KAFKA EXEMPLAR ( *)
Há uma atitude política assumida por alguns escritores que à primeira
vista se identifica com reacção ou anarquismo mas que não é uma nem
outra.
A posição de Kafka, por exemplo. Profeta da política que iria
desenrolar-se na Europa poucos anos depois da sua morte, n' O
Processo, n’A Colónia Penitenciária, n' O Castelo, põe Kafka em
evidência o absurdo da lei e nisto parece anarquista, mas com o
absurdo da lei evidencia também o absurdo do homem que não pode viver
sem leis, fora da sociedade, portanto.
Esta a sua verificação e com ela distancia-se até se separar , da
posição anarquista clássica, que acredita no advento de uma sociedade
sem leis (sociedade anárquica ou acrática). Duvidando deste advento,
Kafka duvida da solução do homem pelo homem e situa-se, de um golpe,
na posição de perplexidade ou negatividade trágica. Já não é anti-
político como o anarquista, é para lá da política, das possibilidades
humanas, da realização histórica.
Situa-se num terreno que diríamos metafisico ou religioso, porque
reconhece não haver solução para o homem ao nível da história, mas
imediatamente sai daquele outro domínio no momento em que afirma
também o homem não ter solução a esse nível. Kafka também não crê numa
solução metafísica ou religiosa.
Verdadeira percepção do absurdo e verdadeira percepção trágica da
existência é esta inaceitabilidade radical quer das soluções políticas
ao nível da história quer das soluções metafísicas ao nível de um
Deus. Kafka crê que e homem nunca poderá realizar-se em liberdade, no
que é de um derrotismo exemplar. Injusto porém será classificá-lo
politicamente mistificador, porque ele não deseja e retrocesso do
homem e da história para nenhum passado: com a lucidez do profeta, o
que ele vê é o futuro, com a mesma lucidez com que vê o presente; para
ele não há tempo, não há passado nem futuro, por isso não há política.
Kafka não deseja que a história pare ou retrograde, o que vê (prevê) é
o beco sem saída onde ela está ou para onde vai.
Tal visão ou previsão do mundo e da história poderá classificar-se de
«pessimista» mas o termo também não tem significado relativamente ao
posto de observação que é o de Kafka e o de outras vozes trágicas:
Beckett, Fernando Pessoa ou Artaud não convidam à desistência, não
conclamam os homens a nenhuma reacção, apenas observam, imparcialmente
observam, implacavelmente observam.
A perplexidade de Kafka e de alguns solitários não tem apenas origem
na meditação existencial. A mesma perplexidade é partilhada por
escritores em cujos romances de antecipação, por exemplo, (Aldous
Huxley, Orwell) se podem surpreender visões «pessimistas» e nada
alentadoras do futuro. Mais por uma análise da história do que por um
poder visionário ou de intuição profética, concluem estes outros
autores que o homem na melhor das hipóteses caminha para o paraíso
concentracionário onde assumirá, devidamente domesticado, controlado
ou condicionado, a categoria de outra espécie zoológica.
Dizem alguns que estas visões «desesperadas» do futuro podem ter um
papel salutar e revigorador da esperança, dando o alarme e fazendo com
que os homens acordem a tempo de evitar a completa automatização (ou
robotização ou alienação). Resta saber se a automatização depende da
vontade de qualquer, ou de muitos, ou se, na menos má das hipóteses,
contra uma minoria manifestamente acordada e alerta, a lógica da
história não empurrará e homem inexoravelmente para a única saída: o
beco sem saída.
- - - -
(*) Com o título «Kafka exemplar» este texto foi publicado no
suplemento literário do «Jornal de Notícias», Porto, em 1963
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<kafka-2> releituras - ligar ao file wri <kafka> neste directório
FRANZ KAFKA :
O MEDO É A INFELICIDADE
Que fizeste com o dom do sexo? Desperdiçaste-lo, é o que dirão
finalmente, nada mais. Mas tinha sido fácil aproveitá-lo. Francamente,
uma ninharia, e uma ninharia que nem sequer é perceptível, provocou a
decisão. Porque te assustas? Assim ocorreu com as maiores batalhas da
história universal. As ninharias decidem as ninharias.
