A redução da maioridade penal não é o único disco arranhado do debate sobre segurança pública. Há vários outros (além das forças-tarefa e coreografias afins), e um deles é a liberação das drogas.
Publicamente, quase ninguém é a favor. Mas os argumentos contrários à legalização vêm quase sempre do terreno da moral e dos bons costumes. O politólogo Cesar Maia escreveu em seu blog um libelo contra a liberação que, embora com sotaque moralista (e meio deselegante), busca um ângulo mais original – o aspecto do mercado, ou seja, econômico.
O prefeito do Rio argumenta que a alta lucratividade das drogas jogaria, com a legalização, uma grande parcela da poupança nacional na produção e distribuição delas. E que isso agravaria o problema do vício e o custo do tratamento para o Estado.
É um argumento lógico, embora tenha duas prováveis falhas: em primeiro lugar, a produção formal de cocaína, maconha etc seria severamente restringida por tributação pesada e outros meios; segundo, é um tanto inocente afirmar que a demanda por drogas explodiria por causa da legalização da oferta.
Alguém conhece alguém que quis fumar um baseado ou cheirar uma carreira e não o fez por falta de oferta?
A seguir, o texto de César.
LIBERAR AS DROGAS! UMA PROPOSTA IDIOTA!
01. De vez em quando volta-se a falar no Brasil em liberar a comercialização de drogas. Ontem esse Ex-Blog registrou esta besteira dita com pompas e circunstancias, por um -dito- intelectual numa rádio de audiência nacional. Na última semana políticos também repetiram esta bobagem.
02. O raciocínio -idiota- é o seguinte. O tráfico de drogas tem alta lucratividade o que permite organizar gangs e corromper policiais,e disseminar violência e mortes. Mas -pensam eles- se a cocaína for liberada isso termina e assim também, as gangs e a violência, e as mortes.
03. Vamos pensar de três maneiras. Primeira do ponto de vista econômico. Ora, se as drogas são lucrativas, o natural é que parte da poupança/investimentos nacionais busque essa maior taxa de lucro. Ou seja, num país que não cresce por falta de poupança, uma parte dessa iria para as drogas. Se o Brasil não produz drogas, passaria a produzir. De um lado refinarias. De outro plantações de maconha, ópio e folha de coca, deslocando a produção de alimentos. Sai o arroz e feijão e entra a coca, por exemplo. O comercio se ajustaria para isso: MacCoca ! Compre sua seringa e injete sua heroína ! Dê sua cheiradinha de sabor uva ! Essa maconha é das boas: alta concentração. Você fica doidão! Embaixo: o ministério da saúde lembra que droga faz mal a saúde. Ou: consuma com moderação.
04. A segunda, seria o fato de um país isolado tomar esta atitude. A Holanda abriu a venda de maconha, localizada num bairro de Amsterdan. Parou por aí. E vai restringindo progressivamente. Na Suíça se fez uma experiência que foi em seguida interrompida pela afluência de viciados. Ora, um paísão como o Brasil, seria invadido por viciados e consumidores de todos os lados.
05. Finalmente, uma vez legalizada as drogas, as doenças -vício em primeiro lugar- provenientes das drogas teriam que ser atendidos nos serviços públicos de saúde. A relação -profissional de saúde/doente- é de 1/8 por turno num caso de ortopedia. Mas a relação para recuperação de um drogado é inversa. E os postos de saúde e hospitais públicos ainda teriam que fornecer drogas nas quantidades receitadas, num programa de recuperação progressiva de viciados. Os governos teriam que deslocar recursos para isso. E -a imprensa cobraria: -Falta cocaína no Hospital X para os viciados em recuperação. Opio em falta. Ministro promete importar do Afeganistão em um mês.
06. A idéia é tão absurda que só na cabeça de quem gosta da coisa ou gostou, poderia passar.
07. O Brasil finalmente seria de fato o melhor do mundo. Ou melhor: o único do mundo que liberou geral ! Argh!!!!!
Em tempo: Herbert de Souza, Betinho, dizia que onde há solidariedade, há esperança.
Este espaço, que alguns afirmam ser uma espécie de lixeira das almas, acaba de confirmar – quem diria – o sublime mandamento do Betinho.
Meu sincero agradecimento antecipado a todos os que se manifestarem e divulgarem este espaço.
Gostou? Visite e participe de perolas-...@googlegroups.com
On 2 mar, 08:20, "kaleeyooga" <kaleeyo...@gmail.com> wrote:
> Olha, eu não tenho uma opinião definitiva ( do tipo, legaliza ou não). Mas definitivamente, quem já viu a situação da criminalidade associada ao tráfico no Rio de Janeiro, deve achar que o buraco é mais embaixo quando o assunto é a legalização. Acrescente que os argumentos que eu sempre tive contato eram os referentes a legalização - do consumo e produção - da maconha e não de outras drogas.
> Não me envergonho se pareço moralista. É fato, por exemplo, que nosso Estado não tem a estrutura( de reabilitação, controle de prodúção, etc) de uma Holanda para a legalização; também é fato que a discussão sobre o tema restringe-se às classes médias das grandes cidades, excluindo uma parcela significativa da população. Quem irá garantir o vício das camadas menos favorecidas.
> E antes de tudo: O que a sociedade brasileira iria ganhar - a curto, médio e longo prazo - com a legalização? Da maconha dá até pra tentar imaginar, mas, da cocaína? Um pouco de bom senso, por favor senhores. Que existem vozes hipócitas neste debate nacional, nós o sabemos. Mas não podemos considerá-las como determinantes para a legalização.
>
>
>
> ----- Original Message -----
> From: Lillo & Deia
> To: ai...@googlegroups.com ; brasil-sem...@googlegroups.com ; brasil-...@googlegroups.com ; Brasi...@googlegroups.com ; Cantinho...@googlegroups.com ; dividin...@googlegroups.com ; entr...@googlegroups.com ; Livros-...@googlegroups.com ; midia-se...@googlegroups.com ; politica...@googlegroups.com ; pr...@googlegroups.com ; pandom...@googlegroups.com ; paraiso...@googlegroups.com ; socia...@googlegroups.com ; tribun...@googlegroups.com ; tudo...@googlegroups.com
> Sent: Thursday, March 01, 2007 9:08 PM
> Subject: ainn }} Drogas e violência (esquentando os tamborins)
>
> A redução da maioridade penal não é o único disco arranhado do debate sobre segurança pública. Há vários outros (além das forças-tarefa e coreografias afins), e um deles é a liberação das drogas.
>
> Publicamente, quase ninguém é a favor. Mas os argumentos contrários à legalização vêm quase sempre do terreno da moral e dos bons costumes. O politólogo Cesar Maia escreveu em seu blog um libelo contra a liberação que, embora com sotaque moralista (e meio deselegante), busca um ângulo mais original - o aspecto do mercado, ou seja, econômico.
