet possa mudar a política seja uma coisa até óbvia. Enquanto ferramenta, existe um potencial em tudo, seja na internet, no rádio, na tv... Pela arquitetura em que a internet foi desenvolvida, existe um potencial imenso de transformação, muito maior do que nos outros meios. No entanto, para esse potencial se concretizar é um longo caminho, e talvez a pergunta tenha que ser alterada para: Como a internet pode transformar a política?

hoje vi um vídeo do debate que ocorreu na campus party: "Revolução de sofá" ou evolução das mobilizações sociais? O vídeo me trouxe alguns questionamentos que acredito serão úteis no decorrer do curso. segue o link:
http://www.youtube.com/watch?v=TEOHZ8u-oHk&feature=player_embedded

até mais,
abçs,
--
Wille
http://wille.blog.br

Paulo Schleder

unread,
Mar 17, 2010, 12:09:49 AM3/17/10
to civich...@googlegroups.com
Trocando o arco-e-flecha pelo laptop para combater o desmatamento.

A notícia na BBC, nos responde se a internet pode transformar a política. Sim, pode. E já está. Por sua própria essência descentralizada, desconcentradora, acessível, imediata, coletiva, rápida, múltipla, etc... Ainda + qnd somada à nova geração de ativistas que a faz ter tb consistência de conteúdo e não apenas a forma libertária.

Pequeno exemplo desta soma (forma + conteúdo) libertadora potencializando a ação política das minorias com a sabedoria de seu uso revolucionário e inovador sem no entanto 'matar', desprezar, desrespeitar suas riquezas e valores tradicionais:

"Nossos arcos e flechas estão guardados em casa, cada um tem seu arco e flecha guardado em casa. Mas, ao mesmo tempo, a gente está usando notebooks", diz tirando um pequeno telefone do bolso: "iPhone..." "Hoje essas são realmente nossas ferramentas de diálogo para construir um mundo melhor."
 

Almir, chefe do clã Gamebey, responsável por tratar dos assuntos ligados à guerra, à diplomacia e ao meio ambiente entre os Suruí, diz que as novas "armas" não invalidam as antigas.

link da reportagem da BBC: http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2010/03/100316_surui_abre_pu.shtml

abç a todos
Paulo Leandro

Diogo Costa

unread,
Mar 17, 2010, 1:27:34 AM3/17/10
to civich...@googlegroups.com
Me ponho a pensar que a transformação será em que nível? Explico:

A Internet é essencialmente tecnologia. É também uma rede viva de pessoas interligadas e um sistema que cria sua própria política baseada em regras virtuais totalmente metamorfas. Exemplo: Twitter e Chatroulette. Duas redes sociais relativamente novas, mas com mecanismos de interação e permissividades totalmente diferentes. Podemos dizer que os dois possuem políticas muito diferentes uma da outra, e podemos alternar entre um e outro com muita facilidade (taí uma coisa nova que a internet nos trouxe. A capacidade de alternar métodos de relacionamento).

Enfim, o que quero dizer é que a rede social é somente o resultado de uma estrutura que não nasceu necessariamente de uma visão política, e sim uma visão tecnológica.

Assim, vejo iminente as novas tecnologias que vão mudar nossa visão de tudo. Hoje, temos o 3D que provavelmente resultará em imersão em realidades virtuais.

Portanto, neste estágio, acredito eu, a transformação será na  "política" orgânica da forma como nos relacionamos com os outros e não necessáriamente na forma como nos relacionamos com o Estado e as Organizações.

Acho que tô viajando um pouco demais =)... Já vou linkar isso ao nosso papo de agora...

Enfim, o que transformará a política? A Internet no contexto humano, como rede de ligação e articulação, ou de fato, as inovações tecnológicas que vão mudar em essência a forma que vivemos e portanto a forma que fazemos política?

Pode parecer um exercício de futurologia, mas acho que o cyber ativismo talvez não seja somente o de estruturar as redes sociais para ser articularem de forma efetiva na transformacão política. Acho que estar a frente das promessas tecnológicas e pensar sobre as formas que ela poderá nos afetar é também um serviço ao nosso futuro.

Enfim, esta é a opnião do lado de quem cria as "estruturas" da internet de forma tecnológica. =)

Diogo
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www.diogocosta.com.br
twitter.com/diogocosta
webdesigner . designer de interfaces


2010/3/17 Paulo Schleder <psch...@gmail.com>

Carla Mayumi

unread,
Mar 17, 2010, 10:11:29 PM3/17/10
to civich...@googlegroups.com
Bom, seguindo a linha de pensamento, aí vai o que eu penso. Vou tentar ilustrar com alguns sites que conheço.