M. tem razão: O medo é a infelicidade, mas nem por isso é a coragem a
felicidade, e sim a falta de medo: não a coragem, que às vezes
ambiciona o que as forças não podem (no meu curso havia talvez dois
judeus que tinham coragem, e os dois se deram um tiro ainda no
colégio, ou pouco depois de receber-se), quer dizer, não a coragem,
mas a falta de medo, tranquila, sempre alerta, capaz de suportar tudo.
Não te obrigues a nada, mas não sejas infeliz porque não te obrigas ou
porque tens que obrigar-te quando queres fazer algo. E se não te
obrigas, não estejas todo o tempo desejando a possibilidade de fazê-
lo.
Na realidade, não é sempre tão claro, ou talvez o seja, por exemplo: o
sexo persegue-me, atormenta-me noite e dia; para satisfazê-lo teria
que vencer o medo e a vergonha e talvez também a tristeza, mas por
outro lado é indubitável que seria capaz de aproveitar sem medo nem
tristeza nem vergonha uma oportunidade que se apresentasse rápida,
próxima e voluntariamente; mas então devo deduzir do anterior esta
lei; não se trata de vencer o medo, etc. (nem tão pouco jogar com a
ideia de vencê-los), mas antes aproveitar as oportunidades (mas não
queixar-me se não se apresentam).
É verdade que existe um termo médio entre a «acção» e a
"oportunidade", quer dizer, a condução, a atracção da oportunidade,
atitude que por desgraça adoptei sempre, não só nisto mas em tudo. Da
"lei" não se deduz nada contra esta prática, ainda que essa "atracção"
das oportunidades, especialmente quando faz uso de meios inadequados,
se parece bastante ao "jogo com a ideia de vencer o medo, etc.", e não
tem rastros dessa tranquila e sempre alerta falta de medo. Apesar de
sua concomitância verbal, com a "lei", é algo detestável e deve ser
evitado incondicionalmente. Em verdade, para evitá-lo necessitaria
obrigar-me, e é assim que não chego nunca ao fim do assunto."
FRANZ KAFKA
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<kafka-3> quinta-feira, 13 de Junho de 2002
UM HOMEM
SEM QUALIDADES
Anos antes que Robert Musil escrevesse "O Homem sem Qualidades», foi
ele próprio, autor e personagem, um «homem sem qualidades». A noção de
escritor como artista, como entidade privilegiada ou eleita de deuses
benignos, como indivíduo dotado de talentos excepcionais, virtudes
acima da mediania, embora ainda hoje prevaleça em círculos geralmente
bem informados, foi profundamente abalada pela vida e obra de Kafka,
que se tornou conhecido por um lento processo, por uma difícil
metamorfose de adaptação a um meio que o hostilizaria sempre e ainda
hoje.
Porque ainda hoje Kafka é autor maldito e nada, nenhuma teoria da
literatura ou da existência ou da política conseguiu reduzi-lo a
fórmulas de segura e cómoda rentabilidade no mercado das ideias ou das
ideologias. Kafka, apesar dos esforços editoriais e do carinho que o
seu «odioso» amigo Max Brod pôs na compilacão dos manuscritos que ele
desejava destruir, continua impenetrável ao consumo corrente e a uma
compreensão de via reduzida. As obras completas, os prefácios, as
bibliografias, as biografias, os estudos exegéticos, a vulgarização
dos textos mais ou menos íntimos não chegam para definir e consagrar a
personalidade maldita do autor de O Castelo, A Metamorfose, A Colónia
Penitenciária, o Processo.