>
> O prefeito do Rio argumenta que a alta lucratividade das drogas jogaria, com a legalização, uma grande parcela da poupança nacional na produção e distribuição delas. E que isso agravaria o problema do vício e o custo do tratamento para o Estado.
>
> É um argumento lógico, embora tenha duas prováveis falhas: em primeiro lugar, a produção formal de cocaína, maconha etc seria severamente restringida por tributação pesada e outros meios; segundo, é um tanto inocente afirmar que a demanda por drogas explodiria por causa da legalização da oferta.
>
> Alguém conhece alguém que quis fumar um baseado ou cheirar uma carreira e não o fez por falta de oferta?
>
> A seguir, o texto de César.
>
> LIBERAR AS DROGAS! UMA PROPOSTA IDIOTA!
>
> 01. De vez em quando volta-se a falar no Brasil em liberar a comercialização de drogas. Ontem esse Ex-Blog registrou esta besteira dita com pompas e circunstancias, por um -dito- intelectual numa rádio de audiência nacional. Na última semana políticos também repetiram esta bobagem.
>
> 02. O raciocínio -idiota- é o seguinte. O tráfico de drogas tem alta lucratividade o que permite organizar gangs e corromper policiais,e disseminar violência e mortes. Mas -pensam eles- se a cocaína for liberada isso termina e assim também, as gangs e a violência, e as mortes.
>
> 03. Vamos pensar de três maneiras. Primeira do ponto de vista econômico. Ora, se as drogas são lucrativas, o natural é que parte da poupança/investimentos nacionais busque essa maior taxa de lucro. Ou seja, num país que não cresce por falta de poupança, uma parte dessa iria para as drogas. Se o Brasil não produz drogas, passaria a produzir. De um lado refinarias. De outro plantações de maconha, ópio e folha de coca, deslocando a produção de alimentos. Sai o arroz e feijão e entra a coca, por exemplo. O comercio se ajustaria para isso: MacCoca ! Compre sua seringa e injete sua heroína ! Dê sua cheiradinha de sabor uva ! Essa maconha é das boas: alta concentração. Você fica doidão! Embaixo: o ministério da saúde lembra que droga faz mal a saúde. Ou: consuma com moderação.
>
> 04. A segunda, seria o fato de um país isolado tomar esta atitude. A Holanda abriu a venda de maconha, localizada num bairro de Amsterdan. Parou por aí. E vai restringindo progressivamente. Na Suíça se fez uma experiência que foi em seguida interrompida pela afluência de viciados. Ora, um paísão como o Brasil, seria invadido por viciados e consumidores de todos os lados.
>
> 05. Finalmente, uma vez legalizada as drogas, as doenças -vício em primeiro lugar- provenientes das drogas teriam que ser atendidos nos serviços públicos de saúde. A relação -profissional de saúde/doente- é de 1/8 por turno num caso de ortopedia. Mas a relação para recuperação de um drogado é inversa. E os postos de saúde e hospitais públicos ainda teriam que fornecer drogas nas quantidades receitadas, num programa de recuperação progressiva de viciados. Os governos teriam que deslocar recursos para isso. E -a imprensa cobraria: -Falta cocaína no Hospital X para os viciados em recuperação. Opio em falta. Ministro promete importar do Afeganistão em um mês.
>
> 06. A idéia é tão absurda que só na cabeça de quem gosta da coisa ou gostou, poderia passar.
>
> 07. O Brasil finalmente seria de fato o melhor do mundo. Ou melhor: o único do mundo que liberou geral ! Argh!!!!!
>
> Em tempo: Herbert de Souza, Betinho, dizia que onde há solidariedade, há esperança.
>
> Este espaço, que alguns afirmam ser uma espécie de lixeira das almas, acaba de confirmar - quem diria - o sublime mandamento do Betinho.
>
> Meu sincero agradecimento antecipado a todos os que se manifestarem e divulgarem este espaço.
>
> Gostou? Visite e participe de perolas-...@googlegroups.com- Ocultar texto entre aspas -
>
> - Mostrar texto entre aspas -
----- Original Message -----From: Daniel Duende Carvalho
Maurício, tentando mostrar que é flexível porém não muda fácil de
opinião...
PS.: Grande novidade....
On 3 mar, 13:25, "Daniel Duende Carvalho" <daniel.carva...@gmail.com>
wrote:
> Meus dois cents nessa discussão...
>
> Não conheço ninguém que deixou de usar alguma substância alteradora de
> consciência simplesmente por causa da proibição de seu uso. Apenas paga-se
> mais caro por elas, e este dinheiro vai alimentar os produtores que são, na
> maior parte das vezes, os barões de um estado paralelo.
>
> Não conheço também ninguém cuja lucidez eu respeite que acredite que a
> "guerra contra o tráfico" seja um intento passível de ser vencido. Conheço
> apenas seu preço, em vidas e em dinheiro, e a dor que ela causa a todos os
> lados.
>
> Vejo a virtude dos muitos argumentos contrários aqui apresentados, mas
> mantenho a pergunta. Será que o preço da proibição não é ainda mais caro do
> que o da liberação? Lembro-me de um texto de Cora Rónai, publicado nos idos
> de 2004, que apresenta algumas considerações interessantes. Por sorte
> tenho-o em meu blog, para aqueles que se interessarem. O endereço do post
> com o texto éhttp://newalriadaexpress.blogspot.com/2004/04/libera-bom-para-o-gover...
>
> Abraços do Verde.
>
> On 3/3/07, Cedric Pin <egi...@gmail.com> wrote:
>
>
>
>
>
>
>
> > A oferta de todas as drogas deve ser liberada pelo Estado.
> > A restrição, se houver, deve ser num outro ambito.
> > E o grande problema das drogas é de "educar" o consumidor, no sentido
> > amplo da palavra.
>
> > Outra razão ad hominem é que, se o Cesar Maia é contra a liberalização,
> > isso significa que realmente o melhor é ser a favor da legalização. Os
> > argumentos que ele apresenta são de uma mediocridade insossa, vindas de um
> > economista.
>
> > Abraços camaradas!
>
> > On 3/2/07, kaleeyooga <kaleeyo...@gmail.com> wrote:
>
> > > Olha, eu não tenho uma opinião definitiva ( do tipo, legaliza ou não).
> > > Mas definitivamente, quem já viu a situação da criminalidade associada ao
> > > tráfico no Rio de Janeiro, deve achar que o buraco é mais embaixo quando o
> > > assunto é a legalização. Acrescente que os argumentos que eu sempre tive
> > > contato eram os referentes a legalização - do consumo e produção - da
> > > maconha e não de outras drogas.
> > > Não me envergonho se pareço moralista. É fato, por exemplo, que nosso
> > > Estado não tem a estrutura( de reabilitação, controle de prodúção, etc) de
> > > uma Holanda para a legalização; também é fato que a discussão sobre o tema
> > > restringe-se às classes médias das grandes cidades, excluindo uma parcela
> > > significativa da população. Quem irá garantir o vício das camadas menos
> > > favorecidas.