Como a maioria já falou, a minha opinião também é que a internet muda de maneira TRANSFORMADORA a forma como as pessoas passam a se relacionar com a política. Humildemente acho que ainda estamos (principalmente aqui no Brasil) em um estágio mais inicial dessa transformação. Ainda não temos total consciência do poder transformador que a internet nos dá. Digo que estamos num estágio inicial porque ainda nem nos familiarizamos 100% com as ferramentas da internet... não dominamos o uso desse universo digital (diferente dos EUA que já está um pouco mais à frente).

Bem, depois que dominarmos estas ferramentas e essa nova forma de nos relacionarmos uns com os outros, nós mesmos com a informação, e finalmente nós com as organizações, aí sim a internet vai nos ajudar a transformar a política. Primeiro temos que tomar essa CONSCIÊNCIA. E vejo que só através de coisas concretas a gente vai entender alguns dos novos papéis que a internet está tomando. Só com teoria e sem prática nada vai mudar. Centenas de estudos acadêmicos transformam menos que uma ideia bem colocada no mundo.

Vou usar como exemplo um caso que acabei de conhecer num evento do qual participei sobre internet. O tema dessa parte era "A cidade como plataforma (leia-se "de mudança através da internet").

Um case interessante: uma plataforma online de uma cidadezinha americana chamada Manor. Confiram aí: http://manorlabs.org/    O que os caras estão fazendo: criaram uma plataforma COLABORATIVA pra identificar problemas nessa cidade. Não nasce para ser uma ferramenta política, mas é uma super ferramenta de fazer política de forma aberta, colaborativa e transparente. A população participa. Os políticos vêem e agem da forma como quiserem, sem nenhum comprometimento político direto e aberto com o que é sugerido ali. Mas é um super primeiro passo, não?

Esse outro caso que vi no mesmo painel do evento vai na mesma linha. Segundo o cara que palestrou, muitas coisas importantes estão acontecendo por causa da ferramenta. Site: http://seeclickfix.com/citizens    Vale a pena dar uma boa navegada. O slogan do site é "power to the community", referindo-se a uma comunidade física e local mesmo (um bairro ou uma cidade).

Gosto de pensar através de exemplos e ideias colocadas em prática, aí vai mais um, agora brasileiro: o "votenaweb.com.br". A empresa por trás desse site é de um amigo meu, o Helder, que resolveu montar uma empresa de internet "cidadã". Ele pensou mais ou menos assim: "chega de ficar reclamando... vou fazer alguma coisa com o que eu SEI fazer" (no caso, design e sites 2.0). Vejam o site para entender. Você dá um "sim" ou um "não" para propostas de leis que estão tramitando no congresso. Acompanha quais os políticos que estão pensando no próprio umbigo... quais os que estão propondo coisas ridículas (desculpe mas eu achei ridícula a proposta de um cara lá da minha terra - sou gaúcha - a criação do "Dia Nacional do Vinho"., por exemplo). Bem, independente dos julgamentos individuais, o site o assunto na roda coloca de forma fácil e interessante, tipo, minha vó entenderia esse site e meu filho de 15 anos acharia divertido dizer sim ou não às leis.

Tem mais. Tem um site de um país da África que disponibiliza uma ferramenta para que as pessoas se envolvam em um jornalismo colaborativo. O site tem um mapa e qualquer um pode reportar, através de foto, texto ou vídeo, algum acontecimento relevante no local. Imaginemos São Paulo e essa ferramenta sendo utilizada para mostras pontos de acúmulo de lixo na cidade, por exemplo. Eu e centenas de pessoas poderiam tirar uma foto, colocar no site, e incentivar a prefeitura a se focar nos pontos mais problemáticos do lixo na rua. Ou eu poderia tirar uma foto de um traficante vendendo drogas na esquina e ajudar a polícia a localizar os principais pontos de tráfico da cidade. Transparente, participativo, poderoso, transformador. O site que eu conehço que possibilita isso é o www.ushahidi.com . Ele é uma plataforma que pode ser usada desde os detentores da ferramenta concordem. Tem, por exemplo, o http://www.cuidemoselvoto.org/  (an independent platform to help monitor the federal elections of 5 July 2009 in Mexico), ou o Atlanta Crime Map: http://crime.mapatl.com/ ou ainda o . Todos baseados na plataforma original do Ushahidi, criada para mapear e reportar incidentes de violência no Kenya. Naveguem aqui ó: http://www.ushahidi.com/work

Acredito que a transparência que esse tipo de relação trás ainda vai causar medo em muitos políticos, porque o que nunca foi transparente de repente pode ser transparente. O que a gente nunca foi atrás (a informação além do que sai na Veja) de repente chega facilmente ao nosso alcance. Pode ser um link que alguém mandou. Pode ser uma destas ferramentas que a gente fica conhecendo... começa a poder ser muitas coisas.