A explicação deste escritor inexplicável encontra-se em parte, nos
diários que Max Brod também compilou e se encarregou de expurgar com o
mesmo zelo purificador com que o biografa no livro agora vertido em
português correcto(**): a explicação da sua irredutibilidade
sistemática, da sua inaceitabilidade radical, só nos diários
transparece a toda a luz, ou antes, em toda a sua sombra. O mais
lisonjeiro na biografia de Kafka e em especial nos seus diários, é a
falta de heroicidade ou de romanesco do que lhe acontece: lisonjeiro
para nós, leitores sem nada de importante, de clássico, talento ou
excepcional, é ler as inibições, a timidez, as insónias e dores de
cabeça, o temor do pai, o emprego, os exames, a diária alienação de um
Kafka que hoje, por ironia do destino, é considerado um dos maiores
génios de todos o tempos.
Uma sociedade, mesmo de exploradores, precisa de valores espirituais.
Aparentemente as obras completas (ou incompletas) de Franz Kafka e de
quantos escreveram apesar de tudo, contra todos, servem de coluna
espiritual dos povos e das culturas para exportação.
Mas ainda estão por vir os seus verdadeiros contemporâneos, os que
totalmente libertos ou totalmente alienados hão-de identificar-se com
o inferno de Kafka, o inferno que é, numa sociedade de exploradores e
conquistadores, a existência de «um homem sem qualidades».
- - - - -
(*) Este texto de Afonso Cautela foi publicado no semanário «Vida
Mundial», em data indeterminada, talvez em 1967
(**) FRANZ KAFKA — Maz Brod — Estudo biográfico - Ed. Ulisseia,
Lisboa, 1967 - Trad. Susana Schnitzer - Capa, Rocha de Sousa - Nº 38
da Col. «Documentos do Tempo Presente» - 275 pgs. - 45$00.
+
<kafka -- ><ficcoes inventadas>
KAFKA VISTO
POR UM PSIQUIATRA PORTUGUÊS
TODOS OS CUIDADOS SÃO POUCOS
COM A VIDA ÍNTIMA DE KAFKA
(Tavira, 20/Setembro/1961) - Kafka foi celibatário, um incorrigível
celibatário. «Sísifo também era solteiro» defende-se ele em
determinado passo do seu Diário. E se a explicação desses misantropos
está na sua misoginia, a de Kafka não teve outra origem. Não passou de
um Misógino com medo às mulheres e sem coragem de se assumir; todos os
casamentos se lhe frustraram e não há sinal de ligações femininas,
regulares ou esporádicas, no seu «Diário» (1910-1923). A explicação
dessa (de Kafka) e outras vozes do Fracasso (Fernando Pessoa, Sá
Carneiro, Samuel Beckett) é sempre e apenas erótica, ou antes, a
ausência de vida erótica. «Faz amor e acabam-se os problemas - eis a
fórmula que na minha opinião de psiquiatra devia ser receitada a esses
doentes, ensinada a todos os infelizes que se arrastam na vida sem
saber o melhor que a vida tem. É a formula para Misantropos e outros
desmancha-prazeres que não conseguem encontrar piada alguma neste
mundo de dois sexos. Não se sabe, aliás, até onde foi Kafka nesse
campo. O pudibundo do seu amigo Max Brod («odioso Max Brod» assim o
classifica Georges Bataille) se alguma coisa houvesse, tê-la-ia
retirado cuidadosamente, a avaliar pelo que declara no Posfácio aos
«Diários» que compilou, datado de Telavive (de onde havia de ser?),
1950: «Omiti anotações que me pareciam demasiado íntimas».
Omitir anotações demasiado «íntimas» na compilação de um diário não se
deve confundir com «censura prévia». Quando se trata de coisas tão
desagradáveis (tanto mais desagradáveis quanto mais agradáveis) à
moral corrente (que afinal decide sempre com a Igreja nestas
encruzilhadas póstumas) de facto todos os cuidados são poucos
A filosofia ultra-niilista de Franz Kafka tem uma origem precisa
indiscutível: a vida erótica frustrada, a sua falta de relações
normais com mulheres e (não se sabe ao certo) a provável ausência de
relações sexuais em geral. O «medo, a vergonha e a tristeza» impediram-
no, possivelmente, de procurar esta última solução, que seria também a
única saída para o Nada onde viveu e morreu. depois do Nada, só o
Amor. E Kafka teve medo do sexo.