> > > E antes de tudo: O que a sociedade brasileira iria ganhar - a curto,
> > > médio e longo prazo - com a legalização? Da maconha dá até pra tentar
> > > imaginar, mas, da cocaína? Um pouco de bom senso, por favor senhores. Que
> > > existem vozes hipócitas neste debate nacional, nós o sabemos. Mas não
> > > podemos considerá-las como determinantes para a legalização.
>
> > > ----- Original Message -----
> > > *From:* Lillo & Deia <lilloed...@gmail.com>
> > > *To:* ai...@googlegroups.com ; brasil-sem...@googlegroups.com ; brasil-...@googlegroups.com
> > > ; Brasi...@googlegroups.com ; Cantinho...@googlegroups.com ; dividin...@googlegroups.com
> > > ; entr...@googlegroups.com ; Livros-...@googlegroups.com ; midia-se...@googlegroups.com
> > > ; politica...@googlegroups.com ; pr...@googlegroups.com ;
> > > pandom...@googlegroups.com ; paraiso...@googlegroups.com ;
> > > socia...@googlegroups.com ; tribun...@googlegroups.com ;
> > > tudo...@googlegroups.com
> > > *Sent:* Thursday, March 01, 2007 9:08 PM
> > > *Subject:* ainn }} Drogas e violência (esquentando os tamborins)
>
> > > A redução da maioridade penal não é o único disco arranhado do debate
> > > sobre segurança pública. Há vários outros (além das forças-tarefa e
> > > coreografias afins), e um deles é a liberação das drogas.
>
> > > Publicamente, quase ninguém é a favor. Mas os argumentos contrários à
> > > legalização vêm quase sempre do terreno da moral e dos bons costumes. O
> > > politólogo Cesar Maia escreveu em seu blog um libelo contra a liberação que,
> > > embora com sotaque moralista (e meio deselegante), busca um ângulo mais
> > > original - o aspecto do mercado, ou seja, econômico.
>
> > > O prefeito do Rio argumenta que a alta lucratividade das drogas jogaria,
> > > com a legalização, uma grande parcela da poupança nacional na produção e
> > > distribuição delas. E que isso agravaria o problema do vício e o custo do
> > > tratamento para o Estado.
>
> > > É um argumento lógico, embora tenha duas prováveis falhas: em primeiro
> > > lugar, a produção formal de cocaína, maconha etc seria severamente
> > > restringida por tributação pesada e outros meios; segundo, é um tanto
> > > inocente afirmar que a demanda por drogas explodiria por causa da
> > > legalização da oferta.
>
> > > Alguém conhece alguém que quis fumar um baseado ou cheirar uma carreira
> > > e não o fez por falta de oferta?
>
> > > A seguir, o texto de César.
>
> > > *LIBERAR AS DROGAS! UMA PROPOSTA IDIOTA!** *
> > > *Em tempo: Herbert de Souza, Betinho, dizia que onde há solidariedade,
> > > há esperança. *
>
> > > *Este espaço, que alguns afirmam ser uma espécie de lixeira das almas,
> > > acaba de confirmar - quem diria - o sublime mandamento do Betinho. *
>
> > > *Meu sincero agradecimento antecipado a todos os que se manifestarem e
> > > divulgarem este espaço. *
>
> > > *Gostou? Visite e participe de * perolas-...@googlegroups.com * *
>
> --
> Daniel Duende Carvalho
> Blogs -http://newalriadaexpress.blogspot.com
> -http://cadernodocluracao.blogspot.com
> Orkut -http://www.orkut.com/Profile.aspx?uid=16031243622865224309- Ocultar texto entre aspas -
As raízes dessa proibição não são científicas, como se costuma pensar.
Na década de 1920, havia alguns grupos sociais nos EUA cuja presença
incomodava a elite: os mórmons, os mexicanos, os negros. Todos eles
compartilhavam um hábito: fumar maconha. Por causa do preconceito foi-
se criando um esterótipo em torno da planta, associando-a por exemplo
a comportamentos assassinos, desejo sexual incontrolável,
possivelmente induzindo ao estupro, etc. E aos poucos, as drogas foram
proibidas, chegando-se ao ponto de se começar uma "guerra às drogas".
Motivos econômicos também influenciaram na proibição. No início do
século XX a indústria farmacêutica, então incipiente, via nas drogas
naturais um enorme concorrente para seus produtos. Não demorou até
começarem a pressionar o governo a proibir as substâncias.
Do ponto de vista legal, a proibição do consumo de drogas é
inconstitucional, pois fere o princípio da lesividade, ou seja,
consumir qualquer tipo de substância não causa problemas a nenhuma
outra pessoa. Portanto a decisão sobre usar ou não usar drogas é um
assunto de foro íntimo, o que não dá ao Estado o direito de intervir.
Os danos causados por essa política ignorante, equivocada e talvez até
mal-intencionada são enormes. Respondendo ao Daniel, os custos da
proibição são muito maiores do que a legalização, sim. As drogas
somente se tornaram um problema porque que foram proibidas e não o
contrário. Portanto, sob todos os aspectos (inclusive moral) é preciso
legalizar o mais rápido possível. Pode ser que não resolva todos os
problemas, mas é uma medida necessária para corrigir uma distorção tão
prejudicial quanto essa.
On 3 mar, 13:26, "kaleeyooga" <kaleeyo...@gmail.com> wrote:
> Isso é sério, Cedric?
>
> ----- Original Message -----
> From: Cedric Pin
> To: ai...@googlegroups.com
> Sent: Saturday, March 03, 2007 12:32 PM
> Subject: ainn }} Re: Drogas e violência (esquentando os tamborins)
>
> A oferta de todas as drogas deve ser liberada pelo Estado.
> A restrição, se houver, deve ser num outro ambito.
> E o grande problema das drogas é de "educar" o consumidor, no sentido amplo da palavra.
>
> Outra razão ad hominem é que, se o Cesar Maia é contra a liberalização, isso significa que realmente o melhor é ser a favor da legalização. Os argumentos que ele apresenta são de uma mediocridade insossa, vindas de um economista.
>
> Abraços camaradas!
>
> On 3/2/07, kaleeyooga <kaleeyo...@gmail.com> wrote:
> Olha, eu não tenho uma opinião definitiva ( do tipo, legaliza ou não). Mas definitivamente, quem já viu a situação da criminalidade associada ao tráfico no Rio de Janeiro, deve achar que o buraco é mais embaixo quando o assunto é a legalização. Acrescente que os argumentos que eu sempre tive contato eram os referentes a legalização - do consumo e produção - da maconha e não de outras drogas.