Mas bem, sendo um pouco cética, acho que ainda estamos longe dessa consciência para chegarmos na real ação. Também não vejo muitas pessoas dispostas a investir seu tempo desenvolvendo projetos como esse. Também somos vítimas, ainda, de uma tirania tecnológica, pois a maioria das pessoas não tem nem acesso a alguém que pode desenvolver um site, ainda mais um site com uma plataforma colaborativa e que funcione.

Lembrando ainda que a grande maioria dos internautas é passivo e não ativo (ou seja, lê, consome, mas participa pouco com seu conteúdo ou mesmo opinião mais elaborada).

O que consigo vislumbar a partir do que a internet oferece, daqui alguns anos talvez, mas não muitos, é um movimento novo, que vou chamar de "política INFORMAL". Uma política desvinculada da política "de Brasília" ou partidária que a gente aprendeu a não gostar, não participar e criticar (sem nada fazer). Abre-se a possibilidade de um, e por que não, de inúmeros novos modelos de "fazer política".

Um beijo e boa noite (ou dia),
 
Carla Mayumi


2010/3/17 Diogo Costa <m...@diogocosta.com.br>

Ricardo Poppi

unread,
Mar 18, 2010, 7:27:11 PM3/18/10
to civich...@googlegroups.com
Ah pode. Tem a quest�o da cultura hacker que levando as pessoas a participar nas listas, comunidades, e propiciar contato com a netiqueta, pode proporcionar um ambiente educativo, transformando a postura do cidad�o. Pode mexer com a motiva��o de publicar das suas pr�prias opini�es al�m de modificar o relacionamento com a opini�o dos outros, de uma forma mais construtiva e colaborativa. A internet transformaria, ou pelo menos proporcionaria o ambiente para a transforma��o do fazer-pol�tico da participa��o na esfera p�blica.

Por outro lado pode transformar tamb�m empoderando grupos que n�o teriam outros meios para se organizar. Nesse caso a internet n�o atua tanto na dimens�o da cultura mas em dar vaz�o a uma potencialidade de a��o que� j� existia e estava latente na sociedade. Creio que o primeiro exemplo do Benkler (caso Sinclair) mostra isso: pessoas espalhadas que teriam tido uma capacidade de influ�ncia� p�fia se n�o fosse a rede. Provavelmente teriam ficado dando "cabe�ada na parede" e passando raiva. A indigna��o j� existia (latente) mas foi a rede que permitiu que o movimento alterasse as decis�es dos anunciantes (ponto central da quest�o).

Abcs a todos!

Ricardo.
http://www.google.com/profiles/ricabras


Daniela B. Silva escreveu:
Oi, pessoal!

Bora come�ar a discutir civic hacking? Segue aqui uma provoca��o, para ser trabalhada aqui no coletivo (e tamb�m entre os pares que quiserem se aprofundar mais no assunto).

A internet pode transformar a pol�tica?

Espero as respostas de voc�s � sim, n�o, porque, casos, etc � pra gente seguir com o debate daqui.

Abra�o,

Daniela


--
Voc� est� recebendo esta mensagem porque se inscreveu no grupo "Civic Hacking" dos Grupos do Google.

Para postar neste grupo, envie um e-mail para civich...@googlegroups.com.
Para cancelar a inscri��o nesse grupo, envie um e-mail para civichacking...@googlegroups.com.
Para obter mais op��es, visite esse grupo em http://groups.google.com/group/civichacking?hl=pt-BR.

Daniela B. Silva

unread,
Mar 19, 2010, 9:40:01 AM3/19/10
to civich...@googlegroups.com
Oi, pessoal!

Fiz uns comentários na discussão – estão espalhados no texto abaixo.

Abraço,

Dani

2010/3/17 Carla Mayumi <cmay...@gmail.com>

Bom, seguindo a linha de pensamento, aí vai o que eu penso. Vou tentar ilustrar com alguns sites que conheço.

