Bonner rebate crítica sobre caso "Homer

[Carine Roos]

Bonner rebate crítica sobre caso "Homer"

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da Folha Online

O jornalista William Bonner, 42, apresentador do Jornal Nacional (Rede Globo), rebateu hoje as críticas sobre sua comparação de que o telespectador médio do principal telejornal do país lembra Homer Simpson, pai folgado e bonachão de "Os Simpsons", desenho animado exibido nos EUA desde 1989.

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Bart é um projeto de Homer mais evoluído

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Bonner compara telespectador médio com Homer Simpson

"Jamais tive informação de que alguém guardasse imagem tão preconceituosa, tão negativa do personagem", disse o apresentador, em nota divulgada hoje.

A comparação foi ouvida por nove professores universitários no último dia 23, no Rio, em visita aos estúdios da Globo. O telespectador do jornal é como Homer, segundo Bonner, porque teria dificuldade de "entender notícias complexas e pouca familiaridade com siglas como BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social)", segundo relato do professor da USP (Universidade de São Paulo) Laurindo Lalo Leal Filho, que presenciou o encontro, em artigo na revista "Carta Capital" desta semana.

Na nota divulgada hoje, Bonner afirmou que usou o exemplo do personagem Homer, pois ele representa um pai de família, um trabalhador conservador, sem curso superior, que após uma jornada de trabalho, quer ter acesso às notícias mais relevantes do dia de forma clara e objetiva. Segundo o jornalista, em nenhum momento, ele pensou no personagem de maneira preconceituosa.

Editor do principal telejornal da Globo, Bonner apresenta o programa ao lado de sua mulher, Fátima Bernades. Em 1997, o nascimento dos trigêmeos do casal atraiu a atenção da mídia. Até o o "Casseta & Planeta", humorístico da emissora, fez graça com o caso, mostrando o "Jornal Maternal", no qual os âncoras eram sósias de Bonner e Fátima Bernardes e mais três bebês. Neste ano, surgiram boatos de que a Record teria interesse em contratar o casal --Bonner riu da história.

"Viado"

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Família Simpson faz sátira da família norte-americana

Não é a primeira vez que a Globo se envolve em polêmica por causa da língua de seus apresentadores. Em maio de 1998, durante a exibição de uma reportagem sobre o Ballet Kirov, no programa "Fantástico", a emissora transmitiu uma voz em "off" (ao fundo) que fazia o seguinte comentário: "Isso é coisa de viado". A voz foi atribuída ao apresentador Pedro Bial, que não sabia que estava no ar.

As aventuras de Homer, sua esposa, Marge, seu filho mais velho, Bart, sua filha Lisa e a pequena Maggie estão na 16ª temporada --o contrato assinado com a Fox prevê produzir até a 19ª. Em 2002, a série, criada por Matt Groening e vista em mais de cem países, satirizou o Brasil, mostrando o Rio com macacos e ratos nas ruas e com uma população sexualmente agressiva.

[Daniel Duende Carvalho]

Hummm.... continua não pegando bem. Se bem que, vamos e venhamos, o espectador médio do Jornal Nacional não é mesmo muito brilhante. É a consequência natural de 30 anos de exposição so "Brasileiro Médio" a uma televisão e a jornais que são, na melhor das hipóteses, estúpidos.

Telejornais são nivelados por baixo. Devem falar aquilo que até o espectador mais estúpido é capaz de entender. Se este estu... ops... espectador não entende as siglas da moda, talvez seja pq haja siglas demais. Se o telejornal da Globo for inteligente, é possível que o nosso querido Homer mude de canal. Sempre é possível encontrar estupidez em níveis satisfatórios em outros canais...

O problema é mais profundo (pq é que eu tenho a impressão de que esta frase virou meu mote?). O problema é de formação básica do público em geral. Aqueles que efetivamente frequentaram a escola (em número que, bem ou mal, andou crescendo) não são lá tão mais "reflexivos" e "ponderados" que os "não educados". O pensamento formal está morrendo? Já vai tarde, pois o pensamento formal é muito chato. Mas quando a capacidade de abstração parece moribunda e as pessoas cada vez mais acreditam no que lhes é dito sem refletir... tornamo-nos uma nação de idiotas.