> Não me envergonho se pareço moralista. É fato, por exemplo, que nosso Estado não tem a estrutura( de reabilitação, controle de prodúção, etc) de uma Holanda para a legalização; também é fato que a discussão sobre o tema restringe-se às classes médias das grandes cidades, excluindo uma parcela significativa da população. Quem irá garantir o vício das camadas menos favorecidas.
> E antes de tudo: O que a sociedade brasileira iria ganhar - a curto, médio e longo prazo - com a legalização? Da maconha dá até pra tentar imaginar, mas, da cocaína? Um pouco de bom senso, por favor senhores. Que existem vozes hipócitas neste debate nacional, nós o sabemos. Mas não podemos considerá-las como determinantes para a legalização.
> ----- Original Message -----
> From: Lillo & Deia
> To: ai...@googlegroups.com ; brasil-sem...@googlegroups.com ; brasil-...@googlegroups.com ; Brasi...@googlegroups.com ; Cantinho...@googlegroups.com ; dividin...@googlegroups.com ; entr...@googlegroups.com ; Livros-...@googlegroups.com ; midia-se...@googlegroups.com ; politica...@googlegroups.com ; pr...@googlegroups.com ; pandom...@googlegroups.com ; paraiso...@googlegroups.com ; socia...@googlegroups.com ; tribun...@googlegroups.com ; tudo...@googlegroups.com
> Sent: Thursday, March 01, 2007 9:08 PM
> Subject: ainn }} Drogas e violência (esquentando os tamborins)
>
> A redução da maioridade penal não é o único disco arranhado do debate sobre segurança pública. Há vários outros (além das forças-tarefa e coreografias afins), e um deles é a liberação das drogas.
>
> Publicamente, quase ninguém é a favor. Mas os argumentos contrários à legalização vêm quase sempre do terreno da moral e dos bons costumes. O politólogo Cesar Maia escreveu em seu blog um libelo contra a liberação que, embora com sotaque moralista (e meio deselegante), busca um ângulo mais original - o aspecto do mercado, ou seja, econômico.
>
> O prefeito do Rio argumenta que a alta lucratividade das drogas jogaria, com a legalização, uma grande parcela da poupança nacional na produção e distribuição delas. E que isso agravaria o problema do vício e o custo do tratamento para o Estado.
>
> É um argumento lógico, embora tenha duas prováveis falhas: em primeiro lugar, a produção formal de cocaína, maconha etc seria severamente restringida por tributação pesada e outros meios; segundo, é um tanto inocente afirmar que a demanda por drogas explodiria por causa da legalização da oferta.
>
> Alguém conhece alguém que quis fumar um baseado ou cheirar uma carreira e não o fez por falta de oferta?
>
> A seguir, o texto de César.
>
> LIBERAR AS DROGAS! UMA PROPOSTA IDIOTA!
>
> 01. De vez em quando volta-se a falar no Brasil em liberar a comercialização de drogas. Ontem esse Ex-Blog registrou esta besteira dita com pompas e circunstancias, por um -dito- intelectual numa rádio de audiência nacional. Na última semana políticos também repetiram esta bobagem.
>
> 02. O raciocínio -idiota- é o seguinte. O tráfico de drogas tem alta lucratividade o que permite organizar gangs e corromper policiais,e disseminar violência e mortes. Mas -pensam eles- se a cocaína for liberada isso termina e assim também, as gangs e a violência, e as mortes.
>
> 03. Vamos pensar de três maneiras. Primeira do ponto de vista econômico. Ora, se as drogas são lucrativas, o natural é que parte da poupança/investimentos nacionais busque essa maior taxa de lucro. Ou seja, num país que não cresce por falta de poupança, uma parte dessa iria para as drogas. Se o Brasil não produz drogas, passaria a produzir. De um lado refinarias. De outro plantações de maconha, ópio e folha de coca, deslocando a produção de alimentos. Sai o arroz e feijão e entra a coca, por exemplo. O comercio se ajustaria para isso: MacCoca ! Compre sua seringa e injete sua heroína ! Dê sua cheiradinha de sabor uva ! Essa maconha é das boas: alta concentração. Você fica doidão! Embaixo: o ministério da saúde lembra que droga faz mal a saúde. Ou: consuma com moderação.
>
> 04. A segunda, seria o fato de um país isolado tomar esta atitude. A Holanda abriu a venda de maconha, localizada num bairro de Amsterdan. Parou por aí. E vai restringindo progressivamente. Na Suíça se fez uma experiência que foi em seguida interrompida pela afluência de viciados. Ora, um paísão como o Brasil, seria invadido por viciados e consumidores de todos os lados.
>
> 05. Finalmente, uma vez legalizada as drogas, as doenças -vício em primeiro lugar- provenientes das drogas teriam que ser atendidos nos serviços públicos de saúde. A relação -profissional de saúde/doente- é de 1/8 por turno num caso de ortopedia. Mas a relação para recuperação de um drogado é inversa. E os postos de saúde e hospitais públicos ainda teriam que fornecer drogas nas quantidades receitadas, num programa de recuperação progressiva de viciados. Os governos teriam que deslocar recursos para isso. E -a imprensa cobraria: -Falta cocaína no Hospital X para os viciados em recuperação. Opio em falta. Ministro promete importar do Afeganistão em um mês.
>
> 06. A idéia é tão absurda que só na cabeça de quem gosta da coisa ou gostou, poderia passar.
>
> 07. O Brasil finalmente seria de fato o melhor do mundo. Ou melhor: o único do mundo que liberou geral ! Argh!!!!!
>
> Em tempo: Herbert de Souza, Betinho, dizia que onde há solidariedade, há esperança.
>
> Este espaço, que alguns afirmam ser uma espécie de lixeira das almas, acaba de confirmar - quem diria - o sublime mandamento do Betinho.
On 3 mar, 17:39, "Daniel Duende Carvalho" <daniel.carva...@gmail.com>
wrote:
> Obrigado, meu caro cara. :D
>
> Gostaria de ouvir suas considerações a respeito desta pergunta, e do texto
> da Cora Rónai.
>
> Abraços do Verde.
>
> On 3/3/07, kaleeyooga <kaleeyo...@gmail.com> wrote:
>
>
>
>
>
> > Isto sim é um argumento ( na forma de pergunta) válido.
>
> > ----- Original Message -----
> > *From:* Daniel Duende Carvalho <daniel.carva...@gmail.com>
> > *To:* ai...@googlegroups.com
> > *Sent:* Saturday, March 03, 2007 1:25 PM
> > *Subject:* ainn }} Re: Drogas e violência (esquentando os tamborins)
>
> > Meus dois cents nessa discussão...
>
> > Não conheço ninguém que deixou de usar alguma substância alteradora de
> > consciência simplesmente por causa da proibição de seu uso. Apenas paga-se
> > mais caro por elas, e este dinheiro vai alimentar os produtores que são, na
> > maior parte das vezes, os barões de um estado paralelo.