Como a maioria já falou, a minha opinião também é que a internet muda de maneira TRANSFORMADORA a forma como as pessoas passam a se relacionar com a política. Humildemente acho que ainda estamos (principalmente aqui no Brasil) em um estágio mais inicial dessa transformação. Ainda não temos total consciência do poder transformador que a internet nos dá. Digo que estamos num estágio inicial porque ainda nem nos familiarizamos 100% com as ferramentas da internet... não dominamos o uso desse universo digital (diferente dos EUA que já está um pouco mais à frente). 
 

Bem, depois que dominarmos estas ferramentas e essa nova forma de nos relacionarmos uns com os outros, nós mesmos com a informação, e finalmente nós com as organizações, aí sim a internet vai nos ajudar a transformar a política. Primeiro temos que tomar essa CONSCIÊNCIA. E vejo que só através de coisas concretas a gente vai entender alguns dos novos papéis que a internet está tomando. Só com teoria e sem prática nada vai mudar. Centenas de estudos acadêmicos transformam menos que uma ideia bem colocada no mundo.

Vou usar como exemplo um caso que acabei de conhecer num evento do qual participei sobre internet. O tema dessa parte era "A cidade como plataforma (leia-se "de mudança através da internet").

Um case interessante: uma plataforma online de uma cidadezinha americana chamada Manor. Confiram aí: http://manorlabs.org/    O que os caras estão fazendo: criaram uma plataforma COLABORATIVA pra identificar problemas nessa cidade. Não nasce para ser uma ferramenta política, mas é uma super ferramenta de fazer política de forma aberta, colaborativa e transparente. A população participa. Os políticos vêem e agem da forma como quiserem, sem nenhum comprometimento político direto e aberto com o que é sugerido ali. Mas é um super primeiro passo, não?

Esse outro caso que vi no mesmo painel do evento vai na mesma linha. Segundo o cara que palestrou, muitas coisas importantes estão acontecendo por causa da ferramenta. Site: http://seeclickfix.com/citizens    Vale a pena dar uma boa navegada. O slogan do site é "power to the community", referindo-se a uma comunidade física e local mesmo (um bairro ou uma cidade).

Gosto de pensar através de exemplos e ideias colocadas em prática, aí vai mais um, agora brasileiro: o "votenaweb.com.br". A empresa por trás desse site é de um amigo meu, o Helder, que resolveu montar uma empresa de internet "cidadã". Ele pensou mais ou menos assim: "chega de ficar reclamando... vou fazer alguma coisa com o que eu SEI fazer" (no caso, design e sites 2.0). Vejam o site para entender. Você dá um "sim" ou um "não" para propostas de leis que estão tramitando no congresso. Acompanha quais os políticos que estão pensando no próprio umbigo... quais os que estão propondo coisas ridículas (desculpe mas eu achei ridícula a proposta de um cara lá da minha terra - sou gaúcha - a criação do "Dia Nacional do Vinho"., por exemplo). Bem, independente dos julgamentos individuais, o site o assunto na roda coloca de forma fácil e interessante, tipo, minha vó entenderia esse site e meu filho de 15 anos acharia divertido dizer sim ou não às leis.
Tem mais. Tem um site de um país da África que disponibiliza uma ferramenta para que as pessoas se envolvam em um jornalismo colaborativo. O site tem um mapa e qualquer um pode reportar, através de foto, texto ou vídeo, algum acontecimento relevante no local. Imaginemos São Paulo e essa ferramenta sendo utilizada para mostras pontos de acúmulo de lixo na cidade, por exemplo. Eu e centenas de pessoas poderiam tirar uma foto, colocar no site, e incentivar a prefeitura a se focar nos pontos mais problemáticos do lixo na rua. Ou eu poderia tirar uma foto de um traficante vendendo drogas na esquina e ajudar a polícia a localizar os principais pontos de tráfico da cidade. Transparente, participativo, poderoso, transformador. O site que eu conehço que possibilita isso é o www.ushahidi.com . Ele é uma plataforma que pode ser usada desde os detentores da ferramenta concordem. Tem, por exemplo, o http://www.cuidemoselvoto.org/  (an independent platform to help monitor the federal elections of 5 July 2009 in Mexico), ou o Atlanta Crime Map: http://crime.mapatl.com/ ou ainda o . Todos baseados na plataforma original do Ushahidi, criada para mapear e reportar incidentes de violência no Kenya. Naveguem aqui ó: http://www.ushahidi.com/work

Carla, aqui tem exemplos sensacionais de coisas que podemos discutir embaixo desse guarda-chuva do civic hacking (que a gente ainda está descobrindo o que é). 