Posto isso, é até um elogio chamar o espectador do Jornal Nacional de Homer Simpson. Só mesmo Homer Simpson para trabalhar para "Mr. Burns" da vida e ainda chegar em casa e assistir televisão... Televisão é um suplício!

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Daniel Duende Carvalho
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[Carine Roos]

Não pegou e n pega bem, reduzir o espectador médio a um possível Homer revela uma atitude preconceituosa q nivela por baixo n só os telespectadores mas o próprio jornal, q afinal estaria fazendo o jornal pra quem?

Se queimou e queimou bonito.

 

Em 07/12/05, Daniel Duende Carvalho <daniel....@gmail.com> escreveu:

[Daniel Duende Carvalho]

Como eu disse... o jornalismo da Globo é, com poucas excessões, feito para o tipo de idiota que é capaz de acreditar em telejornais da Globo. É um processo retroalimentativo. Quanto mais mal informado é o espectador, mais "àvido" pela informação de má qualidade ele será. Por vezes ao ser informado por uma via de boa qualidade, este mesmo espectador pode até estranhar as discrepâncias factuais e a "complexidade" das informações. Jornalismo simplificado, rosado, opinionado, especialidade da Rede Globo, é não só a preferência de uma certa audiência, mas também um dos fatores que CRIA esta audiência.

Voltando à velha frase: Chega a ser um elogio chamar de Homer Simpson o espectador médio do Jornal da Globo. É um jornal de tão má qualidade que, a meu ver, aqueles que o levam a sério o merecem...

E, repetindo... o problema é de formação. Se é acintoso imaginar que o fofinho Bonner possa chamar o espectador de seu jornal de Homer Simpson, seria ainda mais acintoso se eu dissesse que ele pode estar certo? :)

[menezes_mauricio]

Para falar a verdade, eu fico até feliz que o Bonner tenha
cometido esse ato falho. E não considero o jornal televisivo da Globo
um dos piores. Vivemos numa democracia e dentro de um sistema
capitalista, a globo é a maior porque é a mais bonitinha, com
matérias bem simples e fala de curiosidades extrangeiras
desconsideráveis. Consegue ganhar prêmios consideráveis já que
possui jornalistas capazes e recursos que outras emissoras não
dispõe. Além disso é a campeã de furos jornalísticos no país!
A pergunta que faço é: Por que as outras emissoras não se
expõe de forma realmente diferencial?! O jornal da Record chega a
passar as mesmas curiosidades que o jornal da Globo. As outras (Band e
Rede 21) comentam as mesmas notícias, embora com vieses diferentes. O
jornal da rede nacional, depois que fizeram a modificação ano
passado, retiraram o que tinham de diferencial - os comentaristas!
O patético é que divulgam a falta de memória do brasileiro,
quando elas mesmas não têm memória. Apontam a falta de
mobilização, mas dão informações desencontradas que promovem os
interesses de seus sócios. Mas apesar de tudo isso, eu tenho
esperança!

[Daniel Duende Carvalho]

Eu também tenho esperança... mas não em jornais de televisão (ou em televisão). Não enquanto esta mídia for controlada por grandes empresas que dependem de seus anunciantes (e seus financiadores extra-oficiais) para existir. Não enquanto o espectador não tiver capacidade de discernir entre um jornal que o informa e um jornal que tenta "formar a sua opinião". Não enquanto por motivos inexplicáveis a um interlocutor inteligente nossa banda de rádio e televisão estiver restrita a uns poucos, boa parte deles oligargas eles mesmos ou então "amigos do rei".

Eu tenho esperança, mas não acredito em comunicação unilateral. Telejornal, hoje, no Brasil e em boa parte do mundo, é realmente feito para "Homer Simpsons"...