>
> > Não conheço também ninguém cuja lucidez eu respeite que acredite que a
> > "guerra contra o tráfico" seja um intento passível de ser vencido. Conheço
> > apenas seu preço, em vidas e em dinheiro, e a dor que ela causa a todos os
> > lados.
>
> > Vejo a virtude dos muitos argumentos contrários aqui apresentados, mas
> > mantenho a pergunta. Será que o preço da proibição não é ainda mais caro
> > do que o da liberação? Lembro-me de um texto de Cora Rónai, publicado nos
> > idos de 2004, que apresenta algumas considerações interessantes. Por sorte
> > tenho-o em meu blog, para aqueles que se interessarem. O endereço do post
> > com o texto é
> >http://newalriadaexpress.blogspot.com/2004/04/libera-bom-para-o-gover...
>
> > Abraços do Verde.
>
> > On 3/3/07, Cedric Pin <egi...@gmail.com> wrote:
>
> > > A oferta de todas as drogas deve ser liberada pelo Estado.
> > > A restrição, se houver, deve ser num outro ambito.
> > > E o grande problema das drogas é de "educar" o consumidor, no sentido
> > > amplo da palavra.
>
> > > Outra razão ad hominem é que, se o Cesar Maia é contra a liberalização,
> > > isso significa que realmente o melhor é ser a favor da legalização. Os
> > > argumentos que ele apresenta são de uma mediocridade insossa, vindas de um
> > > economista.
>
> > > Abraços camaradas!
>
> > > On 3/2/07, kaleeyooga <kaleeyo...@gmail.com > wrote:
>
> > > > Olha, eu não tenho uma opinião definitiva ( do tipo, legaliza ou
> > > > não). Mas definitivamente, quem já viu a situação da criminalidade associada
> > > > ao tráfico no Rio de Janeiro, deve achar que o buraco é mais embaixo quando
> > > > o assunto é a legalização. Acrescente que os argumentos que eu sempre tive
> > > > contato eram os referentes a legalização - do consumo e produção - da
> > > > maconha e não de outras drogas.
> > > > Não me envergonho se pareço moralista. É fato, por exemplo, que nosso
> > > > Estado não tem a estrutura( de reabilitação, controle de prodúção, etc) de
> > > > uma Holanda para a legalização; também é fato que a discussão sobre o tema
> > > > restringe-se às classes médias das grandes cidades, excluindo uma parcela
> > > > significativa da população. Quem irá garantir o vício das camadas menos
> > > > favorecidas.
> > > > E antes de tudo: O que a sociedade brasileira iria ganhar - a curto,
> > > > médio e longo prazo - com a legalização? Da maconha dá até pra tentar
> > > > imaginar, mas, da cocaína? Um pouco de bom senso, por favor senhores. Que
> > > > existem vozes hipócitas neste debate nacional, nós o sabemos. Mas não
> > > > podemos considerá-las como determinantes para a legalização.
>
> > > > ----- Original Message -----
> > > > *From:* Lillo & Deia <lilloed...@gmail.com>
> > > > *To:* ai...@googlegroups.com ; brasil-sem...@googlegroups.com ;
> > > > brasil-...@googlegroups.com ; Brasi...@googlegroups.com ;
> > > > Cantinho...@googlegroups.com ; dividin...@googlegroups.com ;
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> > > > socia...@googlegroups.com ; tribun...@googlegroups.com ;
> > > > tudo...@googlegroups.com
> > > > *Sent:* Thursday, March 01, 2007 9:08 PM
> > > > *Subject:* ainn }} Drogas e violência (esquentando os tamborins)
>
> > > > A redução da maioridade penal não é o único disco arranhado do debate
> > > > sobre segurança pública. Há vários outros (além das forças-tarefa e
> > > > coreografias afins), e um deles é a liberação das drogas.
>
> > > > Publicamente, quase ninguém é a favor. Mas os argumentos contrários à
> > > > legalização vêm quase sempre do terreno da moral e dos bons costumes. O
> > > > politólogo Cesar Maia escreveu em seu blog um libelo contra a liberação que,
> > > > embora com sotaque moralista (e meio deselegante), busca um ângulo mais
> > > > original - o aspecto do mercado, ou seja, econômico.
>
> > > > O prefeito do Rio argumenta que a alta lucratividade das drogas
> > > > jogaria, com a legalização, uma grande parcela da poupança nacional na
> > > > produção e distribuição delas. E que isso agravaria o problema do vício e o
> > > > custo do tratamento para o Estado.
>
> > > > É um argumento lógico, embora tenha duas prováveis falhas: em primeiro
> > > > lugar, a produção formal de cocaína, maconha etc seria severamente
> > > > restringida por tributação pesada e outros meios; segundo, é um tanto
> > > > inocente afirmar que a demanda por drogas explodiria por causa da
> > > > legalização da oferta.
>
> > > > Alguém conhece alguém que quis fumar um baseado ou cheirar uma
> > > > carreira e não o fez por falta de oferta?
>
> > > > A seguir, o texto de César.
>
> > > > *LIBERAR AS DROGAS! UMA PROPOSTA IDIOTA!** *
>
> > > > *Em tempo: Herbert de Souza, Betinho, dizia que onde há solidariedade,
> > > > há esperança. *
>
> > > > *Este espaço, que alguns afirmam ser uma espécie de lixeira das almas,
> > > > acaba de confirmar - quem diria - o sublime mandamento do Betinho. *
>
> > > > *Meu sincero agradecimento antecipado a todos os que se manifestarem e
> > > > divulgarem este espaço. *
>
> > > > *Gostou? Visite e participe de *perolas-...@googlegroups.com **
>
> > --
> > Daniel Duende Carvalho
> > Orkut -http://www.orkut.com/Profile.aspx?uid=16031243622865224309
>
> --
> Daniel Duende Carvalho
Duende, será que você está ficando pragmático... Recuso-me a
acreditar!!! :))))
Esta é uma perspectiva muito válida: Custo x
Benefício, porém ela deixa em segundo plano o tipo de sociedade que
queremos construir. Esta é uma preocupação de quem deseja 'lutar' por
um tipo de sociedade que corresponde a determinados valores - podendo
ser moralistas e/ou éticos, seja lá qual for a diferença entre os
dois! -.
Evidentemente, quem quer corre atrás, o preço da droga não foge
aos do princípio do mercado. É mais caro pois existe um risco de
grande custo associado (porém a probabilidade do risco num país que
não fiscaliza evidentemente é muito pequena) então a proibição
dificulta o acesso e restringe quantidades a serem consumidas, como em
qualquer produto legalizado com impostos muito pesados... (porém
nestes, quem realmente compra com imposto!? melhor é pirataria ou
contrabando.... :/).