Um proposta: a gente podia começar a montar um documento colaborativo, uma lista, uma página wiki com esses exemplos de sites que vão aparecendo na nossa discussão. Podemos depois subir isso como produção do curso no site da P2PUniversity, pra que fique acessível pra outras pessoas.


Acredito que a transparência que esse tipo de relação trás ainda vai causar medo em muitos políticos, porque o que nunca foi transparente de repente pode ser transparente. O que a gente nunca foi atrás (a informação além do que sai na Veja) de repente chega facilmente ao nosso alcance. Pode ser um link que alguém mandou. Pode ser uma destas ferramentas que a gente fica conhecendo... começa a poder ser muitas coisas.

Mas bem, sendo um pouco cética, acho que ainda estamos longe dessa consciência para chegarmos na real ação. Também não vejo muitas pessoas dispostas a investir seu tempo desenvolvendo projetos como esse. Também somos vítimas, ainda, de uma tirania tecnológica, pois a maioria das pessoas não tem nem acesso a alguém que pode desenvolver um site, ainda mais um site com uma plataforma colaborativa e que funcione.

Lembrando ainda que a grande maioria dos internautas é passivo e não ativo (ou seja, lê, consome, mas participa pouco com seu conteúdo ou mesmo opinião mais elaborada).

O que consigo vislumbar a partir do que a internet oferece, daqui alguns anos talvez, mas não muitos, é um movimento novo, que vou chamar de "política INFORMAL". Uma política desvinculada da política "de Brasília" ou partidária que a gente aprendeu a não gostar, não participar e criticar (sem nada fazer). Abre-se a possibilidade de um, e por que não, de inúmeros novos modelos de "fazer política".

Um beijo e boa noite (ou dia),
 
Carla Mayumi


2010/3/17 Diogo Costa <m...@diogocosta.com.br>

Me ponho a pensar que a transformação será em que nível? Explico:

A Internet é essencialmente tecnologia. É também uma rede viva de pessoas interligadas e um sistema que cria sua própria política baseada em regras virtuais totalmente metamorfas. Exemplo: Twitter e Chatroulette. Duas redes sociais relativamente novas, mas com mecanismos de interação e permissividades totalmente diferentes. Podemos dizer que os dois possuem políticas muito diferentes uma da outra, e podemos alternar entre um e outro com muita facilidade (taí uma coisa nova que a internet nos trouxe. A capacidade de alternar métodos de relacionamento).

Enfim, o que quero dizer é que a rede social é somente o resultado de uma estrutura que não nasceu necessariamente de uma visão política, e sim uma visão tecnológica.

Aqui eu acho que só nesse ponto eu discordo um pouco de você, Diogo. O que possibilitou que Twitter e Chatroulette existissem, e que nós pudéssemos fazer parte deles, é o fato de que a rede é baseada em alguns protocolos. Ninguém precisou "pedir permissão pro dono da Internet" pra criar o Twitter – bastou construi-lo de acordo com os protocolos da internet. 
Hoje esses protocolos refletem valores de abertura, liberdade e inovação. E esses valores são fruto de uma visão que não é apenas tecnológica, mas sim política. Que hoje reflete esses valores, mas amanhã pode refletir outros.
 


Assim, vejo iminente as novas tecnologias que vão mudar nossa visão de tudo. Hoje, temos o 3D que provavelmente resultará em imersão em realidades virtuais.

Portanto, neste estágio, acredito eu, a transformação será na  "política" orgânica da forma como nos relacionamos com os outros e não necessáriamente na forma como nos relacionamos com o Estado e as Organizações. 


Acho que tô viajando um pouco demais =)... Já vou linkar isso ao nosso papo de agora...

Tá viajando nada! Concordo totalmente que, a política de que estamos falando aqui, é aquela que se dá nas relações de poder entre as pessoas, principalmente quando essas relações estão ligadas a interesses coletivos. Não precisamos mesmo estar necessariamente falando de governo e administração pública.
 
 

Enfim, o que transformará a política? A Internet no contexto humano, como rede de ligação e articulação, ou de fato, as inovações tecnológicas que vão mudar em essência a forma que vivemos e portanto a forma que fazemos política?

Pode parecer um exercício de futurologia, mas acho que o cyber ativismo talvez não seja somente o de estruturar as redes sociais para ser articularem de forma efetiva na transformacão política. Acho que estar a frente das promessas tecnológicas e pensar sobre as formas que ela poderá nos afetar é também um serviço ao nosso futuro.