Mandam os bons costumes respeitar o biografado e não entrar em
pormenores da sua vida erótica, quando há suspeitas de perversão. Se
ele na obra nada deixou transparecer, deverá o biógrafo guardar
religioso silêncio. Opondo a sociedade, ou os órgãos representantes da
sociedade, uma interdição tão feroz, é possível que o biógrafo, ainda
que queira, não encontra documentos nem vestígios comprovativos.
Apenas indirectamente é possível saber o que houve, sem falar já do
que o biografado tenha feito e escrito no sentido de despistar futuras
e póstumas pesquisas, ou até de se despistar a si próprio.
Nos casos de abstinência sexual, aquilo a que o biógrafo de boa
vontade poderá chamar «castidade» ou «sublimação dos instintos», o
mais que se pode afirmar é que não constem dos hábitos do biografado
relações sexuais, quer com o mesmo quer com o sexo oposto. Isto não
autoriza nem desautoriza a suspeita de inversão, que pode ser aliás
puramente psíquica. Se não consta que tivesse práticas homossexuais,
sabe-se todavia que as relações com mulheres, ou não existiram ou se
frustraram. Além disso, quantas formas há de desviar factos para o
poço sem fundo de equívocos tais como «amizade fraterna»,
«companheirismo», «camaraderie» e mesmo «amor platónico».
Regra geral, o diagnóstico é muito reservado e cifra-se nestes termos
vagos: o vazio da obra do escritor X dever-se-ia ao facto de não haver
mulheres na sua vida... A sua desgraça foi não poder fornicar. O não
poder com F, entende-se em dois sentidos: por incapacidade do Sujeito
analisado e pelas proibições postas ao amor ilícito ( de ordem legal,
moral, etc). Ele talvez pudesse amar, tinha era medo. A sua solidão
talvez não tivesse uma origem patogénica, incurável, irremediável.
Simplesmente, o medo à condenação pública, o medo de infringir a moral
e encarar as represálias, a auto-censura instalada, o «refoulement» de
tendências pecaminosas e impulsos vergonhosos, a má língua pública,
podem muito, podem tudo.
Não há dúvida que há um paralelismo muito evidente entre a vida sexual
frustrada de alguns escritores e a atmosfera de Fracasso que a sua
obra respira. Kafka, Kierkegaard, Proust, Fernando Pessoa, Sá Carneiro
são casos bem conhecidos de abstenção sexual e simultaneamente
consciências de uma frustração na consciência contemporânea.
Para o escritor, o problema de práticas de inversão põe-se com a
acuidade que não se pões a outros artistas e ao homem comum. Escritor
é, por fatalidade, o que publica, o que se torna público. Terá que
fazer uso da sua experiência humana no que escreve. E publicar, tornar
público práticas e vestígios de práticas tão inconvenientes e tão
odiadas pela sociedade normal, é cair em desgraça. Aqui principia todo
o processo de «refoulement» observado pelo psicanalista, de
autocensura aos impulsos do instinto e da vontade, e no caso de «cair
no mal», a lista dos remorsos, receios, a preocupação de ocultar as
práticas viciosas, ou de não reincidir nelas.
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[ 3565 caracteres - solta do «largo» ou secção «releituras» - secção
«heresias & heresiarcas» ] – releituras – notas de leitura
A LITERATURA AVANÇA PELA HERESIA:
O EXEMPLO GENIAL DE KAFKA(*)
(*) Com o título «Kafka e a Torneira Romanesca», este texto foi
publicado no «Diário do Alentejo» (Beja), na rubrica do autor
intitulada «Margem Esquerda»
15/Novembro/1970 - A simplicidade das «grandes descobertas» explica,
em parte, a inconsciência que o próprio Kafka teve do seu génio. Quem,
de facto, poderia acreditar que, aproveitando essa evidência -- a
linguagem onírica -- essa realidade tão óbvia e quotidiana -- o sonho
--, limitando-se a transcrever os pesadelos nocturnos, estava a fazer
uma «revolução literária»?