Os dados sobre violência no País são de guerra! Obviamente nós -
como país - não estamos sabendo lidar com esta batalha,
o tema em
questão: Legalização das drogas, é uma das propostas de solução. Porém
não é uma proposta na qual possamos voltar atrás sem maior agravamento
dos prejuísos,
portanto não é uma medida cauteloza!. O que limita
nossas opções, por sua vez, é a incapacidade estatal de gerenciar
medidas de redução/prevenção de danos, devidamente atrelada à
corrupção e a incompetência de nossas instituições públicas (não
entrando na questão da passividade social brasileira).
A luta contra a máfia sempre existirá, pois são os grupos com
poder fora da formulação de autoridade em busca de mais poder. Só
neste governo foram desvendadas máfias em assuntos legalizados: sangue-
sugas, mensaleiros, bingos e correios. Portanto não é a legalização
das drogas que irá, necessariamente, acabar com a máfia das drogas...
Concluindo e respondendo claramente ao seu texto: Concordo que a
forma está inadequada, mas acho que esta luta vale a pena - sem
reflexões (aqui) éticas/morais desta minha decisão -.
Máfia é inerente
a formação do Estado, então acabar com ela só dissolvendo o Estado, o
que definitivamente sou contra!.
Afirmando que o preço é um limitador
(não impossibilitador) do acesso, prefiro deixar como está e ainda
acho que está barato... Realmente as vidas a serem poupadas com a
possível diminuição da violência é O grande ponto a favor, porém volta-
se ao problema da saúde pública...
Maurício, tentando mostrar que é flexível porém não muda fácil de
opinião...
PS.: Grande novidade....
> Orkut - http://www.orkut.com/Profile.aspx?uid=16031243622865224309- Ocultar texto entre aspas -
>
> - Mostrar texto entre aspas -
Mais lenha na fogueira: A BBC fez um documentário mais ou menos longo: 'If Drugs Were Legal ' de uns 50 minutos mas dividido em partes de 10' vale a pena ver a dramatização, pensando'é claro, que se refere a situação inglesa, e não brasileira. Pra quem se interessar, dá uma olhada no youtube.
Já estou familiarizado com o argumento do Otávio. Bastante interessante por sinal. Arrisco um contra-argumento: A realidade pré-1930 definitivamente não se compara a atual - no que se refere ao consumo de drogas.
Em minha opinião, não existem garantias que a situação 'voltaria no tempo' por assim dizer. Além disso, estamos com a realidade brasileira e não a norte-americana. Em outras palavras: como foi o processo de criminalização das drogas no Brasil?
Sugestão: Dêem uma olhada na web e procurem ( a quem interessar, é lógico) uma coletânea de artigos chamada 'O alcool e as Drogas no Brasil' . Não me lembro quem foram os organizadores, pois o meu exemplar foi roubado. A obra versa sobre a nossa realidade e talvez possa lançar luz sobre esta questão. Em especial para os entusiastas da liberação.
Mais lenha na fogueira: A BBC fez um documentário mais ou menos longo: 'If Drugs Were Legal ' de uns 50 minutos mas dividido em partes de 10' vale a pena ver a dramatização, pensando'é claro, que se refere a situação inglesa, e não brasileira. Pra quem se interessar, dá uma olhada no youtube.
----- Original Message -----From: Daniel Duende Carvalho
On 3 mar, 20:24, "Daniel Duende Carvalho" <daniel.carva...@gmail.com>
wrote:
> Ahhhh.... agora sim você me convenceu a assistir a tal documentário. :D
>
> Abraços do Verde.
>
> On 3/3/07, kaleeyooga <kaleeyo...@gmail.com> wrote:
>
>
>
>
>
> > Por isso que eu sugeri que vocês vissem. Penso da seguinte forma: Busco
> > conhecer, na medida do possível, nem que seja para falar mal. Antes de mais
> > nada busco entender os vários lados das questões.
> > E sobre a legalização das drogas, por exemplo, a impressão que tenho é que
> > muita gente ( tanto os prós quanto os contras ) usa argumentos que são
> > inválidos e vão contra a lógica, e pior, contra o bom senso. Muitos usuários
> > que eu tenho conhecimento, seja do meu círculo de amigos ou pela grande
> > mídia, vem com bloco de afirmações motivadas pelo consumo de maconha (
> > estilo 'planet hemp' ou bob marley, para ser um pouco jocoso); os contra
> > normalmente usam do discurso conservador - e todos os seus valores de m****-
> > para justificar a não liberação.
> > Mas o que eu observo também é que os supostos dois lados não se dão o
> > trabalho de conhecer seus opositores e mais, não se preocupam em fundamentar
> > as suas respectivas opiniões de uma maneira lógica e razoável.
> > O que eu ouço também são pessoas que consideram o seu conhecimento pessoal
> > da causa um bom argumento para legalizar ou não.
> > É óbvio que eu não estou me referindo a nenhum dos participantes deste
> > grupo.
>
> > Voltando ao assunto, o documentario em questão - supostamente - apresenta
> > argumentos pró e contra a legalização. E na sequência, ainda tem-se um
> > debate sobre o mesmo documentário.
> > Continuo mantendo o convite, senhor@s.
>
> > ----- Original Message -----
> > *From:* Daniel Duende Carvalho <daniel.carva...@gmail.com>
> > *To:* ai...@googlegroups.com
> > *Sent:* Saturday, March 03, 2007 7:47 PM
> > *Subject:* ainn }} Re: Drogas e violência (esquentando os tamborins)
>
> > On 3/3/07, kaleeyooga <kaleeyo...@gmail.com> wrote:
>
> > > Mais lenha na fogueira: A BBC fez um documentário mais ou menos longo:
> > > 'If Drugs Were Legal ' de uns 50 minutos mas dividido em partes de 10' vale
> > > a pena ver a dramatização, pensando'é claro, que se refere a situação
> > > inglesa, e não brasileira. Pra quem se interessar, dá uma olhada no youtube.
>
> > talvez seja preconceito, mas eu estou inclinado a acreditar que este
> > documentário deve ser bem mais apelativo do que expositivo ou explicativo.
> > de ser argumentativo então, imagino que ele deva passar longe...
>
> > abraços do verde.
>
> ...
>
> mais »- Ocultar texto entre aspas -
Hey, pessoal, estou satisfeito com a discussão desenvolvida aqui, desse tema sempre polêmico.Concordei com tudo o que Otavio disse inicialmente. A perspectiva histórica de uso quase religioso das drogas
trás uma luz sobre o desenvolvimento histórico milenar da ética de se drogar.
Não creio que os ultimos anos tenham suscitado alguma diferença radical nos mores sociais, em particular os brasileiros, que tenha exigido a proibição do consumo e/ou da oferta de drogas. Quais seriam ? Em suma, entre ontem e hoje, trouxemos muito mais do que duas patas.Nao obstante, tenho duas ressalvas. Nao entendi porque colocar o usuário no centro da "problemática" da droga seja um erro. E o facismo decorrente então entendi menos ainda.