\o/ apoiado!
 


Enfim, esta é a opnião do lado de quem cria as "estruturas" da internet de forma tecnológica. =)

Diogo
----------------------------------------------------------
www.diogocosta.com.br
twitter.com/diogocosta
webdesigner . designer de interfaces


2010/3/17 Paulo Schleder <psch...@gmail.com>

Trocando o arco-e-flecha pelo laptop para combater o desmatamento.

A notícia na BBC, nos responde se a internet pode transformar a política. Sim, pode. E já está. Por sua própria essência descentralizada, desconcentradora, acessível, imediata, coletiva, rápida, múltipla, etc... Ainda + qnd somada à nova geração de ativistas que a faz ter tb consistência de conteúdo e não apenas a forma libertária.

Pequeno exemplo desta soma (forma + conteúdo) libertadora potencializando a ação política das minorias com a sabedoria de seu uso revolucionário e inovador sem no entanto 'matar', desprezar, desrespeitar suas riquezas e valores tradicionais:

"Nossos arcos e flechas estão guardados em casa, cada um tem seu arco e flecha guardado em casa. Mas, ao mesmo tempo, a gente está usando notebooks", diz tirando um pequeno telefone do bolso: "iPhone..." "Hoje essas são realmente nossas ferramentas de diálogo para construir um mundo melhor."
 

Almir, chefe do clã Gamebey, responsável por tratar dos assuntos ligados à guerra, à diplomacia e ao meio ambiente entre os Suruí, diz que as novas "armas" não invalidam as antigas.


Sensacional esse exemplo, Paulo. Achei fantástica a forma que o chefe Suruí identifica esse novo poder de comunicação – associando, diretamente, com uma forma de poder político:

"Eu acho que nossa aliança com a internet é muito importante porque facilita e possibilita que a comunicação fortaleça politicamente nosso povo", diz o líder indígena Almir Surui, de 35 anos.

É um exemplo de que uma comunidade, um grupo de pessoas ou um indivíduo pode de fato se reconhecer como mais influente na esfera pública, quando tem a possibilidade de fazer parte do discurso ativamente.

E o exemplo ainda levanta algumas outras boas questões pra gente pensar junto:

- o fato dessa comunidade ter identifcado o Google – e não o poder público, não uma empresa de mídia tradicional – como articulador possível para se fortalecer comunicativa e não politicamente

- a possível emergência das comunidades tradicionais (bem como outras comunidades que, no contexto da mídia tradicional ficam na "periferia" do contexto comunicacional) na rede. Eu acredito que a presença dessas comunidades na rede pode fortalecer a cultura tradicional e local.

O que vocês pensam sobre isso?



abç a todos
Paulo Leandro


Em 16 de março de 2010 22:56, wille <will...@gmail.com> escreveu:

Minha resposta vai mais ou menos na mesma linha do pensamento de Karine. Talvez dizer que a internet possa mudar a política seja uma coisa até óbvia. Enquanto ferramenta, existe um potencial em tudo, seja na internet, no rádio, na tv... Pela arquitetura em que a internet foi desenvolvida, existe um potencial imenso de transformação, muito maior do que nos outros meios. No entanto, para esse potencial se concretizar é um longo caminho, e talvez a pergunta tenha que ser alterada para: Como a internet pode transformar a política?

hoje vi um vídeo do debate que ocorreu na campus party: "Revolução de sofá" ou evolução das mobilizações sociais? O vídeo me trouxe alguns questionamentos que acredito serão úteis no decorrer do curso. segue o link:
http://www.youtube.com/watch?v=TEOHZ8u-oHk&feature=player_embedded

até mais,
abçs,

Em 16 de março de 2010 15:45, Karine Mueller <kar...@imaginariodigital.org.br> escreveu:

Olá pessoal,
Me arrisco a dizer que sim. Mas vejo da seguinte forma: a internet e todas as suas ferramentas são apenas mais um meio de transformação, como poderia ser um projeto de educação popular, por exemplo. Ela por si mesma, acredito eu, é revolucionária. Acho que podemos trazer aqui uma outra questão: o uso que fazemos da internet pode transformar a política? Aí nesse contexto acho que entramos numa discussão mais profunda onde cabem exemplos de redes, listas de discussão, wikis e blogs que se manifestam nesse espaço atingindo um pequeno ou grande grupo de pessoas com interesses afins. Acho que vale também para responder essa questão a gente partir do pressuposto de "quem" ou "o quê" controla essas informações no ciberespaço. Será que somos nós (sociedade civil), governos, corporações? Quem tem mais peso nessa história?