Só a desatenção, a frivolidade de uma cultura completamente cerrada à
complexidade do real, à parte imersa do «iceberg», autosuficiente na
sua tacanhez, pode explicar que tão pequenas descobertas sejam tão
grandes revoluções. Kafka foi apenas, como Freud, um descobridor de
evidências que séculos de dogmatismo racionalista, de sistemas
metafísicos, de beatismos religiosos, tinham raivosamente ocultado ou
menosprezado.
Por isso o autor de «O Castelo» tem muito menos a ver com a literatura-
instituição (instituição ao serviço de outras e consabidas
instituições) do que com aquela terra de ninguém onde se mexem os
descontentes da civilização. A explicação da sua obra em termos
estritamente literários, deixa tudo por explicar e os que o querem
catalogar, não raro saem danadíssimos de impotência e raiva por não
concretizarem a empresa.
Com Kafka pisamos o terreno seguro de uma recusa, fundamental à
vanguarda do nosso tempo, radicalmente antiliteratura: a recusa à
intriga e ao evento, no sentido diuturno em que todo o romanesco de
consumo os usa. Escrever deixa de ser, com Kafka e a partir de Kafka,
descrever os múltiplos eventos a que uma visão diurna (analítica) da
realidade reduz essa realidade.
Com Kafka, entramos no mundo nocturno ou sintético do símbolo, do
essencial, do mito. Em vez de «a senhora condessa saiu de casa às
onze», Kafka conta-nos os seus pesadelos, que nem saíram de casa e
muito menos às onze. Às aparências convencionadas de uma realidade
diurna atomizada e desfeita e mesquinha, prefere a continuidade do seu
rio interior. Em vez da análise, a síntese. Em vez do secundário,
essencial, o que verdadeiramente importa.
A propósito de Kafka, refira-se como a vanguarda do «nouveau roman»,
reaccionário de origem, regressou em força ao analítico, ao diurno, à
multiplicação das formas particulares, ao avulso, ao acessório, ao
enumerativo, ao descritivo, ao evento e ao eventicismo, ignorando a
via revolucionária encetada por Kafka, e fazendo retornar a literatura
à «cochonnerie» que sempre foi.
Refira-se como da inflação analítica resulta a torrente diarreica de
romances que o mercado da cultura ocidental comporta. Forma de
obstrução, aliás, extremamente eficaz, até para efeitos de
esterilização política, pois enquanto se lê uma «novela» de 500
páginas, não se lê «O Capital» e muito menos «Os Manuscritos da
Juventude», as páginas mais subversivas de Karl Marx. Convém que o
romance seja estimulado com prémios à produção.
O «nouveau roman» não só vai ao mercado, não só descreve todo o tipo
de hortaliças que encontra no mercado, como acrescenta ainda o dobro
das páginas a contar as diferentes «perspectivas» sob que os repolhos
podem ser encarados. O perigo que corre o leitor é darem-lhe um
romance de 400 páginas a contar os tipos de repolho que podem ser
encontrados no mercado abastecedor. A descrição tipo inventário (que,
segundo parece, já chegou ao cinema, em longas metragens que chegam a
demorar dias a projectar) vem desatar uma torneira que parecia fechada
desde Kafka.
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(*) Com o título «Kafka e a Torneira Romanesca», este texto foi
publicado no «Diário do Alentejo» (Beja), na rubrica do autor
intitulada «Margem Esquerda»
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http://planeta.clix.pt/letras/lit58.htm
http://baze.knih-pt.cz/lwww.dll?kfh~A=Kafka,Franz■
http://pwp.netcabo.pt/big-bang/gatodasletras/casulo1/KAFKA.HTM