Pinto no lixo

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Hannah BLUE

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Nov 13, 2007, 12:31:09 AM11/13/07
to Midiateca da HannaH
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Pinto no lixo

A internet revoluciona o mundo ou o mundo usa a internet para se
revolucionar?

Livro "Uma história social da mídia, de Gutenberg à Internet", tenta
explicar.
Por Carlos Nepomuceno


O ovo ou a galinha? Me arrisquei em uma palestra a responder: o
galinhovo ou ovolinha! Na verdade, a versão 1.0 desse animal, que foi
evoluindo, em novas versões, até se separar em alguma dela e virar o
que temos hoje: o ovo 2.0 e a galinha 2.0, que levamos para casa para
assar e fazer omelete.

O assunto veio à baila, pois cabe também perguntar: é a internet que
revoluciona o mundo ou o mundo que usa a internet para se
revolucionar?

É um dos temas do ótimo livro "Uma história social da mídia, de
Gutenberg à Internet", de Asa Briggs e Peter Burke, da Zahar.

Nele, se narra a mudança do mundo com a chegada da prensa, inventada
por Gutemberg em 1450, que permitiu com a multiplicação de editoras a
circulação em maior escala de jornais e livros.

Um processo de mudança cultural, que resultou em diversas revoluções
posteriores, tais como a Industrial, Francesa, Americana e a Russa,
esta quase 400 anos depois.

O autor considera que não se pode considerar a invenção do livro e dos
jornais impressos como principal agente dessas mudanças, mas apenas um
propiciador, na qual diversos interessados em transformar a sociedade
se apoderaram de seus recursos para atingir seus objetivos

Na verdade, se não houvesse jornal e livro, Lênin não teria lido lido
Marx, que por sua vez não teria lido Hegel. E Lênin não teria
publicado o Iskra (Faísca), jornal com o qual os bolcheviques
espalharam suas idéias pelo antigo império.

Ao ler o livro de Brig e Burke reforçamos ainda mais a idéia de que
mudanças de paradigma de comunicação afetam profundamente a sociedade.

Diferente de outras tecnologias que também mudam o planeta, mas ainda
de uso restrito, como um foguete que, por enquanto, alguns poucos
humanos ao espaço, a comunicação e a informação são ferramentas
básicas para a sobrevivência da espécie para produzir e, portanto,
comer, beber, morar e se alimentar.

Se há uma nova possibilidade, pode, assim, fazer tudo isso de uma
forma diferente, melhor, mais ágil e é logo difundida rapidamente,
esbarrando claro nas resistências do poder estabelecido, como foi na
época da proibição da publicação de livros em vários países, no século
XVI e XVI como é hoje na China, que limita a internet.

As novas tecnologias de comunicação e a informação, assim, marcam
grandes eras na história da humanidade, a saber: o silêncio, os urros,
a fala, a escrita, o livro, os meios de comunicação de massa e, agora,
a internet.

Nesse processo de rupturas e não de evolução, o ser humano na nova era
vai maturando as diversas novas potencialidades do novo meio e dando a
alguns revolucionários de plantão novas respostas possíveis, antes
inviáveis, a velhas perguntas: "por que será que isso é assim?".

Por que será que eu compro um CD inteiro quando quero apenas uma
música?

Por que será que eu pago tão caro para falar com meu primo no
exterior?

Por que será que eu tenho que sair de casa para comprar os livros que
preciso para ir à escola?

E por que será que não posso comparar os preços e ver qual é o mais
barato?

Por que será que eu não posse desenvolver livremente um software com
os meus amigos e colocara para o planeta todo usar?

E algo que já anda circulando pelo mundo:

Por que será que eu voto em um parlamentar para decidir algo que agora
já posso fazer de casa?

Assim, podemos dizer que as mudanças na comunicação e informação são
agentes condicionantes de alterações sociais. Sozinhas não geram nada,
mas na relação do homem transformador com a nova técnica surge uma
outra possibilidade, uma verdadeira neo-filosofia, uma jeito diferente
de se olhar para o mundo, que permite, assim, resolver problemas antes
insolúveis.


E tudo entra em espiral galopante para cima.


Vide os últimos 15 anos da rede. Assim, a Web 2.0 é, no fundo, o
início da fase que a galinha (nova) sai do ovo (velho). Ou da galinha
(velha) que gera um (novo) ovo. Os que querem mudar a sociedade estão
que nem pinto no lixo!

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