Karine, acho que você abordou um ponto muito importante pra pensar as possibilidades transformadoras na rede, que é a necessidade de que ela se mantenha neutra. Quem controla as tecnologias da rede não pode controlar as políticas da rede, e essas políticas precisam refletir o interesse público – e não o interesse dos governos ou das grandes corporações.

Tem um pouco mais sobre a ideia de neutralidade da rede aqui, para quem ainda não conhece o tema:

Daniela B. Silva

unread,
Mar 19, 2010, 9:52:13 AM3/19/10
to civich...@googlegroups.com


2010/3/16 Cal Moreira <calm...@gmail.com>

Oi pessoal!
Eu penso que sim. E não é só pelo imediatismo das notícias,
dificultando uma edição favorável a este ou aquele político, ou a
manipulação das informações das ações políticas, porque tudo isto
acaba sempre acontecendo. Penso que o surgimento dos blogs pessoais de
gente comum mas que tem o que dizer, tem um posicionamento crítico
perante o mundo, a sociedade, que comenta e divulga os fatos, que
questiona; as comunidades na rede que tb fazem o mesmo papel...tudo
isso junto obriga uma mudança, pois tudo fica mais transparente e vou
além, dificulta o esquecimento, a memória curta dos eleitores que
tanto agrada aos políticos.

Cal, também acho que a entrada de mais pessoas no discurso público – pessoas que não são apenas ouvintes, mas potenciais "falantes" nesse discurso – é muito transformadora para a política. Acho que a queda dos custos pra se comunicar publicamente (que se ainda não é completa e universal, já é brutal em relação aos valores praticados num contexto da mídia tradicional) é transformadora em todos os sentidos, mesmo que não estejamos falando especificamente sobre intervenções políticas aqui. Saber que, fazendo parte da rede, você pode levar suas opiniões e seus interesses a público quando quiser, é uma coisa que muda nosso lugar no mundo.

Daniela B. Silva

unread,
Mar 19, 2010, 9:59:29 AM3/19/10
to civich...@googlegroups.com


2010/3/18 Ricardo Poppi <rica...@gmail.com>
Ah pode. Tem a questão da cultura hacker que levando as pessoas a participar nas listas, comunidades, e propiciar contato com a netiqueta, pode proporcionar um ambiente educativo, transformando a postura do cidadão. Pode mexer com a motivação de publicar das suas próprias opiniões além de modificar o relacionamento com a opinião dos outros, de uma forma mais construtiva e colaborativa. A internet transformaria, ou pelo menos proporcionaria o ambiente para a transformação do fazer-político da participação na esfera pública.

Por outro lado pode transformar também empoderando grupos que não teriam outros meios para se organizar. Nesse caso a internet não atua tanto na dimensão da cultura mas em dar vazão a uma potencialidade de ação que  já existia e estava latente na sociedade.
Creio que o primeiro exemplo do Benkler (caso Sinclair) mostra isso: pessoas espalhadas que teriam tido uma capacidade de influência  pífia se não fosse a rede. Provavelmente teriam ficado dando "cabeçada na parede" e passando raiva. A indignação já existia (latente) mas foi a rede que permitiu que o movimento alterasse as decisões dos anunciantes (ponto central da questão). 

Muito legal, Poppi. Uma coisa que seria interessante pra gente produzir também: tentar procurar casos parecidos com esses descritos pelo Benkler – o caso Sinclair e o Blackbox Voting – e trazer pra discussão. Tem um momento no curso que nós vamos falar da mobilização contra a Lei Azeredo na internet, por exemplo. Mas se houver outros casos assim no Brasil, seria ótimo que a gente pudesse levantar e discutir.


Abcs a todos!

Ricardo.
http://www.google.com/profiles/ricabras


Daniela B. Silva escreveu:
Oi, pessoal!

Bora começar a discutir civic hacking? Segue aqui uma provocação, para ser trabalhada aqui no coletivo (e também entre os pares que quiserem se aprofundar mais no assunto).

A internet pode transformar a política?

Espero as respostas de vocês – sim, não, porque, casos, etc – pra gente seguir com o debate daqui.