Quanto ao Mauricio e o Daniel,"A luta contra a máfia sempre existirá, pois são os grupos com
poder fora da formulação de autoridade em busca de mais poder. Só
neste governo foram desvendadas máfias em assuntos legalizados: sangue-
sugas, mensaleiros, bingos e correios. Portanto não é a legalização
das drogas que irá, necessariamente, acabar com a máfia das drogas... ""Este é um bom argumento. Mas será que a proibição não aumenta a dimensão militante desta luta?"
Eu não sei se entendo bem a definição de máfia aqui, além da galofobia original. Os problemas listados ocorreram por corrupção, um problema tipico que surge entre o publico e o privado. O funcionario publico foi comprado por agentes privados para beneficiar certos interesses que não representam os do "Povo Brasileiro".Observe, no entanto, que a legalização das drogas leva elas justamente a sair desta categoria de interação publico-privado. Por estarem legalizadas, o seu mercado vai se beneficiar JUSTAMENTE por não ter mais nenhuma interferência do Estado, pelo menos nenhuma direta.
Camarada kaleeyooga, ainda nao consegui achar esses artigos sobre alcool e drogas no brasil... os keywords sao muito genericos. Tem o nome da editora, o ano, algo que acessifique ?
E afinal, a BBC é ou não é enviesada ? Muito Alem do Cidadão Kane foi um filme "justo" ?
Cheers!
Dan,Quando eu falei quase religioso foi no sentido de "em grande parte" religioso. Mas há outros usos das drogas, particularmente como fim em si mesmas.
Assim, não sei se há "total" diferença entre a experiencia mistica religiosa proporcionada pelas ervas e a recreação de hoje. A diferença é a forma, talvez mais banalizada nos dias de hoje. Do rito ao espetáculo. Mas o conteúdo não seria o mesmo ?
De onde vem o termo "drogas" e "se drogar" ? Nos parece algo negativo, censurável, mas não é. Sempre aprendi que a melhor forma de compreender um conceito é através da sua etimologia:
Se partirmos de um individualismo metodologico, com certeza o usuario de droga é o centro de toda a discussão, sim.
E este respeito à subjetividade de cada indivíduo em tanto como usuário, a concessão da liberdade do mesmo para consumir o que bem entender, é exatamente o oposto do ultra-racionalismo fascista ditatorial.
Daí porque nao compreendo porque pôr o individuo/consumidor/usuário/drogadouro no centro da discussão seja fascista.
E aqui vai um query do diretor simon hartog com a bbc no google:
ALCOOL E DROGAS NA
HISTORIA DO BRASIL Organizador: VENANCIO, RENATO PINTO Organizador: CARNEIRO, HENRIQUE Editora: ALAMEDA Assunto: HISTORIA DO BRASIL | |||||||||||||||
|
1) Dois aspectos da minha mais profunda preocupação: a) Saúde Pública
e b) Destruição da vida do consumidor (não sendo necessariamente a
morte).
1.1) Saúde Pública: Acho que a liberação das drogas pioraria a saúde
pública. Um dos aspectos mais pragmáticos é o custo que a máquina
pública teria com as doenças adquiridas após o uso não salutar de
drogas. Se o custo ficar privado e o dinheiro público for usado em
questões mais "involuntárias", ficaria mais tranquilo.
1.2) Destruição da vida do consumidor: Não concordo que a auto-
destruição seja uma decisão plenamente individual, pois existem
repercussões entre as pessoas que investiram tempo e afeto... A
empatia e a intimidade devem ser respeitadas! Quando tiver o meu filho
não aceitarei este discurso egoísta de que as consequências da vida
dele só ele irá sofrer, pois eu irei sofrer junto com ele! Obviamente
existem casos e casos que devem ser vistos em suas particularidades.
Sou coletivista e acho demagogia falaciosa passar a idéia de que se
não for pró-liberdade individual então é fascista ditatorial...
Absurdo!
2) Toda cultura aceita algum tipo de droga e nós temos as nossas
drogas legalizadas (já que nem toda cultura tem lei!). Estamos
tentando restringi-las, mais ainda, devido ao problema de saúde
pública acima citado, portanto acho irrelevante - neste aspecto do
assunto - a discussão do porquê restringiram as drogas ou se é de
cunho religioso ou não. Para mim é muito simples: a) A liberação desta
droga promove uma degradação do ser; b) Promove comportamentos anti-
sociais ou c) Tem um poder de adicção muito grande. Então ela deve ser
restrita ou proibida (basta o álcool e o cigarro). Afinal o Estado não
deve assumir posturas religiosas (pelo menos em tese!).
3) Considerações em relação à legalização/liberação: Todas as drogas
irão ser liberadas? Se não forem, qual o critério de escolha? Este
critério evitará outras máfias de drogas artificiais? Qual o tipo de
controle a que estarão sujeitas? Drogas com grande poder de adicção,
também serão liberadas?
4) Sou definitivamente contra a democracia plebiscitária! Sendo mais
claro: não sou contra plebiscitos, mas sim a utilizá-los em assuntos
complexos nos quais a população não está preparada para compreender as
nuances ou as consequências. (Sim, sou elitista assumido, sou contra
até nossa forma eleição! O voto de pessoas com estudo deveria ter um
peso mais significativo... mas é outra discussão.). Portanto não sou a
favor de um plebiscito neste tema, já que o considero bastate
complexo.
Devido a estas considerações, deixarei claro que se a liberação/
legalização da drogas: a) não piorar os índices de saúde pública
(lembrando da ressalva privatista); b) não piorar os índices de
criminalidade; c) não destrua vidas de aborrecentes metidos a sabidos
experimentando o mundo (esta irá ser mais difícil de encontrar!).
Então terei absolutamente nada contra a legalização/liberação das
drogas, mas como acho isto altamente improvável...
On 4 mar, 00:38, "Daniel Duende Carvalho" <daniel.carva...@gmail.com>
wrote:
> On 3/4/07, Cedric Pin <egi...@gmail.com> wrote:
>
>
>
> > Dan,
>
> > Quando eu falei quase religioso foi no sentido de "em grande parte"
> > religioso. Mas há outros usos das drogas, particularmente como fim em si
> > mesmas.
>
> Sim, HÁ. Mas eu não afirmaria que isso não seja uma "invenção" de nossa
> sociedade. Todas as substâncias ora mencionadas, em seus modos de uso
> tradicionais, faziam parte de contextos ritualiísticos ou religiosos. Até
> mesmo o vinho advem de um contexto ritualístico (o banquete). Apenas a
> cerveja é, até onde eu sei, usada de forma recreativa desde a antiguidade. E
> a certeja, cá entre nós, é uma substância bem fraca quando comparada com as
> outras, né?
>
> Assim, não sei se há "total" diferença entre a experiencia mistica religiosa
>
> > proporcionada pelas ervas e a recreação de hoje. A diferença é a forma,
> > talvez mais banalizada nos dias de hoje. Do rito ao espetáculo. Mas o
> > conteúdo não seria o mesmo ?