Abraço,

Daniela


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Gabriela Agustini

unread,
Mar 19, 2010, 11:23:44 AM3/19/10
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Concordo bastante com o Poppi (já que a Dani o chamou assim, vou usar também), no que diz respeito à tranformação do fazer político possibilitado pela rede. Por meio dela, a sociedade pode atuar mais diretamente, o que cria novas formas de representação. Um exemplo atual brasileiro de como a internet permite novas formas de construção política é a rede do Fórum da Cultura Digital Brasileira (www.culturadigital.br)

Venda de peixe à parte, o projeto se propõe a ser uma rede social de discussão e contrução colaborativa de política pública pela rede. Um exemplo bem sucedido de como isso vem funcionando é o processo de construção do marco civil da internet, proposto pelo Ministério da Justiça. A equipe lançou na rede um texto inicial, do que seria esse projeto de lei regulamentando a rede no Brasil, e abriu para consulta pública pela plataforma. Foi o primeiro processo de consulta pública colaborativa online feito no país. O resultado foi uma alteração bastante grande do texto inicial, o que comprova a eficácia da abertura para os cidadãos. A interação pelo blog (www.culturadigital.br/marcocivil) aberta à participação de qualquer cidadão é um modelo a ser pensado nesse novo contexto que vivemos.

Essa junção de pessoas pelas áreas de interesse, por afinidades, me faz pensar se essa forma de representação política baseada em territórios, localizações geográficas vai fazer sentido ainda por muito tempo... Acho que sai um pouco do tema, mas, enfim, é um desdobramento a se pensar.

Voltando à pergunta proposta pela Dani, acredito que a internet sim transforma e não apenas a política como toda a forma de comunicação e participação dos cidadãos. Cabe a nós, agora, pensarmos em formas bacanas de apropriação dessas tecnologias para de fato pensar em ações que transformem e criem realidades.

Desculpem se ficou meio desconexo, mas estou meio correndo aqui :-)

Ah, sim, e seria legal se todo mundo se apresentasse. Fiquei curiosa para saber quem é quem, faz o que, mora onde. Pode ser enriquecedor para o debate e para pensar em ações conjuntas. Começando a roda de apresentações srrsrsrs, eu sou jornalista, trabalho na Casa da Cultura Digital em São Paulo, faço a gestão da rede do fórum (citada acima) e estou envolvida em outras ações relacionadas e novas tecnologias e transformações políticas/sociais.

Um beijo a todos e bom fim de semana,

Gabriela

2010/3/19 Daniela B. Silva <daniel...@gmail.com>

Carla Mayumi

unread,
Mar 19, 2010, 10:19:08 PM3/19/10
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Daniela,

Vamos colocar os links num docs com certeza! Tu montas o documento e convida todo mundo?

Beijo,
Carla


2010/3/19 Daniela B. Silva <daniel...@gmail.com>

Leonardo Foletto

unread,
Mar 21, 2010, 4:17:29 PM3/21/10
to civich...@googlegroups.com

Hola pessoal,

Tendo a concordar com a maioria do pessoal que aqui escreveu. A internet muda, e muito, a dita esfera pública, assim como a relação das pessoas com a política, e isso é até um certo consenso. Mas, como andava conversando com minha dupla essa semana (Wille), acho que uma questão importantíssima para a discussão é o fato do quão "real" é essa mudança em face das possibilidades que ela permite. Penso que, por hora, as possibilidades de ação são muito - mas muito mesmo - maiores que as ações práticas realizadas até hoje, o que por um lado me deixa otimista, por saber que há um enorme terreno para se avançar no uso da internet para a cidadania, e, de outro lado, fico meio cético em crer que esse potencial todo possa ser desperdiçado pelo próprio desinteresse das pessoas em querer tomar parte mais ativa na política - porque, afinal de contas, a internet é uma rede de pessoas, e pessoas não se modificam tão rapidamente quanto a tecnologia (ou será que sim?).
Em alguns momentos, tendo a achar que muitas movimentações, ações, práticas,etc, nascem e morrem no online, sem nunca ter realmente pisado no offline - ou, ainda, fantasiando uma representação offline que nunca existiu. Mas enfim, a internet comercial é coisa de nem 20 anos pra cá, e o uso massivo da rede no Brasil menos ainda. Tem coisas que não acompanham a rapidez da tecnologia, e ainda estamos recém buscando entender (e ao mesmo tempo participar) o impacto da internet em nossas vidas. Seguimos adianta pra ver no que vai dar tudo isso!

abraço a todos,

Leonardo Foletto
Jornalista, Mestre em Jornalismo pela UFSC
http://baixacultura.org

P.s: Daniela, valeu pelo convite do Mozilla Drumbeat, já me inscrevi e estarei lá.

2010/3/19 Carla Mayumi <cmay...@gmail.com>
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