>
> Discordo.
> Penso que uma alteração radical do Set and Setting em que a substância é
> utilizada modifica radicalmente a experiência e seu impacto e estruturação
> na vida do indivíduo e do grupo usuário.
>
> De onde vem o termo "drogas" e "se drogar" ? Nos parece algo negativo,
>
> > censurável, mas não é. Sempre aprendi que a melhor forma de compreender um
> > conceito é através da sua etimologia:
>
> > French <http://en.wikipedia.org/wiki/French_language> *drogue<http://en.wiktionary.org/wiki/drogue>
> > *, probably from Dutch <http://en.wikipedia.org/wiki/Dutch_language> *
> > droog <http://en.wiktionary.org/wiki/droog>*; akin to English *dry<http://en.wiktionary.org/wiki/dry>
> > *; thus origin, "dry substance", "herbs", "plants", or "wares".
> > > On 3/3/07, Daniel Duende Carvalho <daniel.carva...@gmail.com > wrote:
>
> > > > > Ahhhh.... agora sim você me convenceu a assistir a tal documentário.
> > > > > :D
>
> > > > > Abraços do Verde.
>
> > > > > On 3/3/07, kaleeyooga <kaleeyo...@gmail.com > wrote:
>
> > > > > > Por isso que eu sugeri que vocês vissem. Penso da seguinte
> > > > > > forma: Busco conhecer, na medida do possível, nem que seja para falar
> > > > > > mal. Antes de mais nada busco entender os vários lados das questões.
> > > > > > E sobre a legalização das drogas, por exemplo, a impressão que
> > > > > > tenho é que muita gente ( tanto os prós quanto os contras ) usa argumentos
> > > > > > que são inválidos e vão
>
> ...
>
> mais »- Ocultar texto entre aspas -
Quanto à questão do usuário, deixem-me explicar e delimitar melhor o
meu argumento. A ideologia proibicionista transformou um hábito
normalmente não problemático, como o uso de substâncias psicoativas,
em crime. Com isso, incentivou o surgimento de um mercado paralelo,
necessariamente violento, corrupto e economicamente muito poderoso.
Portanto, o Estado criou um enorme problema, e que agora tenta
resolver, pelo menos teoricamente. No entanto, em vez de reconhecer a
origem real do problema, coloca o usuário como bode expiatório,
tornando-o responsável por toda a violência praticada pelo crime
organizado. A idéia é que se todos os usuários pararem de consumir as
substâncias ilegais, acaba-se o tráfico.
Apesar de essa idéia faça sentido do ponto de vista econômico ela é
totalmente impraticável. Qualquer formulador de políticas públicas,
com um mínimo de bom-senso consegue reconhecer isso. O segundo ponto é
que o uso de substâncias psicoativas em si não é um problema. Muitas
pessoas (a maioria, eu creio, embora não tenha dados a respeito) fazem
uso responsável e não problemático desse tipo de substância. Por que,
então privar o cidadão comum de um hábito sem maiores conseqüências
para a sociedade e, pior, criminalizá-lo por isso? A lógica está
invertida. Não é o usuário que financia a violência. Essa violência
deriva de uma conjunção de fatores, como leis penais equivocadas,
repressão policial, preconceito social e corrupção, que mantém o
comércio de drogas como uma prática clandestina.
On 4 mar, 00:38, "Daniel Duende Carvalho" <daniel.carva...@gmail.com>
wrote:
> On 3/4/07, Cedric Pin <egi...@gmail.com> wrote:
>
>
>
> > Dan,
>
> > Quando eu falei quase religioso foi no sentido de "em grande parte"
> > religioso. Mas há outros usos das drogas, particularmente como fim em si
> > mesmas.
>
> Sim, HÁ. Mas eu não afirmaria que isso não seja uma "invenção" de nossa
> sociedade. Todas as substâncias ora mencionadas, em seus modos de uso
> tradicionais, faziam parte de contextos ritualiísticos ou religiosos. Até
> mesmo o vinho advem de um contexto ritualístico (o banquete). Apenas a
> cerveja é, até onde eu sei, usada de forma recreativa desde a antiguidade. E
> a certeja, cá entre nós, é uma substância bem fraca quando comparada com as
> outras, né?
>
> Assim, não sei se há "total" diferença entre a experiencia mistica religiosa
>
> > proporcionada pelas ervas e a recreação de hoje. A diferença é a forma,
> > talvez mais banalizada nos dias de hoje. Do rito ao espetáculo. Mas o
> > conteúdo não seria o mesmo ?
>
> Discordo.
> Penso que uma alteração radical do Set and Setting em que a substância é
> utilizada modifica radicalmente a experiência e seu impacto e estruturação
> na vida do indivíduo e do grupo usuário.
>
> De onde vem o termo "drogas" e "se drogar" ? Nos parece algo negativo,
>
> > censurável, mas não é. Sempre aprendi que a melhor forma de compreender um
> > conceito é através da sua etimologia:
>
> > French <http://en.wikipedia.org/wiki/French_language> *drogue<http://en.wiktionary.org/wiki/drogue>
> > *, probably from Dutch <http://en.wikipedia.org/wiki/Dutch_language> *
> > droog <http://en.wiktionary.org/wiki/droog>*; akin to English *dry<http://en.wiktionary.org/wiki/dry>
> > *; thus origin, "dry substance", "herbs", "plants", or "wares".
> > > On 3/3/07, Daniel Duende Carvalho <daniel.carva...@gmail.com > wrote:
>
> > > > > Ahhhh.... agora sim você me convenceu a assistir a tal documentário.
> > > > > :D
>
> > > > > Abraços do Verde.
>
> > > > > On 3/3/07, kaleeyooga <kaleeyo...@gmail.com > wrote:
>
> > > > > > Por isso que eu sugeri que vocês vissem. Penso da seguinte
> > > > > > forma: Busco conhecer, na medida do possível, nem que seja para falar
> > > > > > mal. Antes de mais nada busco entender os vários lados das questões.
> > > > > > E sobre a legalização das drogas, por exemplo, a impressão que
> > > > > > tenho é que muita gente ( tanto os prós quanto os contras ) usa argumentos
> > > > > > que são inválidos e vão
>
> ...
>
> mais »
O problema de saúde pública já existe hoje porque, como sabemos, a
repressão não conseguiu inibir o consumo. Acrescente-se a isso três
fatores:
1. A população, de forma geral, carece de informação científica
sobre psicoativos. Isso vale tanto para usuários quanto para não-
usuários.
2. A repressão (e não a liberação) incentiva o consumo não-
responsável de psicoativos.
3. Por falta de qualquer controle oficial, os psicoativos sofrem
adição de uma miríade de outras substâncias. Estas, por sinal, são
muito mais perigosas do que as drogas em si.
Esses três fatores na verdade pioram o "problema de saúde pública", em
vez de reduzi-los.
> ...
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